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7 VERIFICAÇÃO DA ADEQUAÇÃO DO MODELO PROPOSTO

7.1.4 Construção de um arquétipo

Uma vez o conceito sendo justificado, o mesmo, é convertido em algo tangível ou concreto, isto é, em um arquétipo. Para Nonaka e Takeuchi (1997), essa fase corresponde à combinação.

Pela Tabela 5 conclui-se que o Groupart propicia a construção de arquétipos, uma vez que, se encontrou pelas entrevistas as seis características facilitadoras, quais sejam, cooperação dinâmica entre os

membros e desenvolvimento de consensos aprovado por todos, ambas com 63,64%; compartilhamento de habilidades técnicas e transformação do conceito justificado em arquétipo, estas duas com 54,54%; combinação entre o conceito recém criado e o já existente com 45,45% e agregação de pessoas com habilidades diferentes, também com 45,45%.

Subcategorias Frequência %

Cooperação dinâmica entre os

membros 7 63,64

Compartilhamento de habilidades

técnicas 6 54,54

Transformação do conceito

justificado em arquétipo 6 54,54 Combinação entre o conceito

recém criado e o já existente 5 45,45 Agregação de pessoas com

habilidades diferentes 5 45,45

Desenvolvimento de consensos

aprovado por todos 7 63,64

Tabela 5 - Construção de um arquétipo Fonte: Autor

7.1.4.1 Cooperação dinâmica entre os membros

Numa comunidade de prática, o ato ou efeito de cooperar é chave para a criação e compartilhamento do conhecimento.

Sendo que, como se pode constatar nas palavras dos especialistas, a cooperação existe no Groupart.

“Todos v o poder cooperar de uma maneira ou de outra [...].” E3 “Compartilhar conhecimento, trocar informações, ou aprender sobre arte num ambiente virtual, demanda cooperação entre pessoas interessadas, para que haja troca de conteúdo e experiências.” E5

“Creio que haver coopera o entre os membros, se o site for estimulante à participação. Acredito que o projeto tem todos os requisitos para levar a uma ades o de usu rios ativos em sua rede.” E6

“[...] que crie ansiedade nas pessoas para que elas fa am a sua parte na contribui o.” E7

“Eu vejo o Groupart, um ambiente de colaboração, onde todos, quer dizer, os que se logarem ir o acrescentar algo.” E8

“ coopera o est relacionada a ajuda entre pessoas. Se essa ajuda é recíproca, havendo uma troca, o compartilhamento do conhecimento é fruto direto dessa experiência.” E9

Quando tu pensas em vamos fazer uma discuss o˜, esse é o tema dessa comunidade. Pra ela permanecer coesa ao tema eu acho que a discussão vai acabar indo por essa abordagem histórica ou pensando contextos sociais, políticos, de legislação, [...]. Mas quando se for falar de processos, experimentações, resultados, de vivencias, essas duas abordagens vão entrar meio tangenciando, porque nós vamos falar muito de subjetividade. E10

7.1.4.2 Compartilhamento de habilidades técnicas

Wenger (1998), ao tratar a participação dos membros da comunidade de prática, assegura que, para que haja participação é necessário um envolvimento com sentido e significado, sendo este significado é o construído com base na experiência.

Trocar experiências sobre habilidades possuídas e compartilhadas propicia o enriquecimento individual.

Pelos dados apresentados a seguir, percebe-se que o Groupart favorece o compartilhamento das habilidades técnicas.

“Dentro das academias, os estudantes de arte, o pessoal que est vinculado e que faz pesquisas e que tem interesse em participar e divulgar. [...]” E1

“[...] é v lido quando um aluno meu d palpite sobre um quadro.” E2

“Quando indiv duos com habilidades diferentes se reúnem em um mesmo ambiente. seja ele virtual ou real, ocorre um sincronismo entre as partes com o intuito de trocar experiências e compartilhar o conhecimento.” E5

Dentro da perspectiva de conhecimento de cada um dos membros, cada um apresenta sua visão dentro do seu plano, que pode contribuir de forma

distinta, levando a uma troca de conhecimento entre as pessoas com habilidades técnicas diferentes. E6

“Sim, a troca de experiências é imprescind vel. Em sala de aula, por exemplo, eu considero um dos fatores mais importantes.” E7 “[...] pessoas que se encontram para compartilhar experiências sempre ir o enriquecer seus conhecimentos.” E9

7.1.4.3 Transformação do conceito justificado em arquétipo

Esta característica trata do engajamento do grupo com o intuito de se criar um modelo, um conceito.

Ao verificar as funcionalidades do Groupart, seis entrevistados citaram a transformação do conceito justificado em arquétipo.

