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Constituição do habitar: entre Jd São Marcos e Jd Real

A ligação íntima de homem e casa se mostra, entretanto, não somente no fato de que o homem consegue imprimir em seu espaço de habitação o caráter do próprio se e, vice-versa, aquele retroage sobre este, mas com igual teor uma vez que ele, em sua essência, é determinado por seu espaço circundante, e seu ser se transforma de acordo com a natureza de tal espaço. Saint-Exupéry diz, de modo muito belo: “As mulheres mesmas se tornavam tranqüilas ou presunçosas ou arredias, de acordo com o lugar da casa em que se achavam naquele momento.” O que aqui é dito das mulheres, no contexto da poesia, vale naturalmente para o homem em última análise, e não somente para o lugar na casa, mas em geral para o lugar no espaço. Num sentido semelhante, também Bachelard enfatiza: “Não trocamos somente de lugar, trocamos a natureza”, e fala expressamente de uma “fusão da existência num espaço concreto”. Essa ligação significa não que o espaço age modificando o homem, pois isso seguiria sendo uma ação recíproca entre duas coisas antes separadas. Significa, pois que somente na unidade com um espaço concreto o homem ganha certa essência. Ele não a tem “em si” e separada de algum espaço, mas somente a adquire em um espaço concreto.

Otto Friedrich Bollnow (2008) Quando nos deparamos com a reestruturação da vida em função do reassentamento dos moradores do Jd. São Marcos para o Jd. Real, havíamos nos perguntado: como prever estas consequências do reassentamento? Como evitar uma reestruturação negativa da vida? O que está em jogo quando a mudança para o conjunto

habitacional é entendida como boa por um morador enquanto outro morador atesta que esta mudança (que sair do local onde mora) corresponde à morte? Por que há parcelas de indivíduos satisfeitos com o reassentamento e parcela de insatisfeitos? Por que há agravamento da pobreza de algumas famílias em função do reassentamento? Por que, apesar do bairro consolidado ao lado da nova moradia, pouco o freqüentam, geralmente mantendo o costume de recorrer ao centro da cidade? Por que não usufruem do rio, das praças e mesmo da unidade básica de saúde? Por que muitos moradores ainda nutrem o devaneio de retornar ao Jd. São Marcos?

Temos um norteador para pensarmos estas questões: o habitar. A partir de Heidegger (2001), discorremos sobre o sentido do habitar; e diante deste, ainda mantínhamos algumas questões: qualquer abrigo é suficiente para perfazer este sentido do habitar? O homem apropria qualquer espaço? Apenas a casa compõe o habitar? Que fenômenos socioespaciais estão no cerne do habitar? E, direcionados por estas questões, se com Heidegger apreendemos a essência do habitar, com a abordagem das problemáticas envolvidas no reassentamento do Jd. São Marcos para o Jd. Real, apreendemos sua existência, sua constituição no contexto socioespacial estudado.

Temos quatro elementos que participam da constituição deste habitar: (1) a casa e o bairro (lugares onde o habitar se realiza); (2) a articulação entre privado e público (estatuto dos lugares); (3) apropriar e construir (orientação das ações dos indivíduos em relação a estes lugares); (4) e o próprio (busca de todo verdadeiro habitar). Passamos a discussão destes elementos.

Casa

Por ser o espaço onde concentramos atividades que sustém o que somos, por abrigar nossos pertences, por ser onde nos resguardamos do mundo, Marandola Jr.

(2008, p.170) atesta, a partir de Bachelard: “A casa é a referência espacial e existencial que evita que o homem esteja ‘jogado no mundo’”. E Bollnow (2008) nos lembra, por exemplo, que assim como o espaço da igreja é organizado para proporcionar o ouvir do ministrante e a adoração, o espaço da casa deve ser de modo a proporcionar a habitabilidade: o modo como o lugar casa é e o modo como está organizado deve ser consoante às atividades que concentramos ali.

