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e alcançaram níveis aceitáveis de adaptação protética (Branemark, 1983; Jemt, 1991). Deste modo, as técnicas de soldagem podem ser considerados precisas e devem ser utilizadas durante a confecção de próteses múltiplas implantossuportadas.

A efetividade da técnica de soldagem à LASER em melhorar a adaptação protética está de acordo com alguns estudos científicos da literatura (Jemt & Linden 1992; Jemt, 1996; Riedy et al., 1997; Rocha et al., 2006; Atoui 2008; Silva et al., 2008; Junior et al., 2009, Rodrigues, 2012). Contudo, em relação a técnica de soldagem à TIG, pode-se afirmar que há poucos estudos científicos relacionados (Wang & Welsch 1995; Wiskott et al., 2001; Hart & Wilson 2006; Atoui 2008; Nuñez-Pantoja 2011), mas diante dos resultados obtidos pode ser utilizada durante a fabricação de próteses implantossuportadas.

Sobre a mensuração do desajuste marginal bi e tridimensional, foi observado que ambas técnicas são eficientes, mas que conjuntamente não são necessárias para avaliar a precisão dos procedimentos soldagem (LASER ou TIG). Assim, pode-se optar por apenas uma das técnicas de mensuração para vizualiar e confirmar a redução do desajuste marginal. A escolha entre as técnicas deve ser feita de acordo com o custo e benefício. A mensuração bidimensional, por meio de microscópio óptico de precisão, possui menor custo e tempo para processamento das imagens, comparada à mensuração tridimensional, onde o equipamento de microtomografia de raio-X exige maior custo e tempo para processamento das imagens.

A avaliação de tensão induzida sobre os pilares protéticos, por meio da utilização da técnica de strain gauges, também confirmou a eficiência de ambas as soldagens sobre a redução do desajuste marginal, reduzindo a tensão sobre os pilares protéticos após aplicação de ambas as técnicas de soldagem. Contudo este estudo não teve a finalidade de analisar a intensidade real das tensões, e sim verificar a eficiência de ambas as técnicas de soldagem, quanto a passividade das infraestruturas.

Na avaliação da força de destorque de parafusos protéticos, observamos que com a redução do desajuste marginal houve aumento da força de destorque. Este resultado pode ser comprovado, por meio de alguns estudos em que a força de destorque é influenciada pela adaptação das próteses, contribuindo para maior estabilidade e manutenção dos implantes

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(Burguete et al., 1994; Haack et al., 1995; Millington & Leung, 1995, Spazzin et al, 2010; Farina et al., 2012).

Neste estudo também foi verificado o comportamento dos parafusos protéticos dinamicamente, por meio do desenvolvimento da ciclagem mecânica, onde observou-se instabilidade das infraestruturas, e consequentemente, comprometimento do sistema implantossuportado. Assim, faz-se necessário após um ano de uso da prótese, o desenvolvimento do seu reaperto, ou seja, retorque e/ou troca dos parafusos protéticos.

Sobre os testes eletroquímicos, não foi possível associá-los aos ensaios de fadiga, devido algumas dificuldades em isolar as amostras testadas, para que não houvesse interferência dos metais presentes na máquina de ensaio mecânico, necessários para fixação das amostras. Portanto, foi possível analisar somente as superficies das infraestruras intactas e soldadas, por meio da avaliação do seu comportamento estático, o qual foi mais favorável para as infraestruturas intactas e soldados à LASER.

Somente durante os ensaios de fadiga mecânica foi possível diferenciar ambas as técnicas de soldagem em relação a resistência mecânica, onde estruturas soldadas à TIG foram menos resistentes que as soldadas à LASER, independente da intensidade de carga cíclica aplicada. Isso pode ser justificado, por meio da diferenciação de ambas as técnicas de soldagem, pois quando o metal ou liga de Ti-cp é soldado, há alta probabilidade de desenvolvimento de porosidade e vazios, não só devido à penetração insuficiente de soldagem, mas também devido à incorporação de gás ( Henriques et al., 1997; Nuñez et al., 2011). A consequência desse processo é a formação de defeitos estruturais dentro da zona soldada, que afetam as propriedades mecânicas, como a resistência a fadiga (Henriques et al., 1997; Nuñez-Pantoja et al., 2011). Esta maior longevidade à fadiga das estruturas soldadas à LASER está associada ao tamanho dos poros desenvolvidos, que são menores comparados aos poros presentes nas estruturas soldadas à TIG. A diferença de tamanho de poros pode estar associada as limitações da técnica de soldagem à TIG (Rocha et al., 2006; Nuñez-Pantoja et al., 2011), e também em relação a secção transversal da área soldada, pois durante o procedimento de soldagem à TIG, o eletrodo de tungstênio não atinge a porção central das articulações, especialmente nas secções transversais maiores do que 0,6 mm (Rocha et al., 2006; Nuñez-Pantoja et al., 2011). Por outro lado, na técnica de soldagem à LASER, a penetração do feixe de LASER é limitada a 1,5 mm de profundidade, sendo

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necessária a utilização de metal de preenchimento para otimizar a soldagem, e minimizar o desenvolvimento de poros, vazios e tensões nas estruturas (Roggensack et al., 1993; Zavanelli et al., 2004; Baba et al., 2009).

A análise tridimensional pelo método de elemento finito foi realizada e associada aos ensaios de fadiga para visualização da distribuição de tensão e região de tensão crítica. Esta análise confirmou a região de concentração de tensão que foi localizada nos pontos de tensão crítica, que levaram ao desenvolvimento de fraturas das infraestruturas.

Diante do exposto e das limitações deste estudo, sugere-se a realização de estudos adicionais que introduzam testes corrosivos intrinsicamente associados aos ensaios de fadiga, para avaliar a associação de ambos em relação a resistência à fadiga das estruturas fundidas intactas e soldadas (LASER ou TIG). Posteriormente, comparar o comportamento obtido com as análises realizadas separadamente neste estudo, verificando-se assim, a influência da corrosão nas propriedades mecânicas das estruturas de titânio. Além disso, também deve-se associar o método de elementos finitos, para avaliar as tensões desenvolvidas sobre os parafusos protéticos durante o desenvolvimento da ciclagem mecânica, e associá-las à redução da força de destorque. Finalmente, desenvolver simulações de ciclos mastigatórios em infraestruturas com material de cobertura, no caso a cerâmica, para avaliação da influência do desajuste marginal e comportamento biomecânico.

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Conclusão

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