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A partir da metodologia descrita no capítulo anterior e do aprimoramento dos dados proporcionados pelos estudos piloto, foi iniciada a fase de aplicação, análise e interpretação dos dados do experimento, como pode ser observado na figura 24. Vale destacar que foram realizadas algumas mudanças nas aplicações em relação à metodologia prevista no capítulo 4 de acordo com as condições existentes, por se tratar de um experimento utilizando de uma metodologia qualitativa, em um cenário não controlado, onde é comum ocorrer alterações no método devido ao contexto e a subjetividade de cada pessoa (MERRIAM, 2009, p. 222).

Assim, o presente capítulo pretende apresentar, nos tópicos a seguir, as condições do experimento, aplicação, compilação e análise e interpretação dos dados, além de descrever os principais resultados gerados.

5.1 CONDIÇÕES DE FALSEAMENTO

Os experimentos foram aplicados, utilizando a metodologia descrita no capítulo anterior, nas instituições Cesar School, com turmas fechadas de graduação e pós- graduação, e na UFPE com alunos de pós-graduação que foram selecionados através de um formulário enviado por e-mail.

Todos os dados foram armazenados e os áudios e vídeos da aplicação foram transcritos, descritos, codificados e analisados (figura 24).

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Figura 24. Detalhamento do experimento realizado Fonte: Elaborado pela autora

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Cenário da aplicação

A coleta dos dados do experimento foi realizada em diferentes condições de ambiente, de acordo com a estrutura oferecida pelo local. Enquanto no Cesar School, houve uma melhor estrutura com salas climatizadas com mesas circulares e grupos que já trabalhavam em conjunto, na UFPE, apesar o ambiente contrário com sala climatizada, foram necessárias algumas improvisações devido a estrutura limitada da universidade. Dessa forma, a aplicação, na UFPE, foi realizada em uma sala do Centro de Artes e Comunicação (CAC), como o uso de uma caixa de som, além do uso do computador como tela de projeção, por não haver projetor disponível no momento da aplicação.

Participantes

Os participantes eram alunos do curso de Design, do início e do meio da graduação (41 alunos), além de alunos de pós-graduação da UFPE (Mestrado e doutorado) e do Cesar (Mestrado) (24 alunos, sendo 6 da UFPE e 18 do Cesar School). Como explicado anteriormente, o experimento consistiu em workshops aplicados no Cesar

School e na UFPE, para alunos de graduação e pós-graduação.

Em relação ao recrutamento desses participantes, para a aplicação do experimento no Cesar School, a pesquisadora entrou em contato com a coordenadora que disponibilizou duas turmas de graduação e uma turma de pós-graduação para a aplicação do workshop. As turmas de graduação eram compostas de vinte e quatro alunos, cada turma, sendo que participaram dezenove alunos do início da graduação e vinte alunos do meio da graduação participaram do workshop.

Para a aplicação do workshop na UFPE, a pesquisadora divulgou o workshop online para inscrição, com data e hora agendadas, através de e-mail um formulário de inscrição criado no Google documentos. Nove alunos de pós-graduação se cadastraram no formulário e, destes, seis pessoas compareceram ao workshop. Vale destacar que, durante a aplicação no Cesar School, devido ao número maior de pessoas do que o limite inicial de 12 participantes, foi necessária uma pequena adaptação, com a pesquisadora precisando de mais atenção para auxiliar todos participantes. No entanto, apesar de esse aumento inicialmente dificultar a gravação do áudio para a transcrição, não houve problemas que prejudicaram a aplicação.

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5.2 APLICAÇÃO DO EXPERIMENTO

Os workshops aplicados com alunos de graduação, foram executados em dois dias, pela manhã, devido ao tempo cedido pelo Cesar School ser, para alunos de graduação, de no máximo 1h30 min por dia.

Para os alunos de pós-graduação, tanto no Cesar School quanto na UFPE, os experimentos foram aplicados em um dia e duraram 3h, sendo realizados na UFPE durante a manhã e no Cesar School a tarde.

Deve-se destacar que houve uma variação no quantitativo de participantes do experimento devido ao workshop para os alunos de graduação ser realizado em dois dias. Uma pequena quantidade de alunos de início de graduação e do meio da graduação faltou tanto no primeiro quanto no segundo dia.

