• Nenhum resultado encontrado

CORPUS DE PESQUISA: TRAÇANDO E CONHECENDO CAMINHOS

Neste capítulo, após traçarmos considerações sobre o desenvolvimento da ciência linguística no que se refere a contribuições para o ensino da oralidade, relatarmos pesquisas já desenvolvidas sobre a oralidade no ensino de LP e expormos concepções da teoria de Bakhtin essenciais a essa pesquisa, centramos nossa atenção na definição do corpus de pesquisa.

Nosso corpus, conforme mencionamos na introdução, ficou constituído por dois volumes (destinados a 5ª e a 8ª séries e ao 6º ao 9º anos, cuja versão é a do professor) de três coleções didáticas de LP, cada qual aprovada em uma edição distinta do PNLD – edições de 1999, 2011 e 2014, perfazendo um total de seis LDPs.

5.1 Os Guias de Livros Didáticos – Língua Portuguesa

Para selecionar as coleções didáticas, cujas propostas de trabalho com a oralidade analisamos em alguns volumes, tomamos como referência a descrição das coleções didáticas contidas nos Guias de Livros Didáticos – Língua Portuguesa dos anos de 1999, 2011 e 2014 (respectivamente BRASIL, 1998a; 2010; 2013).

Da mesma forma que Barros-Mendes (2005), ressaltamos que o intuito desta pesquisa não é validar ou não a análise dos materiais didáticos realizada no âmbito do PNLD. Nesse sentido, assim como a pesquisadora, consideramos “os resultados de suas avaliações [as feitas pelo PNLD] apenas como „pistas‟ sobre a abordagem da língua oral nos livros de língua portuguesa” (Ibid., p.117).

Tivemos contato, primeiramente, com o Guia 2011, o qual estava em vigência quando iniciamos a pesquisa. Após, com o Guia 1999, o qual tivemos grande dificuldade para obtê-lo visto não estar mais disponível no ambiente virtual65, e, por último, com o Guia 2014, publicado em 2013.

65

Procuramos esse material em bibliotecas de escolas do município de Santa Maria/RS e de Ibirubá/RS bem como enviamos e-mails a diversos pesquisadores sobre materiais didáticos solicitando esse material ou orientações sobre como encontrá-lo. Conseguimos obtê-lo em fevereiro de 2014, a partir do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (CEALE) da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, cuja secretária geral, Luiza Moreira, gentilmente fez fotocópia e enviou-nos

Em primeiro lugar, faz-se necessário salientar que há diferenças na forma de descrição e de classificação das coleções didáticas nessas três edições do PNLD – 1999, 2011 e 2014 –, demandando, assim, a adaptação de alguns critérios para selecionarmos as coleções, cujos volumes constituem o corpus de pesquisa. A seguir, descrevemos alguns aspectos da estrutura organizacional desses Guias obedecendo à ordem de publicação deles, e não à ordem a partir da qual tivemos contato com eles.

No Guia 1999 (BRASIL, 1998a), há uma resenha e uma avaliação independente para cada volume da coleção, ou seja, há quatro resenhas e quatro classificações para cada coleção. Os volumes são classificados conforme as categorias: “Recomendada com distinção” (três estrelas), “Recomendada” (duas estrelas) e “Recomendada com ressalvas” (uma estrela). Assim, não se encontra, no Guia, uma descrição da coleção como um todo, contemplando os seus quatro volumes. Foram aprovadas um total de 19 coleções nesta edição do PNLD.

No que se refere à organização dos Guias, o Guia de 2011 e o de 2014 (BRASIL, 2010; 2013) não apresentam a mesma estrutura que o de 1999. Neles, há uma única resenha e classificação – “Recomendada” – para os quatro volumes que integram uma coleção.

As resenhas, contidas nesses Guias, apresentam uma visão geral da coleção bem como considerações sobre o modo como são tratados a leitura, a produção textual escrita, a oralidade e os conhecimentos linguísticos. Junto à resenha, há um quadro esquemático contendo os pontos fortes, os pontos fracos, os destaques da coleção e informações sobre o tempo previsto para o ensino de cada unidade e sobre o manual do professor. Foram aprovadas 16 coleções no PNLD 2011 e 12 no PNLD 2014.

Representamos o número de coleções aprovadas e as formas de descrever e classificá-las nesses três Guias a partir do quadro abaixo (Quadro 03).

Quadro 03 – Descrição e classificação das coleções nos Guias 1999, 2011 e 2014

Guia 1999 Guias 2011 Guia 2014

Número de coleções aprovadas 19 16 12 por correio.

Guia 1999 Guias 2011 Guia 2014

Descrição

 1 resenha para cada volume da coleção (total 04 resenhas).

 1 resenha para os quatro volumes da coleção;

 1 quadro esquemático por coleção.

