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CAPÍTULO 2 – METODOLOGIA DA PEQUISA

2.3 Contexto e Participantes

Entendemos que os sujeitos da pesquisa foram os alunos que aceitaram o convite para participar das atividades e o professor-pesquisador que as conduziu. Os sujeitos participaram das atividades em igualdade de condição, tendo sido oportunizadas discussões, debates e troca de ideias que fundamentaram os diálogos em sala de aula. O professor-pesquisador foi o responsável por conduzir as atividades, realizando intervenções, estando atento às oportunidades que apareceram e buscando estabelecer, através do diálogo, a sala de aula democrática.

Os dados desta pesquisa foram coletados no ano de 2014, durante encontros propostos pelo professor-pesquisador aos alunos do nono ano do ensino fundamental do Colégio Arquidiocesano de Ouro Branco-MG.

O Colégio Arquidiocesano contava com 1140 alunos, sendo 800 no período matutino e 340 no vespertino. O professor-pesquisador atua na instituição há nove anos, lecionando a disciplina Matemática aos nonos anos do ensino fundamental e terceiros anos do ensino médio. No colégio, havia dois nonos anos, sendo eles: 9º FA, com 29 alunos, sendo 13 meninos e 16 meninas, e 9º FX, com 25 alunos, sendo 12 meninos e 13 meninas. As idades dos alunos variavam entre 14 e 16 anos.

O Colégio Arquidiocesano, de Ouro Branco, pertence ao Sistema de Ensino Santa Maria, que faz parte da Arquidiocese de Belo Horizonte, tendo como entidade mantenedora a Pontifícia Universidade Católica de Minas (PUC Minas). O sistema é composto por dez unidades no Estado de Minas Gerais nas cidades de Belo Horizonte, Ouro Branco, Contagem, Betim e Nova Lima. A unidade matriz é localizada no bairro Floresta, em Belo Horizonte-MG, onde atuam a Direção Geral e os Coordenadores das disciplinas. Os materiais didáticos utilizado em todas as unidades são definidos pelos professores que se reúnem mensalmente para discutirem sobre as avaliações, desenvolvimento dos alunos e questões de interesse por área de atuação.

Nessas instituições, o calendário letivo é organizado em três etapas, nas quais os professores aplicam suas avaliações e trabalhos, conforme seu planejamento pedagógico. Ao final das etapas letivas, os alunos realizam uma prova contendo todo o

41 programa estabelecido para a etapa. O professor deve cumprir integralmente o programa naquele período pré-estabelecido, pois será cobrado do aluno o conhecimento sobre todo o conteúdo.

A pesquisa foi desenvolvida no ambiente de atuação do professor-pesquisador que, em função dos caminhos trilhados e seus objetivos, sempre buscou, no diálogo com os alunos, possibilidades de aproximação e maior interação em sala de aula. A investigação proporcionou para o professor-pesquisador um olhar diferenciado durante a condução das atividades, pois, através dos diálogos, buscou-se estabelecer as características da sala de aula democrática com o objetivo de desenvolver posturas críticas nos estudantes.

Pelas características do Colégio Arquidiocesano, de Ouro Branco, entendemos que um dos maiores desafios enfrentados pelo professor-pesquisador foi convencer os envolvidos da importância e singularidade da proposta, uma vez que as atividades não seguiriam o extenso conteúdo programático da disciplina Matemática e que não seriam quantificadas através de pontuação.

Foi proposto pelo professor-pesquisador à coordenação do colégio que uma parte das atividades pudesse ser desenvolvida durante as aulas e outra parte no contra turno. A proposta foi que os alunos pudessem ter cerca de quatro aulas regulares da disciplina Matemática voltadas para a realização do projeto, haja vista que o conteúdo programático estava adiantado e não prejudicaria seu cumprimento. Constava também da proposta original que teríamos dois encontros no contra turno das aulas regulares.

Posteriormente, fomos orientados pela coordenação de que não seria possível a realização das atividades propostas durante o turno regular das aulas. As justificativas foram pelas possibilidades de reclamações dos pais em função da utilização de aulas fora do combinado no contrato anual, ou seja, sem cumprimento do conteúdo programático.

Mediante o exposto, fomos levados a propor que as atividades fossem realizadas apenas no contra turno das aulas, não valendo pontos para a disciplina lecionada.

Nossos encontros foram realizados na parte da tarde, das 13 horas às 15 horas, e ocorreram no laboratório de Informática e na sala de aula reservada para estudos direcionados. Tanto a sala de Informática quanto a sala de estudos direcionados ficam afastados das salas de aula convencionais e isso nos possibilitou muita tranquilidade para realização das atividades no período da tarde, pois os alunos desse período são, em sua maioria, crianças da educação infantil.

42 É importante esclarecer que o laboratório de informática conta com 20 computadores conectados à internet, impressora e data show e a sala de estudos direcionados é composta de 45 cadeiras/carteiras para estudos.

A proposta de realização das atividades foi feita para todos os alunos dos nonos anos, tendo sido esclarecido pelo professor-pesquisador que as atividades eram desvinculadas do currículo e que os alunos não eram obrigados a participar, pois não fazia parte dos programas estabelecidos pelo colégio. Essa orientação foi bem esclarecida, pois alguns alunos fizeram questão de enfatizar a necessidade de haver algum sistema de pontuação da atividade para a disciplina Matemática.

A escolha do nono ano do ensino fundamental para participar das atividades ocorreu em função de algumas características, a saber: (1) o professor-pesquisador ser o professor da turma, havendo maior aproximação entre as partes; (2) disponibilidade dos alunos; (3) Os alunos dos terceiros anos do ensino médio estarem focados na realização do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

Realizados os esclarecimentos sobre o desenvolvimento das atividades, dezesseis alunos aceitaram o convite: 12 alunos do 9º FX, sendo 10 meninas e dois meninos e 4 meninos do 9º FA. Durante a realização das atividades, dois alunos saíram do projeto em função das orientações dos pais. Segundo esses alunos, seus pais disseram que era melhor ficarem em casa estudando à tarde, uma vez que no desenvolvimento das atividades não haveria aula de Matemática.

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