Em relação a escolha do tema, apesar de serem sugeridos três para aplicação das técnicas, os temas escolhidos pelos participantes foram os mesmos para as mesmas técnicas em todos os quatro workshops aplicados.

A divisão dos participantes do experimento em grupos foi determinada através de uma organização no sentido de montar equipes por afinidade entre os participantes. No

Cesar School, os alunos já participam de projetos em grupos pré-definidos desde o

início do curso o que facilitou a interação entre os participantes.

Para os workshops realizados com alunos de graduação, os participantes se dividiram em grupos de 4 a 7 pessoas para a aplicação da técnica Focus Group e de 3 a 4 pessoas para a aplicação da técnica Entrevista Situada.

Nos workshops realizados com alunos de pós-graduação, os participantes se dividiram em grupos de seis pessoas para a aplicação da técnica Focus Group e de 3 a quatro pessoas para a aplicação da técnica Entrevista Situada.

Em todos os workshops, houve um momento de no máximo quinze minutos para lanche que variou, sendo realizado para alunos de graduação antes da aplicação da técnica, quando essa aplicação estava marcada para início às 10h30 e após a aplicação quando esta estava marcada para início às 8h45.

Tanto nos grupos de pós-graduação quanto nos grupos que estavam no meio da graduação, havia participantes que possuíam alguma experiência prévia, mesmo que pequena, com técnicas de entrevista e/ou observação. Em relação aos participantes

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do início da graduação, apenas algumas pessoas (no máximo três) possuíam experiência com técnicas entrevistas e observação.

Foi solicitado também para os participantes a gravação do áudio do workshop, além de fotos para documentação da pesquisa. Foi informado também que todos os dados coletados seriam utilizados exclusivamente para fins de pesquisa sobre a aplicação da técnica.

No início do workshop também foi entregue para cada aluno o termo de consentimento para participação na pesquisa (TCLE), contendo as informações sobre a pesquisa, os riscos e os benefícios para os participantes. A pesquisadora explicou o termo, entregou para a assinatura dos participantes e informou que no caso de quaisquer dúvidas, eles poderiam perguntar ou entrar em contato. Foi informado também que, caso eles não desejassem a gravação dos dados, eles poderiam pausar no momento por eles desejado.

Além dos áudios e fotos coletados, foi também utilizado para fins de documentação e análise a os vídeos da entrevista gravados e cedidos pelos participantes, a gravação do áudio e o texto que eles criaram sobre a percepção geral dos participantes sobre as técnicas, além da avaliação individual dos participantes das técnicas através de um questionário utilizando a escala Likert aliado a perguntas abertas.

Ao final do workshop, foi solicitado para os participantes que cada grupo escrevesse ou enviasse por áudio utilizando e-mail ou WhatsApp pequenos textos falando sobre a percepção de cada grupo em relação à aplicação de cada técnica e qual a diferença que eles poderiam descrever entre as duas técnicas. Essa pequena tarefa foi solicitada em todos os workshops, exceto o workshop da UFPE, devido a grande participação dos alunos ter acarretado na necessidade de se estender o workshop por mais quinze minutos além das 3h planejadas inicialmente. Dessa forma, não houve tempo hábil para que os participantes elaborassem o texto em sala.

5.3 COMPILAÇÃO DOS DADOS

Para a documentação dos dados a metodologia do experimento previa que os dados da apresentação, aplicação e discussão e percepção dos participantes de cada técnica mais o momento final fossem transcritos e codificados para posterior análise.

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Acontece que, durante a documentação do presente experimento, foram percebidos dados de observação da pesquisadora que seriam importantes para a análise do experimento em si, além de momentos transcritos que precisaram ser omitidos em sua descrição real, pois poderiam expor dados.

Isso levou à conclusão de que somente a transcrição dos dados poderia não ser suficiente, visto que, por questões éticas, seria necessário omitir dados relevantes para a confiabilidade da pesquisa. Assim, houve a necessidade de que, além das transcrições, cada experimento fosse também descrito.

Nos tópicos a seguir, serão detalhadas as etapas de transcrição, descrição e codificação dos dados, cuja síntese pode ser visualizada na figura 25.

Figura 25. Etapas da compilação dos dados. Fonte: Elaborado pela autora

Transcrição

Devido a grande quantidade de textos verbais e não verbais, a transcrição dos dados foi realizada utilizando o leitor de voz do Google Docs® e salva em computador pessoal.

