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CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTO EM AMBIENTES EMPRESARIAIS

CAPÍTULO 14

CULTURA E COMUNICAÇÃO INFORMACIONAL

às condutas e comportamentos em relação à informação e ao conhecimento no contexto organizacional. Subjacente a isso existe um processo de comunicação perpassando os diversos setores da organização, constituindo-se fundamental para a disseminação dos princípios, valores e crenças presentes na cultura.

Este capítulo discorre sobre a influência da cultura e da comunicação informacional para a construção de conhecimento, bem como apresenta um modelo conceitual que evidencia o quanto a percepção sobre esses fatores é indispensável para a efetiva gestão do conhecimento.

2 CULTURA INFORMACIONAL

A cultura informacional é parte da cultura organizacional, sendo compreendida por meio dos comportamentos informacionais desenvolvidos pelos sujeitos organizacionais voltados aos dados, informações e conhecimentos.

Woida (2008, p.94) explica que a diferença entre a cultura organizacional e cultura informacional reside no fato de que, enquanto a primeira discute questões amplas, a segunda está diretamente relaciona às questões voltadas aos dados, à informação, ao conhecimento e às tecnologias de informação e comunicação, isto é, a cultura informacional é relacionada a um contexto organizacional que envolve as formas e o modo como os indivíduos lidam com dados, informação e conhecimento, bem como no que tange ao uso de ferramentas informacionais que apoiam os sujeitos organizacionais no desenvolvimento de atividade e tomada de decisão.

Para Davenport e Prusak (1998, p.110) a cultura informacional é entendida como “[...] o padrão de comportamentos e atitudes que expressam a orientação informacional de uma empresa”. Nesse sentido, a cultura informacional possui uma dimensão que reflete e afeta o modo e a forma como os sujeitos organizacionais mantêm suas relações com a informação e o conhecimento, implicando assim em uma característica positiva ou negativa.

Os resultados vivenciados nesse contexto são provocados pela crença dos gestores referente a como as coisas devem ser conduzidas nos aspectos informacionais, o que por consequência, dependendo do modo com que isso é direcionado na organização, a tendência é influir na percepção que os sujeitos organizacionais possuem sobre as condutas e atitudes em relação à informação e ao conhecimento no ambiente de trabalho.

Dessa maneira, a cultura informacional pode ser compreendia por seus vínculos aos contextos em que os indivíduos interpretam, acessam, apropriam, compartilham, usam, reusam e geram informação e conhecimento (CAVALCANTE; VALENTIM, 2010). Ela permeia os ambientes organizacionais exercendo influência no comportamento informacional dos indivíduos de modo a induzi-los a estarem alinhados aos valores e objetivos da organização.

Nesse contexto, Alves e Barbosa (2010, p.126) destacam a importância de as organizações desenvolverem uma cultura informacional favorável, objetivando: “[...] a) o surgimento e a manutenção de padrões de comportamentos perante a informação e seus fenômenos” e “b) a interação e as parcerias voltadas para os processos de criação, disseminação e uso dos conhecimentos coletivos”.

Os esforços que uma organização realiza, especialmente nas práticas comportamentais relacionadas aos dados, à informação e ao conhecimento exigem em um primeiro momento, uma reflexão crítica sobre as atitudes e condutas que indivíduos e grupos possuem em relação a esses ativos. Em um segundo momento, trabalhar por meio da cultura organizacional / informacional, cuja ênfase deve enfocar o desenvolvimento e a constituição de padrões comportamentais que sejam capazes de desencadear processos sócio interativos em relação aos processos informacionais no ambiente.

Verifica-se na literatura, de maneira recorrente, que as argumentações sobre cultura informacional partem da compreensão de que ela é um elemento essencial da organização para que o compartilhamento de dados, informações e conhecimentos seja reconhecido como uma prática organizacional relevante, assim como a sua influência para que a socialização ocorra entre os diversos setores, deixando para trás a ideia de que informação é poder. Contudo, também, é preciso considerar que a cultura informacional propulsiona as variáveis e os processos que propiciam à construção de novos conhecimentos, o qual é alcançado diariamente por meio dos sujeitos organizacionais que captam, processam, articulam, compartilham, usam e reusam dados, informação e conhecimento de maneira valorativa em um determinado contexto, visando obter resultados eficazes para a organização.

