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CONSTITUIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO DO PARQUE

Evolução da População do Município de São Paulo

7.1 CONSTITUIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO DO PARQUE

No Município de São Paulo as compensações ambientais em face dos impactos ambientais gerados pela construção do RMMC, compreendem o plantio compensatório de mudas de espécies nativas e a implantação de quatro Parques Naturais Municipais – Jaceguava, Itaim, Varginha e Bororé, totalizando 1.200 hectares, compreendendo remanescentes de Mata Atlântica e inseridos na área de influência direta do empreendimento. Os quatro parques estão em Zona Especial de Proteção Ambiental (ZEPAM) segundo o Plano Diretor (Lei Municipal 13.335/2004), interligados por uma faixa de até 300m ao longo da rodovia.

O artigo 36 da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000 que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), diz que:

Art. 36. Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral, de acordo com o disposto neste artigo e no regulamento desta Lei.

O SNUC vem posteriormente a ser regulamentado pelo Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002, que estabelece as normas para compensação em seu artigo 33, que prevê:

Art. 33. A aplicação dos recursos da compensação ambiental nas unidades de conservação, existentes ou a serem criadas, deve obedecer à seguinte ordem de prioridade:

I - regularização fundiária e demarcação das terras;

II - elaboração, revisão ou implantação de plano de manejo;

III - aquisição de bens e serviços necessários à implantação, gestão, monitoramento e proteção da unidade, compreendendo sua área de amortecimento; IV - desenvolvimento de estudos necessários à criação de nova unidade de conservação; e

V - desenvolvimento de pesquisas necessárias para o manejo da unidade de conservação e área de amortecimento.

Parágrafo único. Nos casos de Reserva Particular do Patrimônio Natural, Monumento Natural, Refúgio de Vida Silvestre, Área de Relevante Interesse Ecológico e Área de Proteção Ambiental, quando a posse e o domínio não sejam do Poder Público, os recursos da compensação somente poderão ser aplicados para custear as seguintes atividades:

I - elaboração do Plano de Manejo ou nas atividades de proteção da unidade; II - realização das pesquisas necessárias para o manejo da unidade, sendo vedada a aquisição de bens e equipamentos permanentes;

III - implantação de programas de educação ambiental; e

IV - financiamento de estudos de viabilidade econômica para uso sustentável dos recursos naturais da unidade afetada. (BRASIL, 2002).

A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) indicou as áreas prioritárias para a criação dos Parques Naturais, pautando-se pelo Plano Diretor do Município, estabelecendo um perímetro preliminar para cada parque, abrangendo os remanescentes de Mata Atlântica mais preservados, enquadrados como ZEPAM no Plano Diretor. Dentro desse perímetro, estabelecido como de utilidade pública através de decreto, a DERSA realizou o levantamento fundiário e a partir dai foi definido o perímetro definitivo de cada parque (informação verbal, Maria Lucia). À DERSA coube a desapropriação das áreas, seu cercamento, desenvolvimento do Plano de Manejo e implantação de uma a sede equipada. Somente com o cumprimento de todas essas obrigações, os parques serão entregues ao Município, que será responsável por sua gestão.

Para a criação desses Parques Naturais, foi necessário cumprir exigência do SNUC quanto à consulta pública para criação de Unidade de Conservação e análise do perímetro da unidade. No entanto, a consulta realizada em maio de 2011 se deu quando as áreas necessárias já estavam desapropriadas e os parques em processo de cercamento, constituindo mera formalidade legal. Ainda assim, contou com ampla divulgação do evento junto à comunidade, realizada pelo Conselho Gestor, e a comunidade respondeu com participação expressiva (informação verbal, Maria Lucia). Questões referentes a esclarecimentos sobre a elaboração do Plano de Manejo dos Parques, mobilização para a participação nas oficinas sobre o Plano de Manejo e questionamentos sobre o plantio compensatório, também foram tratadas na ocasião (informação verbal, Maria Lucia).

O Parque Natural Municipal Itaim (PNMI) foi criado e denominado pelo Decreto Municipal nº 53.227, de 20 de junho de 2012, com uma área total de 1.251.754,04m² dentro dos limites da Subprefeitura Parelheiros e também se acha inserido na Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, na Sub-bacia Cotia-Guarapiranga. Está enquadrado na categoria de Unidade de Conservação de Proteção Integral e se encontra em fase de implantação. Sua gestão caberá à Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente - SVMA, por meio do Departamento de Parques e Áreas Verdes - DEPAVE, contando também com um Conselho Consultivo, presidido pela SVMA e constituído por representantes de órgãos públicos e de organizações da sociedade civil.

A Figura 10 apresenta a área do PNMI com seu perímetro desenhado em linha bege. A linha de cor laranja que corta toda a extensão da imagem longitudinalmente é o RMMC e as setas amarelas indicam vetores de pressão urbana (expansão) sobre a UC.

FIGURA 10 - Limites do Parque Natural Municipal do Itaim com setas indicando os vetores de pressão urbana.

O PNMI não é formado por uma área contígua, mas sim por um conjunto de fragmentos separados tanto pelo RMMC trecho sul quanto por vias locais, tais como a Estrada do Itaim e a Rua Amaro Alves do Rosário.

Todos os bairros que o circundam significam importantes vetores de pressão antrópica sobre a UC. Ao Norte estão os bairros Vila Marcelo, Iporã, Jardim Herplin e Jerdim Manacás; a Noroeste o Jardim Almeia e Recanto Campo Belo; a Sudeste estão o Jardim São Norberto, Jardim São Norberto, Vila Natal e Jardim São Nicolas; ao Sul está o Jardim Santa Fé e à Oeste estão o Jardim Aladim e Jardim dos Álamos. Na porção central da área, qual uma "incrustração" acha-se o bairro Itaim (um "encrave urbano" segundo a bióloga Alice Melges). Para realizar o desenvolvimento do Plano de Manejo do Parque Natural Municipal Itaim a DERSA convidou pesquisadores da Universidade de São Paulo. Sua execução está sendo coordenada pela Professora Doutora Sueli Ângelo Furlan e sua equipe da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH - USP). Segundo o Decreto Municipal nº 53.227, o Plano de Manejo do Parque Natural Municipal Itaim deve ser realizado sob a coordenação do Departamento de Parques e Áreas Verdes (DEPAVE) tendo um prazo máximo de 180 dias para ser concluído, a partir da data de publicação do referido Decreto (21 de junho de 2012).