Na transcrição, foram omitidas algumas informações que pudessem identificar os participantes, além do nome dos mesmos, dados que não estivessem condizentes

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com a aplicação da técnica (ex. momento que os participantes acabam a aplicação sem avisar à pesquisadora e começam a falar de assuntos que não se relacionam com o workshop) e partes não relevantes na análise da aplicação da técnica.

Houve também momentos em que os participantes falaram ao mesmo tempo ou havia um certo ruído no local, que impossibilitaram a transcrição, devido a não compreensão do áudio.

Descrição das aplicações

Para MERIAM (2009), um dos pontos que o rigor em uma pesquisa qualitativa deriva são a triangulação dos dados, a interpretação das percepções e a rica e espessa descrição. Além disso, a autora fala que a escolha de uma metodologia qualitativa pressupõe uma certa visão que, por sua vez, desafia a forma como um pesquisador seleciona uma amostra, coleta dados, analisa dados e aborda questões de validade, confiabilidade e ética.

Assim, de forma a não diminuir a validade e confiabilidade da pesquisa, além de triangular dados de observações da pesquisadora com evidências reais dos participantes, entendendo também aspectos éticos, relacionados ao fato aplicação da técnica levar a exposição de dados do dia a dia das pessoas, que dependendo do contexto, não devem ser apresentados, nem divulgados, os dados foram apresentados através de descrições das aplicações.

Nessas descrições são utilizadas narrativas que incluem observações da pesquisadora e grande parte das transcrições, omitindo aquelas que podem conter informações pessoais do participante, quando esta é importante para a pesquisa, mas, por questões éticas, não deveriam ser transcritas na forma literal. Vale destacar que essas narrativas seguem o mesmo processo utilizados para as transcrições, sendo assim divididas em quatro momentos, como pode ser visualizado na figura 26:

• o primeiro relacionado a explicação da pesquisadora, dúvidas dos

participantes, a simulação das técnicas e a escolha do tema, de forma a

entender como foi explicada cada técnica;

• o segundo traz a aplicação das técnicas em si, descrevendo a forma que cada grupo aplicou o Focus Group e a Entrevista Situada; e

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• o terceiro momento traz a percepção dos participantes sobre as técnicas e sobre as diferenças entre as duas técnicas;

• O quarto momento, denominado momento final, apresenta a percepção dos participantes.

Cada descrição pode também ser observada e analisada no Apêndice C.

Figura 26. Etapas da compilação dos dados. Fonte: Elaborado pela autora

Codificação dos dados

Os dados foram agrupados por Workshop e analisados utilizando o software MaxQDA®. Nesse software, foram codificadas as principais sequências e ocorrências de cada workshop. Esses dados foram então catalogados e codificados junto aos padrões encontrados na pesquisa que foram agrupados em subtemas e posteriormente grandes-temas que seriam analisados e interpretados, na fase seguinte. A figura 27, apresenta um exemplo dos códigos gerados para os grande- temas e subtemas:

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Figura 27. Relação de grande-temas e subtemas codificados Fonte: Elaborado pela autora

5.4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

A primeira fase da análise foi realizada a partir dos dados documentados, utilizando o método de análise de conteúdo, segundo a metodologia prevista.

Entretanto, a segunda fase da análise, que contemplaria a análise dos questionários individuais respondidos pelos alunos na quarta etapa do experimento (Figura 27) com a finalidade de confirmar ou refutar algumas hipóteses, não pode ser realizada. O que aconteceu foi que o fato de a pesquisadora ter enviado o questionário por email, após a aplicação da prática, trouxe poucas respostas na primeira semana de aplicação. E, mesmo com a pesquisadora solicitando aos participantes que

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respondessem, a quantidade e a qualidade das respostas foram afetadas, pois muitos participantes não responderam, além de alguns só responderem um mês após o workshop.

Dessa forma, concluiu-se que a análise desses dados caracterizaria um viés da percepção dos alunos em relação às técnicas, pois, além de não haver uma amostra significativa (27 de 66 pessoas), muitos participantes podem não se lembrar de dados da aplicação, ao respondê-las depois de um mês.

Assim, para o processo de análise dos dados do presente trabalho, foi utilizada somente Análise de Conteúdo (figura 28), cujo processo aplicado será detalhado a seguir.

