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Este capítulo consolida através de seis perspectiva modelares a compreensão dos proces- sos de movimentação da busca agenciados pelas heurísticas no espaço de soluções. As perspec- tiva foram construídas como formas de entender o que está oculto em nosso tempo de trabalho – como extensões de nosso meio de pesquisa e operação – pois todo artefato que se constrói é uma extensão que modifica nosso ambiente e a nossa própria percepção sobre o objeto de estudo. De forma sintética, as perspectivas podem ser entendidas como:

• Navegabilidade – continuidade observável da busca, numa relação de grau, onde se esta- belecem maiores ou menores níveis de trajetória;

• Completude – intensificação e diversificação como formas de exploração, determinando assim a verificação completa ou não do espaço de soluções;

• Gênese – características de construção e perturbação para a criação da solução;

• Universalidade – delimitando o tamanho do conjunto de soluções envolvidas no processo; • Persistência – presença direta e/ou indireta de estruturas de memória, exercendo os papéis

de recência/frequência e qualidade/influência.

• Contiguidade – estabelece relações de movimentos e fluxos, circulação e conectividade do espaço de busca por meio das estruturas de vizinhança;

• Aptidão – como as avaliações de quantidade e/ou qualidade influem na busca, seja pela ordenação ou escolha de novas soluções.

Finaliza-se este capítulo com a última perspectiva, referente à Aptidão. Considera-se essa a última, no sentido de algo encontrado, pois neste processo de conectar pontos não se pode definir os limites desse desenho investigativo que se constitui na tese. Sua importância advém de modo que o mais importante é conseguir delinear uma imagem deste espaço, mostrando seus modos de comportamento e de que forma eles nos ajudam a pensar o nosso objeto principal da tese.

À medida que as perspectivas evoluíram durante a pesquisa, se desprendendo e se reco- nectando ao mesmo tempo, especialmente quando se deixa as técnicas heurísticas e embrenha- se em meio às linhas de tensionamento que se constituíram através de seus mecanismos, chega- se a um ponto de análise profundo o suficiente para se observar como o processo de modificação de soluções emprega movimentos de espalhamento no espaço de busca. Esta constituição do movimento e da ocupação, embora preservem ou até mesmo definam as naturezas da busca, leva-nos ao encontro de uma grande quantidade de formadores de paisagens de aptidão.

Seria ingênuo pensar que qualquer passo dado, indiferente de direção não promova quaisquer modificações, e pensar que esses órgãos estruturais permanecem neutros à espera de nossas instruções sem modificar seu espaço. Essas extensões operam uma mudança no meio e na forma como realizamos quaisquer buscas no espaço de soluções.

Considerando este cenário, a revisão destes conceitos apontou que a representação dos mecanismos moventes no espaço constitui em um viés analítico desafiador para a compreensão das meta-heurísticas apresentadas no capítulo seguinte. Nessa perspectiva, o emprego desta abordagem epistêmica se destaca como uma estratégia, a qual busca compreender as diferentes perspectivas que compõem as meta-heurísticas a fim de identificar comportamentos em comum.

3 MECANISMOS HEURÍSTICOS

Este capítulo fornece uma visão sobre as áreas de trabalho estudadas na tese. Existem duas principais áreas relevantes que são as meta-heurísticas e as hiper-heurísticas. A primeira área diz respeito às meta-heurísticas analisadas na intenção de fornecer ao leitor uma compre- ensão acerca dos métodos utilizados no decorrer da pesquisa, e não detalhar o funcionamento particular de cada uma das técnicas empregadas na construção do texto.

O capítulo perfaz um conjunto de 8 técnicas que contemplam a gama de características das famílias de meta-heurísticas, divididas em algoritmos estocásticos, evolutivos, físicos e enxames. Essa delimitação do corpus de análise não foi projetada de maneira a inserir cada uma das técnicas no propósito do trabalho. Pelo contrário, como um trabalho exploratório, foi- se imergindo sobre os devires das técnicas que se fazem presentes no capítulo. Este processo de identificação é unido no Capítulo 4 no projeto dos autômatos de cada meta-heurística e consequentemente das expressões regulares que as definem.

A segunda área de trabalho contempla as hiper-heurísticas, que são definidas como heu- rísticas que buscam heurísticas no metaespaço, em vez do espaço de soluções diretamente. As hiper-heurísticas podem ser classificadas em dois tipos principais. O primeiro corresponde aos métodos construtivos, que criam heurísticas a partir de conjuntos de potenciais componentes. O segundo tipo seleciona uma heurística, ou sequência, de um conjunto pré-definido.

A contribuição deste capítulo é mostrar as possibilidades de construções hiper-heurísticas guiadas pelas concepções levantadas no Capítulo 2 sobre as perspectivas modelares que con- duzem a busca. O objetivo deste capítulo é colocar esta contribuição em contexto e fornecer informações sobre outras abordagens, demonstrando os avanços na área e conduzindo os desen- volvimentos que estão condensados no Capítulo 4, por meio do modelo proposto.

Vendo os mecanismos heurísticos enquanto movimento, a ação em torno de sua carac- terização é de tentar autenticar o seu processo constitutivo por meio da apreensão das meta- heurísticas, já que seu modus operandi revela-se também por meio de seu funcionamento. Para a realização desse processo de reconhecimento, fez-se uso de uma estratégia que norteia a cons- trução desse capítulo e ajuda a compor a proposta metodológica da tese, o delinear das conste- lações – perspectivas modelares. A provocação é que, ao acionar essa visão, se crie um desenho investigativo que busque pensar as meta-heurísticas enquanto fundamento, e não apenas como experiências, permitindo ver assim sua multiplicidade enquanto proposta científica.