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Para o presente estudo, considera-se ciclo de gestão de políticas públicas o processo de formulação (elaboração), implementação (execução), monitoramento,

No documento MESTRADO EM DIREITO SÃO PAULO 2011 (páginas 119-130)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

29. Para o presente estudo, considera-se ciclo de gestão de políticas públicas o processo de formulação (elaboração), implementação (execução), monitoramento,

avaliação e revisão de programas governamentais, desenvolvidos no âmbito da Administração Pública Federal, voltados à efetivação dos direitos fundamentais e ao desenvolvimento do país.

30. Apesar de não previsto expressamente em capítulo próprio de forma sistematizada, e ainda que não esteja devidamente caracterizada no marco tradicional de divisão das funções estatais, da interpretação sistemática da Constituição é possível extrair o conjunto de normas (regras e princípios) que dão sustentação e regulam as políticas públicas no âmbito da Administração Pública Federal, orientado para a realização dos objetivos do Estado brasileiro.

31. A partir do entendimento da relação intrínseca entre a política, o direito e a gestão pública é que se dá a compreensão do Estado capaz de enfrentar os desafios na garantia dos direitos fundamentais e do desenvolvimento do país. É nesse sentido que se concebe o ciclo de gestão de políticas públicas, com caráter jurídico, político e gerencial (administrativo).

32. Embora localizado espacialmente no título sobre a ordem econômica e financeira – já que à função planejadora ainda não foi conferido o devido espaço na lei maior pelo legislador constituinte –, entende-se que a Constituição de 1988 prescreve o dever do Estado de planejar em todas as suas frentes de atuação, abrangendo a área econômica, de infra-estrutura e social. Este “dever” do Estado de planejar se materializa no ciclo de gestão de políticas públicas.

33. O conjunto de normas constitucionais – abrangendo a competência da União (art. 21, caput e IX); a vinculação aos princípios que regem a administração pública

(art. 37); o controle interno e externo para prestação de contas dos gastos públicos e do atingimento das metas da ação governamental (art. 49, IX e art. 74); a atribuição do Presidente da República (art. 84, XXIII); e o dever de planejar (art. 174) – compõe o marco de sustentação das políticas públicas, orientado para o alcance dos objetivos previstos no art. 3º da Constituição Federal.

34. A partir disso, ao se reconhecer a relação da política pública com a função administrativa (como uma de suas formas de manifestação) decorre a aplicabilidade do regime jurídico administrativo ao ciclo de gestão de políticas públicas. Isso deve ocorrer através da análise da consonância das etapas do ciclo de gestão de políticas públicas aos princípios e regras do regime jurídico administrativo, propiciando o fortalecimento do controle institucional e do controle social das políticas públicas em nosso país.

35. A interface do ciclo de gestão de políticas públicas com o Direito Administrativo, mediante a aplicabilidade do regime jurídico administrativo, contribui para o aperfeiçoamento dos instrumentos de ação do Poder Público, garantindo maior eficácia, eficiência e efetividade à ação governamental e, portanto, na efetivação dos direitos da população.

36. É pela conformação da atuação administrativa a este regime jurídico, imprescindível ao atingimento do interesse público, que se permite verificar a legitimidade da ação do Estado realizador de finalidades coletivas.

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