• Nenhum resultado encontrado

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL

No documento Download/Open (páginas 59-62)

3. TRIBUTAÇÃO BRASILEIRA DOS CERTIFICADOS DE REDUÇÃO DE

3.5 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL

O artigo 2º da Lei nº 7.689/88 determina que o fato gerador da CSLL é a geração de lucro por parte da empresa. E o que diferencia esta Contribuição do Imposto de Renda é que sua arrecadação tem como destino o financiamento da Seguridade Social, in verbis:

Art. 2º A base de cálculo da contribuição é o valor do resultado do exercício, antes da provisão para o imposto de renda.

§ 1º Para efeito do disposto neste artigo:

a) será considerado o resultado do período-base encerrado em 31 de dezembro de cada ano;

b) no caso de incorporação, fusão, cisão ou encerramento de atividades, a base de cálculo é o resultado apurado no respectivo balanço;

c) o resultado do período-base, apurado com observância da legislação comercial, será ajustado pela:

1. exclusão do resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor de patrimônio líquido;

2. exclusão dos lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computado como receita;

3. Revogado pela Lei nº 7.856, de 1989;

4. adição do resultado negativo da avaliação de investimentos pelo valor de patrimônio líquido.

§ 2º No caso de pessoa jurídica desobrigada de escrituração contábil, a base de cálculo da contribuição corresponderá a dez por cento da receita bruta auferida no período de 1º janeiro a 31 de dezembro de cada ano, ressalvado o disposto na alínea b do parágrafo anterior.

Comenta-se que a incidência deste tributo segue a mesma linha de incidência do IRPJ.

Sendo que os sujeitos passivos dela são as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do imposto sobre os

126

Tal posicionamento dá-se pelo fato da referida Proposição Legislativa não ter respeitado a estimativa do impacto orçamentário-financeiro previsto no artigo 14 da Lei Complementar nº 101/00.

127 SISTER, Gabriel. Mercado de Carbono e Protocolo de Quioto – Aspectos Negociais e Tributação,

rendimentos, inclusive as empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas subsidiárias.

Sendo que a regra geral da alíquota – podendo variar dependendo da atividade exercida pela empresa – é 9%, tanto para o regime de lucro real, quanto à sistemática de ganho presumido, variando também a base de cálculo, art. 3º, II, da Lei nº 7.689/88, in verbis:

Art. 3oA alíquota da contribuição é de: (...)

II – 9% (nove por cento), no caso das demais pessoas jurídicas.

Ressalta-se que a pessoa jurídica optante pelo regime de tributação do IR sobre lucro real ou presumido deve seguir com o mesmo instituto para a taxação da CSLL, art. 57 da Lei nº 8.981/95, in verbis:

Art. 57. Aplicam-se à Contribuição Social sobre o Lucro (Lei nº 7.689, de 1988) as mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o imposto de renda das pessoas jurídicas, inclusive no que se refere ao disposto no art. 38, mantidas a base de cálculo e as alíquotas previstas na legislação em vigor, com as alterações introduzidas por esta Lei.

Somando-se a isto, Almeida defende a incidência desta contribuição quando houver resultado contábil positivo com a venda dos créditos de carbono, in verbis:

Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL: o valor decorrente da comercialização dos Certificados de Emissão Reduzida deverá ser registrado contabilmente como receita e, desta forma, afetará o lucro contábil, e conseqüentemente as bases de cálculo do IRPJ e da CSLL da empresa que atuar no mercado128

Nesse passo, é de se registrar a existência de precedente oriundo do Plenário do Supremo Tribunal Federal, no sentido de que a imunidade

.

Contudo, discordando do nobre jurista, defende-se no presente trabalho que não deve haver a incidência deste tributo no caso do lucro contábil proveniente da venda destes títulos para o exterior, assim como sustenta Moreira Júnior em artigo científico, in verbis:

Entendemos também sustentável que a imunidade tributária mencionada no item III seria aplicável à CSLL, no que tange às receitas do exterior advindas das cessões de créditos carbono, pois não deveria haver, segundo dispositivo constitucional, incidência de contribuições sociais sobre as receitas decorrentes de exportação.

128

ALMEIDA, Hugo Natrielli. Créditos de Carbono – Natureza Jurídica e Tratamento Tributário. Referências extraídas do sitewww.jus.com.br. Acessado em 15/09/2006.

agasalhada no inciso I, do §2º, do art. 149 da CF/88, também é aplicável à CSLL, conforme se ressume da leitura da ementa abaixo colacionada, in

verbis:

‘TRIBUTO. Contribuição Social sobre Lucro Líquido - CSLL. Incidência sobre as receitas e o lucro decorrentes de exportação. Inadmissibilidade. Ofensa aparente ao disposto no art. 149, § 2º, inc. I, da CF, incluído pela Emenda Constitucional nº 33/2001. Pretensão de inexigibilidade. Razoabilidade jurídica, acrescida de perigo de dano de reparação dificultosa. Efeito suspensivo ao recurso extraordinário admitido na origem. Liminar cautelar concedida para esse fim. Aparenta ofender o disposto no art. 149, § 2º, inc. I, da Constituição da República, incluído pela Emenda nº 33/2001, a exigência da Contribuição Social sobre Lucro Líquido - CSSL calculada sobre as grandezas específicas que decorram de receitas de exportação’ (Ação Cautelar nº 1738/SP, DJ de 18.10.2007)

(...).129

No primeiro caso hipotético, Negócios Jurídicos relacionados com o mercado decorrente do Protocolo de Kyoto, no momento que uma empresa brasileira se propõe a implementar um Projeto de MDL é patente que haverão gastos até a emissão dos créditos de carbono

A concordância com tal linha de raciocínio dá-se pelo fato do referido texto constitucional ser cristalino em dizer que não incidirá o fato gerador deste tributo quando a receita auferida for decorrente de exportação.

Contudo, tendo apego ao debate, apesar do já acima descrito, suponha-se que não seja concedida a imunidade tributária da referida contribuição.

130

No segundo caso hipotético, Cessão de Créditos de Carbono, no momento em que o titular dos títulos vende a outra pessoa jurídica situada no exterior é notório o auferimento de renda quando ficar constatado o ganho proveniente desta venda, logo, a sua consagração se dará será com base na alíquota já descrita neste item

.

Após a emissão dos créditos, o titular do Prospecto do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo deverá registrar contabilmente no seu patrimônio. Logo, caso não haja efetivamente a venda dos mesmos é impossível falar que houve acréscimo patrimonial ou riqueza nova verificável no patrimônio da sociedade e, desta forma, a taxação da CSLL.

131

129 MOREIRA JÚNIOR, Gilberto de Castro Moreira. Tributação dos Créditos de Carbono

Transacionados no Exterior, elaborado em Junho de 2006. Disponível em .

www.jus.com.br. Acessado em 06/01/2010.

130

SISTER, Gabriel. Mercado de Carbono e Protocolo de Quioto – Aspectos Negociais e Tributação, Ed. Campus Jurídico, 2ª ed., Rio de Janeiro/RJ, 2008, p.136/137.

No terceiro caso hipotético, Cessão Futura de Créditos de Carbono, caso seja aprovado o Projeto de Lei nº 4.425/04, já citado neste capítulo, nos exatos termos em que foi proposto, não se acredita que isso acontecerá132, os lucros decorrentes de cessão futura de créditos de carbono passarão a gozar de isenção tributária da contribuição133

3.6 Imposto Sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a

No documento Download/Open (páginas 59-62)