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6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 179 6.1 Conclusões

3. CARACTERIZAÇÃO DO AÇÚDE 1 Caracterização Físiográfica

3.3 Construção do Açude

O início da construção se deu no ano de 1909, sofrendo paralisações e modificações no projeto original. A conclusão das obras verificou-se no ano de 1924. Em 1910, um ano após o início da construção, foi aprovada modificação na galeria da tomada de água, sendo substituída a alvenaria de pedra do projeto inicial por concreto ciclópico. No início de 1912 houve modificação na torre da tomada d’água e um aumento nas dimensões da galeria. Por esse projeto a torre passou a ter uma seção retangular e uma comporta quadrada tipo Stoney. Os serviços de locação da barragem e as obras de fundação começaram no mesmo ano da criação da IOCS, mas ainda sob administração da Comissão de Açudes e Irrigação. Dois anos depois, em novembro de 1911, iniciaram-se os trabalhos de elevação da alvenaria (DNOCS, 1977).

Para controle do rio, durante a construção, foi executado um dique auxiliar de concreto armado, para funcionar como ensecadeira, elevando o nível d’água de forma a desviar o rio para um canal lateral de terra, situado em cota superior na ombreira, possibilitando trabalhar a seco nas fundações. Em 1912, face às intensas precipitações pluviométricas na região do rio Pacoti, principal tributário da sua bacia hidrográfica, as águas da barragem de desvio transbordaram e rompeu uma das ombreiras, danificando o canal de desvio e inundando as fundações. Foram feitas algumas modificações no cronograma de execução, que só teve sua conclusão 15 anos após iniciada. Na construção desta barragem prestou serviços como engenheiro o ex-Ministro Eugene Gudin.

3.4 Clima

O açude Acarape do Meio, localizado-se em relevo acidentado, onde ocorrem precipitações orográficas que se somam a temperaturas mais baixas em decorrência da altitude e com microclimas bem definidos das áreas altas da Serra de Guaramiranga e Baturité.

Esta zona climática apresenta o clima tropical chuvoso de monção (Amw’), com estação chuvosa atrasada para o outono, em vez do verão. Ocorrem, nesta região, chuvas orográficas onde os índices pluviométricos são superiores a 1.400 mm (KÖPPEN apud SRH- Ce, 2001). Já uma classificação apresentada pela FUNCEME, 2002, determina esta área como de clima tropical subquente úmido (figura 3.2).

Nesta região alta, com características de microclima, a temperatura média gira em torno de 25°C, atinge valores inferiores a 22°C no ápice da Serra de Baturité (figura 3.3). As mínimas absolutas abaixo de 17°C, situando-se na faixa dos 20°C com maior predominância. A temperatura máxima fica entre 31°C e 32°C. O número médio de horas de insolação varia de cerca de 2.650 horas/ano a 3.000 horas/ano, o que comprova uma forte insolação nesta região. A altura média anual de evaporação, medida em tanque evaporimétrico “Classe A” da estação meteorológica localizado na Serra de Guaramiranga, registra 562 mm (CEARÁ, 1992).

FIGURA 3.2 – Mapa climático da região próxima ao açude Acarape do Meio. Fonte: FUNCEME,

FIGURA 3.3 – Mapa de temperatura média da região próxima ao açude Acarape do Meio. Fonte:

FUNCEME, 2002 apud IPECE, 2007.

3.5. Litoestatigrafia

Geologicamente, o município de Palmácia apresenta a associação petrotectônica denominada de Complexo Gnáissico-Migmatítico que representa o embasamento cristalino, com posicionamento no Proterozóico inferior (LIMA et al., 1980 apud BRANDÃO, 1995). Neste município há registro isolado de ocorrência de atividades sísmicas.

A análise globalizada deste Complexo mostra a atuação de processos metamórficos e deformacionais que, em escala regional, são compatíveis com a fácies anfibolito, e uma anisotropia estrutural, representada por uma foliação resultante de deformação dúctil ou plástica em regime de cisalhamento simples (BRANDÃO, 1995). A figura 3.4 apresenta o mapa geológico da região próxima ao açude Acarape do Meio.

FIGURA 3.4 – Mapa geológico da região próxima ao açude Acarape do Meio. Fonte: SRH-Ce, 2001.

3.6. Vegetação

A vegetação é do tipo arbórea. Abrange diversas tipologias vegetais, caatinga, no domínio da depressão sertaneja, matas úmidas e matas secas associadas aos maciços residuais e vegetação de tabuleiros na região pré-litorânea (CEARÁ, 1995).

A região serrana de Baturité, caracterizada pelo ecossistema de matas úmidas, ostenta uma vegetação arbórea exuberante, em função da topografia e das altas declividades, que propiciam impedimentos às atividades agropastoris e ao extrativismo. Evidencia-se, no entanto, nas faixas de gradiente moderado o desenvolvimento de agricultura rudimentar de sequeiro, com o plantio de milho, feijão, banana e café, notadamente pelas boas características do solo, sendo nesta última cultura adotado no seu cultivo o sombreamento com o ingá. Nos níveis inferiores deste relevo cristalino e, portanto, a retaguarda da floresta citada, encontram- se as matas secas (figura 3.5).

O crescimento desordenado dos núcleos urbanos existentes nas serras de Maranguape e Baturité vem contribuindo para a degradação das suas coberturas vegetais.

A situação da mata ciliar do Rio Pacoti na região de alto curso, mais

especificamente na Serra de Baturité, apresenta-se relativamente preservada, composta por vegetação de porte arbóreo, sendo observadas apenas pequenas áreas antropizadas e uma com irrigação difusa imediatamente a jusante do açude Acarape do Meio.

FIGURA 3.5 – Mapa de vegetação da região próxima ao açude Acarape do Meio. Fonte: SRH-Ce,

2001.

3.7. Solos

Os principais grupos de solos predominantes na região próxima ao açude Acarape do Meio são Podzólico Vermelho Amarelo Eutrófico (a jusante) e Podzólico Vermelho Amarelo Distrófico (a montante).

O Podzólico Eutrófico ocupa terrenos de relevo variado, desde plano até montanhoso, e originados a partir de materiais distintos. São bem desenvolvidos, às vezes rasos, argila de atividade baixa, média a baixa acidez, e fertilidade natural média a alta. São solos moderadamente drenados, não raro imperfeitamente bem drenados, com os solos rasos ou com plinthite, apresentando drenagem moderada ou imperfeita (SRH, 2001).

O Podzólico distrófico constitui solos profundos, geralmente bem drenados (exceto os de caráter plíntico, que são de moderada a imperfeitamente drenados), ácidos a moderadamente ácidos, porosos a muito porosos e de textura variando de arenosa/média a argilosa. A coloração é muito variada, indo desde tonalidades vermelho-amareladas até bruno- acizentadas (figura 3.6).

FIGURA 3.6 – Mapa de solos da região próxima ao açude Acarape do Meio. Fonte: SRH-Ce, 2001.

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