Através dos experimentos realizados, pode-se observar a resposta no desempenho agronômico das plantas de soja em função da qualidade fisiológica das sementes utilizadas, bem como a variabilidade entre as plantas formadas através de lotes de maior e menor qualidade fisiológica.
No experimento I, buscaram-se avaliar a persistência do efeito da qualidade fisiológica das sementes no crescimento inicial das plantas, componentes do rendimento e na produtividade de grãos, levando em consideração o hábito de crescimento das plantas. Pode-se observar que a utilização de sementes de maior qualidade proporciona efeito positivo no crescimento inicial das plantas comparativamente às sementes de menor qualidade. O desempenho superior das plantas ocorreu, de maneira geral, pelo maior tamanho das plantas formadas o que promoveu vantagem competitiva no aproveitamento dos recursos do ambiente, promovendo maior taxa de crescimento da cultura. Observa-se incrementos de 15% em área foliar até os 40 dias após a emergência, quando são utilizadas sementes de maior qualidade, indicando maior potencial de fotossíntese realizada pelas plantas e consequentemente maior produção de fotoassimilados para o enchimento de grãos.
As plantas de hábito de crescimento indeterminado apresentaram maior crescimento inicial em comparação às plantas de hábito de crescimento determinado, devido à formação de plantas de maior tamanho o que persistiu ao longo do crescimento refletindo em produtividade de grãos. Observou-se ainda que as plantas de soja pertencentes a hábito de crescimento determinado e indeterminado respondem de maneira semelhante ao efeito da qualidade fisiológica das sementes durante todo o ciclo da cultura.
Observou-se que o efeito da qualidade fisiológica das sementes persistiu até o final do ciclo da cultura, com a formação de plantas de maior estatura, mais ramificadas, com maior número de vagens por planta e consequentemente maior número de sementes
formadas. Assim, constatou-se que a utilização de sementes de maior qualidade proporciona incremento de até 12% na produtividade de grãos comparativamente as sementes de menor qualidade.
No ensaio II, buscaram-se avaliar a variabilidade entre plantas de soja em função da qualidade fisiológica das sementes, bem como seu desempenho agronômico durante todo o ciclo da cultura. Pode-se observar que a utilização de sementes de maior qualidade fisiológica proporciona a formação de plantas com maior uniformidade das características de crescimento inicial e diminuição da desuniformidade entre plantas. Isso provavelmente está relacionado aos processos de germinação e emergência que ocorrem de forma mais uniforme em sementes de maior qualidade, em função da maior homogeneidade na qualidade fisiológica das sementes que compõem o lote, o que contribui para tornar mais homogêneas as populações de plantas formadas por sementes de maior qualidade. Observou-se que a variabilidade entre as plantas presente no período inicial do crescimento das plantas persistiu durante todo o desenvolvimento da cultura, manifestando-se também no final do ciclo da soja.
A maior variabilidade entre as plantas formadas a partir de sementes de menor qualidade fisiológica contribuiu para o menor crescimento inicial das plantas. Isso ocorreu provavelmente devido às diferenças na interceptação de radiação fotossinteticamente ativa pelas plantas de menor crescimento, alterando a taxa de crescimento das plantas e diminuindo a concentração de assimilados no enchimento de grãos. A utilização de sementes de maior qualidade fisiológica possibilitou incremento de aproximadamente 15% no rendimento de sementes por planta. Os principais fatores que contribuíram para a obtenção de maior rendimento foram número de vagens, número de sementes por planta e peso de mil sementes.
Portanto, a utilização de sementes de maior qualidade fisiológica favorece a formação de um estande com plantas mais uniformes entre si, e consequente de maior crescimento inicial, a qual persiste até o final do ciclo da cultura, refletindo em maior produtividade de grãos.
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