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Neste capítulo descreve-se o contexto em que a pesquisa foi de- senvolvida, com a caracterização do projeto, do modelo teórico em prá- tica e do mapeamento dos elementos dos games com as teorias de aprendizagem.

4.1 PROJETO QUE ABRIGA A PESQUISA

O TEAR_AD, Tecnologia de ensino e aprendizagem em rede nas áreas de Arquitetura e Design, consiste em um projeto apoiado, pelo CNPq e associado com algumas instituições de ensino superior, Universi- dade Federal de Pelotas (UFPEL), Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó), Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Desta última resultou a concepção do projeto, bem como a identificação da demanda e da problemática. Tal concepção foi estabelecida a partir do HiperLab, Laboratório de Ambientes Hipermídia de Aprendizagem que encadeia suas atividades juntamente com o Departamento de Expressão Gráfica, do Centro de Comunicação e Expressão da UFSC. O grupo é formado por professores, doutorandos, mestrandos e bolsistas e determinou-se que o ambiente a ser desenvolvido objetiva fomentar a tecnologia junto aos alunos e profissionais da Arquitetura e do Design, encarando isso como uma questão de responsabilidade social na formação destas áreas de co- nhecimento. O ambiente ainda objetiva conscientizar os professores a respeito da importância do ensino e aprendizagem situada das tecnolo- gias que envolvem o saber e a prática de projeto. Desta forma, o profes- sor terá sugestões de como os alunos poderão utilizar os materiais dispo- nibilizados pelo sistema, prestando auxílio para uma análise ampliada e aprofundada.

O sistema disponibilizará materiais selecionados ou produzidos consistindo em materiais midiáticos, cursos estruturados e recursos de aprendizagem, ficando disponíveis na biblioteca do sistema. Esta pro- posta visa a geração de materiais para ensino, pesquisa e extensão. Há também a aplicação na comunidade, como um elemento de extensão, onde profissionais que precisam de atualização e capacitação entrarão

em contato com os materiais. Dessa forma, a proposta do TEAR_AD é de ser uma comunidade colaborativa, sendo uma área de compartilhamento de experiências. Isto pode ser observado a partir da criação de um espaço destinado a um sistema de Hiperlivro, orientado a criações coletivas, compilando e gerando materiais instrucionais selecionados.

Portanto, o projeto TEAR_AD (Figura 18) surge devido a um con- texto onde se evidencia a necessidade de suporte a professores e alunos para a incorporação das tecnologias digitais no processo de ensino e aprendizagem.

Figura 18 - Página Inicial do TEAR_AD

4.2 O MODELO TEÓRICO ADOTADO PELO PROJETO

Em relação à abordagem pedagógica, o TEAR_AD segue as diretri- zes da Cognição Situada onde “as pessoas aprendem ao participar de co- munidades de prática permitindo progredir em sua experiência pela ob- servação, reflexão, memória e legitima participação periférica” (FILATRO, 2008, p. 15). A aprendizagem acontece pela semelhança e a aplicabili- dade da situação e contexto, fazendo com que a autenticidade destes seja significativa ao aprendiz. Filatro coloca as implicações para o ensino que também servem para orientar o desenvolvimento do sistema dese- jado: segurança para a participação; meios de desenvolvimento de iden- tidades; meios para facilitar diálogos e relacionamentos de aprendiza- gem; elaboração ou disponibilização de conteúdos de aprendizagem au- tênticas.

Por isso, os cursos do TEAR_AD podem ser acessados como o aluno achar melhor, independente de tempo e lugar e respeitando o seu ritmo de aprendizado. Portanto, o sistema objetiva aprofundar conceitos apli- cados às áreas de Arquitetura e Design, explorando-os de forma intera- tiva, colaborativa e flexível, considerando o potencial das Tecnologias da Informação e Comunicação na aprendizagem a distância.

4.3 MAPEAMENTO DOS ELEMENTOS COM AS TEORIAS

Ao longo dos anos, pesquisadores têm estudado a forma que os alunos aprendem e descreveram várias teorias explicando esse processo (Seção 2.3). Reeve (2012) propôs um quadro (Quadro 9) onde elaborou como os elementos dos games se relacionam com as ideias sobre como se pode aprender. O autor explica que ao combinar várias definições é possível mapear como os elementos correspondem às várias teorias. Re- eve (idem) ressalta que não é uma ciência exata, mas pode ser usado para incentivar formar particulares de aprendizagem.

Partindo desse pressuposto foi desenvolvido o quadro 11, que ajuda na identificação da possível relação dos elementos com cada uma das teorias de aprendizagem visto nessa pesquisa. Essa relação ajudará na análise dos sistemas de aprendizagem gamificados, pois será classifi- cado em qual teoria o elemento pesquisado se enquadra.

Quadro 11 – Elementos dos games

Elemento Definição Comp Cons Sig Si

Pontos

Os pontos são utilizados para premiar os jogadores através de múltiplas dimensões, e diferentes categorias de pontos, que pode ser usado para conduzir comportamentos específicos. Níveis São marcadores que identificarem onde os jogadores se en-

contram numa experiência de game.

Regras As regras são projetadas especificamente para limitar as ações do jogador e manter o game gerenciável.

Objetivos

O objetivo do game é um dispositivo para determinar o nível de esforço em um determinado ponto do game, estratégias, movimentos, e, em último, o ganhador.

Feedback

Feedback é projetado para evocar o comportamento correto,

pensamentos ou ações. O feedback informacional é projetado para indicar o grau de “acerto” ou “erro” numa ação ou res- posta.

Tempo Com muitas dimensões, motiva a ação do jogador. Repetir ou Do Over

Permite ao jogador falhar. O fracasso é uma opção, que per- mite a um jogador falhar, incentiva a exploração, curiosidade e aprendizagem baseada em descoberta.

Desafios/Missões Conflito é um desafio proposto.

Competição A competição é obter o melhor desempenho contra o ambi- ente.

Cooperação Cooperação é o ato de trabalhar com os outros.

Bens Virtuais uso em games. São objetos não físicos, intangíveis que são adquiridos para Personalização Ignorar a personalização reduz a experiência geral dos jogado-

res. O espaço em que o game é jogado se torna chato. Curva de interesse A curva de interesse num game são o fluxo e a sequência de

eventos que ocorrem e mantém o jogador interessado. Abstração de Concei-

tos e Realidade

Ajuda o jogador a entender o que está acontecendo no game e remove os fatores externos, pois a realidade é confusa.

Loops de Engajamento

É uma emoção motivacional que leva o jogador a uma visita social à ação, que leva ao reengajamento, que flui para o pro- gresso e/ou recompensas visível, e que volta em loops ao redor de uma emoção motivacional.

Integração A integração é a ação de trazer o “novato” ao sistema. Narrativa riência. O elemento “história” fornece relevância e significado à expe- Recompensas prazer de quando uma recompensa é adicionada no sistema. Há jogadores que desfrutam da corrida pela surpresa ou pelo

Ranking Uma lista das melhores pontuações no game.

Legenda: Comp: Comportamentalismo; Cons: Construtivismo; Sig: Significativa; Si: Situada Fonte: elaborada pela autora

5 ANÁLISE DE SISTEMAS DE APRENDIZAGEM GAMIFICADOS (PRIMEIRO

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