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Quando deram início as cooperativas, além de suas funções econômicas, desempenhavam o papel de sociedade beneficente de sindicato e de universidade

popular. A experiência cooperativista começou na França e na Inglaterra, entre 1820 e 1840, inicialmente, além de suas funções econômicas.

Conforme Drimer (1981, p. 16) as cooperativas são:

Associações de pessoas que organizam e administram empresas econômicas, com o objetivo de satisfazer uma grande e variada cadeia de necessidades da sociedade. As cooperativas se apóiam e se baseiam no esforço próprio e na ajuda mútua dos associados, atendendo assim os interesses sócio-econômicos de seus membros na medida em que esses interesses coincidem ou pelo menos não são opostos aos interesses gerais da comunidade.

Portanto, toda a cooperativa, além de ser uma associação, é também uma empresa a serviço de seus associados. É uma empresa peculiar de propriedade de seus membros, na qual devem atuar com participação e direitos específicos.

Tem a finalidade de viabilizar e promover os objetivos que foram estipulados em conjunto por seus associados em estatutos.

Assim sendo, a empresa cooperativa se orienta em busca de benefícios aos seus associados que são também seus proprietários. Opera com base em seus custos, sem fazer do nível de resultados do exercício um indicador fundamental de eficácia.

Com a finalidade de assegurar sua viabilidade operativa, a cooperativa compra e vende com uma margem necessária a cobrir seus custos operacionais, ou cobra uma taxa de administração apropriada sobre os serviços que presta a seus sócios cooperados, além destes resultados, não precisa necessariamente, gerar excedentes.

Nas sociedades cooperativas, o capital não tem função principal e não constitui poder de voto e de decisão.

As cooperativas baseiam-se em valores de ajuda mútua, responsabilidade, democracia, igualdade, participação e autonomia, seus valores são o que definem as motivações mais profundas de seus membros, ou seja, do agir cooperativo,

sendo a instância inspiradora dos Princípios preconizados pela ACI – Aliança Cooperativa Internacional.

De acordo com Pinho (1977, p. 26):

ACI (Aliança Cooperativa Internacional), congrega as cooperativas de segundo e terceiro graus e as associações de promoção ao cooperativismo da maioria dos países; sediada em Genebra, foi criada em 1895, com o fim precípuo de continuar a obra dos Pioneiros de Rochdale. No Brasil, a representação cooperativista nacional compete à OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), sociedade civil, sem finalidade lucrativa, com sede em Brasília (DF); criada pela Lei nº 5.764/71, reúne todas as categorias de cooperativas brasileiras, mantendo para cada uma um registro especial e prestando-lhe assistência técnica, jurídica etc.; às suas assembléias gerais, comparecem os representantes das organizações estaduais filiadas.

Os Princípios Cooperativos são as diretrizes nas quais as cooperativas colocam seus valores em prática, são eles:

1º Princípio – Adesão livre e voluntária.

As cooperativas são organizações voluntárias abertas, onde todas as pessoas, sem discriminação de raça, política ou religião, têm liberdade de associar-se e estarem aptas para usar de seus serviços, estando dispostas a aceitar suas responsabilidades de sócio.

Pode-se dizer, então, que na cooperativa a adesão é facultada a qualquer pessoa, desde que não se oponha com os objetivos propostos no Estatuto da Sociedade. Por ser uma pessoa jurídica, obedece a normas, leis, e, principalmente, seu estatuto, que é sua lei maior, uma vez que está atrelado à Lei das Sociedades Cooperativas. Seu objetivo está de acordo com seu Estatuto e nele está identificado. Deve aderir à cooperativa somente aquele que tiver

afinidade com seus princípios, a sociedade não pode negar o ingresso de ninguém a não ser que a pessoa venha a colidir com os objetivos da cooperativa.

A adesão é livre, significando participação, coerência, trabalho conjunto e motivação constante.

2º Princípio – Gestão democrática pelos sócios.

A gestão democrática é a base fundamental da Doutrina Cooperativista, todos são iguais, têm os mesmos direitos e as mesmas responsabilidades.

O capital não é parâmetro para nenhuma decisão, o sócio cooperado, independentemente do valor de seu capital, tem direito de um voto, de uma decisão, ele pode operar com a cooperativa conforme seu cadastro e pelo montante de seu capital.

As cooperativas são administradas pelos sócios, são eles que definem as prioridades das atividades com base nas necessidades e objetivos estabelecidos. Os representantes eleitos são responsáveis para com os sócios, e a qualquer momento a sociedade pode destituir seus dirigentes que forem incapazes.

3º Princípio – Participação econômica dos sócios

Os sócios integralizam o capital social da cooperativa através de quotas – partes, controlando democraticamente o capital. As sobras, ou seja, os resultados, quando positivos, são destinados ao desenvolvimento da cooperativa a fundos de reserva, fundo de assistência técnica, educacional e social.

As sobras líquidas apuradas no exercício, depois de deduzidas as taxas para os fundos, serão rateadas entre os associados proporcionalmente às suas operações.

4º Princípio – Autonomia e independência

As cooperativas são organizações autônomas controladas por seus cooperados, que devem decidir sobre suas atividades, definir sua missão, objetivos e metas. Se entrarem em acordo com outras organizações, incluindo governamentais, ou se receberem capital de origem externa, devem fazê-lo de maneira que mantenham o controle democrático de seus sócios e sua autonomia.

5º Princípio – Educação, formação e informação

Este princípio tem como objetivo o desenvolvimento cultural e profissional do cooperado e de sua família. A constante reciclagem, formação e treinamento de seus associados, diretores, líderes e funcionários, são a base deste princípio, fazendo conseqüentemente, com que eles contribuam efetivamente para seu desenvolvimento. Eles informam o público em geral, particularmente os jovens e os líderes formadores de opinião, sobre a natureza e os benefícios da cooperação.

6º Princípio – Cooperação entre cooperativas

As cooperativas irão atender mais efetivamente aos seus sócios e fortalecer o Movimento Cooperativo quando estiverem trabalhando juntas através de estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais.

O sentido da colaboração mútua, quer na formação de “pool” de cooperativas, de afiliações ou quer na constituição de centrais, permite a interação e integração de cooperativas, reduz custos operacionais, estruturais e financeiros, beneficiando diretamente seus sócios cooperados.

A colaboração mútua possibilita o fortalecimento das sociedades cooperativas.

7º Princípio – Interesse pela comunidade

Mediante as políticas aprovadas por seus membros, as cooperativas trabalham pelo desenvolvimento sustentável de suas comunidades. Devem contribuir com a geração de empregos, produção, serviços e preservação do meio ambiente. Buscam a melhoria da qualidade do ambiente em que vivem.

Pode-se perceber que os Princípios do Cooperativismo anteriormente citados estão sempre voltados à busca de seu principal objetivo, que é o de levar algum tipo de benefício a seu associado. A ação cooperativa proporciona significativas vantagens em relação às ações individuais e são tais vantagens que fazem com que o cooperativismo possa se desenvolver e atrair as pessoas para nele se associarem.

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