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4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.4. ANÁLISE EXPLORATÓRIA DAS VARIÁVEIS DOS CONSTRUTOS

4.4.9. Construto “Predisposição”

- Estatística descritiva

O construto da predisposição exigiu que os respondentes analisassem do interesse em adotar um comportamento em prol da doação de sangue. As variáveis que compõem o construto estão apresentadas na Tabela 39.

Tabela 39 - Medidas descritivas da predisposição

VA Itens da escala Média Desvio Assimetria Curtose

PRED1 Eu acho que nunca doarei sangue (R) 6,45 3,31 1,00 -0,56 PRED2 Sou uma pessoa predisposta à doar sangue 8,12 2,41 -1,35 1,08 PRED3 Creio que um dia vou tentar doar sangue 8,75 2,26 -2,28 4,69 PRED4 Eu tenho a intenção de doar sangue no futuro 8,71 2,16 -2,05 3,94 Fonte: Dados da pesquisa (2012)

As médias dos itens PRED2, PRED3 e PRED4 obtiveram resultados semelhantes, indicando uma tendência dos sujeitos pesquisados em adotar um comportamento de doador de

sangue. No que se refere à variável PRED1, observou-se que por ter sido mensurada de maneira reversa seu comportamento é diferente das demais variáveis. Na análise do conteúdo, é possível afirmar que as respostas desta variável seguem a tendência de maior predisposição à doação de sangue apresentada nas outras três.

O desvio padrão apresentou valores que variam da dispersão moderada a alta. Assim, as variáveis PRED2, PRED3 e PRED4 apontaram para uma dispersão moderada, uma vez que seus valores estão entre 2 e 3. Já o item PRED1 demonstrou uma dispersão acima de 3, indicando um alto nível de dispersão.

Para a assimetria e curtose, as variáveis PRED2, PRED3 e PRED4 mostraram-se fora do padrão da normalidade, implicando que estes itens não possuem uma distribuição simétrica. Estas mesmas variáveis apresentaram de curtose que configura não normalidade. Apenas a primeira variável estaria na condição de normalidade, segundo os critérios aqui adotados.

- Análise de correlação e consistência interna

Inicialmente, realizou-se a extração da matriz de correlação entre as variáveis do construto. Observou-se que nenhuma das variáveis apresentou correlação nula a p>0,05. Os valores resultantes da análise de correlação estão apresentados na Tabela 40. Constatou-se que os pares de variáveis PRED1 e PRED2, PRED1 e PRED3 e PRED1 e PRED4 apresentaram coeficientes de correlação negativos e menores que 0,30, indicando assim uma correlação fraca entre as variáveis. Em contrapartida, os pares de variáveis PRED2 e PRED3, PRED2 e PRED4 demonstraram coeficientes de correlação entre 0,30 e 0,60, expondo um nível moderado de relação, ao passo que as variáveis PRED3 e PRED4 apresentaram uma forte correlação, com coeficiente no valor de 0,76.

Tabela 40 - Matriz de correlação da predisposição VA. PRED1 PRED2 PRED3 PRED4 PRED1 1

PRED2 -0,13 1

PRED3 -0,26 0,57 1

PRED4 -0,25 0,68 0,76 1 Fonte: Dados da pesquisa (2012)

Em termos de consistência interna, procedeu-se a extração coeficiente do alpha de Cronbach, o valor obtido foi de 0,39, representando assim um baixo nível de consistência interna. No entanto, ao analisarmos a influência das variáveis no coeficiente do alpha de

Cronbach, observou-se que com a exclusão da variável PRED1 haveria um relevante aumento na consistência interna (Tabela 41), que sinaliza a necessidade de sua remoção.

Tabela 41 - Alpha de Cronbach da predisposição

VA Alpha se o item for excluído

PRED1 0,85

PRED2 -0,01

PRED3 0,08

PRED4 0,01

Fonte: Dados da pesquisa (2012)

- Análise fatorial exploratória

De acordo com a ordem dos procedimentos, aplicou-se para verificar a adequação das variáveis para a análise fatorial, primeiramente, o teste KMO e o teste de esfericidade de Bartlett. O resultado do teste KMO foi igual a 0,712, já o teste de esfericidade de Bartlett obteve significância estatística do valor do qui-quadrado a p<0,001 (X2=496,574, gl=6),

sinalizando assim a adequação dos itens para a análise fatorial.

Nas saídas do SPSS, observa-se em seguida as informações relativas aos autovalores, cujos resultados são apresentados na Tabela 42. Verificou-se que o construto em análise possui 1 (um) autovalor, com grau de explicação equivalente a 61,24% da variância total, o que indica uma boa adequação da extração.

Tabela 42 - Medidas de autovalores da predisposição Componentes Total Autovalores iniciais % da variância

1 2,45 61,24

2 0,91 22,85

3 0,42 10,54

4 0,21 5,35

Fonte: Dados da pesquisa (2012)

A Tabela 43 apresenta os escores fatoriais para cada variável. A partir da análise dos valores fatoriais, identificou-se que a variável PRED1 possui um escore muito discrepante da margem definida, o que indica a necessidade de sua exclusão neste construto.

Tabela 43 - Matriz de escores de predisposição

VA Extração 1 Extração 2

PRED1 -0,40

PRED2 0,81 0,84

PRED3 0,88 0,88

PRED4 0,91 0,92

Foi procedida uma nova extração da análise fatorial, com a exclusão da variável PRED1. Sendo assim, para o teste KMO foi obtido o resultado de 0,692, já o teste de esfericidade de Bartlett novamente mostrou significância estatística do valor do qui-quadrado a p<0,001 (X2=471,185, gl=3), indicando que os itens atendiam os requisitos para a análise

fatorial.

Na segunda extração de autovalores foi obtido um autovalor acima de 1, com grau de explicação igual a 78,29%, o que sinalizou a existência de um fator subjacente a este conjunto de variáveis. Além disso, observou-se na segunda extração (segunda coluna da Tabela 43), que não há a necessidade de exclusão de mais variáveis, visto que seus valores apresentam-se acima de 0,7.

Em termos de consistência interna, o coeficiente alpha de Cronbach apresentou um elevado valor de 0,85. Assim, as variáveis finais para este construto são: PRED1, PRED3 e PRED4, conforme o Quadro 19.

Quadro 19 - Enunciado das variáveis da predisposição

Variável Enunciado

PRED2 Sou uma pessoa predisposta a doar sangue PRED3 Creio que um dia vou tentar doar sangue PRED4 Eu tenho a intenção de doar sangue no futuro Fonte: Elaboração própria (2012)

As variáveis restantes do construto ‘Predisposição’ mostraram-se adequadas quanto ao seu conteúdo, ao explorar de maneira objetiva a tendência dos sujeitos em aderir ao comportamento de doação de sangue. De maneira geral, a variável excluída não comprometeu o sentido do construto, visto que a variável PRED1 mostrava-se inadequada na perspectiva estatística.