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Convenção Das Nações Unidas Sobre As Imunidades Jurisdicionais

N.

o

117 — 20 de Junho de 2006 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4357

CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE AS IMUNIDADES

JURISDICIONAIS DOS ESTADOS E DOS SEUS BENS

Os Estados Partes na presente Convenção:

Considerando que as imunidades jurisdicionais dos

Estados e dos seus bens são geralmente aceites

como um princípio de direito internacional

consuetudinário;

Tendo em conta os princípios de direito

interna-cional consagrados na Carta das Nações Unidas;

Convictos que uma convenção internacional sobre

as imunidades jurisdicionais dos Estados e dos

seus bens reforçará o princípio do Estado de

direito e a segurança jurídica, especialmente nas

relações dos Estados com as pessoas singulares

ou colectivas, e contribuirá para a codificação

e desenvolvimento do direito internacional e

para a harmonização da prática nesta área;

Tomando em consideração os desenvolvimentos na

prática dos Estados relativamente às imunidades

jurisdicionais dos Estados e dos seus bens;

Afirmando que os princípios de direito

interna-cional consuetudinário continuam a reger as

matérias não reguladas pelas disposições da

pre-sente Convenção;

acordam no seguinte:

PARTE I

Introdução

Artigo 1.

o

Âmbito da presente Convenção

A presente Convenção aplica-se às imunidades

juris-dicionais de um Estado e dos seus bens perante os tribunais

de um outro Estado.

Artigo 2.

o

Definições

1 — Para os efeitos da presente Convenção:

a) «Tribunal» designa qualquer órgão de um Estado,

seja qual for a sua denominação, autorizado a

exercer funções jurisdicionais;

b) «Estado» designa:

i) O Estado e os seus vários órgãos

gover-namentais;

ii) As unidades constitutivas de um Estado

federal ou subdivisões políticas do Estado

autorizadas a praticar actos no exercício

da sua autoridade soberana e que

exer-cem essas funções;

iii) Serviços, organismos públicos ou outras

entidades, na medida em que tenham

competência para e pratiquem

efectiva-mente actos no exercício da autoridade

soberana do Estado;

iv) Representantes do Estado no exercício

dessas funções;

c) «Transacção comercial» designa:

i) Qualquer contrato ou transacção

comer-cial para a venda de bens ou prestação

de serviços;

ii) Qualquer contrato de empréstimo ou

outra transacção de natureza financeira,

incluindo qualquer garantia obrigacional

e obrigação de indemnização

relativa-mente aos mesmos;

iii) Qualquer outro contrato ou transacção

de natureza comercial, industrial ou

pro-fissional, excluindo contratos de trabalho.

2 — Para determinar se um contrato ou transacção

constituem uma «transacção comercial», ao abrigo do

n.

o

1 da alínea c), deve ter-se em conta, em primeiro

lugar, a natureza do contrato ou transacção, devendo

o seu objectivo ser também tido em conta se as partes

assim o convencionarem no contrato ou transacção, ou

se, na prática do Estado do foro, esse objectivo for

per-tinente para determinar a natureza não comercial do

contrato ou transacção.

3 — As disposições dos n.

os

1 e 2 relativamente às

definições para os efeitos da presente Convenção não

afectam o emprego desses termos nem o significado

que lhes possa ser atribuído noutros instrumentos

inter-nacionais ou no direito interno de qualquer Estado.

Artigo 3.

o

Privilégios e imunidades não afectados pela presente Convenção

1 — A presente Convenção não afecta os privilégios e

imunidades de que goza um Estado, ao abrigo do direito

internacional, relativamente ao exercício das funções:

a) Das suas missões diplomáticas, postos

consu-lares, missões especiais, missões junto de

orga-nizações internacionais ou delegações junto de

órgãos de organizações internacionais ou de

conferências internacionais; e

b) Das pessoas relacionadas com as mesmas.

2 — A presente Convenção não afecta os privilégios

e imunidades concedidosratione personae,ao abrigo do

direito internacional, aos chefes de Estado.

3 — A presente Convenção não afecta as imunidades

de que goza um Estado, ao abrigo do direito

interna-cional, relativamente a aeronaves ou objectos espaciais

de que é proprietário ou que explora.

