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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.4 Contenção estudada

Como comentado na seção anterior, a estrutura de contenção de retangulões a ser descrita está inserida geograficamente na região Centro-Sul da capital mineira, idealizada para conter maciço de terra limítrofe ao Parque das Mangabeiras, espaço público municipal localizado na Serra do Curral.

O projeto original previa a realização de 28 retangulões, nomeados de R1 a R28, dispostos ao longo das divisas do lote, podendo ser agrupados em três grupos. O primeiro grupo de elementos aqui denominado “Região 1”, que continha os retangulões R1 a R12 estavam localizados à esquerda do alinhamento, possuíam previsão de balanço de 6,50m; mas apresentavam berma de equilíbrio contida por muro de arrimo à flexão. O segundo grupo de elementos, aqui denominado “Região 2”, que continha os retangulões R13 a R25, estava localizado à direita do alinhamento, possuíam previsão de balanço de 6,50m; não existindo porém, estrutura de contenções adicional à sua frente. A ruptura observada se deu nos elementos pertencentes a esta última região. Por fim, o terceiro grupo ou “Região 3”, composto pelos elementos R26 a R28, eram responsáveis pela contenção do trecho lateral direito, que apresentava extensão de aproximadamente 4,0m a serem estabilizados. Eram contemplados também trechos a serem contidos por muros de arrimo, que pela sua irrelevância para o estudo, não serão mencionados.

A finalidade da estrutura sinistrada era a de arrimar talude nos fundos de um imóvel residencial de elevado padrão, sendo a considerada a cota +21,90m como a de implantação nesta região. Por motivos executivos, foi utilizada no projeto de contenções analisado, a cota +21,70m para cálculo da altura do balanço, que totalizaria 6,50m alcançando a cota +28,20m em seu topo. O sistema estrutural previa ainda um talude a montante de 45º até a cota +30,00m; onde estava localizado passeio coincidente com a divisa de fundos do empreendimento. O perfil topográfico disponível indica terrapleno ascendente de elevada extensão, com inclinação média de 30º em seu trecho mais crítico. Seguem ilustrações a respeito da estrutura de contenção em estudo, com foco principalmente na região compreendida pelos elementos R13 a R25.

A figura 3.19 ilustra a inserção topográfica, em planta, da estrutura de contenção estudada na encosta pertencente ao Parque das Mangabeiras.

A figura 3.20 apresenta foco maior no alinhamento dos retangulões, com ênfase na separação das regiões de estudo.

A figura 3.21 apresenta vista frontal da região “2”, que abriga o alinhamento de elementos R13 a R25, onde foi verificada ruptura do sistema de contenção.

A figura 3.22 apresenta seção da contenção inserida na encosta até a elevação de cota +60,00m.

As figuras 3.23 a 3.25 ilustram maquete gráfica da contenção a partir da compilação dos dados disponíveis.

C RIS TA C RIS TA CRISTA CRISTA DO TALUDE CALHA CRISTA

Figura 3.20 - Apresentação em planta da contenção e respectivas regiões

Região “1” Região “2”

Os elementos de reação da cortina foram executados com seção de 110x50cm como descrito nas figuras anteriores, tendo espaçamento entre as peças variando de 89,5cm a 95cm. Todos os elementos foram preenchidos com concreto de resistência característica de 15,0 MPa, comum na época de concepção e execução. No trecho de interesse (região “2”), todos os tubulões foram armados com vergalhões metálicos industrializados de resistência característica de 500 MPa nas disposições de barras indicadas no quadro 3.

QUADRO 3: Posições de armações longitudinais dos retangulões da região “2”

Posição: Armadura: Quantidade

de barras: Seção: Comprimento das barras: Área da seção de aço: N1 Principal 5 Ø16mm 12,00m 10,05cm² N2 Principal 2 Ø16mm 6,00m 4,02cm² N3 Principal 2 Ø20mm 5,00m 6,28cm² N4 Principal 2 Ø20mm 4,00m 6,28cm² N5 Principal 3 Ø20mm 5,00m 9,42cm² N6 Secundária 5 Ø8mm 12,00m 2,51cm²

É importante salientar que as posições das armaduras principais são dispostas no elemento de reação em cotas diferentes, estrategicamente localizadas em relação às maiores magnitudes de esforços fletores. As armaduras transversais da peça, também conhecidas como estribos tem a finalidade de prover resistência à esforços cisalhantes advindos de empuxos gerados pelo maciço. Estas posições são apresentadas no quadro 4.

QUADRO 4: Posições de armações transversais dos retangulões da região “2” Posição: Seção: Comprimento

das barras: Espaçamento:

Intervalos de instalação:

N7 Ø6,3mm 3,10m 25cm Cota +27,7m a +22,7m

e +20,7m a 16,7m

N9 Ø8,0mm 3,10m 10cm Cota +22,7m a +20,7m

Como pode ser observado, a concentração de posições de aço, longitudinais e transversais, nos intervalos de cotas +21,70m a +20,70m colabora com a suposição de que no cálculo de dimensionamento inicial, os esforços aplicados naquela região seriam os mais significativos. Adicionalmente são detalhados nas figuras 3.27, 3.28 e 3.29, os demais elementos constituintes do sistema de contenções em estudo, disponibilizados do projeto original:

Figura 3.27 - Detalhamento da viga de coroamento

Figura 3.29 - Detalhamento executivo da cortina complementar entre retangulões

O sistema de drenagem selecionado consistia na instalação de drenos curtos, chamados barbacãs, que consistem em bolsões de manta geotêxtil preenchidos com matéria arenosa (brita e areia) instalados logo atrás de cada cortina complementar. Como extravasores, foram utilizados tubos plásticos de PVC de ø75mm revestidos com malha de nylon, com a finalidade de evitar o escape de material drenante. Tal sistema tem eficiência questionável, se comparado à sistemas drenantes que contemplem trincheiras instaladas ao longo de todo tardox da contenção. A figura 3.30 ilustra o sistema de drenagem instalado.

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