A mudança para uma nova residência cuja morfologia espacial difere completamente da anterior obriga um novo modo de agir, de ser e de estar. No Jd. Real, a supressão do quintal é um exemplo disto. Para muitos moradores, o peso desta supressão é tanto econômico (horta e criação de animais auxiliando a sobrevivência) quanto existencial, poderíamos dizer. Pois, entre os moradores, há uma parcela considerável daqueles que tem intrínseca a sua vida esta ligação mais estreita com a terra (possibilitada pelo quintal): a moradora que se recusa a morrer no Jd. Real deu ênfase à angústia que a falta desta ligação com a terra lhe faz.

Bairro

“Há uma relação direta, na cidade, entre o bairro e a casa enquanto conjunto que define o morar” (MARANDOLA JR., 2008, p. 172). O bairro é a casa além da casa.

Pelo fato de seu uso habitual, o bairro pode ser considerado como a privatização progressiva do espaço público. Trata-se de um dispositivo prático que tem por função garantir uma solução de continuidade entre aquilo que é mais íntimo (o espaço privado da residência) e o que é mais desconhecido (o conjunto da cidade ou mesmo, por extensão, o resto do mundo): “existe uma relação entre a apreensão da residência (um “dentro”) e a apreensão do espaço urbano ao qual se liga (um “fora”)”. O bairro constitui o termo médio de uma dialética existencial entre o dentro e o fora. E é na tensão entre esses dois termos, um dentro e um fora, que vai aos poucos se tornando o prolongamento de um dentro, que se efetua apropriação do espaço. Um bairro, poder-se-ia

dizer, é assim uma ampliação do habitáculo; para o usuário, ele se resumo à soma de trajetórias inauguradas a partir de seu local de habitação. Não é propriamente uma superfície urbana transparente para todos ou mensurável, mas antes a possibilidade oferecida a cada um de inscrever na cidade um sem-número de trajetórias cujo núcleo irredutível continua sendo sempre a esfera do privado (MAYOL, 1996, p. 42 – grifos do autor).

Se a qualidade da apropriação da casa (conformidade entre o espaço e as atividades e necessidades do indivíduo) está no desenvolvimento de um verdadeiro habitar, também o espaço do bairro deve se prestar a esta conformidade. A depender do bairro (espaço apropriado em função da casa) temos a qualidade do habitar.

Pensando no papel do bairro, que melhorias na qualidade do habitar (as quais foram defendidas pelo projeto de reassentamento) os reassentados para o Jd. Real tiveram? O bairro atual é composto por sacadas, escadas, pátio interno, um bar, uma pequena creche e o Centro Comunitário. Perderam o rio, a rua como espaço do “vaguear”, a mata, a ONG, a proximidade das indústrias onde podiam conseguir pequenos serviços. O Jd. Nova República, lugar apropriado por outros moradores, é apenas um anexo, pouco internalizado pelos moradores do Jd. Real: temos a melhoria prevista para o habitar pouco se realizando.

Articulação privado e público

O sentido da casa não se completa se não atentarmos a um dado importante: a articulação entre lugares privados e públicos. A liberdade de ser e estar, que caracteriza a casa, só é possível porque esta é lugar privado por excelência.

A casa é lugar privado, mas se abre de diferentes formas para o público (PEZEU-MASSABUAU, 1980): posição e transparência das janelas, distância da porta principal em relação à rua, presença de jardim ou quintal, a sala de estar como espaço para receber o outro, distância entre os vizinhos. A casa se organiza para resguardar o

privado e se abrir de tal ou qual modo para o público; permitindo a ligação com ele, mas nunca o cerceamento da privacidade.

Em contraponto, o lugar público entorno da casa é (geralmente) o bairro. Entretanto é necessário destacar, retomando Mayol (1996) este público é um lugar privatizado dentro do conjunto da cidade. Privatizado, pois a relação deste lugar público com o morador é caracterizado pela familiaridade espacial e social. A articulação entre os lugares públicos e privados que compõe o habitar dão origem a comportamentos, regras de civilidade.

