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4.2

Constituic¸˜ao da Carteira

Nesta subsecc¸˜ao ir˜ao ser apresentados os resultados dos modelos implementados com o intuito de otimizar uma carteira de investimentos internacional tendo em considerac¸˜ao a minimizac¸˜ao do risco presente. Para o modelo PMPT considerou-se a formulac¸˜ao em (3.12) e o respetivo retorno m´ınimo esperado de τ = 1, 6%, e ainda os ativos apresentados inicialmente neste cap´ıtulo. Ser˜ao analisados os desempenhos dos modelos PMPT e MPT como descrito em (2.3). Em todas as otimizac¸˜oes, os retornos dos presentes ativos encontram-se tendo em considerac¸˜ao os retornos das taxas de cˆambio, o que significa que foram considerados os retornos ajustados dos ativos, de acordo com a equac¸˜ao (3.5). Comece-se por apresentar os pesos determinados conforme os modelos na figura 4.4.

(a) Modelo PMPT (b) Modelo MPT

Figura 4.4: Pesos atribu´ıdos a cada ativo em cada modelo.

Como se pode observar na figura 4.4, ambos os modelos d˜ao um maior peso, a rondar os 53%, ao ativo BC8G. Relembro que este ativo, que j´a se encontrava em Euros, foi um dos ativos mais est´aveis e que se considerou com uma melhor evoluc¸˜ao desde o in´ıcio do per´ıodo. Assim, pode-se observar na tabela 4.1 que este ativo teve a m´edia mais elevada dos retornos de todos os ativos, com 1,9%, uma assimetria relativamente positiva, um risco relativamente baixo, sendo que, para a semideviation determinou-se um valor de 4,15% e para o desvio-padr˜ao de 6,52%, pelo que os valores acima da m´edia n˜ao contribuem com muito peso para o risco.

A restante atribuic¸˜ao dos pesos, embora sobre os mesmos ativos, difere entre os dois modelos, isto ´e, enquanto que o modelo PMPT atribui cerca de 36% do peso total ao ativo SAPG, o modelo MPT atribui apenas 8% ao mesmo ativo e, de forma an´aloga, o modelo PMPT aloca cerca de 1% ao ativo ULVR e o modelo MPT atribui um valor de quase 20%. Relembrando algumas das informac¸˜oes sobre estes ativos apresentadas na tabela 4.1 e as observac¸˜oes feitas atrav´es dos dois histogramas, as diferenc¸as que geraram estas hip´oteses foram o grau de assimetria, superior no ativo SAPG do que no ULVR considerando uma m´edia igual de 1,28%.

De forma an´aloga, o modelo PMPT atribui apenas 11% ao FB, enquanto que o modelo MPT sugere 19%. Para este ativo, o valor da semideviation foi de 4, 63% e o desvio-padr˜ao de 6, 22%, com uma m´edia de 1, 22% e um grau de assimetria pr´oximo de 1. Isto pode ser justificado com uma quebra dos prec¸os que ocorreram neste ativo ao longo do horizonte temporal em an´alise. Ainda assim, houve uma valorizac¸˜ao no prec¸o deste ativo, o que faz com que haja um ganho elevado com este investimento, ainda que na moeda de base se torne superior ao valor da moeda local devido `a valorizac¸˜ao do D´olar contra o Euro.

Relembrando o gr´afico 4.1, a evoluc¸˜ao destes quatro ativos foi respetivamente de: FB 189%, BC8G 181%, SAPG 146% e ULVR 141%, o que significa que todos eles apresentam um retorno positivo

4. RESULTADOS

considerando os dados hist´oricos. Al´em disso, nota-se a clara influˆencia da medida de risco utilizada em cada modelo, o que se reflete nas acentuadas diferenc¸as nos valores do desvio-padr˜ao e da semideviation, sendo que o modelo PMPT considera como mais arriscado o ativo FB, seguindo-se os ativos ULVR, BC8G e SAPG, enquanto que o modelo MPT considera que o ativo mais arriscado ´e o BC8G, seguido do SAPG, ULVR e FB.

A n´ıvel de interac¸˜ao entre os ativos apresentados quer pela semi-covariˆancia quer pela covariˆancia, as relac¸˜oes apresentadas s˜ao positivas e baixas entre cada dois ativos integrantes, sendo que a variˆancia contribuir´a para um maior risco final do que a semi-variˆancia devido aos seus valores mais elevados, como apresentados nas tabelas 4.2 e 4.3. Apesar de correlac¸˜oes negativas permitirem uma diminuic¸˜ao no risco de uma carteira, n˜ao haver´a grande impacto neste exemplo, visto n˜ao se estar a incluir na carteira ativos que permitam esta diminuic¸˜ao, face `a existˆencia de ativos com melhores desempenhos.

Na tabela 4.6 encontram-se o respetivo retorno e risco associados `a composic¸˜ao da carteira encon- trada.

Tabela 4.6: Retorno e Risco de cada carteira consoante o modelo utilizado.

Modelo Retorno Final (%) Risco Carteira (%)

PMPT 1,60 3,29

MPT 1,60 4,34

Como seria de esperar, ambas as carteiras atingem o retorno m´ınimo definido inicialmente, que era uma das restric¸˜oes impostas. Como se pode observar na tabela 4.6, a carteira do modelo PMPT tem um risco inferior ao risco determinado com o modelo MPT. Ou seja, para um mesmo retorno, o modelo PMPT permite que o risco da carteira seja inferior ao alcanc¸ado com o modelo MPT, isto deve-se ao facto de cada modelo considerar uma medida de risco diferente, sabendo que o objetivo ´e o mesmo, o de minimizar o risco presente na carteira. Assim, o modelo PMPT toma uma posic¸˜ao menos conservadora, considerando apenas as perdas como potencial risco, opta pelos ativos com m´edias elevadas e com assi- metrias preferencialmente positivas onde, simultaneamente, tˆem uma semideviation relativamente baixa. No conjunto, significa que este modelo n˜ao s´o tem em considerac¸˜ao a influˆencia do retorno alvo pre- tendido no risco, como tamb´em opta por ativos com retornos elevados e preferencialmente superiores `a m´edia individual de cada um. Em contrapartida, a medida de risco do modelo MPT, a variˆancia, tem em considerac¸˜ao tamb´em os ganhos como risco, sendo indiferente se tem mais retornos positivos ou negativos na contabilizac¸˜ao do risco, o que torna dif´ıcil a sua interpretac¸˜ao. Considera apenas a m´edia individual de cada ativo para medir o risco, n˜ao tendo assim integrado o retorno m´ınimo esperado.

Segue-se na figura 4.5 a fronteira de eficiˆencia de cada modelo com a respetiva carteira analisada an- teriormente tamb´em assinalada, considerando os retornos e riscos associados. ´E na fronteira de eficiˆencia que se encontram as carteiras eficientes, refletindo v´arias combinac¸˜oes ´otimas do bin´omio retorno/risco.

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