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1.141/08.

Nesta seção, será abordada a forma conceitual de arrendamento mercantil de acordo com a legislação tributária, Lei 6.099/74 e de acordo com a Resolução do CFC 1.401/08.

2.6.1 Contabilização do arrendamento mercantil financeiro para a arrendatária segundo a legislação tributária.

De acordo com a Lei 6.099/74, os bens arrendados são escriturados no ativo da arrendadora, esta ainda deve registrar como receita de arrendamento as

contraprestações recebidas pelo uso do bem da arrendatária. Na arrendatária considera-se a operação de arrendamento mercantil como um simples aluguel independentemente desta operação ser classificada como operacional ou financeira.

As arrendatárias não reconhecem em suas demonstrações contábeis os bens arrendados, já que estes são de posse da arrendadora.

As arrendatárias reconhecem as contraprestações como despesa operacional durante o prazo de vigência do contrato.

A Lei nº 6.099/1974 define em seu 3º artigo que: “Serão escriturados em conta especial do ativo imobilizado da arrendadora os bens destinados a arrendamento mercantil”.

Porém, as empresas que realizam operações de arrendamento mercantil, não estão evidenciando em suas demonstrações, sua verdadeira situação patrimonial, sendo esta uma grande preocupação dos profissionais da contabilidade, seja em função do aumento da transparência e da confiabilidade nas nossas informações financeiras.

2.6.2 Contabilização do arrendamento mercantil financeiro para a arrendatária de acordo com a Resolução do CFC 1.401/08

O International Accounting Standards Board (IASB) (Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade), criado em 01 de abril de 2001 com o objetivo de melhorar a estrutura técnica de formulação e validação dos novos pronunciamentos internacionais a serem emitidos, em seu pronunciamento IAS 17, deu nova forma as operações de arrendamento mercantil.

A Lei nº 11.638 de 28 de dezembro de 2007, que alterou a Lei das Sociedades por Ações, no seu artigo 179, trouxe mudanças no conceito de ativo imobilizado, que seguindo a linha das normas internacionais, passou a incluir como imobilizado todos os bens cujo controle e riscos estejam sob responsabilidade da empresa, ainda que juridicamente não pertença a ela.

Dando enfoque à essência sobre a forma, a arrendatária é quem deve registrar o bem em seu imobilizado, independentemente da posse do bem ser do arrendador, pois o que devemos avaliar é a essência, ou seja, quem irá beneficiar-se

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com a utilização deste bem.

Em defesa a essa essência, o CFC editou a resolução CFC n 1141/08, que aprova a NBC T 10.2 Operações de arrendamento mercantil com o objetivo de estabelecer políticas contábeis em relação a arrendamentos mercantis.

A contabilização das operações de arrendamento mercantil financeiro deverá ser realizada já na contratação da operação junto à arrendadora.

As arrendatárias deverão reconhecer em contas especificas os arrendamentos mercantis financeiros como ativos e passivos em seus balanços.

Segundo o item 20 da Resolução CFC 1.141/08:

No começo do prazo de arrendamento mercantil, os arrendatários devem reconhecer, em contas específicas, os arrendamentos mercantis financeiros como ativos e passivos nos seus balanços por quantias iguais ao valor junto da propriedade arrendada ou, se inferior, ao valor presente dos pagamentos mínimos do arrendamento mercantil, cada um determinado no início do arrendamento mercantil.

Enfatizando que a contabilização deverá ser de acordo com a sua substância e realidade financeira e não apenas seguindo a sua forma legal, o item 21 da Resolução CFC 1.141/08 trata do seguinte disposto:

As transações e outros eventos são contabilizados e apresentados de acordo com a sua substância e realidade financeira e não meramente com a sua forma legal. Embora a forma legal de um acordo de arrendamento mercantil seja a de que o arrendatário possa não adquirir a propriedade legal do ativo arrendado, no caso dos arrendamentos mercantis financeiros, a substância e a realidade financeira são as de que o arrendatário adquira os benefícios econômicos do uso do ativo arrendado durante a maior parte da sua vida econômica em troca da celebração de obrigação de pagar por tal direito uma quantia que se aproxima, no inicio do arrendamento mercantil, do valor justo do ativo e do respectivo encargo financeiro.

Se as operações de arrendamento mercantil não estiverem refletidas no balanço do arrendatário, as obrigações desta entidade estarão registradas a menor, o que reflete na distorção dos índices financeiros.

É importante que as arrendatárias reconheçam em seus balanços as operações de arrendamento mercantil financeiro não só como ativo, mas também como obrigação de efetuar futuros pagamentos.

De acordo com a Resolução n. 1.141 do Conselho Federal de Contabilidade em seu item 22:

No começo do prazo do arrendamento mercantil, o ativo e o passivo dos futuros pagamentos do arrendamento mercantil são reconhecidos no balanço pelas mesmas quantias, exceto no caso de quaisquer custos diretos iniciais do arrendatário que sejam adicionados à quantia reconhecida como ativo.

Um contrato de arrendamento da origem a despesas com encargos financeiros e depreciação.

Os encargos financeiros devem ser imputados a cada período durante o prazo do contrato.

O leasing, de acordo com a nova lei, deve ser tratado sob o enfoque da essência sobre a forma. Quando se tratar de efetivo financiamento de ativo, o mesmo deve ser contabilizado como imobilizado.

3 REGISTROS CONTÁBEIS DAS OPERAÇÕES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL SEGUNDO A LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA E PELAS NORMAS CONTÁBEIS DO CFC.

Tendo em vista essa nova filosofia contábil da essência sobre a forma, nas operações de arrendamento mercantil e observando as mudanças ocorridas na contabilização do leasing desde a sua regulamentação em 1974 até a criação do CPC 06, será demonstrada a forma de contabilização sob as duas óticas (forma e essência).

Será exposta a forma de contabilização seguindo os critérios normalmente utilizados no Brasil, de acordo com a lei 6.099/74 e, para uma melhor identificação nas mudanças ocorridas com a convergência, serão utilizados os mesmos dados para adotarmos a contabilização de acordo as normas contábeis de acordo com a resolução do CFC 1.401/08, seguindo os padrões internacionais.

Foi utilizado o mesmo exemplo para as duas formas de contabilização, para que se possa observar a diferença entre elas.

SIMULAÇÃO:

A empresa ABC atua no ramo de transportes de alimentos, possui frota própria e é tributada pelo Lucro Real, a empresa deseja expandir sua frota adquirindo 01 veículo através de contrato de arrendamento mercantil com as seguintes características:

• Tipo do bem arrendado: Veículo

• Valor total do arrendamento: R$ 300.000,00 • Prazo de operação: 24 meses

• Taxa de juro mensal: 2,6216%

• Valor da contraprestação: R$ 13.250,00

• Valor residual pago mensalmente R$ 3.750,00 • Total pago mensalmente: R$ 17.000,00

• Valor total do contrato: R$ 408.000,00 • Prazo de vida útil do bem: 60 meses

3.1 A CONTABILIZAÇÃO DO ARRENDAMENTO MERCANTIL FINANCEIRO NA

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