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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1.9 Contração linear radial

No Gráfico 9, encontram-se as médias de contração linear radial da madeira procedente dos plantios com dois espaçamentos diferentes. A madeira procedente do plantio 4 x 2m apresentou médias de 2,1% (medula), 2,4% (intermediária) e 2,4% (casca) no sentido transversal e de 2,1% (base), 2,3% (centro) e 2,6% (ápice) no sentido axial; e a que foi procedente do plantio 4 x 3m apresentou médias de 2,4% (medula), 2,4% (intermediária) e 2,3% (casca) no sentido transversal e de 2,3% (base), 2,3% (centro) e 2,5% (ápice) no sentido axial do fuste.

Gráfico 9 - Média de contração linear radial nos espaçamentos 4m x 2m e 4m x 3m de um plantio de paricá (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) de sete anos de idade em Aurora do Pará-PA.

As médias de contração radial da madeira por plantio (4 x 2m e 4 x 3m) foram, respectivamente, de 2,3% e 2,4%, indicando que em espaçamento maior a contração foi

b0c0 = Madeira da base próxima da casca b0c1 = Madeira da base entre a casca e a medula b0c2 = Madeira da base próxima da medula

b1c0 = Madeira do centro próxima da casca b1c1 = Madeira do centro entre a casca e a medula b1c2 = Madeira do centro próxima da medula b2c0 = Madeira do ápice próxima da casca b2c1 = Madeira do ápice entre a casca e a medula b2c2 = Madeira do ápice próxima da medula

Fonte: A autora 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 b0c0 b0c1 b0c2 b1c0 b1c1 b1c2 b2c0 b2c1 b2c2 C on tr ão li ne ar r ad ia l ( % ) Espaçamento (4 x 2m) Espaçamento (4 x 3m)

maior, vindo assim, concordar com o resultado de Carvalho (1996), que obteve comportamento semelhante ao estudar a madeira de tatajuba (Bagassa guianensis).

A média geral para os dois espaçamentos neste estudo foi de 2,3%, valor aproximado àquele encontrado por Loureiro et al. (2000), que foi de 2,4% para a mesma espécie.

Trugilho e Vital (1996) verificaram que a contração diminui da base para o DAP da árvore, com o aumento da idade da madeira. Mattos et al. (1999), estudando a variação da contração na altura comercial encontrou valores médios de 4,6% para a espécie Terminalia

ivorensis.

Para este estudo não foi encontrada literatura correlata para a espécie paricá. Contudo, Muñiz (1993), estudando Pinus taeda, encontrou diferença para contração radial nos lenhos juvenil e adulto, observando que houve aumento no sentido medula-casca e diminuição com relação à altura. Também Palma e Ballarin (2003), estudando a variabilidade das contrações radial de Pinus taeda, verificaram que os valores de contração radial são menores e mais variáveis em madeira juvenil.

Os resultados dos pesquisadores, Palma e Ballarin (2003) e Mattos et al. (1999) indicam que as variações de contração radial da madeira são características peculiares de cada espécie e que variam de acordo com as condições em que se encontram na árvore.

Na Tabela 9 (Apêndice I), encontram-se os resultados de análise de variância. Pois, verifica-se que os fatores espaçamentos de plantio e as posições da madeira nos sentidos transversal e axial do fuste, estatisticamente, não causaram efeitos significativos ao nível de 5% de probabilidade. Entretanto, constatou-se um efeito significativo da interação “centro x ápice” sobre a contração radial da madeira nessa região do fuste.

