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4.4.2 O REUNI

O Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), instituído pelo Decreto federal nº 6.096, de 24 de Abril de 2007, se propõe financiar planos de reestruturação e expansão das Universidades federais durante o período de cinco anos. Tem por objetivo ampliar o acesso aos cursos de graduação, reduzir o tempo de permanência neles, promover melhorias na estrutura física das instituições e prover recursos humanos para o cumprimento de metas. A adesão ao Reuni é voluntária, mediante aprovação do plano de reestruturação e expansão pelos conselhos superiores das universidades federais.

A adesão da Universidade Federal do Pará ocorreu no dia 19 de outubro de 2007, quando o Conselho Universitário aprovou o Plano de Reestruturação e Expansão 2008-2012. Antes de submeter a proposta ao Conselho Universitário (CONSUN), a Reitoria realizou consulta eletrônica aberta a qualquer membro da comunidade universitária, com o objetivo de fornecer subsídio à decisão da reitoria em submeter ou não o plano ao CONSUN. A maioria dos votantes manifestou-se favorável à adesão. Mas, a decisão não agradou a todos, houve inclusive, movimento de alunos contrários à adesão da UFPA ao Programa.

O Plano de Reestruturação e Expansão da UFPA está estruturado em eixos, detalhados em metas, com especificação das estratégias para atingi-las. O cumprimento do Plano está estabelecido em etapas anuais e seu cumprimento pode determinar uma mudança significativa na instituição. Entre os principais eixos estão, ampliação da oferta de vagas; redução das taxas de evasão; ocupação das vagas ociosas; revisão da estrutura acadêmica e reorganização dos cursos de graduação; capacitação pedagógica; articulação da educação superior com a educação básica, profissional e tecnológica; política de inclusão, programas de assistência estudantil; política de extensão universitária; suporte da pós-graduação ao desenvolvimento qualitativo da graduação; contratação de pessoal docente para graduação e pós-graduação e de pessoal técnico administrativo; ampliação da infraestrutura física.

A UFPA planeja expandir até o final do REUNI sua infraestrutura total (Belém e interior) em mais 27.207 m², por meio de obras orçadas, hoje, em R$ 44.698.526,00. O maior aporte de recursos vai para o campus de Belém, cujas obras foram orçadas em R$ 26.294.100.

Os demais campi receberão os seguintes valores: R$ 5.673.526,00 para Altamira; R$ 2.629.000,00 para Castanhal; R$ 1.446.900,00 para Cametá; 1.193.500,00 para Abaetetuba, R$ 1.418.500,00 para Breves; R$ 1.149.500,00 para Soure e Marabá R$

2.881.000,00. Os investimentos em infraestrutura e em equipamentos para laboratórios somam R$ 32.503.924,00.

Tabela 1 – Planejamento de Obras para a Cidade Universitária no Programa Reuni

ITEM DESCRIÇÃO ÁREA (m²) R$

1 Centro de Treinamento e Acesso à Informação para 235 computadores. 954 1.144.800,00 2 Centro de Treinamento e Acesso à Informação para 235 computadores. 954 1.144.800,00 3 Construção do novo prédio da Escola de Música da UFPA 2.000 3.000.000,00 4 13 Blocos de 720 m², contendo em cada bloco 50 gabinetes individuais

para professores 9.360 18.726.500,00

5 4 Blocos de 290 m², contendo em cada bloco 20 gabinetes individuais

para professores 1.160 2.278.000,00

TOTAL 14.428 26.294.100,00

Fonte: Reuni da UFPA (2007)

No que tange à implementação do Reuni, sobretudo as construções em andamento, existem atualmente16 obras sendo construídas na cidade universitária. Após a repactuação realizada em 01 de julho de 2009, com todas as unidades acadêmicas, incluídas no Reuni a nova distribuição de recursos de capital ficou de acordo com tabela 2, totalizando R$ 24.410.546,61.