Artigo 4.

o

Não retroactividade da presente Convenção

Sem prejuízo da aplicação de quaisquer normas

pre-vistas na presente Convenção às quais as imunidades

jurisdicionais dos Estados e dos seus bens estão sujeitos

ao abrigo do direito internacional, independentemente

do previsto na presente Convenção, as suas disposições

não se aplicarão a qualquer questão de imunidades

juris-dicionais dos Estados ou dos seus bens suscitadas num

processo judicial instaurado contra um Estado junto de

um tribunal de outro Estado antes da entrada em vigor

da presente Convenção entre os Estados em questão.

PARTE II

Princípios gerais

Artigo 5.

o

Imunidade dos Estados

Sob reserva das disposições da presente Convenção,

um Estado goza, em relação a si próprio e aos seus

bens, de imunidade de jurisdição junto dos tribunais

de um outro Estado.

Artigo 6.

o

Modalidades para garantir a imunidade dos Estados

1 — Um Estado garante a imunidade dos Estados

pre-vista no artigo 5.

o

abstendo-se de exercer a sua jurisdição

num processo judicial instaurado nos seus tribunais

con-tra outro Estado e, para esse fim, assegurará que os

seus tribunais determinem oficiosamente que a

imuni-dade desse outro Estado prevista no artigo 5.

o

seja

respeitada.

2 — Um processo judicial instaurado num tribunal

de um Estado será considerado como tendo sido

ins-taurado contra um outro Estado se esse outro Estado:

a) For citado como parte nesse processo judicial;

ou

b) Não for citado como parte no processo judicial

mas o processo visa, com efeito, afectar os bens,

direitos, interesses ou actividades desse outro

Estado.

Artigo 7.

o

Consentimento expresso para o exercício da jurisdição

1 — Um Estado não pode invocar a imunidade de

jurisdição num processo judicial num tribunal de outro

Estado, relativamente a uma questão ou lide, se tiver

consentido expressamente no exercício da jurisdição por

esse tribunal em relação a essa mesma questão ou lide:

a) Por acordo internacional;

b) Por contrato escrito; ou

c) Por declaração perante o tribunal ou

comuni-cação escrita num determinado processo

judi-cial.

2 — A aceitação por parte de um Estado no que diz

respeito à aplicação da lei de um outro Estado não

será interpretado como consentimento para o exercício

da jurisdição pelos tribunais desse outro Estado.

Artigo 8.

o

Efeito da participação num processo em tribunal

1 — Um Estado não pode invocar a imunidade de

jurisdição num processo num tribunal de outro Estado

se:

a) Foi o próprio Estado a instaurar o dito processo;

ou

b) Interveio no processo ou fez alguma diligência

em relação ao mérito da causa. Todavia, se o

Estado demonstrar ao tribunal que não poderia

ter tomado conhecimento dos factos sobre os

quais um pedido de imunidade se poderia

fun-damentar, senão após ter feito tal diligência,

pode invocar a imunidade com base nesses

fac-tos desde que o faça com a maior brevidade

possível.

2 — Não se considera que um Estado tenha

consen-tido no exercício da jurisdição de um tribunal de um

outro Estado se intervier num processo judicial ou tomar

quaisquer outras medidas com o único objectivo de:

a) Invocar a imunidade; ou

b) Fazer valer um direito relativo a um bem em

causa no processo.

3 — A comparência de um representante de um

Estado num tribunal de outro Estado como testemunha

não será interpretado como consentimento para o

exer-cício da jurisdição pelo tribunal.

4 — A não comparência de um Estado num processo

num tribunal de outro Estado não será interpretada

como consentimento para o exercício da jurisdição pelo

tribunal.

Artigo 9.

o

Pedidos reconvencionais

1 — Um Estado que instaure um processo num

tri-bunal de outro Estado não pode invocar a imunidade

de jurisdição perante o mesmo tribunal relativamente

a qualquer pedido reconvencional resultante da mesma

relação jurídica ou dos mesmos factos do pedido

principal.

2 — Um Estado que intervier para apresentar um

pedido num processo num tribunal de outro Estado não

pode invocar a imunidade de jurisdição perante o mesmo

tribunal relativamente a qualquer pedido

reconvencio-nal resultante da mesma relação jurídica ou dos mesmos

factos do pedido apresentado pelo Estado.

