• Nenhum resultado encontrado

AS CONTRIBUIÇÕES DO PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR (PTS) NA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES OBESOS: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.

A LOOK BEYOND THE VICTIM: THE CONSEQUENCES OF SEXUAL ABUSE IN FAMILY STRUCTURE

16. AS CONTRIBUIÇÕES DO PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR (PTS) NA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES OBESOS: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.

Bruna Bortoli Machado de Souza; Giulia Dardani Moreira; Javahé Cândido Deckers Júnior; Márcia Cristina Ayres Alves.

PROBLEMA PESQUISA: A obesidade uma importante doença de Saúde Pública, é caracterizada pelo aumento da gordura corporal e depende de vários pilares etiológicos, como por exemplo a carga genética, o ambiente em que a pessoa está inserida, fator hormonal, além do fator comportamental do indivíduo. Devido a alta taxa de pessoas que atualmente não realizam atividades físicas, que possuem uma alimentação inadequada, muitas vezes deficiente de nutrientes, e que possuem trabalhos que não exigem mais força física como antigamente, a prevalência dessa doença aumentou1,2. Conjuntamente a isso o padrão de beleza da sociedade modificou e a obesidade passou a ser estigmatizada, levando então cada vez mais pessoas a desenvolverem doenças psicológicas, além de inúmeras doenças crônicas resultantes da obesidade e do sedentarismo, o que influência de forma grandiosa na qualidade de vida das mesmas. Sabe-se que atualmente quem mais sofre com essa patologia são os vulneráveis, ou seja, pessoas que naturalmente possuem necessidades de ajuda, mais propensas a possíveis danos e perigos decorrentes de uma fragilidade social, intimamente ligada à pobreza, escassez de recursos e uma qualidade de vida prejudicada por diversos fatores³. Diante desse cenário, foi pesquisado se um Projeto Terapêutico Singular (PTS), ferramenta da atenção básica do Sistema Único de Saúde, poderá ajudar a combater e tratar tal patologia4,5,6. OBJETIVO: Identificar as contribuições do PTS na qualidade de vida de pacientes obesos. MÉTODOLOGIA E MATERIAIS: O método utilizado foi o de revisão bibliográfica que incluiu consultas nas bases de dados do Google Acadêmico, Scientific Electronic Library e Wiley Online Library, a partir da procura dos termos: sedentarismo, obesidade, vulnerabilidade, atenção básica e Projeto Terapêutico Singular. RESULTADOS: Séculos XVIII e XIX: Revolução industrial, pode ser relacionada ao sedentarismo¹. Século XXI: Globalização, com a era do consumismo, o que pode-se relacionar com um mundo moderno. Um mundo moderno onde prazeres momentâneos são o que a população mundial em geral procura, e com isso, os ‘’fast-food’', os alimentos industrializados e as guloseimas viraram parte do cotidiano das pessoas. Encaramos então uma população brasileira predominantemente acima do peso ou obesa e que uma grande parcela se enquadra em situação de vulnerabilidade6,7. Encara-se então um problema com um extremo grau de complexidade e de vários fatores influenciadores no processo, tornando-se uma questão de Saúde Pública, e um fator determinante na qualidade de vida das pessoas,³ necessitando de atenção multi e interdisciplinar, como médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e educadores físicos6. Além disso, é importante evidenciar a influência da obesidade infantil, pois aproximadamente 55% dessas crianças serão adolescente e adultos obesos8,9. Ainda dentro dessa questão de obesidade

57 Anais do PTS – Projeto Terapêutico Singular, Vol. 08, Núm. 12, 2020 (ISSN: 2595-6523)

infantil, viu-se o quão o contexto familiar é influenciador nesse desfecho, pois muitas famílias possuem certa dificuldade em entender que a obesidade é uma questão de saúde e que necessita de tratamento10. Em busca dos porquês da obesidade ter se tornado em tão pouco tempo, um problema tão sério, ainda não se obteve a principal resposta. Tem-se de modo resultante a soma de fatores como: política, econômica e social do país6. Diante disso, o Brasil deve contar com um sistema que lide com todos os parâmetros que a obesidade envolve, desde a sua prevenção até ao processo de adoecer e morrer dos grupos afetados pela comorbidade11. Por fim, a prevenção é vista como a melhor saída para o problema, com isso, o SUS possui a estratégia de aplicabilidade do PTS, que nada mais é do que um conjunto de condutas terapêuticas propostas pela equipe multidisciplinar, para ser elaborada e discutida conjuntamente ao sujeito individual ou grupo populacional a ser amparado12,13. Um estudo mostrou que a participação de educador físico, assistente social, nutricionista, equipe no NASF e psicóloga foram necessários para um quadro de melhora da obesidade, além da participação do médico para o cuidado das outras comorbidades relacionadas14. CONCLUSÃO: Embora não se tenha muitos artigos na literatura à respeito da relação entre o PTS e a obesidade, concluimos que as ações desenvolvidas pelo PTS, levando em conta a participação da família juntamente com a equipe multidisciplinar além da utilização da intersetorialidade, contribuie reduzindo significativamente e de forma efetiva os efeitos dessa comorbidade nos indivíduos de baixas condições socioeconômicas. O sistema público de saúde deve levar em conta a priorização da população vulnerável, aplicando essa ferramenta, resultando principalmente no quesito de qualidade de vida, melhorando o bem-estar físico, emocional e psicossocial do indivíduo e seus familiares.

