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CAPÍTULO III METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO

3.2. Contexto da Investigação

3.2.1. Escola Participante

Este trabalho de investigação foi desenvolvido numa Escola Secundária em Mindelo, Cabo Verde. É uma escola que acolhe alunos desde o 3.ºciclo do Ensino Básico ao 12.ºano do Ensino Secundário, provenientes de várias zonas de S.Vicente, sendo que muitos são de zonas de carácter problemático e de famílias desfavorecidas.

A escola possui 20 anos de história, e em termos estruturais conta com um bom edifício central, e duas placas desportivas. O edifício central é composto por vinte e sete salas de aulas, um pátio, uma biblioteca, um espaço de lazer, três salas de informática, um laboratório de Ciências Naturais-Biologia, um laboratório de Físico-Químicas, e uma sala de atendimento aos encarregados de educação. Além disso, ainda complementam este edifício, quartos de banho normais e zonas mais específicas como: os serviços administrativos, reprografia e papelaria, sala de convívio de professores, sala de convívio de alunos e um refeitório.

Para apoiar a escola nas atividades educativas podemos encontrar determinados recursos materiais como os meios audiovisuais, sendo eles computadores portáteis, retroprojetores, televisores, gravadores e material multimédia pedagógico em formato de Pen. Para além disso, como complemento, a escola tem também a finalidade de promover

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meios potenciadores para uma integração, absoluta, dos alunos, de forma a dar atenção às várias necessidades e diferenças individuais. De realçar que ainda funcionam também na escola os Serviços de Psicologia e Orientação, com duas psicólogas, desenvolvendo atividades de natureza diversa e apoiando os alunos ao nível da orientação escolar e vocacional. A escola é por composta por cento e quinze professores e cerca de dez funcionários auxiliares administrativos.O objetivo pedagógico da escola visa desenvolver a capacidade de observação, reflexão, criação, discriminação de valores, julgamento, comunicação, convívio, cooperação, decisão e ação, além dos objetivos específicos de cada conteúdo curricular na aquisição de competências e habilidades intelectuais própria, bem como ações educativas de inclusão e promoção do sucesso de alunos em risco educacional, provenientes das várias zonas.

3.2.2. Alunos Participantes

Este estudo decorreu numa turma do 8.º ano de escolaridade, 3º ciclo do ensino básico, constituída por vinte e seis alunos (10 meninos e 16 meninas), com idades compreendidas entre os treze e os catorze anos de idade. A maior parte dos alunos eram residentes nas zonas periféricas da escola e grande parte deles pertenciam à mesma turma no ano anterior onde frequentaram o 7.º ano de escolaridade.

Em termos gerais a turma tinha aproveitamento satisfatório em todas as disciplinas, com bom relacionamento entre si, como também na sala de aula, revelava bom comportamento pois o ambiente na sala de aula era calmo e sereno. Apesar de ter na turma cinco alunos com algumas dificuldades, principalmente em matemática, a maioria era interessada e participativa nas tarefas apresentadas pelo professor.

Os alunos, na sua maioria mostravam gosto pela matemática, apesar de alguns enfrentarem dificuldades na disciplina, pois esses alunos inicialmente não assinalaram experiências matemáticas interessantes vividas nas aulas em anos anteriores. Relativamente às artes, numa conversa com os alunos notou-se que a maioria gostava, mais concretamente a áreas de expressão dramática e música e uma minoria achava que não tinham jeito ou aptidão para artes.

Foram considerados dois critérios para desenvolver o estudo nesta turma. Um deles foi esta ter a particularidade dos alunos serem participativos e interessados nas tarefas escolares, aspeto que não acontecia na maioria das outras turmas uma vez que o nível socioeconómico e cultural das famílias situa-se no médio-baixo, com níveis de

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escolaridade pouco elevados, na maioria com nível de ensino básico, no que muitas vezes a reflete no desempenho escolar e nos resultados académicos dos alunos. Outro fator considerado foi o sistema de regulamentação de faltas imposta nestes últimos dois anos por parte da DGE (Direção Geral do Ensino), que permite aos alunos faltarem a muitas aulas, o que não acontecia nesta turma, sendo que a escolha das outras turmas, colocaria em causa a recolha de dados.

3.2.3. Ilha de São Vicente

São Vicente é uma ilha muito pequena, localizada no grupo de Barlavento, entre S.Antão e Sta. Luzia.É a sétima maior ilha de Cabo Verde, cobrindo uma área superficial de 227 km²,com uma população atual de aproximadamente 82 mil habitantes, segundo dados do INE (2018). A Baía de Porto Grande é uma cratera submarina com um rico submundo aquático, configurando-se numa concha quase-perfeita rodeada de uma harmoniosa cadeia de colinas. Mindelo, é a capital desta ilha, uma das dez ilhas do arquipélago da República de Cabo Verde, pequeno estado insular crioulo, situado na costa oeste africana, a 640 Km de Senegal, a 2756 Km de Brasil e 3088 Km de Portugal, em linha recta. A população da ilha concentra-se massivamente à volta da Baía de Porto Grande, onde nasceu a cidade, como testemunha o centro histórico, o qual os habitantes locais apelidam de “Morada”.

Mindelo apresenta um conjunto de edifícios considerados património arquitetónico, sendo estes representativos de uma determinada civilização e de um acontecimento histórico. Estes edifícios não só representam um marco no território como também servem de referências visuais, transmitindo-nos a sensação de que sempre lá estiveram. Estando o conceito de património ligado ao conhecimento histórico de um determinado lugar, a cidade permite-nos identificar alguns dos edificados considerados património arquitetónico de S.Vicente que possui um enorme valor para a sociedade Mindelense.

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