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3.2 Gestão de Resíduos

3.2.1 Consumo Sustentável

Conforme dito anteriormente, mais de 158 mil toneladas de lixo são coletadas por dia no Brasil. Isso significa um alto índice de consumo dos mais diferentes gêneros de produtos. Este consumo exacerbado gera produtos pós-consumo os quais demandam uma

reflexão sobre o impacto ambiental.

Um mundo sustentável depende de uma sociedade consciente de seu papel na construção desta sustentabilidade, tanto no sentido de cobrar ações dos governos, das empresas, quanto de refletir sobre suas próprias ações. De acordo com informações no site do Instituto Akatu:

Consumir implica em um processo de seis etapas que, normalmente, realizamos de modo automático e, mais ainda, muitas vezes impulsivo. O mais comum é as pessoas associarem consumo a compras, o que está correto, mas incompleto, pois não engloba todo o sentido do verbo. A compra é apenas uma etapa do consumo. Antes dela, temos que decidir o que consumir, por que consumir, como consumir e de quem consumir. Depois de refletir a respeito desses pontos é que partimos para a compra. E após a compra, existe o uso e o descarte do que foi adquirido (Akatu, 2008).

Sendo assim, o consumo provoca impactos sociais, ambientais, econômicos. Porém, o modelo capitalista de produção e consumo contribuiu para aprofundar a desigualdade social, bem como o desequilíbrio ambiental. Neste sentido, o Instituto Akatu (2008) considera que para consumir é preciso levar em consideração os impactos provocados por esta ação, fazendo melhores escolhas que maximizem os impactos positivos e minimizem os negativos. Argumenta-se ainda que:

O consumidor consciente busca o equilíbrio entre a sua satisfação pessoal e a sustentabilidade do planeta, lembrando que a sustentabilidade implica em um modelo ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável. O consumidor consciente reflete a respeito de seus atos de consumo e como eles irão repercutir não só sobre si mesmo, mas também sobre as relações sociais, a economia e a natureza. O consumidor consciente também busca disseminar o conceito e a prática do consumo consciente, fazendo com que pequenos gestos de consumo realizados por um número muito grande de pessoas promovam grandes transformações (Akatu, 2008).

Assim, a primeira etapa na Gestão de resíduos seria reduzir o consumo.

3.2.1.1 Reduzir o Consumo

refletir e discutir de forma sistemática os rumos que a economia mundial deveriam adotar., cada um dos atores sobre seu ponto de vista, provavelmente com pouco altruísmo, com pouca vontade de abrir mão de algo. Toda humanidade depende do ar, água, alimentos, materiais e combustíveis fósseis do planeta. Elas emitem resíduos e poluição de volta à Terra. (...) os limites físicos do crescimento são os limites da capacidade de fontes planetárias de prover materiais e energia e da capacidade dos sumidouros planetários de absorver a poluição e os resíduos. (MEADOWS, at al,:2007, p.9).

Na Agenda 21, o capítulo 4 trata especificamente de mudanças no padrão do consumo, considera que especial atenção deve ser dedicada à demanda de recursos naturais gerada pelo consumo insustentável, bem como ao uso eficiente desses recursos, coerentemente com o objetivo de reduzir ao mínimo o esgotamento desses recursos e de reduzir a poluição. Embora em determinadas partes do mundo os padrões de consumo sejam muito altos, as necessidades básicas do consumidor de um amplo segmento da humanidade não estão sendo atendidas. Isso se traduz em demanda excessiva e estilos de vida insustentáveis nos segmentos mais ricos, que exercem imensas pressões sobre o meio ambiente. A mudança dos padrões de consumo exigirá uma estratégia multifacetada centrada na demanda, no atendimento das necessidades básicas dos pobres e na redução do desperdício e do uso de recursos finitos no processo de produção (MMA, AGENDA 21, Cap. 4).

O documento Agenda 21, considera que todos os países devem empenhar-se na promoção de padrões sustentáveis de consumo. Qualquer gerenciamento de resíduo, recomenda a adoção do consumo consciente por meio de práticas que fazem à diferença no volume de lixo descartado, por meio de padrões sustentáveis de consumo que levem em consideração as seguinte etapas reduzir, reutilizar, reciclar, incinerar com aproveitamento de energia e dispor os resíduos de forma segura (SOUZA, 2000).

No dia-a-dia é possível adotar ações que levem em conta os impactos da compra, uso ou descarte de produtos ou serviços. Nesse sentido, Souza (2000) considera que quando não é possível evitar o consumo, ou seja reduzir, deve-se buscar a reutilização ou a reciclagem.

3.2.1.2 Reutilizar

Quando o primeiro passo repensar para reduzir não foi eficaz, ou seja, definiu-se que realmente o consumo se efetivará, parte-se para o reutilizar ou este pode ser fruto do repensar. Ao repensar o consumo percebe-se que pode-se utilizar um produto ou equipamento, por exemplo, que estava de lado, que não tinha uma utilidade até então. E se o caso for trocar de tecnologia, é possível doar, emprestar ou vender o produto ou equipamento utilizado. Desta forma, atende-se a segunda etapa do ciclo.

3.2.1.3 Reciclagem

A reciclagem é a terceira etapa, ocorre quando não foi possível reduzir o consumo ou reutilizar o produto ou equipamento por estar inadequado para uso. Neste caso, recorre- se à reciclagem que é um processo industrial que converte o produto do pós-uso (matéria- prima secundária) em produto semelhante ao inicial ou outro.

Reciclar é economizar energia, poupar recursos naturais e trazer de volta ao ciclo produtivo o que é jogado fora. De acordo com o Ambiente Brasil (Ambiente Brasil, 2008), a palavra reciclagem foi introduzida ao vocabulário internacional no final da década de 80, quando foi constatado que as fontes de petróleo e outras matérias-primas não renováveis estavam e estão se esgotando. Reciclar significa = Re (repetir) + Cycle (ciclo).

comparação com a produção a partir do petróleo e preserva-se esta fonte esgotável de matéria-prima.

Entre outros benefícios ao meio ambiente, economia e sociedade, a reciclagem contribui para (Ambiente Brasil, 2008): Diminuir a poluição do solo, água e ar, prolongar a vida útil de aterros sanitários, gerar empregos para a população não qualificada e gerar receita com a comercialização dos recicláveis.

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