Figura 28. Exclusão da segunda etapa de análise no experimento Fonte: Elaborado pela autora

Análise de conteúdo

A análise de conteúdo realizada no presente trabalho foi aplicada a partir dos códigos, descrições e dados referentes à aplicação dos workshops, procurando identificar os principais momentos existentes nas aplicações, os temas que apareceram, o contexto de aplicação e as coocorrências.

Durante a análise sequencial, realizada a partir das descrições de cada workshop, junto a codificação, como pode ser visualizado na figura 29, foram também observados o processo de preparação para a prática, tipos de perguntas, assuntos discutidos, interação entre os participantes, percalços do moderador/entrevistador, além de alguns pontos principais que ocorreram.

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A análise da enunciação foi aplicada observando o discurso dos participantes, observando o que e como eles falavam, além da forma com que o corpo, através de gestos e expressões, expressava o momento verbalizado. Para isso, foram utilizados os dados transcritos que foram codificados e categorizados por temas e as descrições dos textos e vídeos cada workshop, como pode ser observado no Apêndice A.

Na análise temática, a mais extensa das quatro análises realizadas devido a quantidade de informações geradas, os dados das transcrições foram codificados, observando também as descrições de cada workshop, categorizados e agrupados em temas-chave a partir dos pontos contingentes.

Já a análise das relações procurou relacionar e interpretar os temas gerados junto às ocorrências, dados da percepção dos participantes e informações geradas pela análise sequencial e análise da enunciação, gerando também hipóteses do que seriam recomendações para aplicações das técnicas.

Figura 29. Detalhamento da análise de conteúdo utilizada no experimento Fonte: Elaborado pela autora

5.5 DISCUSSÃO PRELIMINAR DOS RESULTADOS DO EXPERIMENTO

Este tópico pretende apresentar uma discussão preliminar com os principais resultados e acontecimentos encontrados em cada workshop de Focus Group e Entrevista Situada (Figura 30). Os dados brutos dos workshops podem ser visualizados no Apêndice D e E.

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Figura 30. Registros dos workshops realizados Fonte: fotos tiradas pela pesquisadora

Workshop 1 - Focus Group

A aplicação foi realizada com uma turma de 24 participantes do segundo período de Design do Cesar School, sendo que destes, para o Focus Group, 22 estiveram presentes.

Os participantes demonstraram-se interessados na técnica e em a aplicar. Alguns já haviam utilizado técnicas qualitativas no design de projetos pessoais ou da faculdade. Eles também foram bem participativos, exceto por um que não acompanhou a explicação e só começou a participar no meio da aplicação.

Apesar do ruído e do clima descontraído a aplicação fluiu de forma esperada, com a maioria das pessoas participando. Valem destacar algumas respostas aprofundadas dos participantes que descreviam o processo de como acontecia o deslocamento, além de alguns dados gerados que podem ser caracterizados como dados específicos de um trajeto, ou de um participante, dados aprofundados descrevendo um processo e a percepção pessoal do participante sobre determinado acontecimento, como pode ser visualizado no Apêndice D.

Deve-se enfatizar também o papel da empatia como contribuição para o diálogo entre as pessoas, pois elas já se conheciam. Isso foi inclusive enfatizado por um participante que disse que o fato de conhecer as pessoas o ajudou a se sentir à vontade.

Outro fator recorrente desde os estudos pilotos foi a necessidade de em determinados momentos da aplicação os participantes terem alguma dúvida e se dirigirem a pesquisadora.

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• Detalhamento workshop 1 - Focus Group

Se analisarmos o primeiro workshop através de uma compreensão da sequência da forma que foi aplicado o Focus Group, pode-se dizer que cada prática fluiu de forma característica, apresentando também uma certa convergência entre diversos aspectos. Essa convergência se deu por três momentos característicos:

• o primeiro denominado de pré-aplicação, caracterizado pelo planejamento, definindo quem será o moderador e validando o tema;