3 — Um Estado que apresentar um pedido

recon-vencional num processo intentado contra si num tribunal

de outro Estado não pode invocar a imunidade de

juris-dição no dito tribunal relativamente ao pedido principal.

PARTE III

Processos judiciais nos quais os Estados

não podem invocar imunidade

Artigo 10.

o

Transacções comerciais

1 — Se um Estado realizar uma transacção comercial

com uma pessoa singular ou colectiva estrangeira e, em

resultado das regras aplicáveis de direito internacional

privado, as divergências relativas a essa transacção

comercial forem submetidas à jurisdição de um tribunal

de outro Estado, o Estado não pode invocar imunidade

de jurisdição num processo judicial relativo à mesma

transacção comercial.

2 — O n.

o

1 não se aplica:

a) No caso de uma transacção comercial entre

Estados; ou

b) Se as partes na transacção comercial tiverem

acordado expressamente em sentido diverso.

3 — Quando uma empresa pública ou outra entidade

criada por um Estado com personalidade jurídica

autó-noma e tiver a capacidade de:

a) Demandar ou ser demandado em juízo; e

b) Adquirir, ser proprietária, possuir ou dispor de

bens, incluindo os bens que esse Estado a

auto-rizou a explorar ou a gerir;

for parte num processo judicial relacionado com uma

transacção comercial em que essa empresa ou entidade

participou, a imunidade de jurisdição de que goza o

Estado em questão não será afectada.

Artigo 11.

o

Contratos de trabalho

1 — Salvo acordo em contrário entre os Estados em

questão, um Estado não pode invocar a imunidade de

jurisdição num tribunal de outro Estado que seja

com-petente para julgar o caso num processo judicial que

diga respeito a um contrato de trabalho entre o Estado

e uma pessoa singular para um trabalho realizado ou

que se deveria realizar, no todo ou em parte, no

ter-ritório desse outro Estado.

2 — O n.

o

1 não se aplica se:

a) O trabalhador foi contratado para desempenhar

funções específicas que decorrem do exercício

de poderes públicos;

b) O trabalhador for:

i) Um agente diplomático, tal como

defi-nido na Convenção de Viena sobre as

Relações Diplomáticas de 1961;

ii) Um funcionário consular, tal como

defi-nido na Convenção de Viena sobre as

Relações Consulares de 1963;

iii) Um membro do pessoal diplomático das

missões permanentes junto de

organiza-ções internacionais, de missões especiais,

ou se for contratado para representar um

Estado numa conferência internacional;

ou

iv) Uma qualquer outra pessoa que goze de

imunidade diplomática;

c) O processo judicial se referir à contratação,

renovação do contrato ou reintegração do

trabalhador;

d) O processo judicial se referir à cessação

uni-lateral do contrato ou ao despedimento do

tra-balhador e, se assim for determinado pelo chefe

de Estado, chefe de governo ou ministro dos

negócios estrangeiros do Estado empregador,

esse processo puser em causa os interesses de

segurança desse Estado;

e) O trabalhador for nacional do Estado

empre-gador no momento da instauração do processo

judicial, salvo se a pessoa em causa tiver

resi-dência permanente no Estado do foro; ou

f) O Estado empregador e o trabalhador

acorda-ram diversamente por escrito, sob reserva de

considerações de ordem pública conferindo aos

tribunais do Estado do foro jurisdição exclusiva

em função do objecto do processo.

Artigo 12.

o

Danos causados a pessoas e bens

Salvo acordo em contrário entre os Estados em

ques-tão, um Estado não pode invocar a imunidade de

juris-dição num tribunal de outro Estado que seja competente

para julgar o caso num processo relacionado com uma

indemnização pecuniária, em caso de morte ou de ofensa

à integridade física de uma pessoa, ou em caso de dano

ou perda de bens materiais causados por um acto ou

omissão alegadamente atribuído ao Estado, se esse acto

ou omissão ocorreu, no todo ou em parte, no território

desse outro Estado e se o autor do acto ou omissão

se encontrava nesse território no momento da prática

do acto ou omissão.