Classificação

03 categorias:

 “recomendada com distinção”;  “recomendada”;

 “recomendada com ressalvas”

1 categoria única:  “recomendada”

Adaptado de BRASIL (1998a; 2010; 2013)

5.2 Critérios para seleção do corpus de pesquisa

Devido ao considerável número de coleções aprovadas em cada edição do PNLD, adotamos, como um primeiro critério, a identificação da(s) coleção(ões) em que o trabalho desenvolvido com a oralidade tivesse sido avaliado como satisfatório. Como os Guias em questão apresentam diferenças em sua estrutura, essa identificação foi feita de modo diferente no Guia 1999 e nos Guias 2011 e 2014.

No Guia 1999, como as coleções são classificadas em três categorias, decidimos restringir a seleção do corpus às coleções classificadas como “Recomendadas com distinção” e “Recomendadas”, as quais somam o total de 07 coleções. Dentre essas, apenas uma é classificada como “Recomendada com distinção”, nos volumes destinados a 5ª e a 7ª séries; as demais, como “Recomendadas”.

Após lermos as resenhas dessas coleções, mais especificamente, dos volumes destinados a 5ª e a 8ª séries, esboçamos um quadro (Ver Apêndice 01) em que constam as informações sobre o tratamento da oralidade nesses volumes.

Mediante análise do quadro (Apêndice 01), observamos que, em um total de 05 coleções, há menção a aspectos negativos na forma como é proposto o trabalho com a língua oral (esses aspectos estão sublinhados no quadro em Apêndice). De um modo geral, as críticas ao tratamento atribuído à oralidade são: a) falta de orientação sobre como desenvolver a proposta de trabalho; b) predomínio de propostas que visam à troca de informações com os colegas, fugindo do objetivo de trabalho com a língua oral manifesto nos PCN-LP; c) inadequação do tratamento atribuído às diferenças entre oral e escrita; d) presença de propostas de conversação, tendo uma situação artificial como estímulo/motivação; e) repetição de mesma proposta nos quatro volumes da coleção; f) apontamento de especificidades da língua oral como sendo erros.

Apenas em duas coleções – “Português através de textos”, de Magda Soares, e “Português Palavra Aberta”, de Isabel Cristina Cabral –, há uma descrição das propostas de trabalho com a oralidade sem menção a inadequações, citando-se apenas aspectos positivos em relação trabalho com essa modalidade da língua (esses aspectos estão em negrito no quadro em Apêndice).

Na primeira coleção “Português através de textos”, o trabalho com a oralidade é tido como destaque devido à pertinência das propostas, à variedade de gêneros e de registros, bem como à clareza, à correção e à adequação das mesmas.

Na segunda coleção “Português Palavra Aberta”, o trabalho com a língua oral é citado como relevante, sendo constituído por um conjunto extenso de situações que favorecem o uso da língua oral, as quais, em sua maioria, têm por objetivo o desenvolvimento da capacidade de expressão e de argumentação oral do aluno.

Tendo ciência da dificuldade que teríamos para encontrar os dois volumes (5ª e 8ª séries), destinados ao professor, de qualquer uma dessas coleções, devido à data de publicação e ao fato de estarem fora de circulação no espaço escolar, bem como da dificuldade em elaborar outros critérios para estabelecer qual delas deveríamos tomar como corpus de pesquisa, decidimos escolher aquela que primeiro conseguíssemos obter os volumes desejados.

Ao procurarmos esse material nas bibliotecas de escolas públicas de educação básica66, encontramos em uma escola o volume destinado a 8ª série da coleção de autoria de Magda Soares e em outra o volume destinado a 5ª série da mesma coleção, ambos destinados ao professor e denominados “Exemplar do Professor”. Em relação à coleção de Isabel Cristina, encontramos apenas o volume destinado à 8ª série, destinado ao aluno. Assim, tomamos os volumes da coleção “Português através de Textos”, de Magda Soares, como corpus de pesquisa referente à edição do PNLD 1999.

No Guia 2011, decidimos por identificar a(s) coleção(ôes) que trata(m) a oralidade de forma satisfatória, conforme avaliação via PNLD, a partir das informações contidas nos quadros esquemáticos, mais especificamente, a partir da aparição do termo “oralidade” ou “oral” nas colunas “ponto forte” ou “destaque”.

66

A busca por esse material foi realizada, durante o mês de abril, em escolas públicas de educação básica dos municípios de Ibirubá/RS, local em que a autora da pesquisa trabalha, e de Santa Maria/RS, local em que a autora realiza os estudos de Doutorado.

Em trabalho realizado anteriormente (WINCH, 2011), já havíamos elaborado um quadro comparativo com as informações expressas nos 16 quadros esquemáticos contidos nesse Guia, referentes às 16 coleções aprovadas (Ver apêndice 02). A partir do quadro comparativo, percebemos que o trabalho com o oral é avaliado como “Ponto forte” (destacado em negrito no quadro em apêndice) apenas na coleção didática Projeto Radix – Português, de Ernani Terra e Floriana Toscano Cavalette.

Vale mencionarmos que outras duas coleções, a terceira e a décima, conforme numeração do quadro, também apresentam o termo oralidade na coluna “Pontos fortes” e/ou na coluna “Destaque” (os fragmentos estão sublinhados no quadro em apêndice). Entretanto, compreendemos que o elemento que está sendo elogiado nessas coleções não são as propostas de trabalho com a oralidade em si, as quais são o foco de nossa pesquisa.