3 COMUNICAÇÃO INFORMACIONAL

Os sujeitos organizacionais se apoiam basicamente em dados, informações e conhecimentos, os quais perpassam

existentes, tanto formais quanto informais. Esse fator é responsável pelo acesso e a difusão de dados e informações, bem como viabiliza um ambiente interativo que possibilita a geração de conhecimento novo ou incremental, alimentando as estruturas organizacionais, promovendo aos sujeitos organizacionais uma condição de reconhecimento e assimilação desses elementos [dados e informações] para realizarem suas tarefas rotineiras e tomada de decisão, e ao mesmo tempo propicia um contexto de ressignificação e aprendizagem contínua.

Porém e Guaraldo (2012, p.7) afirmam que a comunicação organizacional assume o papel de “[...] criar espaços dialógicos e informacionais para que os conhecimentos sejam socializados, incorporados, apropriados e traduzidos em inovação”. Nesse mesmo sentido, considera-se que a comunicação informacional é elemento chave para o diálogo inerente às relações humanas, bem como aos fluxos informacionais apoiados nela (VALENTIM;

ZWARETCH, 2006).

A própria necessidade de adaptação, integração e inovação das organizações sugere a existência de um processo comunicativo, cujo repertório esteja voltado à divulgação de princípios, valores, crenças e normas entre os sujeitos organizacionais, mais especificamente no que tange aos dados, informações e conhecimentos.

Conforme Valentim et al. (2005, p.254) definem, “A comunicação informacional é entendida como um processo contínuo que alimenta, reconhece, gera, usa e compartilha dados, informações e conhecimentos existentes no ambiente corporativo”.

Essa compreensão evidencia a importância de a comunicação ser pensada dentro de uma perspectiva cooperativa e dinâmica que influencia os ambientes organizacionais a criar e manter uma estrutura favorável para realizar processos de interação e retroalimentação constante com dados, informações e conhecimentos, incluindo, pessoas e tecnologias, o ambiente interno e externo, fluxos formais e informais, bem como a cultura organizacional.

Porém (2009) defende que as organizações necessitam, cada vez mais, se alinhar a um modelo de gestão que esteja baseado em comunicação, informação e conhecimento, uma vez que estes são fatores determinantes para alimentar o processo decisório e subsidiar os processos e atividades desempenhadas.

Corroborando com essa compreensão, Angeloni (2010, p.56-57) explica que para o êxito das organizações, estas devem se preocupar em constituir um sistema de comunicação “[...]

eficaz, sinérgico e integrado que possibilite que as informações e conhecimentos circulem por todas as unidades da organização dando suporte ao desenvolvimento das atividades organizacionais e ao processo decisório”.

A comunicação informacional influi decisivamente nos fluxos de informação existentes, visto que ela difunde por meio da cultura valores que possibilitam aos sujeitos organizacionais identificar, apropriar e disseminar informações confiáveis, pertinentes e precisas para o coletivo da organização, tanto para que tal recurso perpasse entre as redes de interação, quanto para a aplicação e uso de tecnologias de informação e comunicação.

Porém e Guaraldo (2012) partem da compreensão de que

informações que detém para promover um processo de geração de conhecimento, o qual é facilitado e efetivado mediante a cultura e a comunicação organizacional, por meio de um longo processo de troca, interação, interlocução de diálogos entre as pessoas, podendo ser mediadas ou não por tecnologias de informação e comunicação.

Diante disso, ressalta-se que a comunicação informacional está imbricada à cultura informacional, uma vez que é por meio desse processo que é possível influir positivamente nos comportamentos dos sujeitos organizacionais, no que se refere às atitudes adotadas em relação aos dados, à informação e ao conhecimento, considerados pertinentes para atender as metas e objetivos organizacionais.

Sendo assim, a valorização da informação e do conhecimento em processos contínuos de apropriação, geração, compartilhamento, uso e reuso em todo e qualquer ambiente organizacional, envolvem fundamentalmente uma comunicação organizacional / informacional, visto que esse fator é responsável por promover diretrizes que orientam as pessoas a obterem atitudes e condutas informacionais favoráveis em prol do desenvolvimento contínuo da organização.

4 GESTÃO DO CONHECIMENTO

A gestão do conhecimento é concebida a partir da percepção da organização sobre a necessidade de ações que intervenham no seu produto principal, o capital intelectual, desempenhando atividades sistemáticas que proporcionem as condições favoráveis para que o conhecimento gerado em seu