Artigo 13.

o

Propriedade, posse e utilização de bens

Salvo acordo em contrário entre os Estados em

ques-tão, um Estado não pode invocar a imunidade de

juris-dição num tribunal de outro Estado que seja competente

para julgar o caso num processo judicial para a

deter-minação de:

a) Quaisquer direitos do Estado sobre um bem

imóvel, a sua posse ou utilização, ou qualquer

obrigação do Estado resultante dos seus

direi-tos, posse ou utilização desse bem imóvel

situado no Estado do foro;

b) Quaisquer direitos do Estado sobre bens móveis

ou imóveis em virtude de uma herança, doação

oubona vacantia;ou

c) Quaisquer direitos do Estado na administração

de bens, tais como uma propriedade

fideico-missária, o património resultante de uma

falên-cia ou os bens de uma sociedade em caso de

dissolução.

Artigo 14.

o

Propriedade intelectual e industrial

Salvo acordo em contrário entre os Estados em

ques-tão, um Estado não pode invocar a imunidade de

juris-dição num tribunal de outro Estado que seja competente

para julgar o caso num processo judicial relacionado

com:

a) A determinação de qualquer direito do Estado

numa patente, modelo ou design industrial,

nome comercial ou firma, marca registada,

direi-tos de autor ou qualquer outra forma de

pro-priedade intelectual ou industrial que beneficie

de alguma protecção jurídica, ainda que

pro-visória, no Estado do foro; ou

b) Uma alegada violação pelo Estado, no território

do Estado do foro, de um direito do tipo do

previsto na alíneaa) pertencente a um terceiro

e que se encontra protegido no Estado do foro.

Artigo 15.

o

Participação em sociedades ou outras pessoas colectivas

1 — Um Estado não pode invocar a imunidade de

jurisdição num tribunal de outro Estado que seja

com-petente para julgar o caso, num processo judicial

rela-cionado com a sua participação numa sociedade ou outra

pessoa colectiva, dotada ou não de personalidade

jurí-dica, quando o processo diga respeito às relações entre

o Estado e a sociedade ou outra pessoa colectiva, quando

estas:

a) Incluam outros participantes que não Estados

ou organizações internacionais; e

b) Estejam registadas ou tenham sido constituídas

ao abrigo da lei do Estado do foro ou tenham

a sua sede ou actividade principal nesse Estado.

2 — Um Estado pode, todavia, invocar a imunidade

de jurisdição num processo deste tipo se os Estados

interessados assim o tiverem acordado ou se as partes

no diferendo assim o convieram por escrito ou, ainda,

se o instrumento que criou ou rege a sociedade ou outra

pessoa colectiva em questão contiver disposições para

esse efeito.

Artigo 16.

o

Navios de que um Estado é proprietário ou explora

1 — Salvo acordo em contrário entre os Estados em

questão, um Estado que é proprietário ou explora um

navio não pode invocar a imunidade de jurisdição num

tribunal de outro Estado que seja competente para julgar

o caso num processo judicial relacionado com a

explo-ração desse navio se, no momento do facto que deu

lugar à acção, o navio estava a ser utilizado para outra

finalidade que não a de serviço público sem fins

comerciais.

2 — O n.

o

1 não se aplica a navios de guerra nem

a unidades auxiliares da marinha de guerra, nem a outros

vasos de que um Estado seja proprietário ou explora

e que são, em dado momento, utilizados exclusivamente

para serviços públicos sem fins comerciais.

3 — Salvo acordo em contrário entre os Estados em

questão, um Estado não pode invocar a imunidade de

jurisdição num tribunal de outro Estado que seja

com-petente para julgar o caso num processo judicial

rela-cionado com o transporte de carga a bordo de um navio

de que esse Estado é proprietário ou explora se, no

momento do facto que deu lugar à acção, o navio estava

a ser utilizado para outra finalidade que não a de serviço

público sem fins comerciais.

4 — O n.

o

3 não se aplica a qualquer carga

trans-portada a bordo dos navios a que se refere o n.

o

2

nem a qualquer carga de que um Estado é proprietário

e que é utilizada ou destinada a ser utilizada

exclu-sivamente com a finalidade de serviço público sem fins

comerciais.

5 — Os Estados podem invocar todos os meios de

defesa, prescrição e limitação de responsabilidade

dis-poníveis para os navios privados e suas cargas e

res-pectivos proprietários.

