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5. CONTEXTUALIZAÇÃO DA PRÁTICA E SUAS NARRATIVAS

5.3 Contribuições da RA para o conteúdo de Modelos Atômicos

O conteúdo Modelos Atômicos apesar de ser bem difundido nos livros e até nas falas dos alunos, exige de quem o estuda, uma certa dosagem de abstração. Visto que, quando um estudante empreende em aprender sobre o conteúdo, provavelmente irá se confrontar com algumas dificuldades óbvias, como: a falta de um outro objeto de estudo o qual se possa fazer analogias, a eminente possibilidade de construir uma concepção errada dos fenômenos e da estruturas dos átomos, assim como entender sem perceber as limitações das representações.

Tais dificuldades se acentuam por conta de ser um ente de estudo que habita em escala microscópica, em nanômetros para ser mais exato, ou seja, é um objeto de estudo que foge de nossas sensações sensoriais e exige que a elaboração e explicação seja feita por “alguém”, que interprete e represente por

meio de algum artifício, as especificidades de cada modelo do átomo, é justamente nesse ponto em que a RA contribui mais significante, na desmistificação sobre a compreensão do assunto.

A RA abre a possibilidade de construir um ambiente de ensino bastante atraente, leve e intuitivo, permitindo aos estudantes fazer suas próprias constatações através de uma tecnologia que permite dividir os conteúdos em etapas de evolução dos modelos atômicos, no entanto também podem fazer as verificações de forma aleatória, visualizar mais de um modelo ao mesmo tempo e ainda fazer pesquisas externas, ou seja, há uma enorme variedade de possibilidades de exploração em que o aluno e o professor podem escolher a melhor forma de verificação.

As contribuições da RA para o ensino de física, são evidentes, cujas aplicações permitem que os indivíduos ao mesmo tempo em que interagem por meio dos materiais, como aquele do Apêndice E, aprendam de acordo com suas próprias velocidades e melhor modo de entendimento. A vantagem é que os estudantes também podem contribuir com os processos de aprendizado uns dos outros, visto que podem compartilhar suas observações, opiniões, sugestões e percepções. Consequentemente contribuir com os aprendizados de toda comunidade. Mais uma vez ressaltamos a importância da assistência do professor no processo educativo, visto que, devida às variadas mídias compartilhadas a partir dos materiais de estudos, os estudantes podem dar mais atenção ao um fenômeno do que a outro e perderem o foco do que está sendo analisado, neste caso, a participação de um profissional é crucial na orientação dos trabalhos.

Por exemplo, um aluno que se sente mais confortável em aprender pelas interações visuais, podem perceber com maiores detalhes as estruturas dos átomos e movimentos, já um que prefere fontes de áudio, pode se prender mais nas explicações e consequentemente ter maior domínio sobre os conteúdos mencionados, enquanto o outro tem em sua mente mais clareza sobre os fenômenos e entender com maior facilidade os porquês do trabalho.

Nessa perspectiva, a RA contribui para que cada uma potencialize os caminhos pelos quais melhor se aprende, além é claro da construção coletiva de um modelo mais bem elaborado, produzido pela ação conjunta do grupo, o resultado geral é a aquisição de uma linha de raciocínio mais sólida sobre a

evolução dos modelos atómicos, visto que ao abrir canal de interação entre os pares, podem contribuir conhecimentos críticos e consciente.

Dentro dos processos de aprendizagens e não apenas no ensino de física, o qual podemos perceber a partir das interações permeadas por ações de intervenção didática com conteúdo programático de modelos atômicos, auxiliado pelo livreto evolução do átomo (Apêndice E), a RA aplicada à educação demonstra-se bastante importante para a melhoria do ensino e empolgante, no sentido de proporcionar um contexto mais aberto a discussão e interação, permitindo assim que os alunos sejam ativos ao invés de expectar, decorar e reproduzir para apenas aplicarem nas avaliações da escola, propostas estas, criticadas por personalidades de bastante relevância como o físico alemão Einstein (1982, p. 25-26) “como estudantes, éramos obrigados a acumular essas noções em nossas mentes para os exames. Esse tipo de coerção tinha (para mim) um efeito frustrante.”

As propostas de ensino principalmente da física, por abrigar uma grande quantidades de modelos teóricos e experimentais, necessitam fomentar nos estudantes situações de abstração que assistidas por estratégias metodológicas adequada e auxiliadas por tecnologias como RA, possibilita o estudante a “criar” suas próprias convicções que de fato só ocorrem no intelecto do indivíduo, pois “ os conceitos físicos são livres criações da mente humana, não sendo, por mais que pareçam, determinados unicamente pelo mundo externo” (EINSTEIN e INFELD, 1971, p. 31), nesse sentido a importância da RA adentra em questões mais profundas das relações de ensino-aprendizagem, influenciado nas criações individuais, potencializando o sujeito a compor convicções, ideias e teorias, no entanto não estamos afirmando que sozinha a RA construa nem amplifique questões de aprendizagem, para aspirarmos novos patamares no ensino de física é preciso que outros fatores educacionais também estejam presentes, como os descritos por Zanetic (2005, p. 21)

Para mudar esse quadro o ensino de física não pode prescindir, além de um número mínimo de aulas, da conceituação teórica, da experimentação, da história da física, da filosofia da ciência e de sua ligação com a sociedade e com outras áreas da cultura. Isso favorece a construção de uma educação problematizadora, crítica, ativa, engajada na luta pela transformação social.

Nesse sentido, entendemos e concordamos que o processo educativo é extenso e complexo, extenso porque processos como o educativo por exemplo, necessitam de tempo e ambiente favorável para se desenvolver. Complexo, por conta que as estruturas e processos inerentes aos desenvolvimentos cognitivos, que cada indivíduo necessita para aprender, é único. Vários fatores podem ser decisivos na hora de concretizar os novos saberes, portanto, importa que vários modos de ensino sejam disponibilizados aos estudantes, a fim de que tenham igualdades de condições para desenvolverem.

Por fim, é imprescindível que se façam reflexões sobre as relações sociais e culturais, olhando para sujeito, visto que os canais educativos devem estar em sintonia com a realidade de cada um dos integrantes da comunidade escolar. Neste ponto, mais uma vez chamamos a atenção para a potencialidade da RA em atender as demandas educacionais, no que se refere aos ajustes necessários dos materiais pedagógicos com RA, o quais são capazes de ajustar-se ao modo que melhor aprendem.

5.4 Dificuldades de utilização da RA pelos alunos para o ensino de