Mayol discute conveniências, as pequenas obrigações que se consubstanciam no bairro, mas não como algo negativo e sim como dado inerente a este. Dentro deste contexto, o autor coloca:

Um indivíduo que nasce ou se instala em um bairro é obrigado a levar em conta o seu meio social, inserir-se nele para poder viver aí. “Obrigado” não deve ser entendido só em sentido repressivo, mas também enquanto “isso obriga”, lhe cria obrigações, etimologicamente laços/vínculos. A prática do bairro é uma convenção coletiva tácita, não escrita, mas legível por todos os usuários através de códigos da linguagem e do comportamento. Toda submissão a esses códigos, bem como toda transgressão, constitui imediatamente objeto de comentários: existe uma norma, e ela é mesmo bastante pesada para realizar o jogo da exclusão social em face dos “excêntricos”, as pessoas que “não são/fazem como todos nós”. Inversamente, é ela a manifestação de um contrato que tem uma contrapartida positiva: possibilitar em um mesmo território a coexistência de parceiros, a priori “não ligados”. Um contrato, portanto, uma “coerção” que obriga que cada um para que a vida do “coletivo público” – o bairro – seja possível para todos (MAYOL, 1996, p. 47).

Como vimos, o reassentamento trouxe uma nova configuração dos lugares privados e públicos e, consequentemente, implicou em uma nova articulação entre estes. Frente ao limite mais frágil entre estes estatutos dos lugares, moradores reclamam tanto da interferência do público na constituição de sua própria privacidade (truncando o privado, traço eidético da casa) quanto reclamam da nova série de regras que ordenam o

público, para garantir a “coexistência de parceiros”; essas novas regras fazem com que moradores recordem o lugar público do Jd. São Marcos como um ideal de liberdade.

Um morador disse que não é vida (acrescentaríamos, não é vida digna) viver amontoado assim, em apartamentos, uns sobre os outros. Rusgas entre vizinhos são comuns em função dos problemas na articulação entre privado e público. O desgosto à nova residência não está no desagrado em relação aos vizinhos, mas na recusa a esta forma de habitar, impingida pela morfologia e estatuto dos lugares.

O próprio: apropriar, construir, habitar

O que norteia a relação entre o indivíduo e/ou família com os lugares (casa e bairro) e a articulação de seus estatutos (privado e público) é o apropriar. A idéia de “tomar posse” presente na noção apropriação do espaço deriva da ação de tornar o último próprio ao homem, como Kasper (2006) já atentou. Mas o sentido de construir, apresentado por Heidegger (2001), também expressa a relação do indivíduo e/ou família sobre o conjunto do morar: pois os moradores estão sempre a cultivar e edificar os lugares para torná-lo próprio. O filósofo atenta, essa construção do próprio é sempre habitar.

Retornando a Heidegger (2001), este próprio é dar instância e circunstância (mediante a construção de lugares) a nosso estamento de homem que habita a terra, em outras palavras, tornar o lugar consoante à quadratura. Por outro lado, no contexto socioespacial estudado aqui, o próprio deve dar instância e circunstância ao que somos (cultural e socialmente falando), conforme a nossa história de vida e a experiência de habitar que cada indivíduo tem internalizado a si; isto é geograficidade (DARDEL, 1952), uma ligação intrínseca entre homem e espaço.

Essa ligação significa não que o espaço age modificando o homem, pois isso seguiria sendo uma ação recíproca entre duas coisas antes separadas. Significa, pois que somente na unidade com um espaço

concreto o homem ganha certa essência. Ele não a tem “em si” e separada de algum espaço, mas somente a adquire em um espaço concreto (BOLLNOW, 2008, p. 311).