Tabela 2 - Obras do REUNI para a Cidade Universitária (Período 2007 – 2011)

Obras/Instalações 2007 2009 Total

Construção 1 Bloco de 720 m2 p/ Administração do ICS 1.440.650,00 1.440.650,00

Construção 1 Bloco de 720 m2 p/ C. Nutrição do ICS 1.440.650,00 1.440.650,00

Construção 1 Bloco de 720 m2 p/ Fac. De Medicina do

ICS

1.440.500,00 1.440.500,00 Construção do novo prédio para a Esc. De Música da

UFPA 5.881.000,00 5.881.000,00

Construção 1 Bloco de 720 m2 p/ sala de aula do ITEC 1.440.500,00 1.440.500,00

Construção 1 Bloco de 720 m2 p/ Fac. de Geologia – Lab

de Ensino - IG 1.440.500,00 1.440.500,00

Construção 1 Bloco de 720 m2 p/ sala de aula, sala p/

prof. e laboratórios do ICEN 1.440.500,00 1.440.500,00

Construção 2 Bloco de 720 m2 p/o CTDS (Centro de

Tecnologia de Desenvolvimento Sustentável 2.881.000,00 2.881.000,00

Construção 1 Bloco de 720 m2 p/ Fac. de Odontologia e

Farmácia 1.440.500,00 1.440.500,00

Construção e Reforma do ICB 2.289.600,00 2.289.600,00

Construção 1 Bloco de 720 m2 p/ Fac. de Biotecnologia

do ICB 1.440.500,00 1.440.500,00

Construção 1 Bloco de 290 m2 p/ NPADC 596.488,89 596.488,89

Construção 1 Bloco de 200 m2 p/ Lab. De

Demonstrações 400.000,00 400.000,00

Construção 1 Bloco de 200 m2 p/ NMT (Núcleo de

Medicina Tropical) 400.000,00 400.000,00

Construção do Bloco PPGCM do NPADC 139.113,59 139.113,59

Conclusão do Auditório Nobre 299.044,13 299.044,13

Após anos sob a égide da política social-democrata, do Presidente Fernando Henrique Cardoso, sem promover grandes investimentos na educação superior brasileira, o Governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, em seu segundo mandato, incluiu nas prioridades de governo os investimentos na educação. Algumas universidades federais se encontravam com sua infraestrutura em completo abandono. O Reuni se configurou numa iniciativa de resgate da educação superior.

Até o final de 2012, a UFPA pretende ampliar a oferta de vagas aos cursos de licenciatura em até 50% no interior do Estado. Pretende também consolidar os cursos em funcionamento. Para cumprir essas metas planejou a contratação de 341 novos docentes, elevando o número de professores do quadro permanente do interior dos atuais 68 para 419 docentes e de 116 novos funcionários técnico-administrativos.

Também se compromete em reduzir para 10% o número de vagas ociosas mediante o estabelecimento de novas normas e mecanismos de controle acadêmico processado em um novo sistema computacional que atenda às necessidades da atual estrutura. Outra medida será dar ampla divulgação dos programas de mobilidade acadêmica interna e externa, passando a incluir no calendário acadêmico anual os seus cronogramas, buscando sensibilizar docentes, técnicos e gestores à importância da participação dos alunos nesses programas (<http//www.beiradorio.ufpa.br>).

4.5 ORGANIZAÇÃO ESPACIAL E O USO DO SOLO NA CIDADE UNIVERSITÁRIA DA UFPA

A organização espacial e uso do solo na Cidade Universitária da UFPA exige o resgatar dos conceitos de estrutura e processo utilizados por Santos (1986). Para o autor, a estrutura implica a inter-relação de todas as partes de um todo, ou seja, o modo de organização ou construção, enquanto que processo é definido como uma ação contínua, desenvolvendo-se em direção a um resultado qualquer. Para Santos “quando se estuda a organização espacial, esses conceitos são necessários para explicar como o espaço social está estruturado, como os homens organizam sua sociedade no espaço e como a concepção e o uso que o homem faz do espaço sofrem mudanças” (p. 53). Este processo, sobre a produção do espaço, foi descrito no item 4.4 que abordou a UFPA e os planos de expansão das universidades públicas responsável pela implantação da infraestrutura.