6 — Se, num processo judicial, surgir uma questão

relacionada com a natureza pública e não comercial

de um navio de que um Estado é proprietário ou explora

ou da carga de que um Estado é proprietário, um

cer-tificado assinado por um representante diplomático ou

por outra autoridade competente desse Estado,

noti-ficando o tribunal, fará prova da natureza do navio ou

da carga.

Artigo 17.

o

Efeito de um acordo de arbitragem

Se um Estado concluir por escrito um acordo com

uma pessoa singular ou colectiva estrangeira para

sub-meter a arbitragem as divergências relativas a uma

tran-sacção comercial, esse Estado não pode invocar, salvo

previsão em contrário no acordo de arbitragem, a

imu-nidade de jurisdição num tribunal de outro Estado que

seja competente para julgar o caso num processo judicial

relativo:

a) À validade, interpretação ou aplicação do acordo

de arbitragem;

b) Ao processo de arbitragem; ou

c) À confirmação ou rejeição da decisão arbitral.

PARTE IV

Imunidade dos Estados relativamente a medidas

cautelares e de execução relacionadas com

pro-cessos judiciais.

Artigo 18.

o

Imunidade dos Estados relativamente a medidas cautelares anteriores ao julgamento

Não poderão ser tomadas, em conexão com um

pro-cesso judicial num tribunal de outro Estado, quaisquer

medidas cautelares prévias ao julgamento contra os bens

de um Estado, tais como o arrolamento ou arresto, salvo

se e na medida em que:

a) O Estado consentiu expressamente na aplicação

de tais medidas:

i) Por acordo internacional;

ii) Por acordo de arbitragem ou por contrato

escrito; ou

iii) Por declaração num tribunal ou por

comunicação escrita após o litígio entre

as partes ter surgido; ou

b) O Estado reservou ou afectou bens para

satis-fação do pedido que constitui o objecto desse

processo.

Artigo 19.

o

Imunidade dos Estados relativamente a medidas de execução posteriores ao julgamento

Não poderão ser tomadas, em conexão com um

pro-cesso judicial num tribunal de outro Estado, quaisquer

medidas de execução posteriores ao julgamento contra

os bens de um Estado, tais como o arrolamento, arresto

ou penhora, salvo se e na medida em que:

a) O Estado consentiu expressamente na aplicação

de tais medidas:

i) Por acordo internacional;

ii) Por acordo de arbitragem ou por contrato

escrito; ou

iii) Por declaração num tribunal ou por

comunicação escrita após o litígio entre

as partes ter surgido; ou

b) O Estado reservou ou afectou bens para

satis-fação do pedido que constitui o objecto desse

processo; ou

c) For demonstrado que os bens são

especifica-mente utilizados ou destinados a ser utilizados

pelo Estado com outra finalidade que não a

do serviço público sem fins comerciais e estão

situados no território do Estado do foro, com

a condição de que as medidas de execução

pos-teriores ao julgamento sejam tomadas apenas

contra os bens relacionados com a entidade

con-tra a qual o processo judicial foi instaurado.

Artigo 20.

o

Efeito do consentimento para o exercício da jurisdição sobre a adopção de medidas cautelares e de execução

Nos casos em que o consentimento para a adopção

de medidas cautelares e de execução seja necessário

em virtude dos artigos 18.

o

e 19.

o

, o consentimento para

o exercício da jurisdição ao abrigo do artigo 7.

o

não

implica que haja consentimento para a adopção de

medi-das cautelares e de execução.

Artigo 21.

o

Categorias específicas de bens

1 — As seguintes categorias de bens do Estado,

nomeadamente, não são consideradas como bens

espe-cificamente utilizados ou destinados a ser utilizados pelo

Estado com outra finalidade que não a de serviço público

sem fins comerciais ao abrigo da alíneac) do artigo 19.

o

:

a) Os bens, incluindo qualquer conta bancária,

uti-lizados ou destinados a ser utiuti-lizados no

exer-N.

o

117 — 20 de Junho de 2006 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4361

cício das funções da missão diplomática do

Estado ou dos seus postos consulares, missões

especiais, missões junto de organizações

inter-nacionais, ou delegações junto de órgãos de

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