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Considerações sobre as práticas de A&M das organizações

4.3 PRÁTICAS DE AVALIAÇÃO & MONITORAMENTO

4.2.6 Considerações sobre as práticas de A&M das organizações

O objetivo desse tópico era observar e analisar como ocorrem as práticas de avaliação e monitoramento das ações de sustentabilidade das organizações pesquisadas, e o levantamento feito até aqui possibilitou que isso fosse feito de forma mais contundente e detalhada.

Conforme maior detalhamento do Anexo 01 no Quadro Síntese, a primeira análise que podemos fazer de forma mais quantitativa, considerando em conjunto os quatro relatórios, é que:

 100% das ações de sustentabilidade apresentadas pelas duas organizações possuem objetivos específicos (em alguns momentos mais em outros menos implícitos, mas sempre de possível dedução);

 100% das ações de sustentabilidade (também das duas organizações), relacionadas a aspectos econômicos demonstraram utilização de indicadores, sinais de monitoramento e avaliação dos resultados e alinhamento com um ou mais dos itens de materialidade estabelecidos;

 100% das ações de sustentabilidade da Fibria que tinham um viés majoritariamente ambiental também demonstraram utilização de indicadores, sinais de monitoramento e avaliação dos resultados e alinhamento com um ou mais dos itens de materialidade estabelecidos;

 93% das ações de sustentabilidade da Vale que tinham um viés majoritariamente ambiental também demonstraram utilização de indicadores, sinais de monitoramento e avaliação dos resultados. 100% delas possuíam alinhamento com um ou mais dos itens de materialidade estabelecidos;

 93% das ações de sustentabilidade da Fibria que tinham um viés prioritariamente social também demonstraram utilização de indicadores, sinais de monitoramento e avaliação dos resultados. 100% delas possuíam alinhamento com um ou mais dos itens de materialidade estabelecidos. Apenas uma ação apresentou um indicador que possa ser considerado como um marco-zero;

 61% das ações de sustentabilidade da Vale que tinham um viés majoritariamente ambiental também demonstraram utilização de indicadores, sinais de monitoramento e avaliação dos resultados, esse foi o menor percentual registrado. 100% delas possuíam alinhamento com um ou mais dos itens de materialidade estabelecidos;

 No R2012F, a palavra “Avaliação” aparece 18 vezes, enquanto a palavra “Monitoramento” aparece 23 vezes. No R2013F as mesmas palavras aparecem respectivamente 23 vezes e 13.

o Esses números soltos parecem não dizer muito, mas como referencial comparativo a mesma busca para a palavra “sustentabilidade” apareceu 40 (R2012F) e 36 vezes (R2013F). Ou seja, a exploração da palavra-conceito parece ser mais relevante do que a utilização de técnicas de avaliação e monitoramento (assume-se aqui um elevado grau de inferência, sabendo-se que essas palavras podem possuir outros sinônimos que não foram pesquisados).

 No R2012V, a palavra “Avaliação” aparece 38 vezes, enquanto a palavra “Monitoramento” aparece 31 vezes. No R2013F as mesmas palavras aparecem respectivamente 40 vezes e 32.

o A repetição das palavras “avaliação” e “monitoramento” nos relatórios da Vale são consideravelmente maiores, mas seus relatórios também o são. Por isso, fazendo novamente a pesquisa da palavra “sustentabilidade” podemos encontra-la 89 vezes no R2012V e 72 vezes no R2013V. Ou seja, novamente a repetição da palavra-conceito é realizada numa quantidade consideravelmente maior do que palavras que seriam buscadas para análise de impacto e resultados das ações (assume-se aqui um elevado grau de inferência, sabendo-se que essas palavras podem possuir outros sinônimos que não foram pesquisados).

Agora encaminhando para uma análise um pouco menos quantitativa e mais focada no que não foi dito, alguns outros pontos também puderam ser concluídos, ou ao menos inferidos, conforme a metodologia da análise de discurso:

 Na análise realizada foi possível perceber que as duas organizações demonstram-se efetivas quanto à explicação dos objetivos de suas ações, utilização de indicadores, monitoramento e avaliação de resultados e enquadramento dentro de algum item da lista de materialidade. Porém, quanto cada um desses pontos, cabe ressaltar que:

o Os objetivos eram apresentados, porém muitas vezes sem uma contextualização, uma explicação de porque tal ação estava sendo realizada, porque ela era considerada importante e/ou estratégica para a organização e/ou para a sociedade, como e porque ela foi criada (ou mantida);

o Apesar de todas as ações poderem ser relacionadas com algum item da lista de materialidade definido pelas organizações, há que se ressaltar que, por vezes, os itens definidos eram amplos e vastos, o que facilitava essa conexão;

o Praticamente nenhuma ação social apresentou marco zero. Nenhuma organização é obrigada a seguir essa metodologia, porém além de internacionalmente conhecida e amplamente utilizada na área social, ela viabiliza a comparação de indicadores através de uma série histórica, permitindo a avaliação do impacto e dos resultados de uma

determinada ação, em uma determinada área/público em um certo período de tempo;

o As práticas de monitoramento e avaliação tiveram sua existência, quase em sua totalidade, consideradas somente pelo fato de existir um indicador, porém, nem sempre foram encontradas ferramentas, processos e explicações que demonstrassem como determinada prática tinha seus resultados sendo monitorados e avaliados;

o Foram considerados qualquer tipo de indicador (quantitativo ou qualitativo) que de alguma forma permitisse o monitoramento e a avaliação dos resultados, porém, em diversos casos, esses indicadores: não apresentavam séries históricas, não especificavam como era sua forma de cálculo e, principalmente, não eram comparados com indicadores de outras empresas do mesmo setor ou nem mesmo com indicadores de outras indústrias.

 Quanto ao último ponto citado anteriormente, em relação a comparabilidade dos indicadores, cabe destacar que nos dois relatórios da Fibria a palavra “comparação” ou “comparativo” surgiram 11 vezes (5 vezes no R2012F e 6 vezes R2013F). Enquanto nos relatórios da Vale usam esses termos também 11 vezes (4 vezes no R2012F 7 vezes no R2013F).

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