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PARTE II – ESTUDO EMPÍRICO

2- CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

O estudo apresentado foi realizado no Hospital Distrital de Águeda (H.D.A.), classificado de nível II e localizado na região centro do país, o qual foi mandado construir em 1909 e a sua inauguração como unidade hospitalar teve lugar a 15 de Agosto de 1922. Um hospital deste nível caracteriza-se por ter as valências de Medicina Interna, Cirurgia Geral, Ortopedia e Traumatologia, Pediatria, Oftalmologia, Cardiologia e Medicina Física e Reabilitação, com o apoio dos Serviços de Imagiologia e Patologia Clínica. Encontra-se inserido na rede dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, fazendo parte do Sector Público Administrativo. É uma unidade hospitalar com uma capacidade total de 110 camas para doentes de ambos os sexos, com funções no domínio dos cuidados gerais, diferenciados e especializados, de natureza curativa e de reabilitação, desenvolvendo assistência e formação.

O H.D.A. tem legalmente definida a sua área de influência, através do Decreto Regulamentar nº 18/87, abrangendo de acordo com aquele normativo os concelhos de Águeda e Sever do Vouga, (Figura 2) com um total de população residente em Dezembro de 2003, de 62.433 habitantes4.

A Instituição pauta-se pela prossecução dos seguintes objectivos:

a) Prestação de cuidados de saúde de qualidade, acessíveis e em tempo oportuno; b) Eficácia e eficiência, num quadro de desenvolvimento económico e financeiro sustentável;

c) Melhoria contínua da qualidade;

d) Cumprimento dos planos de orientação estratégica e dos planos de acção anuais. Dividindo o Hospital em três grandes áreas, Serviços de Internamento, Serviço de Urgência e Consulta Externa é possível efectuar a caracterização, que à frente é exposta.

Figura 2-Mapa da área de influência do H.D.A.

Fonte: Serviço de Informática do H.D.A.

2.1- Internamento hospitalar

O internamento hospitalar está organizado por serviços, com a lotação distribuída da seguinte forma:

- Serviço de Medicina Interna – 25 camas.

- Serviço de Cirurgia – 23 camas.

- Serviço de Ortopedia e Traumatologia – 22 camas. - Serviço de Pediatria – 14 camas

- Serviço de Especialidades – 17 camas

Aos serviços cirúrgicos está adstrito um Bloco Operatório com duas “suites” operatórias e uma unidade de cuidados pós-anestésica, com 3 camas.

2.2- Serviço de Urgência

O Serviço de Urgência tem as valências médico-cirúrgicas que existem na Instituição, umas em regime de presença física e outras em regime de prevenção. Neste

serviço existe um local denominado Sala de Observações, com a lotação de seis camas para doentes de ambos os sexos.

2.3- Serviço de Consulta Externa

Neste serviço são efectuadas consultas de especialidade das diversas valências existentes na Instituição: Fisiatria, Medicina Interna, Ortopedia e Traumatologia, Pediatria, Cirurgia Geral, Oftalmologia e Cardiologia. São também realizados alguns tratamentos em regime de ambulatório.

2.4-População hospitalar

A população hospitalar à semelhança da população dos concelhos é também constituída pela população assistida e pelos funcionários. No que se refere à população assistida, ela está em consonância com o fenómeno de envelhecimento da população portuguesa, caracterizando-se também por ser uma população idosa,5com patologia do foro médico-cirúrgico e com um elevado grau de dependência relativamente aos cuidados de enfermagem. Quanto ao sexo, da totalidade dos doentes internadosa maior percentagem é habitualmente do sexo feminino. Relativamente à faixa etária há um peso significativo de doentes internados com idades acima dos sessenta e cinco anos.

A admissão de um utente na Instituição pode ser efectuada através do Serviço de Urgência, Consulta Externa ou pelo Serviço de Admissão de Doentes caso seja uma situação programada.

No que diz respeito à população que intervém directa ou indirectamente na prestação de cuidados aos doentes, a Instituição tem um quadro de pessoal vinculado de 245 elementos, distribuídos pelos diferentes grupos profissionais, conforme se apresenta no Quadro 11.

5Em termos nacionais, nos últimos quarenta anos a população idosa mais do que duplicou, no ano de 1998 o número de idosos era superior a um milhão e meio e correspondia a 15,2 da população total, sendo o Alentejo o Algarve e o Centro as três regiões mais envelhecidas do país. Prevê-se que o crescimento do número de idosos prossiga e ultrapasse o número de jovens entre 2010 e 2015.

Quadro 11 – Distribuição dos recursos humanos por grupo profissional no H.D.A. GRUPO PROFISSIONAL % Pessoal Dirigente 3 1,22% Pessoal Médico 24 9,80% Técnicos Superiores 3 1,22% Pessoal de Enfermagem 95 38,78%

Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica 20 8,16%

Pessoal Administrativo 27 11,02%

Pessoal Auxiliar 69 28,16%

Pessoal operário 4 1,63%

TOTAL 245 100,00%

Fonte: Dados fornecidos pelo Serviço de Recursos Humanos do H.D.A.

Da leitura do quadro conclui-se que o grupo profissional dos enfermeiros é o que tem a maior percentagem de pessoal, com 38,8%, seguido do grupo do pessoal auxiliar, com 28,2%.

2.5- Organização do trabalho de Enfermagem

A organização das estruturas é uma das grandes preocupações que o sistema de saúde vive hoje em dia, constituindo matéria para muitas interrogações, estudos, experiências e novas tendências de gestão (Hesbeen, 1998).

A distribuição do trabalho dos enfermeiros é condicionada pelas características deste, pelo tipo de horários praticados, pelo método de trabalho e pela categoria profissional.

O horário de trabalho do pessoal de enfermagem tem uma carga horária de 35 horas semanais, praticado em regime de horário fixo ou em horário rotativo, este último sendo composto por turnos para o período da manhã, da tarde e da noite, tendo respectivamente a duração de oito horas, oito horas e trinta minutos e nove horas. Na mudança de turno há uma sobreposição de 30 minutos para a chamada “passagem de turno”, para que seja transmitido o maior número de informação acerca dos doentes, com a finalidade de manter

a continuidade dos cuidados. O número de enfermeiros por turno é variável, de serviço para serviço, conforme o tipo de turno e o dia da semana.

O método utilizado na organização dos cuidados, é o método individual, que consiste na atribuição de um número de doentes por enfermeiro, número este que é variável consoante o grau de dependência do doente em cuidados de enfermagem, sendo o enfermeiro responsável pela prestação de cuidados globais aos que lhe forem distribuídos, durante o turno de trabalho. Segundo Frederico e Leitão (1999) o método individual está cada vez mais enraizado na metodologia de trabalho dos enfermeiros, pois este favorece a relação enfermeiro-doente, facilitando um conhecimento mais profundo de cada doente, sendo este cuidado como um todo, cujas necessidades não podem ser fraccionadas. Este método tem também como vantagens a maior responsabilização do enfermeiro na prestação dos cuidados, assim como proporciona uma maior flexibilidade na organização do plano de trabalho individual, já que a prestação dos cuidados é individual.

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