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Considerações sobre a Política Nacional de Educação Especial na

2. POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA

2.3 Considerações sobre a Política Nacional de Educação Especial na

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva7 (2008) é um Documento elaborado para orientar os sistemas de ensino e constituir políticas públicas promotoras de uma educação de qualidade para todos os alunos. Ele apresenta uma relação de marcos históricos e normativos que servem para realizar um resgate histórico do processo da educação especial no Brasil e do processo de inclusão dos alunos deficientes, com TGD’s e superdotação nas escolas regulares. A Política apresenta também, um diagnóstico da educação especial brasileira, através de dados do Censo Escolar, relatando um aumento das matriculas dos alunos público-alvo da educação especial nas escolas regulares nos últimos anos.

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva possui como objetivo garantir o acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas escolas regulares,

6 A Declaração de Salamanca foi um documento elaborado durante a Conferência Mundial de Educação Especial, realizada em Salamanca, na Espanha, no ano de 1994. A Declaração aborda princípios, políticas e práticas para atender os sujeitos com necessidades especiais, e desde a sua elaboração, há um comprometimento das nações para que a educação das pessoas com necessidades especiais se desenvolva no sistema de ensino regular. A Declaração é considerada até hoje um dos principais documentos orientadores da educação especial e inclusiva.

7 Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Disponível em: http://portal.mec.gov.br

orientando os sistemas de ensino a promoverem respostas às necessidades educacionais destes alunos.

Através desse objetivo, as escolas devem garantir aos alunos:

[...] transversalidade da educação especial desde a educação infantil até a educação superior; atendimento educacional especializado; continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino; formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais profissionais da educação para a inclusão escolar; participação da família e da comunidade; acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos mobiliários e equipamentos, nos transportes, na comunicação e informação; e articulação intersetorial na implementação das políticas públicas. (BRASIL, 2008, p. 8)

A Política aborda que através da perspectiva inclusiva a educação especial passou a integrar a mesma proposta pedagógica da escola regular, porém, promovendo ao mesmo tempo, o atendimento educacional especializado. Isso contribuiu para que os alunos recebessem uma terminologia mais específica às suas necessidades (nomenclatura atual). A Política ressalta que em alguns casos específicos, a educação especial deve atuar de forma articulada com o ensino comum.

Consta na Política em análise, que estudos mais recentes acerca da educação especial enfatizam que as definições e classificações devem ser seguidamente contextualizadas, visto que não podem se esgotar nas categorizações pré-estabelecidas como deficiência, transtorno e distúrbio. As pessoas se modificam continuamente, portanto, um constante estudo acerca das peculiaridades e conceitos relacionados à educação especial.

As Diretrizes da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva apontam que o AEE possui como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que facilitem a participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. Segundo a Política, as atividades desenvolvidas nas escolas especializadas são diferentes das realizadas na escola comum, não podendo ser substituídas à escolarização. O atendimento especializado complementa a formação dos alunos com objetivo que eles tenham autonomia e independência na escola e fora dela.

As atividades elaboradas nas escolas e instituições especiais recebem programas de enriquecimento curricular, ensino de linguagens e códigos específicos para suas necessidades. Segundo a Política, durante todo o

período do processo de atendimento ao aluno especial, deve haver articulação entre o ensino especializado e o ensino comum.

Com relação ao início do acesso à educação, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) expressa que: O acesso à educação tem início na educação infantil, na qual se desenvolvem as bases necessárias para a construção do conhecimento e desenvolvimento global do aluno. Nessa etapa, o lúdico, o acesso às formas diferenciadas de comunicação, a riqueza de estímulos nos aspectos físicos, emocionais, cognitivos, psicomotores e sociais e a convivência com as diferenças favorecem as relações interpessoais, o respeito e a valorização da criança. (BRASIL, 2007, p. 10)

Portanto, em todas as etapas da educação básica, o atendimento educacional especializado é organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos, constituindo questão obrigatória dos sistemas de ensino.

A educação de jovens e adultos visa aumentar as possibilidades de escolarização, preparar para o mundo do trabalho e para a inserção e participação na sociedade. E a educação para os alunos do curso superior, a educação especial se efetiva por meio de ações que promovam o acesso, a permanência e a participação dos alunos.

Segundo a Política, o ensino dos alunos surdos é ofertado tanto na modalidade oral e escrita, quanto na de sinais. O AEE para os alunos com deficiência auditiva e visual é realizado mediante a atuação de profissionais com conhecimentos específicos no ensino da Língua Brasileira de Sinais, da Língua Portuguesa na modalidade escrita como segunda língua, do sistema Braille, da comunicação alternativa, do desenvolvimento dos processos mentais superiores, da construção de materiais didáticos e pedagógicos, entre outros.

Ao organizar a educação especial na perspectiva da educação inclusiva, cabe aos sistemas de ensino disponibilizar as funções de instrutor, tradutor/intérprete de Libras e guia-intérprete, bem como de monitor dos alunos que necessitam de apoio nas atividades de higiene, alimentação, locomoção, entre outras que exijam auxílio constante no cotidiano escolar. E quanto aos professores que atuam na educação especial, estes devem ter como base da sua formação inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e conhecimentos específicos da área. Conforme a Política (2008),

Para assegurar a intersetorialidade na implementação das políticas públicas a formação deve contemplar conhecimentos de gestão de sistema educacional inclusivo, tendo em vista o desenvolvimento de projetos em parceria com outras áreas, visando à acessibilidade arquitetônica, aos atendimentos de saúde, à promoção de ações de sistema social, trabalho e justiça. (BRASIL, 2008, p. 12)

Por fim, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva afirma que é de responsabilidade dos sistemas de ensino organizar as condições de acesso aos espaços, aos recursos pedagógicos e à comunicação que favoreçam a promoção da aprendizagem e a valorização das diferenças, de forma a atender a demanda de necessidades educacionais de todos os alunos.

2.4 Considerações sobre a Resolução nº 4 do Conselho Nacional de