• o segundo aplicação, se dividiu em:

o Relatos, nos quais o moderador realizava as perguntas e ou cada participante respondia, ou o moderador convidava os participantes a falar seu depoimento. Essa aplicação foi caracterizada pelas perguntas utilizadas pelo moderador, sendo essas perguntas abertas (Focus Group 1,2, 3 e 4), perguntas ou comentários de aprofundamento (Focus Group 2, 3 e 4), de sentimento (Focus Group 3 e 4), além da necessidade de ele em alguns momentos de chamar determinados participantes para a conversa (Focus Group 2 e 3). Nesse momento também ocorreu alguma interação rápida entre os participantes, através de comentários ou identificação com o que eles falavam.

o Interação que aconteceu do meio para o final das três aplicações (Focus

Group 2, 3 e 4), quando a maioria dos participantes já haviam falado seu

relato. Essa interação (Focus Group 1, 2 e 3) foi caracterizada na aplicação 4 por uma fuga ao tema. Nessa interação também houve a construção de um conhecimento colaborativo a partir dos pontos convergentes e divergentes dos participantes.

• o terceiro denominado pós-aplicação, mas que ainda abrange a aplicação do

Focus Group em si, que é o momento onde os participantes interagem

comentando sobre assuntos ou tópicos relacionados a aplicação Focus Grous 3.

Workshop 1 - Entrevista Situada

A aplicação da técnica Entrevista Situada foi marcada por ruídos externos, o que inviabilizou a transcrição de alguns momentos. Mesmo assim, os participantes

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demonstraram-se participativos. Vale ressaltar que, devido a aplicação ser realizada às 8h45, alguns participantes aparentavam estar sonolentos e dispersos. Alguns grupos também demoraram a iniciar a entrevista.

As equipes foram formadas por afinidade em seis grupos, sendo três ou quatro pessoas. De todos os participantes, três pessoas não aplicaram a técnica e um grupo decidiu não filmar e gravou um áudio com duas entrevistas. Alguns também aplicaram a técnica com pouca seriedade e naturalidade.

Existiu uma variação em relação às respostas aprofundadas, superficiais ou objetivas dos participantes que descreviam o processo de como acontecia o deslocamento, além de alguns dados gerados que podem ser caracterizados como dados específicos de um trajeto, ou de um participante, dados aprofundados descrevendo um processo e a percepção pessoal do participante sobre determinado acontecimento.

Deve-se destacar que alguns participantes apresentaram dificuldade para filmar, inclusive improvisando o celular em cima da mesa. Algumas entrevistas foram aplicadas com apenas um entrevistador e, em outras, houve a participação de um segundo.

Vale ressaltar também que alguns vídeos demonstraram os participantes se contendo para não rir em determinados momentos da entrevista, além de algumas respostas como se a pessoa já soubesse do momento de almoço da outra pessoa. Esses participantes pareciam ter uma amizade ou um contato maior além dos projetos da faculdade e os entrevistados dessas aplicações não aprofundaram tanto os seus relatos.

Deve-se entender também que a entrevista situada, mesmo com a simulação e a diferenciação dos conceitos foi entendida pelos participantes como uma entrevista etnográfica. Essa compreensão foi verificada pelo fato de não haver a solicitação pelos entrevistadores nem a simulação de algum acontecimento pelos participantes. Além disso, os dados variaram em relação a profundidade da descrição, serem específicos, além de desconhecidos ou não.

• Detalhamento Workshop 1 - Entrevista Situada

Observando através da compreensão da sequência que foram aplicadas as Entrevistas, pode-se dizer que cada prática fluiu de forma característica, e em alguns

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aspectos apresentou uma certa convergência. Essa convergência aconteceu, diferentemente do Focus Group, por dois momentos característicos: pré-aplicação e aplicação serão abaixo elencadas descritas, de forma a seguir as sequências padrão:

• Pré-Aplicação, caracterizada por:

o Planejamento, no qual os participantes organizaram a forma de filmar; e o Empatia, na qual ocorreu o cumprimento entre os participantes

(Entrevistas 1,3 e 6).

• Aplicação, caracterizada pelas perguntas utilizadas pelo entrevistador, sendo essas a pergunta inicial (todas as entrevistas), perguntas ou comentários de aprofundamento (Entrevistas 1, 4 e 5), perguntas objetivas (Entrevistas 4 e 5), perguntas sobre os detalhes falados pelos participantes (entrevistas 3 e 6), de sentimento ( Entrevistas 2, 4, 5 e 6), pelas respostas dos participantes variando na objetividade ou subjetividade do relato (entrevistas 4 e 5), além do clima

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