A organização do espaço interno da UFPA se desenvolveu em pouco mais de 50 anos, em contextos políticos e econômicos diferenciados comandados por políticas educacionais emanadas do governo federal.

Ao longo de pouco mais de 50 anos de existência a UFPA foi dirigida por doze reitores, totalizando treze gestões, cujos mandatos predominantemente se deram sem eleição até final da sétima gestão, em 1989, quando teve início eleição para escolha do reitor, pela comunidade acadêmica e nomeação do Presidente da República para o mandato de quatro anos (ver quadro 7).

Quadro 7 – Reitores e suas respectivas Gestões

PRIMEIRA Mário Braga Henriques 1957 - 1960 SEGUNDA José Rodrigues da Silveira Netto 1960 - 1969 TERCEIRA Aloysio da Costa Chaves 1969 - 1973 QUARTA Clóvis Cunha da Gama Malcher 1973 - 1977 QUINTA Aracy Amazonas Barretto 1977 - 1981 SEXTA Daniel Coelho de Souza 1981 - 1985 SETIMA José Seixas Lourenço 1985 - 1989 OITAVA Nilson Pinto de Oliveira 1989 - 1993

NONA Marcos Ximenes Ponte 1993 - 1997

DÉCIMA Cristovam Wanderley Picanço Diniz 1997 - 2001 DECIMA-PRIMEIRA Alex Bolonha Fiúza de Mello 2001 - 2005 DECIMA-SEGUNDA Alex Bolonha Fiúza de Mello 2005 - 2009 DECIMA-TERCEIRA Carlos Edilson de Almeida Maneschy 2009 - 2013 Fonte: Atualizada pelo autor a partir do “Projeto Univer[s/c]idade, Uma leitura sobre a infraestrutura, estrutura e super-estrutura da UFPA no espaço-tempo, 2007.

No que tange à manutenção do patrimônio fundiário da UFPA foi marcada por conflitos envolvendo a instituição e famílias de baixa renda que resultou em perda expressiva de seu patrimônio. A UFPA, nesse contexto, se privou de 2.129.181 m2 de área em decorrência das ocupações e, nem por isso, deixou de cumprir com a sua função institucional. O fim primeiro da instituição ainda no início de suas atividades, em 1957, foi concebido para o ensino. Em razão do crescimento econômico do país, a partir da década de 1970 a função institucional foi ampliada também à pesquisa e à extensão. Em decorrência dessas funções é

que a estrutura acadêmica foi concebida e instalada. Isto reflete, inclusive, na distribuição espaço-temporal das salas de aula e laboratórios na cidade Universitária. Pois, é neste tripé que a instituição se fundamenta. Quando exerce as funções de ensino está exercendo o seu papel de transmissão do saber já conquistado. A pesquisa representa uma reflexão crítica sobre a investigação e a busca por novos saberes. Ao passo que a extensão é uma forma de articulação com a sociedade que a insere. Desse modo, ela cumpre a sua função social e a sua missão institucional.

Nesse sentido, o arranjo espacial da Cidade Universitária da UFPA traz na distribuição dos seus prédios e nas suas construções o registro de cada um desses tempos.

Figura 6 - Prefeitura da Cidade Universitária da UFPA. Fonte: Jacilino, Barbosa. 2012

Tempo como propósito organizar e planejar o seu espaço físico a UFPA dispõe de uma Prefeitura (figura 6) e de pessoal especializado para assessorar as suas atividades. As intervenções no espaço universitário são acompanhadas por profissionais das diversas áreas do conhecimento: engenharia civil, engenharia elétrica, engenharia sanitarista, arquitetos, urbanistas, etc. Dentro de sua estrutura administrativa existe a Comissão de Regularização Fundiária responsável pelos registros, análises e acompanhamentos de processos e procedimentos que envolvam os bens imóveis da instituição, tanto os de sua propriedade quanto aos de seu uso e de propriedade de terceiros.

Atualmente a organização da Cidade Universitária se concentra em uma área remanescente do seu patrimônio totalizando 470 ha, dos quais 203 ha estão ocupados. Está dividida em quatro grandes setores: Básico; Profissional; Esporte e de Saúde (mapa 9).