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CAPÍTULO 3- CONSTITUIÇÃO DO CORPUS

3.3. OS CORPORA NA PRESENTE TESE

3.3.1. A constituição dos corpora

O corpus do projeto é constituído por dois corpora específicos: o primeiro corpus é formado por artigos em língua chinesa e o segundo, por artigos em português, resultantes de traduções a partir do primeiro corpus. Para facilitar a nossa apresentação, decidimos designá-los respetivamente de corpus A e corpus B, os quais constituem um corpus paralelo.

Para o corpus A e o corpus B, os artigos são tirados do jornal “Plataforma Macau”. Trata-se de um jornal de Macau, tal como o seu nome indica. É constituído por artigos bilingues, tendo alguns o português como língua de partida e o chinês como língua de chegada e vice-versa. Neste jornal, alguns artigos são escritos pelos autores nativos de língua portuguesa e outros, de língua chinesa, motivo pelo qual temos de prestar muita atenção aos nomes dos autores quando selecionamos os seus artigos para o nosso corpus.

Além da leitura online na própria página web, o jornal “Plataforma Macau” também dispõe da versão eletrónica (documento (em formato PDF) de cada edição descarregável, gratuitamente, na website do mesmo jornal), o que nos permitiu encontrar os textos desejados e, pelos nomes dos autores, foi-nos possível deduzir a sua naturalidade. Em cada edição são publicados artigos de autores portugueses e chineses, incluindo alguns artigos sem a menção do seu autor. Existem também artigos transcritos de outros jornais, por exemplo, do “China Daily”, os quais dificultam o seu agrupamento no que respeita a língua-fonte ou língua-alvo. Levando tudo isto em consideração, não incluiremos, no presente estudo, os artigos oriundos de outros jornais. Fizemos uma pesquisa exaustiva sobre as edições eletrónicas do mesmo jornal e descobrimos que nem todas as edições podiam ser descarregadas, sendo algumas lidas apenas via Issuu, dado que Issuu é uma plataforma online que permite apenas a leitura online das publicações de diferentes índoles sem descarregamento, pelo que foi impossível tirarmos os artigos dessas edições.

A tabela seguinte pode mostrar-nos informação sobre estas edições24:

24 As edições que faltam na tabela não são disponibilizadas pelo Jornal para a leitura do público. Existem três tipos

de edições: 1) podem ser descarregadas; 2) não podem ser descarregadas, mas podem ser lidas via ISSUU; 3) não disponibilizadas para a leitura do público. Como não temos acesso às edições não descarregáveis nem às edições

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Edição Data

2 Dia 23 de maio de 2014

7 Dia 27 de junho de 2014

66-76 Desde o dia 28 de agosto de 2015 até ao

dia 6 de novembro de 2015

78 Dia 20 de novembro de 2015

80-82 Desde o dia 4 de dezembro de 2015 até ao

dia 18 de dezembro de 2015

86 Dia 29 de janeiro de 2016

88 Dia 19 de fevereiro de 2016

91-96 Desde o dia 11 de março de 2016 até ao

dia 15 de abril de 2016 153-163 (não foi possível tirar os artigos

da edição 156)

Desde o dia 2 de junho de 2017 até ao dia 11 de agosto de 2017

No total 35 edições

Tabela 7: Sobre as edições do jornal “Plataforma Macau”

Autor(a) Número de artigos

陈思贤 (David Chan) 59 少华 (Shao Hua) 8 严玉洁 (Yan Yujie) 1 徐正源 (Xu Zhengyuan) 1 刘诗琪 (Liu Shiqi) 3 贾文山 (Jia Wenshan) 1 党超峰 (Dang Chaofeng) 1 钟声 (Zhong Sheng) 1 陈伟华 (Chen Weihua) 2 杨柳 (Yang Liu) 11

沈联涛/肖耿 (Shen Liantao / Xiao Geng) 5

焦志明 (Jiao Zhiming) 1

林毅夫/王燕 (Lin Yifu / Wang Yan) 1

汪晖 (Wang Hui) 1

não disponibilizadas, consultámos, na página web do próprio Jornal, os nomes dos autores chineses encontrados nas edições descarregadas, com o objetivo de obter mais artigos destes.

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刘兴国 (Liu Xingguo) 1

Em total (número de artigos) 97

Em total (número de caracteres) 106.051 caracteres chineses

Em total (número de palavras) 71.939 palavras portuguesas

Tabela 8: Sobre os autores e o número de artigos

Tomando como exemplo a edição 163, que é a mais recente no começo do nosso estudo (2017, agosto), constatamos que, nesta edição, nove artigos são de autores chineses, entre os quais um é classificado no separador de tema OPINIÃO, seis no de CHINA, um em LOCAL e um em ABERTURA. Selecionámos o primeiro parágrafo de um artigo em OPINIÃO para exemplificar, cujo tema é “Presença militar indiana na fronteira chinesa tem o apoio dos EUA?” e cujo autor é David Chan. O excerto do texto de David Chan aqui apresentado irá ser trabalhado de acordo com as premissas e métodos seguidos para todo o corpus.

Parágrafo de exemplificação: (David Chan, chinês como língua-fonte e português como língua-alvo)

Presença militar indiana na fronteira chinesa tem o apoio dos EUA?

A transgressão do Exército indiano sobre o território chinês e o subsequente confronto com o Exército chinês já duram há mais de um mês. Apesar das tentativas de persuasão e advertências da China, as tropas não mostram intenções de se retirar. Num período de 24 horas entre os dias 3 e 4 de agosto, seis entidades chinesas, nomeadamente o Ministério dos Negócios Estrangeiros, o Ministério da Defesa Nacional, o jornal Diário do Povo, o jornal Diário do Exército de Libertação Popular, a Agência Xinhua e a embaixada da China na Índia emitiram comunicados, referindo de forma aprofundada que estas ações por parte da Índia prejudicam a paz das zonas fronteiriças e violam a soberania da China, afetando também as relações bilaterais. Contudo, o Exército indiano fez ouvidos moucos e manteve-se intransigente, afirmando que iria tomar o lugar do Exército butanês. O primeiro- ministro indiano Narendra Modi, que não fez qualquer comentário sobre este confronto, afirmou a 5 de agosto num vídeo que publicou por ocasião da 2ª edição do “Samvad – Iniciativa Global de Prevenção de Conflitos e de Consciência Ambiental” em Rangum, Myanmar, que o diálogo é a única forma de resolver conflitos e divergências e de desfazer preconceitos entre países e sociedades.

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