2 LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
2.12 Pesquisa de Similares
2.12.9 Controle do leme
O controle do leme acontece por meio de um sistema de alavanca (joystick) que fica posicionado entre as pernas do usuário, na linha de centro e fixado na parede da caixa de bolina (figura 33). O movimento realizado pelo usuário é congruente com o movimento resultante da embarcação, ou seja, se o leme é movido para boreste, o barco irá girar na direção de boreste. Diferente do Dingue, o Hansa Lyberty possui dois lemes, o que permite que o usuário tenha maior controle da embarcação nos momentos em que esta se encontra adernada pela ação do vento. O controle se dá por um sistema de passagem de cabos similar ao 2.4mR.
2.12.10 Controle da vela
O controle da vela é feito da mesma forma que no 2.4, puxando e soltando cabos regulados e direcionados por moitões e mordedores. Porém as ferragens da escota da vela mestra são posicionadas ao contrário, ficando o ponto de carga mais perto do mastro. Porém pelo diâmetro e espessura do perfil da retranca, e o método de fixação da mesma no barco, podemos assumir que está projetada para receber menos esforço mecânico do que no Dingue e no 2.4mR.
2.12.11 Postura
O convés do Hansa Liberty acomoda o tripulante de forma similar ao 2.4mR, sentado com as costas retas, perpendicular à linha d´água do barco (Figura 34). Ele precisará ficar com as pernas estendidas e abertas passando ao redor do controle do leme e a caixa de bolina que ficam tangentes à linha de centro. O espaço é aberto e seu corpo fica acima da linha do convés a partir da altura do peito aproximadamente. Os elementos de controle da navegação encontram-se embaixo da linha dos ombros.
Figura 34. Postura no Hansa Liberty. Fonte https://degrouster.nl/sport 2.12.12 Segurança.
Para evitar ter problemas de estabilidade, o barco é equipado com uma bolina retrátil cujo peso junto ao casco é de 150kg, além de um sistema de regulagem da área velica, podendo reduzir drasticamente a captação de vento em casos em que força do mesmo for além do comportado pelo barco.
À venda no site do fabricante, encontramos algumas implementações de cinto de segurança usando tiras de velcro fixada no próprio assento (figura 35). Isto confirma a necessidade de evitar movimentos involuntários no corpo do usuário durante a velejada.
Figura 35. Cintos de segurança disponíveis para o Hansa Liberty. Fonte: https://hansasailing.com
A análise destes similares apontou princípios de solução muito eficientes que serviram de referência para o posterior desenvolvimento do produto. Principalmente nos sistemas de controle do leme e vela. Já na postura, as restrições dimensionais no Dingue não permitem que o usuário fique sentado do jeito convencional e nos obriga a realizar uma terceira pesquisa de similares, para identificar produtos que acomodem o corpo em uma postura compatível com as necessidades do projeto. Em termos de segurança, os dois barcos são projetados visando eliminar o risco de virar e vale lembrar que no Dingue, virar é parte normal da velejada. Consequentemente, se faz muito difícil aproveitar, no contexto deste projeto, os princípios de solução encontrados nos aspectos referentes à estabilidade. Porém a implementação do cinto de segurança confirma a necessidade deste tipo de elementos.
2.12.13 Posturas similares
Antes de procurar por produtos similares, foi necessário definir uma possível postura a ser adotada como referência. Como resultado da busca por esta postura foi criada uma relação entre três elementos que estabeleceram as diretrizes da pesquisa posterior.
O primeiro deles é o cockpit do barco 2.4mR analisado anteriormente (Figura 36). O segundo é uma postura indicada por (LEHMANN apud IIDA, 2005, p.151) como de máximo relaxamento de um corpo flutuando na água (figura 37). E o terceiro é o cockpit dos carros de Fórmula 1 (Figura 38). A postura do corpo semideitado permitiria que o usuário controlasse a embarcação com os braços mantendo o rosto orientado na direção da proa, e longe da passagem da retranca.
Figura 36. Postura no cockpit do veleiro 2.4. fonte Regra da classe
Figura 38. Postura condutor formula 1. Fonte https://motorsport.tech/formula-1
A partir desta relação foram procurados produtos que comportassem as pessoas em uma postura similar aos pilotos de Fórmula 1. Dentro de esta nova restrição enquadramos:
• Handbike. • Cockpit Gamer.
2.12.14 Handbike
Procurando entre os esportes praticados por atletas sem mobilidade nos membros inferiores encontramos o Handbike, um triciclo com duas rodas traseiras onde o usuário realiza a propulsão da bicicleta pelo acionamento manual de um sistema de manivela. Analisamos o modelo Racebike 2017 da fabricante Wolturnus e observamos que para evitar o atrito aerodinâmico, o atleta fica quase deitado, com uma inclinação na articulação do pescoço que possibilita enxergar o caminho à frente. A Figura 35 apresenta uma análise visual dos princípios de solução apontados como interessantes ao projeto. Entre eles estão:
• Revestimento acolchoado para apoio de cabeça • Regulagem de inclinação para apoio de cabeça • Cinto de segurança usando fitas de velcro • Apoio para os pés com posição regulável
Apesar de apresentar soluções interessantes, a postura do corpo na Handbike se distancia do parâmetro estabelecido como referência neste projeto.
Figura 39. Análise visual de princípios de solução HandBike. Fonte: https://wolturnus.dk/en/ products/sports-wheelchairs/racebike/
2.12.15 Cockpit Gamer
Os assentos de carros de Fórmula 1 são peças personalizadas e as características do seu Design não ficam disponíveis para consulta. Porém, há simuladores de esta atividade que tentam recriar o ambiente das corridas e as sensações do piloto. Esses simuladores apresentam ajustes são de grande interesse para nosso projeto, assim como as curvas do perfil das cadeiras no plano sagital de simetria (IIDA, 2005).