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CONSTRUÇÃO DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA COMO ESTRATÉGIA ARTICULADORA ENTRE A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E O ENSINO DE

JOVENS E ADULTOS

6 CONSTRUÇÃO DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA COMO ESTRATÉGIA ARTICULADORA ENTRE A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E O ENSINO DE

QUÍMICA

Considerando as análises realizadas no capítulo anterior foi possível construir uma sequência didática como estratégia para articulação entre a temática ambiental e o ensino de química, a partir da problematização da qualidade do ar. A presente sequência é produto final dessa dissertação e resultado da experiência com a turma da educação de jovens e adultos de uma escola da região metropolitana do Rio de Janeiro. Assim, considerando os pressupostos teóricos que norteiam este trabalho, a proposta foi elaborada com base na problemática ambiental do entorno da escola e, portanto, a partir de questionamentos sobre esta realidade, utilização de vídeo-documentário que aponta os prejuízos à saúde da população local, notícias locais sobre a poluição do ar publicadas em importantes meios de comunicação, etc. Neste sentido, para a utilização desta proposta em outro município é imprescindível que todo este material, questões problematizadoras, vídeo e notícias, seja adaptado à realidade do local de realização.

Tal proposta é destinada à abordagem dos conteúdos de funções inorgânicas, podendo ser adaptada à outros conteúdos de acordo com a necessidade. A sequência consiste em três etapas, sendo a primeira de problematização da realidade, a segunda de construção dos conhecimentos científicos a partir do tema gerador e a terceira de articulação entre a temática ambiental abordada e os conhecimentos científicos construídos.

Na primeira etapa, problematizando a realidade, propomos, inicialmente, a realização de uma atividade para levantamento das concepções prévias dos alunos a respeito da qualidade do ar. Nesta atividade os alunos foram solicitados à responderem à quatro questionamentos. O primeiro “O que acham da qualidade do ar que respiramos diariamente, no nosso município? Por que?”. O segundo “Qual o principal poluente?”. O terceiro “Qual a principal fonte poluidora?”. O quarto “Quais os principais danos causados pela poluição?”. O professor pode utilizar as mesmas questões, incluir outras ou mesmo substituí-las utilizando o que julgar mais adequado para a turma com o qual está trabalhando. Tal atividade pode ser realizada em grupos ou duplas de forma a viabilizar a interação aluno-aluno e as respostas podem ser registradas no quadro branco, para utilização no debate após o vídeo. A partir de tais respostas, pode ser feita uma breve intervenção para promover a reflexão das concepções acerca da realidade, de forma que na atividade seguinte, de exibição do vídeo, os conhecimentos já possam evoluir para uma forma mais elaborada. Em seguida, a segunda

atividade, que consiste na exibição do vídeo problematizador sobre a poluição do ar, do programa campus da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, disponível na página virtual da universidade. Tal vídeo foi utilizado, especialmente, por estar estreitamente relacionado à realidade local da região onde está situada a escola, na ocasião da realização deste trabalho, podendo, então, ser utilizado outras opções de acordo com a região e época de realização da atividade. Após o vídeo, para finalizar esta etapa, propomos a realização de um debate, consistindo na terceira atividade, para promover as reflexões acerca da questão “O que mais chamou a atenção no vídeo?”, de forma a favorecer a ampliação dos conhecimentos.

Na segunda etapa, para a construção dos conhecimentos científicos a partir do tema gerador, propomos, inicialmente, como quarta atividade, a leitura do texto mobilizador sobre a qualidade do ar, disponível na página virtual do Instituto Estadual do Ambiente – INEA16. O texto define a qualidade do ar, apontando as substâncias químicas presentes no ar poluído que são utilizadas como parâmetros para medição dos níveis prejudiciais à saúde da população. Assim, os alunos podem ser solicitados a identificarem tais substâncias, abrindo caminho para abordagem da função inorgânica óxido. Cabe ressaltar aqui a importância da abordagem iniciada pela função óxido de forma a aproximar a realidade problematizada dos conceitos científicos. Na sequência são abordadas as demais funções ácidos, bases e sais, privilegiando- se a relação das substâncias com o cotidiano dos alunos. Para tanto, propomos a quinta atividade que consiste na medição do pH de produtos do cotidiano, finalizando esta segunda etapa.

Na terceira etapa, para articulação entre a temática ambiental e os conhecimentos construídos propomos um retorno à realidade local, podendo ser preparado previamente um material, em apresentação de slides ou impresso, conforme realidade e estrutura da escola. O material pode trazer maiores informações sobre atividades industriais que provocam a poluição do ar, na região da escola, bem como reportagens que tratam do assunto. Algumas informações nesta etapa podem surgir da necessidade de abordagem em função de observações feitas nas etapas anteriores. Assim, a partir do maior conhecimento da poluição do ar na região, os alunos são solicitados à realizarem o acompanhamento do monitoramento da qualidade do ar, como sexta atividade, de forma a identificarem as substâncias químicas que poluem o ar da região onde vivem. O monitoramento pode ser feito através da página

16 Texto informativo sobre a Qualidade do Ar, disponível

em:http://www.inea.rj.gov.br/Portal/MegaDropDown/Monitoramento/Monitoramentodoar- EmiQualidade/Qualidoar/index.htm&lang=

virtual do INEA17, que disponibiliza o boletim diário da qualidade do ar de todas as estações de monitoramento disponíveis. Também deve ser solicitado que os alunos acompanhem o boletim diário de pelo menos cinco estações diferentes em dias diferentes, de forma a permitir reflexões por meio de comparação. Tal atividade pode ser solicitada previamente para que os alunos cheguem na aula com os dados pesquisados e coletados. Entretanto, de acordo com a realidade da turma, será necessária a verificação pelo docente e apresentação destes dados em slides ou impressos, como forma de prevenção para o caso de os alunos não disporem de condições para a realização da pesquisa. Assim, a partir dos dados coletados, os alunos são solicitados a responderem a questão “Quais óxidos estão presentes em maior quantidade no ar que respiramos diariamente?”. Tal questão permite a articulação entre a realidade local problematizada e os conceitos científicos abordados. Para finalizar, propomos a realização da sétima atividade que consiste na formulação, pelos alunos, de sugestões que possam contribuir para a redução na poluição do ar. Tal atividade pode ser realizada em grupo, duplas ou conforme realidade da turma, podendo ser utilizado o quadro branco para registro das sugestões que serão utilizadas para reflexão em seguida.

17 Monitoramento da Qualidade do Ar a partir do Boletim diário da qualidade do ar, disponível em:

http://www.inea.rj.gov.br/Portal/MegaDropDown/Monitoramento/Monitoramentodoar- EmiQualidade/Qualidoar/Boletimdiriodaqualidoar/index.htm&lang=