PALAVRAS-CHAVE: sedentarismo, obesidade, vulnerabilidade, atenção básica, projeto terapêutico singular e qualidade de vida.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1. Giuliano Isabela. A vida como um bem comum. Rev. Assoc. Med. Bras. [Internet]. 2008 Aug [cited 2020 May 04] ; 54( 4 ): 283-283. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-

42302008000400001&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S0104- 42302008000400001.

2. Freitas Isabel Cristina Martins de, Moraes Suzana Alves de. O efeito da vulnerabilidade social sobre indicadores antropométricos de obesidade: resultados de estudo epidemiológico de base populacional. Rev. bras. epidemiol. [Internet]. 2016 June [cited 2020 May 04] ; 19( 2 ): 433-450. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-

58 Anais do PTS – Projeto Terapêutico Singular, Vol. 08, Núm. 12, 2020 (ISSN: 2595-6523)

3. TAVARES, Telma Braga; NUNES, Simone Machado; SANTOS, M. de O. Obesidade e qualidade de vida: revisão da literatura. Rev Med Minas Gerais, v. 20, n. 3, p. 359- 66, 2010.

4. SILVA, Yonara Marisa Pinto da; COSTA, Rosely Galvão; RIBEIRO, Ricardo Lano. Obesidade infantil: uma revisão bibliográfica. Saúde Amb. Rev, v. 3, n. 1, p. 1-15, 2008

5. Carmo Michelly Eustáquia do, Guizardi Francini Lube. O conceito de vulnerabilidade e seus sentidos para as políticas públicas de saúde e assistência social. Cad. Saúde Pública [Internet]. 2018 [cited 2020 May 04] ; 34( 3 ): e00101417. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-

311X2018000303001&lng=en. Epub Mar 26, 2018. https://doi.org/10.1590/0102- 311x00101417.

6. SCHERER, Patricia Teresinha; DOS SANTOS, Andréia Mendes. OBESIDADE: HISTÓRIAS DE DIFICULDADES/VULNERABILIDADES E BUSCA POR SUPERAÇÃO.

7. Wanderley Emanuela Nogueira, Ferreira Vanessa Alves. Obesidade: uma perspectiva plural. Ciênc. saúde coletiva [Internet]. 2010 Jan [cited 2020 May 04]

; 15( 1 ): 185-194. Available from:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-

81232010000100024&lng=en. https://doi.org/10.1590/S1413-81232010000100024. 8. SIMMONDS, M. et al. Predicting adult obesity from childhood obesity: a systematic

review and meta‐analysis. Obesity reviews, v. 17, n. 2, p. 95-107, 2016.

9. VIDA, Paula Silva; FERREIRA, Leonardo Carrijo. Obesidade mórbida: a família como cúmplice. Psicologia e Saúde em debate, v. 3, n. Supl. 1, p. 44-45, 2017.

10. DORNELLES, Aline Dias; ANTON, Márcia Camaratta; PIZZINATO, Adolfo. O papel da sociedade e da família na assistência ao sobrepeso e à obesidade infantil: percepção de trabalhadores da saúde em diferentes níveis de atenção. Saúde e

sociedade, v. 23, p. 1275-1287, 2014.

11. Pinheiro Anelise Rízzolo de Oliveira, Freitas Sérgio Fernando Torres de, Corso Arlete Catarina Tittoni. Uma abordagem epidemiológica da obesidade. Rev. Nutr. [Internet]. 2004 Dez [citado 2020 Maio 04] ; 17( 4 ): 523-533. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-

52732004000400012&lng=pt. https://doi.org/10.1590/S1415-52732004000400012. 12. DE ALMEIDA, Luana Mirelle et al. Estratégias e desafios da gestão da atenção

primária à saúde no controle e prevenção da obesidade. Revista Eletrônica Gestão

59 Anais do PTS – Projeto Terapêutico Singular, Vol. 08, Núm. 12, 2020 (ISSN: 2595-6523)

13. Macedo CS, BrandãoICA, Leal JA de D, JúniorLG de O, Cortez LR, HonórioMLP, Nunes VM de A, Leite VMC, Souza YA de. ELABORAÇÃO DE UM PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR PARA UMA FAMÍLIA DE ALTO RISCO EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE, MACAÍBA - RN: RELATO DE EXPERIÊNCIA. Rev. Ext. Soc. [Internet]. 14º de março de 2017 [citado 4º de maio de 2020];6(1):51 -66. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/extensaoesociedade/article/view/11599 14. MACEDO, C. S. et al. Elaboração de um projeto terapêutico singular para uma família

de alto risco em uma Unidade Básica de Saúde, Macaíba-RN: relato de experiência. Revista Extensão & Sociedade, Natal, v. 6, n. 1, mar. 2017

Instituições: Faceres; UBSF Jardim Simões/Renascer, São José do Rio Preto – SP.

60 Anais do PTS – Projeto Terapêutico Singular, Vol. 08, Núm. 12, 2020 (ISSN: 2595-6523)

17. PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR (PTS) UM INSTRUMENTO UTILIZADO