O foco do trabalho em questão é justamente cooperar de forma coerente para a formação do professor do ensino básico em uma área que requer um cuidado em potencial, no caso, a matemática. Por lecionar no ensino fundamental e médio há alguns anos pude verificar erros cruciais quanto às operações básicas. Desde 2010 comecei a compreender que tais erros partiam de forma bem evidente pela falta de formação continuada do professor do ensino básico e talvez por poucos momentos como este que estamos propondo, com a matemática e suas operações. Depois de perceber o quanto os conceitos não são desenvolvidos em sala de aula achamos necessário fazer com que os futuros professores das séries iniciais tomassem conta de sua importância, a fim não somente de transmitir ao aluno o básico do conhecimento, mas ensiná-lo a pensar e principalmente utilizar a criatividade para a solução de problemas. Inicialmente, a ideia é de se trabalhar exercícios básicos utilizando como ferramenta o ábaco e como metodologia de ensino a SF. A escolha do ábaco como objeto de estudo se dá principalmente no que concerne a criatividade que deverá ser empregada bem como a organização do aluno ao ter que manusear de modo coerente a ferramenta em questão. Conhecer o instrumento de trabalho se faz necessário para uma boa validação da pesquisa ou aplicação de uma certa atividade em sala (nos moldes explicitados). Portanto o mediador/professor que aplicar uma sessão didática como a que esmiuçamos neste trabalho deverá ser um grande conhecedor do objeto a fim de ter condições de tirar dúvidas por meio de perguntas e contraexemplos se fazendo valer da pedagogia mão no bolso como relatado no texto. A fim de verificar a validade dos ensinamentos adquiridos pelos alunos aplica-se ainda uma terceira atividade, agora sem a necessidade da utilização da SF. Isso pelo fato de se ter que averiguar se a metodologia aplicada de fato foi útil para a pesquisa. O professor deverá fazer essa análise após todos os alunos entregarem os problemas resolvidos. A ideia é tabular os resultados com o intuito de se fazer uma análise mais criteriosa e se ter um parâmetro de melhora no que diz respeito a compreensão dos conceitos matemáticos sobre as operações básicas. Com os dados numa tabela fica mais fácil de compreender os pontos fortes e fracos de tais alunos e os problemas que geram uma maior dificuldade para os mesmos. Por fim, neste trabalho apresentou-se estratégias para a elaboração de planos referentes a adição e subtração, o que não impede de o professor regente continuar sua pesquisa utilizando outras operações tais como multiplicação e divisão, por exemplo. Pode-se ainda incluir outros modelos de ábacos a serem estudados e que foram citados no primeiro capítulo da referida dissertação. A partir deste trabalho acredita-se que outros poderão complementá-lo ainda com o intuito de se obter uma formação continuada para professores da educação básica consistente e que leve os futuros docentes a transmitir não somente formatos prontos mas instiguem seus alunos a compreender conceitos importantes por meio de ferramentas que motivem o raciocínio e a criatividade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, L. F.; CÂMARA DOS SANTOS, M.; ACIOLY-RÉGNIER, N. Metacognição ou Automatismo: O que Acontece Quando o Contrato Didático é Rompido? Confluências entre a Didática e a Psicologia na Resolução de Problemas Algébricos. In: BRITO LIMA, A. P. A.; LIMA, I. M. S.; ARAÚJO, L. F.; ANDRADE, V. L. V. X. (orgs.). Pesquisa em Fenômenos Didáticos: Alguns Cenários. Recife: EDUUFRPE, 2010. BEZERRA, A.M.A. A compreensão de Plateau no campo do ensino das ciências: BORGES NETO, H. (Org.). Sequência FEDATHI além das ciências duras. Curitiba: CRV, 2017. 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