Bollnow bem destacou esta ligação, e a partir dela apreendemos a importância da geograficidade para pensar o habitar: temos que quando os elementos que compõe o habitar são desconformes ao que somos, a residência (geralmente) é recusada. No caso do reassentamento, o espaço desconforme ao indivíduo gera uma reestruturação da vida (um habitar) a pouco afeito aos indivíduos e famílias.

A compreensão da constituição do habitar oferece uma matriz para refletir e planejar a reestruturação da vida em função do reassentamento. Se nos primeiros contatos com o reassentamento do Jd. São Marcos para o Jd. Real as opiniões dos reassentados pareciam apenas resultado de idiossincrasias ou da subjetividade dos indivíduos, neste momento temos uma forma de apreendê-las, de torná-las inteligíveis. Porque estas opiniões estão esteadas na forma como cada um deles conseguiu reorganizar o próprio na nova moradia.

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ONSIDERAÇÕES FINAIS

SOBRE UM SENTIDO QUE PERPASSA:

CONSTITUIÇÃO DO HABITAR

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A identificação de mais de 50% da população residindo em moradias desconformes em Cubatão ajuda a compreender a expressiva intervenção do poder público no setor habitacional do município nesta década. Para a resolução desta problemática, a Prefeitura Municipal (principalmente) investe em duas ações: a reurbanização de favelas e o reassentamento de famílias. Ainda que o reassentamento seja caracterizado por conseqüências controversas, esta política pública se faz necessária na medida em que existe a demanda de retirada de pessoas de áreas de risco ou de áreas de proteção ambiental de Cubatão.

Mesmo diante do reconhecimento das controvérsias do reassentamento, das problemáticas que lhe são recorrentes, em um trabalho de campo em Cubatão (reassentamento do Jd. São Marcos ao Jd. Real) observamos diferentes problemas que colocam em xeque a eficácia desta política pública. Estes problemas se relacionam, sobretudo, ao modo como a população reassentada vive, se envolve e concebe a nova residência; e foi esta a problemática abordada por esta pesquisa

Mas, a questão sobre como esta mudança de habitação impacta a vida das pessoas não é nova. Identificamos três tipos de discussões que abordam este assunto: 1) Os marcos teóricos de projetos de reassentamento, os quais reconhecem a ruptura e stress do processo para os reassentados (CERNEA 1988); 2) as pesquisas acadêmicas sobre reassentamento, onde encontramos análises desta política pública a partir de diferentes perspectivas (DE PAULA, 2009); e 3) as discussões (que não focam, exatamente, reassentamentos) sobre avaliação de pós-ocupação em habitações de interesse social (ABIKO; ORNSTEIN, 2002).

Os marcos teóricos dos projetos de reassentamento, ao citarem as problemáticas possíveis, demonstram certa consciência (por parte dos agentes promotores do reassentamento) sobre os problemas que podem ser gerados. Entretanto, geralmente, os projetos privilegiam mais a citação destes problemas do que a compreensão do que os geram ou, ainda, medidas explícitas para lidar com eles.

As pesquisas acadêmicas contribuem para um levantamento geral de problemáticas envolvidas no reassentamento e diferentes perspectivas sob a qual apreendê-las. A tendência metodológica destas pesquisas é aplicação de questionários, os quais oferecem uma base de dados sobre os problemas e opiniões dos moradores em relação à nova residência. Esta abordagem auxilia no conhecimento das problemáticas; no entanto, se detém menos em uma apreensão mais ampla de processos que dão origem aos dados levantados.

A avaliação de satisfação está, comumente, em um nível técnico; onde tem prevalecido a atenção à avaliação dos aspectos construídos das habitações. Mas, atualmente, as discussões têm se voltado também para avaliação da satisfação do morador. Independente do quão bom sejam as qualidades do ambiente construído, se reconhece que a satisfação dos indivíduos depende de outros diversos fatores. Os autores que discutem estas questões, geralmente arquitetos-urbanistas, vêm atentando para a importância de avaliações de pós-ocupação que tenham maior participação da população submetida à política pública e para a necessidade de procedimentos qualitativos que permitam apreender os fatores subjetivos que influem na satisfação dos indivíduos em relação à nova habitação (FREITAS et alii, 2001; MALARD et alii, 2002; ROMERO; VIANNA, 2002).