4.2 ESTUDO II

No estudo II, foram considerados os efeitos dos fatores Ambiente, Posição longitudinal e transversal, sobre as variáveis de resposta diâmetro dos poros, comprimento, largura e espessura da parede celular das fibras e largura da madeira de paricá (Schizolobium

4.2.1 Diâmetro dos poros

No Gráfico 10, encontram-se as médias dos diâmetros dos poros, geradas através de fotografias macroscópicas (Apêndice QQ ao NNN), da madeira analisada nas seções transversais (direção medula-casca) e axiais (direção base-ápice) do fuste. A madeira oriunda do ambiente capoeira apresentou uma redução de diâmetro dos poros na direção casca-medula na base e no centro do fuste. Esse comportamento não foi evidenciado no ápice, apresentando valores dispersos. A madeira do ambiente pleno aberto apresentou uma tendência de redução de diâmetro dos poros na direção casca-medula, em madeira localizada no centro e no ápice do fuste. Na posição da base, os poros apresentaram-se maiores em madeiras localizadas na posição intermediária e próxima da casca.

Estes resultados podem ser também observados nas fotografias macroscópicas, nos apêndices (QQ ao BBB) referentes ao ambiente pleno aberto e nos apêndices (CCC ao NNN) do ambiente capoeira.

As médias de diâmetro dos poros da madeira procedente do ambiente pleno aberto registraram valores de 0,32mm (medula), 0,35mm (intermediária) e 0,36mm (casca) no sentido transversal do fuste e de 0,33mm (base), 0,35mm (centro) e 0,35mm (ápice) no sentido axial. No ambiente capoeira foram de 0,28mm (medula), 0,32mm (intermediária) e 0,35mm (casca) no sentido transversal e na axial de 0,28mm (base), 0,33mm (centro) e 0,33mm (ápice). As médias gerais de diâmetro dos poros foram de 0,34mm para o ambiente pleno aberto e de 0,31mm para a capoeira.

Não foi encontrada literatura relacionada com este estudo, no entanto, Burger e Richter (1991) afirmam que árvores de mesma espécie, crescendo em regiões com diferentes condições climáticas, apresentam características anatômicas diferentes. Roque, Tomazello Filho e Dias (2007), também afirmam que as condições ecológicas dos locais de estudo, como a precipitação média anual, temperatura, quantidade de horas luz, podem ter induzido alterações na anatomia do lenho das árvores de gmelina, especialmente às células importantes para o fluxo de seiva mineral, entre os quais estão os vasos (dimensões, distribuição, porosidade). Kollmann e Cote Jr. (1968), afirmam que os fatores ambientais (solo, precipitação, calor, vento, etc.) afetam a estrutura da madeira.

Florsheim e Tomazello Filho (1994) estudaram a anatomia da madeira de

Myracrodruon urundeuva, visando determinar as diferenças entre as árvores que ocorrem

através de plantios, por apresentar características similares às madeiras de populações naturais. Mendes et al. (1999), encontrou diferentes elementos anatômicos para madeira de

Zanthoxylum tingoassuiba de ocorrência na região de Lavras, MG, no entanto, concluíram

que a espécie não é susceptível as variações provocadas pela adaptação da planta às condições ecológicas, o que foge da regra geral.

Na Tabela 10 (Apêndice J), encontram-se os resultados da análise de variância. As variações do diâmetro dos poros em função dos fatores ambientes e as posições da madeira nos sentidos transversal e axial da árvore, estatisticamente, não foram significativas ao nível de 5% de probabilidade.

Gráfico 10 - Média de diâmetro dos poros dos ambientes pleno aberto e capoeira de um plantio de paricá (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) de nove anos de idade em Aurora do Pará-PA.

b0c0 = Madeira da base próxima da casca b0c1 = Madeira da base entre a casca e a medula b0c2 = Madeira da base próxima da medula b1c0 = Madeira do centro próxima da casca b1c1 = Madeira do centro entre a casca e a medula b1c2 = Madeira do centro próxima da medula b2c0 = Madeira do ápice próxima da casca b2c1 = Madeira do ápice entre a casca e a medula b2c2 = Madeira do ápice próxima da medula

Fonte: A autora 0 0.1 0.2 0.3 0.4 b0c0 b0c1 b0c2 b1c0 b1c1 b1c2 b2c0 b2c1 b2c2 Pleno aberto Capoeira

D m et ro d os p or os ( m m )