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A presente dissertação teve como objetivo principal pesquisar se as organizações sabem definir o que é uma informação de qualidade. Diante deste objetivo, ao iniciarem-se os trabalhos, supunha-se que a organização a qual não soubesse definir corretamente o que é uma informação de qualidade, não poderia realizar ações práticas para extrair, manter e utilizar tais informações.

Porém, apesar das organizações não saberem definir o que é qualidade da informação sob a ótica extrínseca de acordo com o modelo INFOQUAL proposto, mesmo assim apresentaram ações práticas para extrair, manter e utilizar informações de qualidade. Sendo assim, conclui-se que esta ocorrência é possível quando uma empresa está alinhada com a ótica intrínseca da informação de qualidade, que é aquela inerente à natureza do objeto estudado, e não sob o ponto de vista do conceito extrínseco que é estabelecido por convenção.

Em relação ao primeiro objetivo específico - Verificar como a definição do que é uma informação de qualidade influi na utilização das informações pelas organizações - evidenciou-se que, apesar de amplamente discutida, o tema ainda apresenta lacunas conceituais que podem ser aprimoradas, conforme exposto pelos estudiosos referenciados nesta dissertação.

Em relação ao segundo objetivo específico - Conceituar informação de qualidade por meio de análise bibliográfica - foi elaborado um modelo por meio de dimensões da qualidade, chamado INFOQUAL, ao evidenciar-se que os autores referenciados nesta dissertação utilizam modelos de dimensões para elucidar o tema. O modelo INFOQUAL proposto possui como objetivo principal padronizar as conceituações e nomenclaturas utilizadas, porquanto não existe unanimidade entre os autores referenciados. O modelo de dimensões da qualidade da informação INFOQUAL pode ser comparado a um guia no auxílio e direcionamento das ações práticas, das empresas que se preocupam em obter, manter e utilizar informações de qualidade.

Observou-se que, ao serem questionadas sobre o que é qualidade da informação, as empresas entrevistadas normalmente arremetem para uma ótica de conceito intrínseco vinculado à tomada de decisão, e não em relação ao conceito extrínseco definido pelas dimensões da qualidade da informação.

Portanto, além do conceito extrínseco elaborado por meio de critérios objetivos conforme modelo INFOQUAL, este projeto de dissertação realizou também a elaboração de um conceito intrínseco, por meio da coleta de respostas sobre o que é informação de qualidade na ótica das empresas entrevistadas, conforme demonstrado nos Quadros 12 e 15, os quais foram compilados para elaborar-se a seguinte definição:

“Informação de qualidade é aquela disseminada com o mesmo significado em relação ao momento em que foi emitida, no prazo e com a acuracidade requerida pelos usuários e que, após ser devidamente processada, permite a definição de planos de ação.”

Em relação ao terceiro objetivo específico - Pesquisar o que as montadoras automotivas no Paraná fazem para manter a qualidade da informação, de acordo com o conceito que elas utilizam – foram evidenciadas ações práticas por meio de metodologias, ferramentas, sistemas e tecnologias, que podem ser formas de auxílio na obtenção, manutenção e utilização de informações de qualidade nas organizações.

A ferramenta ou metodologia “indicadores de desempenho” foi escolhida por unanimidade como a mais adequada para garantir a qualidade das informações.

Neste contexto, insere-se a opção de implantação do BSC, que ainda não é utilizado com unanimidade entre as montadoras automotivas pesquisadas, para aumentar o potencial de efetividade dos indicadores de desempenho.

O terceiro objetivo específico ajudou a compor a interdisciplinaridade desta dissertação. Assim conclui-se que quando se fala em ações práticas para garantir a utilização de informações de qualidade, as organizações realizam investimentos para implementar metodologias, ferramentas, sistemas ou tecnologias. Porém evidencia-se o alerta dos autores citados nesta dissertação, para que quando forem realizados investimentos em recursos objetivando informações de qualidade, estes recursos utilizados sejam projetados para garantir a efetividade dos resultados, por meio de precaução em não tornar a tecnologia mais importante do que a informação.

Entretanto, vale salientar que a escolha dos recursos a serem utilizados pelas empresas, sejam eles ferramentas, metodologias, sistemas ou tecnologias, podem depender do processo de gestão da informação, da cultura, da capacidade

financeira, das pessoas e do segmento em que a empresa está inserida, considerando que a presente dissertação não está limitada ao que foi exposto, mas permite oportunidade para trabalhos e pesquisas futuras. Salienta-se também que as diferenças e particularidades da informação em relação a recursos físicos ou bens tangíveis dificultam, mas não impedem, a sua mensuração em termos econômicos. E na prática observa-se que estas dificuldades motivam as organizações a direcionar os seus esforços sobre as tecnologias da informação ou hardware deixando de investir em software. Portanto, sugere-se que o constructo da qualidade da informação deve ser desconstruído, para que uma nova ótica possa surgir - não mais influenciada pela gestão da qualidade, mas sim sob uma ótica que compreenda a informação como o verdadeiro objeto de estudo.

Ao analisar as respostas sobre as metodologias e ferramentas consideradas mais adequadas pelas montadoras automotivas do estado do Paraná, evidencia-se a necessidade de aprimoramento da melhoria contínua da informação, com base nos registros das normas de certificação, porquanto as montadoras automotivas que participaram da pesquisa possuem certificação ISO 9.001, ISO 14.001 e TS 16.949.

Foi evidenciada na empresa “A”, a atualização de indicadores de desempenho de acordo com uma periodicidade ou frequência pré-definida para cada indicador. Normalmente é evidenciada em produções científicas, uma abordagem que trata da periodicidade na análise crítica dos indicadores de desempenho, e não em relação à sua atualização, bem como critérios que definam periodicidades diferenciadas para cada indicador, conforme citam DIÓGENES (2004) e FERNANDES (2004). Portanto, esta dissertação identificou também a necessidade de aprofundamento sobre a periodicidade ou frequência de atualização dos indicadores de desempenho que já é aplicada em algumas empresas, porém pouco explorada em produções científicas.

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