De certa forma, nossos questionamentos sobre as conseqüências do reassentamento do Jd. São Marcos para o Jd. Real e sobre como os reassentados lidam

com a nova residência se relacionam com a discussão sobre avaliação da satisfação dos moradores. Por um lado, intentando mais do que o levantamento das problemáticas do reassentamento, buscamos a compreensão dos fenômenos que promovem estas problemáticas (e que se consubstanciam na satisfação dos moradores). Por outro lado, dentro do quadro das pesquisas acadêmicas, buscamos contribuir à reflexão sobre esta política pública ao abordá-la a partir da articulação entre homem-espaço-habitar, a qual entendemos estar no cerne da compreensão da relação entre reassentados e nova residência.

A constituição do habitar é uma abordagem compreensiva da realidade tal como vivida pelos moradores. Origina-se de um pressuposto ontológico: é condição de nossa existência a relação inalienável com o espaço. Dentro dos diversos tipos de relações que estabelecemos com o espaço, há um tipo particular de relação que diz respeito a certa estabilidade que é tanto funcional quanto existencial: o habitar. O levantamento da constituição do habitar corresponde ao desvelamento dos elementos que compõe esta relação com o espaço.

A constituição do habitar versa, portanto, sobre o sentido que perpassa as ações, comportamentos, concepções que se dão na relação entre os indivíduos e seu novo lugar de habitar. Contribuindo, portanto, para compreensão de fenômenos relacionados ao reassentamento. O levantamento da constituição do habitar através de trabalhos de campo e interação com os moradores responde tanto à demanda de maior participação da população no planejamento e realização do reassentamento quanto à busca de metodologias qualitativas que auxiliem na avaliação de satisfação de moradores.

As problemáticas sobre as populações que são reassentadas são expressivas porque, retomando o pensamento de Lefebvre (1970), um pensamento e agir operacional se impõem à concepção e planejamento das habitações: minimização de

custos, maximização do aproveitamento de espaços. Pessoas mudam, normalmente/voluntariamente, de residência em busca de um espaço que seja afeito as suas condições de vida, necessidades e desejos (KNOX, 1987; CORTEZ-ALÁCA, 1999). A escolha do novo lugar de habitar (ainda que limitada, por exemplo, pelo mercado imobiliário, pela renda da família) está sob controle daqueles que se mudarão (é a busca do próprio). Em contraponto, o reassentamento se caracteriza pela não participação dos indivíduos na decisão de mudar e, ainda, pelas residências concebidas e construídas pelo poder público; qual age em acordo com o pensamento operacional.

Assim, a reestruturação da vida se dá na realização do habitar neste espaço homogeneizado, alheio (ou ainda, contrário) às ações, atividades, articulação dos lugares dos indivíduos e famílias. A não satisfação, recusa, desgosto, vendas das novas residências por parte dos reassentados no mais das vezes estão pautadas na reestruturação do habitar não desejada pelos indivíduos.

O risco da reestruturação negativa do habitar é engendrado pela concepção e planejamento das residências em acordo com este pensamento operacional. E assim, temos neste ponto, como atentou Lefebvre (1970), um impasse. Como construir a massa de residências necessárias atendendo à imposição dos custos, do uso de solo, das restrições de orçamento do poder público e, ao mesmo tempo, respeitar o dado profundo do ser (qual seja o sentido verdadeiro do habitar)? Acreditamos que a atitude possível seja que o levantamento da constituição do habitar esteja presente nos marcos teóricos dos projetos, balize concepções do poder público e participe como etapa do planejamento dos reassentamentos.

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