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3. MODELAÇÃO

3.3 Modelação do Caso de Estudo II

3.3.2 Construção do modelo arquitetónico

Modelo de Arquitetura

A construção do modelo de arquitetura iniciou-se com a definição rigorosa da cota de implantação pretendida, através do levantamento topográfico fornecido em IFC.

Após a definição da cota de implantação, deu-se início a uma modelação simples e expedita da geometria do edifício, através do software de modelação ArchiCAD 16, permitindo ser exportado para IFC de modo a que a especialidade, neste caso a de estruturas, pudesse começar os respetivos estudos preliminares de conceção e pré-dimensionamento dos elementos estruturais.

A utilização de classes (famílias) para a definição de todos os elementos construtivos, aspeto essencial para a correta implementação da metodologia BIM, foi executada desde o primeiro momento, tendo o seu nível de desenvolvimento (LOD) evoluído ao longo do trabalho.

Após a primeira exportação de IFC do modelo com um LOD baixo, definiu-se dois níveis de LOD para uma modelação cuidada e de acordo com os objetivos pretendidos. O primeiro (LOD 200) seria próprio da produção de peças desenhadas gerais, mapa de vãos e geração de imagens renderizadas, ou seja, um elemento construtivo (ex.: Wall) seria constituído pelas várias camadas de materiais agrupadas entre si dentro desse mesmo elemento que se assume como um só objeto. O segundo (LOD 350), a ser implementado para a interoperabilidade e correta aplicação do programa de cálculo (Robot Structural Analysis 2013) ou de modelação (Tekla Structures 18.1), para a execução do BIM 4D (Faseamento e Planeamento Construtivo) e também, para a pormenorização de armaduras, o que exigiu um maior nível de detalhe. Para este, verificou-se a necessidade de se proceder ao fracionamento do elemento construtivo (ex.:

Wall) nas diversas camadas de materiais constituintes do objeto, de forma a permitir editar os

diversos elementos de forma correta.

Uma vez definidos os LOD a implementar e a cronologia de aplicação, desenvolveu-se o projeto na sua íntegra dentro do LOD 200. Após a finalização deste processo de modelação

procedeu-se a nova exportação IFC para atualização da restante equipa projetista e à automatização dos outputs mais comuns para este tipo de projeto a título exemplificativo das potencialidades da ferramenta BIM, nomeadamente as peças desenhadas gerais (plantas, cortes e alçados), mapa de vãos (portas e janelas) e a geração de imagens renderizadas, que serviram como conteúdo gráfico para a apresentação do trabalho.

Acabada esta primeira fase de desenvolvimento, iniciou-se a preparação do modelo através do “upgrade” para o LOD 350, procedendo-se a uma evolução do modelo de arquitetura no qual se modelou todos os materiais em separado, ocorrendo desta forma uma multiplicação dos objetos e acarretando uma maior sobrecarga para o computador. Esta evolução, embora seja mais rigorosa na obtenção de resultados, traduz-se numa maior dificuldade de modelação, bem como numa menor flexibilidade, rapidez e eficiência para se efetuarem alterações ao projeto.

Paralelamente, foi sendo definida a correta designação dos elementos paramétricos através de uma conjugação de denominações atribuídas aos layers e ao ID, permitindo a correta exportação via IFC do modelo para o software de modelação (Revit 2013), o qual permite a ligação direta com o software de análise. Esta conjugação permite que os objetos sejam facilmente identificados, visto que ainda existem alguns problemas na passagem de informação pelo formato IFC. De forma a salvaguardar e minimizar estes erros, procedeu-se então à utilização do processo acima referido, onde os elementos individuais compostos por multicamadas são agrupados em grupos pré-definidos (por ex., a parede de arquitetura que normalmente é constituídas por várias camadas de materiais). Ao longo de todo o processo, sempre que se verificou a necessidade de utilizar ou criar um novo objeto, houve o cuidado de o organizar na biblioteca da base de dados, onde foi corretamente designado e identificado. É de extrema importância uma boa organização da biblioteca da base de dados dos objetos para uma boa eficiência na utilização da metodologia BIM. Mais importante é a criação de bibliotecas parametrizadas, cujas características são reconhecíveis por todos os software, permitindo uma melhor interoperabilidade entre os diversos “stakeholders”.

3.3.3 Interoperabilidade

Arquitetura

A importação do ficheiro normalizado IFC para o ArchiCAD 16 começou com a importação do terreno que iria ser a base de estudo para implantar o edifício de balneários. A definição rigorosa da cota de implantação pretendida revelou-se extremamente difícil de se obter, evidenciando que esta não é a forma mais apropriada para se modelar e retirar informações de um terreno. Tal, deve-se ao facto de o levantamento topográfico em formato IFC, ser considerado no ArchiCAD 16 uma malha de polígonos sem massa, não sendo possível definir com rigor a cota altimétrica de implantação pretendida.

Posteriormente, foi utilizado o mesmo levantamento topográfico mas, em formato DWG, o qual foi perfeitamente assimilado pelo ArchiCAD 16, sem necessidade de ser transferido via IFC. Este método permitiu a modelação do terreno para a correta implantação do edifício. Após a modelação completa do terreno, procedeu-se à sobreposição dos dois levantamentos, onde se verificaram resultados topográficos diferentes entre o IFC e o mesmo levantamento topográfico em DWG.

Estruturas

Para a troca de informações entre aplicativos com diferentes formatos de leitura da informação, recorreu-se ao formato livre (.ifc), o qual permite enviar ou atualizar os dados criados em cada modelo (Estruturas ou Arquitetura).

É de salientar que no processo de exportação e importação foram utilizados add-ins, relativos ao programa de modelação (Revit 2013), de modo a facilitar as trocas de informações e também para que estas se processem com o mínimo de erros e omissões.

Como anteriormente foi referido, a passagem da informação processou-se recorrendo ao formato IFC. Desta forma, será descrito todo o processo de transferência de informação entre o modelo de arquitetura e o modelo de estruturas, sendo que, sempre que for necessária alguma alteração por parte do arquiteto, esta seja de fácil incorporação, com rápidas atualizações e sem que o modelo de estruturas sofra alterações.

A chave deste processo é abrir o ficheiro IFC no Revit 2013 e guardar como um ficheiro em (formato .rvt) numa nova pasta. Posteriormente, abre-se um novo template no programa de modelação, sem qualquer informação e com isto faz-se a ligação ao ficheiro que foi guardado em formato .rvt. Desta forma, o modelo de arquitetura passa a ser um clone do template criado, onde é modelado o modelo estrutural. Todavia, não se está a interferir no modelo de arquitetura e sempre que seja necessário fazer qualquer alteração, só é necessário alterar o ficheiro que foi salvo em formato .rvt.