“ rt Conference, por exemplo, é um local propicio para a cria o de um modelo mental.” E3

Creio que nas ferramentas de construção em conjunto, como a Wikiart e Ciberexpo, os grupos devam se organizar para criar algo. Esse algo criado será exposto a um publico muito maior, criando-se um modelo a ser novamente visualizado e discutido. E5

Acho interessante a ferramenta Ciberexpo por solicitar aos membros a organização em torno de uma tarefa, mesmo que de forma involuntária, com o objetivo de se criar uma mostra. Isso favorece a adesão e participação do grupo, estimulando os membros a manterem-se ativos. E6

“ comunidade conta com um lugar onde vai poder colocar algum assunto e isso eu acho muito interessante.” E8

“[...]. s funcionalidades do site permitem a cria o de um novo conhecimento.” E9

“Eu vejo que ferramentas como a Wikiart e Ciberexpo demandam a organização de grupos com um fim especifico. É positivo para se criar e compartilhar conhecimento em artes e cultura.” E11

7.1.4.4 Combinação entre o conceito recém criado e o já existente É a combinação de ideias criadas para desenvolvimento de outro conceito. Nesse sentido, para cinco especialistas, é possível no Groupart, a partir de um conceito recém criado combiná-lo com outro já existente.

Vejo que a opção de comentários existentes em todas as ferramentas propicia o desenvolvimento de novos conceitos a partir de uma ideia inicial. Qualquer assunto que é colocado no site, seja ele foto, vídeo ou uma exposição, permite o debate em torno dele, favorecendo o aparecimento de novas ideias e conceitos. E3

“Pessoas que trocam ideias e informa ões visando o aprendizado, levam, consequentemente a criação de novos conceitos.” E5

“ esse é um espa o onde v o ser criados novos conhecimentos.” E6

“ Wikiart é uma boa alternativa para o site, pois faz com que as pessoas reúnam-se em torno de um objetivo, um tema.” E9

“Pessoas com diversas habilidades v o colaborar para a criação de outros assuntos a partir do que foi postado.” E11

7.1.4.5 Agregação de pessoas com habilidades diferentes

Com relação às comunidades de prática, Duarte e Abreu (2005), dizem que devem ser estimuladas ações inteligentes para alavancar a cooperação entre membros com uma variedade de habilidades diferentes.

Vários são os níveis de conhecimento dos indivíduos, pois cada membro é dotado de habilidades próprias que juntas fomentam o conhecimento em grupo.

Assim, na opinião dos especialistas, o Groupart permite uma agregação de pessoas com habilidades diferentes.

Acho que o foco é sempre um, meu foco é a pintura, óleo, espátula. Já tive oportunidade de trabalhar com pintura acrílica e etc., mas a partir do momento que tu defines o que gostas é aquilo e pronto, mas óbvio que tens que estar aberto para outras opções, quanto mais coisa se puder

aprender, sobre qualquer coisa melhor, pois o conhecimento nunca é demais e a gente nunca sabe tudo. Se tiver alguma obra de um artista que eu achar bonita ou sentir aquela identificação, eu ficarei curiosa quanto à técnica e o modo de fazer e vai gerar uma curiosidade. Essa curiosidade é válida para a troca ou compartilhamento de conhecimento. E2

Concordo porque mesmo dentro da arte contemporânea, você não tem mais a figura do pintor, escultor isolado. Você tem o artista, é uma tendência contemporânea, que você se utiliza de todas as linguagens e depois escolha uma ou outra, identificando habilidades, são duas opções, ou você joga tudo numa coisa só e as pessoas se jogam, se acham e se identificam. E4

Dentro da perspectiva de conhecimento de cada um dos membros, cada um apresenta sua visão dentro do seu plano, que pode contribuir de forma distinta, levando a uma troca de conhecimento entre as pessoas com habilidades técnicas diferentes. E6

“Os usu rios do Groupart, embora tenham uma afinidade em relação ao tema arte e cultura, com certeza, apresentarão conhecimentos e habilidades específicos e diferentes entre eles. Isso é muito válido para enriquecer o aprendizado pessoal.” E9.

Mas são práticas totalmente interdisciplinares, tu acabas sempre precisando desse outro tipo de conhecimento que a arte acaba absorvendo e que o artista necessariamente não tem o conhecimento ou não sabe aplicar aquilo, ou nem todos sabem. Então essa diferença é fundamental. E10

7.1.4.6 Desenvolvimento de consensos aprovado por todos

É a reunião, conversa, ou discussão gerada por um grupo com o intuito de chegar a uma conclusão geral.

Quanto a esta característica facilitadora, sete especialistas apontaram que o Groupart permite o desenvolvimento de consensos aprovados por todos.

[...] sim. Tanto consensos como discórdias. E1

“Veja o seguinte, quando as pessoas v o poder decidir por um determinado assunto a ser postado, é consequência de um consenso entre elas.” E3

“Nas artes pode n o haver um consenso de todos, mas dentro de um grupo pode existir, e o teu site, vai permitir isso.” E5

“Pode haver consensos e discussões com conflitos de ideias.” E6 “Em toda discuss o deve-se chegar a um consenso.” E8

“Quando falamos de arte, um consenso único e final é dif cil de ser fechado. Creio que haverá consensos e divergências sobre os assuntos colocados em discuss o.” E9

“No Groupart, desde que o grupo decida sobre um assunto, existe consenso para que isso aconte a.” E11