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a) Objetivo Geral: Investigar como o processo BIM pode contribuir na estimativa de custos de um empreendimento nas fases iniciais de projeto, a fim de comparar com o custo avaliado pelo CUB, com o orçamento executivo e com o custo real da obra.

O objetivo geral do trabalho foi alcançado e foi possível investigar quais as contribuições do processo BIM para a estimativa de custo nas fases iniciais de projeto, em especial, para uma residência unifamiliar localizada no município de Biguaçu/SC.

É possível afirmar que a tecnologia BIM e seus processos ainda se encontram em amadurecimento nos diversos estados brasileiros, sendo que seu processo de implementação ainda esbarra em algumas dificuldades, de forma que seu uso no processo de estimativa de custos nas etapas iniciais do processo de projeto ainda é bastante reduzido.

Por meio dos resultados obtidos na pesquisa, percebe-se que é possível a realização de estimativas de custos nas etapas iniciais de projeto com baixos erros de cálculos associados. Com isso, o uso da metodologia BIM pode contribuir para a os estudos de viabilidade de empreendimentos, especialmente para a estimativa de custo pelas instituições, fornecendo informações qualidade, a um menor tempo e custo. Além disso, a metodologia BIM realiza o agrupamento de todas as informações referentes a edificação e seus custos em um único ambiente, e permite visualizações do projeto volumétrico integrado em um ambiente tridimensional.

Este trabalho apresentou um procedimento para uso do modelo volumétrico BIM através da ferramenta Beck Technology Dprofiler, mas sabe-se que outras ferramentas específicas para orçamentação em BIM poderiam contribuir também com esta etapa e podem ser objeto de estudos futuros.

b) Objetivos específicos:

• Conhecer as ferramentas BIM e suas potencialidades na estimativa de custos nas fases iniciais de projeto

O Quadro 11 foi elaborado de forma a apresentar a principais ferramentas BIM disponíveis atualmente e como cada uma delas pode contribuir para a etapa de estudo de viabilidade e no processo de estimativa de custos. Com este Quadro, percebe-se a diversidade de software disponíveis, que podem individualmente, ou associados entre si, serem utilizados para a estimativa de custos nas etapas iniciais de projeto com o uso do BIM.

A ferramenta BIM com maior destaque na pesquisa foi o Beck Technology Dprofiler, software utilizado na modelagem volumétrica da residência unifamiliar de estudo, bem como na configuração do banco de dados e na geração da estimativa de custos. Dentre as potencialidades oferecidas pela ferramenta encontra-se um menor tempo gasto e consequentemente um menor custo atrelado a etapa de estimativa de custos, a sincronização automática das informações de serviços do modelo com o banco de dados de custo, permitindo com que sejam analisados diferentes cenários e seu impacto no custo direto de construção, uma estimativa de custos gerada para um projeto específico e não com base em um projeto padrão que nem sempre reflete de maneira real o empreendimento que será construído, deixando de contemplar itens envolvidos no processo construtivo que provocam impacto direto no custo final da obra, etc. Entretanto, estas potencialidades do BIM são desconhecidas por grande parte das construtoras e incorporadoras, o que faz com que esse tipo de atividade não seja amplamente utilizado no Brasil.

• Desenvolvimento de um banco de dados de custo e elaboração de um modelo volumétrico

O desenvolvimento de um banco de dados de custo foi bastante importante para a elaboração da estimativa de custos da edificação, já que se notou que o Dprofiler não possuía um banco de dados de custo que atendesse as obras de engenharia brasileiras.

Na elaboração do modelo volumétrico tridimensional da edificação, percebe-se que o modelo BIM carrega importantes parâmetros de área e volume que contribuem para a extração automática dos quantitativos, de forma a tornar o processo menos trabalhoso, mais preciso e mais confiável para o orçamentista. Contudo, o papel do orçamentista no processo continua sendo fundamental ao avaliar os resultados fornecidos de forma automática e, com base nisso, promover as devidas correções quando necessário.

Sugere-se que o Dprofiler poderia permitir a incorporação ao modelo de parâmetros como seção transversal de vigas e pilares, para contribuírem para a etapa de extração automática de quantitativos. Para facilitar e tornar o processo mais preciso, seria interessante que as próprias construtoras e/ou incorporadoras inserissem ou adequassem as composições unitárias de custo às realidades das obras executadas, bem como o preço dos insumos utilizados, para que o custo direto total da estimativa de custo seja o mais representativo possível.

• Obter a estimativa de custos da edificação utilizando o Dprofiler;

A partir da elaboração do banco de dados de custo e do modelo volumétrico, foi possível a realização da estimativa de custos para a edificação estudada. Observou-se uma certa dificuldade na elaboração de um relatório de custos que adequasse as informações extraídas do modelo e os insumos das composições unitárias de custo de forma a classificar os dados com base nos grupos de serviço de obra e permitir a análise comparativa com os gastos reais de obra.

• Comparar as estimativas de custos geradas pelo modelo Dprofiler com o custo real, com o orçamento executivo e com a avaliação do CUB para o caso em estudo

Comparando os resultados de estimativa de custos obtidos por meio da modelagem volumétrica BIM, com o orçamento executivo da obra e com os gastos reais de construção, para cada grupo de serviço de obra, pode-se notar um baixo erro na estimativa de custos quando comparada ao gasto real da obra. Já o orçamento executivo apresentou maiores divergências, acima do proposto pela literatura no Quadro 1. Quando a comparação foi realizada com base no custo direto total do empreendimento, a estimativa de custo gerada pelo Dprofiler e a estimativa gerada pelo CUB apresenta valor de erro de cálculo abaixo da faixa de erro esperada. Já o orçamento executivo tem seus valores de erro de cálculo dentro das faixas de erro esperada. Entretendo aponta-se a grande diferença apresentada pela análise estimativa realizada pelo CUB, quando comparada aos demais métodos avaliados.

Com base nos resultados encontrados na pesquisa, verifica-se que o modelo BIM apresenta resultados de estimativa de custos com erros inferiores ao exposto na literatura. Dessa forma, a inserção da tecnologia BIM mostra-se como uma proposta interessante para a redução da imprecisão nos valores de custos estimados desde as etapas iniciais de processo de projeto, proporcionando decisões mais assertivas dentro das esferas pública e privada, servindo de ferramenta de apoio aos estudos de viabilidade de empreendimentos.

Outro ponto que merece destaque relacionado a estimativa de custos com o uso de ferramentas BIM é a possibilidade da modelagem e quantificação de variadas soluções para um determinado empreendimento, permitindo o teste de materiais ou de sistemas construtivos variados para uma mesma edificação. O uso do CUB como parâmetro de avaliação limita essas possibilidades, já que a análise ocorre a partir do emprego de informações de empreendimentos padrão, logo, caso o empreendimento em estudo não siga o padrão de edificações já construídas, a avaliação de custos pelo metro quadrado, em fases iniciais de projeto, fica comprometida.