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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.2. Consumo voluntário e digestibilidade aparente da matéria seca do feno da

Brachiaria decumbens

Os valores de consumo voluntário de matéria seca (CMS) em gramas por dia, consumo de matéria seca por unidade de tamanho metabólico (CMSTM) por dia (g/UTM/dia), digestibilidade aparente da matéria seca (DAMS) em porcentagem, consumo de matéria orgânica (CMO) em gramas por dia, consumo de matéria orgânica em gramas por unidade de tamanho metabólico (CMOTM) por dia e digestibilidade da matéria orgânica (DAMO) em porcentagem, aparecem na tabela 2.

Tabela 2. Valores médios de consumo de matéria seca (CMS) em gramas por dia, consumo de matéria seca em gramas por unidade de tamanho metabólico (CMSUTM) por dia, digestibilidade aparente da matéria seca (DAMS) em porcentagem, consumo de matéria orgânica (CMO) em gramas por dia, consumo de matéria orgânica em gramas por unidade de tamanho metabólico (CMOUTM) por dia e digestibilidade aparente da matéria orgânica em porcentagem (DAMO) do feno de Brachiaria decumbens com a planta ceifada em três diferentes idades. Idade (dias) 56 84 112 CV (%) CMS 948,13 905,13 841,20 17,31 CMSUTM 65,60 60,37 57,66 8,51 DAMS 55,96a 55,68a 45,61b 10,78 CMO 882,14 846,75 787,53 17,34 CMOUTM 61,03 56,48 53,98 8,51 DAMO 58,09a 57,94a 48,66b 9,91

* Médias seguidas por letra distintas na mesma linha diferem entre si pelo teste SNK (p<0,05)

As médias de CMS e CMSTM dos feno de Brachiaria decumbens, confeccionados com a forrageira ceifada nas idades de 56, 84 e 112 dias, foram semelhantes (p>0,05). Esta semelhança entre os consumos dos tratamentos concorda com os valores próximos dos teores de FDN entre os fenos testados. Pois sabe-se que para volumosos os conteúdos de FDN são responsáveis pela regulação, física, da ingestão de MS pelos animais. O que é um indicativo que os animais não conseguiram selecionar porções mais digestíveis da dieta fornecida a eles.

Os valores de CMSTM foram superiores, para todas as idades de corte, aos valores médios de 55,00 e 56,00 g/UTM/dia para a mantença de carneiros descritos National... (2006).

Andrade et al. (1994) trabalhando com o feno desta planta ceifado nas idades de 42, 56 e 84 dias encontraram valores de CMSTM de 53,18, 45,80 e 44,60 g/UTM/dia, respectivamente, que são menores que os valores encontrados neste trabalho. Um fato a ser apontado neste trabalho é que estes autores também não encontraram diferença (p>0,05) para o

CMSTM para os fenos aos 56 e 84 dias, como neste trabalho.

Rosa, Rocha e Silva (1983) avaliando os fenos de B. decumbens em três idades de corte, 60, 90 e 120 dias, intervalos próximos aos testados neste trabalho, obtiveram valores médios de CMSTM inferiores aos deste trabalho, 50,70, 56,03 e 49,85 g/UTM/dia, para as respectivas idades. Estes autores também não encontraram diferenças (p>0,05) entre as idades de corte.

Os valores de CMSTM obtidos neste trabalho foram maiores do que os citados por Rodriguez et al (1984), 52,38 g/UTM/dia, Silveira (2001), 37,26 g/UTM/dia, e Teixeira (2001), 47,80 g/UTM/dia, estes autores informam que estes fenos apresentaram teores de FDN de 85,32, 80,55 e 71,26%. Socorro (1984) trabalhando com o feno de B. decumbens, confeccionado com 90 e 130 dias e acrescido de uréia para alcançar 7% de PB na matéria seca, encontrou valores menores de CMSTM que os obtidos neste trabalho, 44,97 e 49,01 g/UTM/dia. Schimdt et al (2003) avaliando o feno de B. decumbens já passada informaram consumo de MS de 42,9 g/UTM/dia. Já Gomes et al (2006), trabalhando com o feno da planta já passada obteve consumo de MS de 54,33 g/UTM/dia, resultado bastante próximo ao obtido neste trabalho. Pereira, et al. (2006) avaliando o consumo desta forrageira, em intervalos de pastejo de 35 dias, utilizando indicadores de consumo, estimaram consumos 70,94 g/UTM/dia e Velasco (2009) trabalhando com a planta verde cortada aos 56, 84 e 112 dias encontrou consumo de MS de 76,23, 78,89 e 78,00 g/UTM/dia, valores superiores aos encontrados neste trabalho.

Já Rolim (1976) avaliou o feno desta planta em três idades de corte, 45, 90 e 135 dias, e obteve valores de CMSTM de 27,00, 25,25 e 21,50 g/UTM/dia, resultados muito inferiores aos deste trabalho.

Os valores de digestibilidade aparente da matéria seca do feno obtido com a B. decumbens aos 112 dias foram inferiores (p<0,05) aos valores apresentados pelos fenos confeccionados com as plantas ceifadas aos 56 e 84 dias, que foram

semelhantes entre si (p>0,05). Apesar dos valores de DAMS serem superiores para os fenos com a forrageira aos 56 e 84 dias de crescimento isto não foi suficiente para promover um aumento significativo no CMSTM destes fenos pelos animais, isto se deve provavelmente a pequena diferença das DAMS dos tratamentos testados. Rosa, Rocha e Silva (1983) obtiveram valores de DAMS de 50,89, 51,64 e 47,89%, valores que são próximos aos encontrados neste trabalho, porém estes autores não obtiveram variações estatísticas entre as idades testadas, 60, 90 e 120 dias. Os valores de DAMS encontrados neste trabalho foram compatíveis com o apresentado por Rodriguez (1984), 51,51%, Silveira (2001), 50,36%, e Socorro (1984) trabalhando com os fenos da planta cortada aos 90 e 130 dias de crescimento, que encontrou 47,83 e 49,01% respectivamente. Orsine et al. (1989) e Schimdt et al (2003) trabalhando com o feno desta planta feito após a colheita das sementes encontraram DAMS de 42,74 e 42,90%, respectivamente, valores próximos aos encontrados neste trabalho para o feno confeccionado com a planta aos 112 dias. Teixeira (2001) trabalhando com feno desta forrageira confeccionado com a planta acima de 120 dias de idade encontrou 42,19% de DAMS. Santos et al. (2004a) trabalhando com o feno confeccionado após a planta ter completado seu ciclo encontrou valores de DAMS muito inferior ao determinado neste trabalho, de apenas 35,60%.

A comparação com os valores de DIVMS obtidos neste trabalho, 59,08, 50,54 e 46,40%, os valores de DAMS encontrados foram próximos aos obtidos com esta técnica, sendo inferior para as idades de fenação de 56 e 112 dias e superior ao valor obtido com a idade de fenação de 84 dias. Os valores de CMO e CMOTM não apresentaram diferenças significativas (p>0,05) para os fenos confeccionados com as plantas ceifadas aos 56, 84 e 112 dias. Gomes et al (2006) trabalhando com a B. decumbens já passada, obteve consumo de MO de 51,35 g/UTM/dia, já o valor apresentado por Teixeira (2001) foi menor que o deste trabalho, 46,18 g/UTM/dia.

Estes valores de CMOTM foram semelhantes aos encontrados por Lima (1989) de 59,28 e 53,03 g/UTM/dia, trabalhando respectivamente com Paspalum guenoarum e P. plicatulum.

A DAMO do feno obtido com a planta ceifada aos 112 dias foi inferior (p<0,05) aos valores encontrados para os fenos desta planta cortada aos 56 e 84 dias, que não diferiram entre si (p>0,05). Desta forma, a DAMO seguiu a mesma lógica da DAMS, ou seja, a DAMS pode ser explicada pela DAMO.

Os valores de DAMO encontrados neste experimento concordam com os descritos por Rodriguez (1984), 51,71% e Teixeira (2001), 51,89%, que trabalharam com fenos de B. decumbens já madura. Socorro (1984) trabalhou com fenos desta planta ceifada aos 90 e 130 dias e encontrou valores de

DAMO também compatíveis com os deste trabalho, 51,12 e 51,85%, respectivamente. Velasco (2009) trabalhando com esta planta verde encontrou valores de DAMO de 67,63, 61,70 e 58,95%, respectivamente para os cortes aos 56, 84 e 112 dias de crescimento, valores estes superiores aos encontrados neste trabalho para estas idades.

4.3 Consumo voluntário e digestibilidade

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