No caso da terceira coleção, compreendemos que o “Ponto forte” é a ideia de organizar os conteúdos a partir de projetos, o que permite melhor articulação dos eixos de ensino assim como o “Destaque” refere-se à forma como o trabalho com gêneros textuais é proposto, que acaba por criar situações favoráveis para explorar a língua oral. Na décima coleção, o “Destaque” também recai sobre a iniciativa de se propor projetos visando à articulação dos quatro eixos de ensino.

Entendemos, assim, que nessas coleções (03 e 10), não há uma ênfase no modo como a oralidade está organizada e pensada; mas sim, no fato de que elas apresentam aspectos positivos em relação à organização pedagógica, a partir da qual é proposto um trabalho articulado entre leitura, escrita, oralidade e conhecimentos linguísticos.

Por último, em relação ao Guia 2014 (BRASIL, 2013), devido ele ter a mesma organização estrutural que o Guia 2011, elaboramos outro quadro comparativo (Ver apêndice 03) a partir das informações contidas nos quadros esquemáticos.

Dentre as doze coleções didáticas aprovadas, há menção à oralidade nas colunas “Pontos fortes” ou “Destaque” de três coleções, a quinta, a oitava e a décima segunda, conforme numeração do quadro (fragmentos estão em negrito no quadro em apêndice). Em outra coleção, a décima primeira, o termo oral também aparece na coluna “Pontos fortes” (o fragmento está sublinhado no quadro em apêndice). Entretanto, compreendemos que o elemento que está sendo elogiado

nessa última coleção não é o trabalho com a oralidade, mas sim a articulação entre os eixos de ensino, sendo um deles a oralidade.

A partir do que consta no quadro esquemático (Apêndice 03), entendemos que qualquer uma das três coleções (05, 08 ou 12) poderia fazer parte do corpus dessa pesquisa. Assim, realizamos a procura pelos volumes para 6ª e 9º anos destinados ao professor de uma dessas coleções67.

Ao contrário de nossas expectativas, as escolas de educação básica receberam poucas coleções didáticas para consultar e, a partir delas, escolher qual seria adotada68. Não encontramos nenhum volume das coleções 05 e 08 nas escolas visitadas (total de 05). Encontramos apenas a coleção 12 - “Vontade de Saber: Português”69

, de Rosemeire Alves e Tatiane Brugnerotto - na última escola que visitamos. Assim, os volumes destinados ao 6º e ao 9º anos dessa coleção passaram a fazer parte do corpus dessa pesquisa.

Apresentamos uma síntese da composição do corpus de pesquisa e de seu processo de escolha, bem como os critérios adotados, no quadro a seguir (Quadro 04):

Quadro 04 – Síntese do processo de seleção do corpus de pesquisa

Edição do PNLD Forma de identificar coleção(ões) avaliada(s) positivamente quanto à oralidade Coleção(ões) avaliada(s) positivamente quanto à oralidade Critério adotado Corpus de pesquisa 1999

Resenhas dos volumes classificados como “Recomendados com distinção” e

“Recomendados”

 Português através de

textos – Magda Soares

 Português - Palavra

Aberta – Isabel Cristina

Primeira que encontrásse- mos os volumes destinados a 5ª e 8ª séries, destinados ao professor Português através de textos (5ª e 8ª séries) 2011

Quadro esquemático das coleções (oralidade como “Ponto forte” ou “Destaque”)  Projeto Radix: Português – Ernani Terra; Floriana Toscano Cavalette --- Projeto Radix: Português (6º e 9º anos) 2014  Coleção Perspectiva: Primeira que Vontade de

67

Essa busca foi realizada no mês de maio, nas bibliotecas das escolas públicas de educação básica de Ibirubá/RS.

68

Essa informação foi obtida a partir de conversa informal com direção e com responsáveis pelas bibliotecas nas escolas onde foi realizada a busca pelas coleções. Cada escola recebeu, no máximo, exemplares de 05 coleções distintas para manuseio e, posterior, escolha.

69

Posteriormente, encontramos a informação de que essa coleção foi a terceira mais distribuída pelo MEC nas escolas de educação básica via PNLD 2014, sendo a primeira “Português: Linguagem”, e a segunda “Projeto Teláris: Português”. Essa informação está no quadro constando as coleções mais distribuídas por componente curricular, publicado pelo MEC, disponível em: <http://www.fnde.gov.br/programas/livro-didatico/livro-didatico-dados-estatisticos>.

Edição do PNLD Forma de identificar coleção(ões) avaliada(s) positivamente quanto à oralidade Coleção(ões) avaliada(s) positivamente quanto à oralidade Critério adotado Corpus de pesquisa Língua Portuguesa –

Norma Discini; Lúcia Teixeira.

 Português: uma língua

brasileira – Regina

Figueiredo Horta; Lígia Menna; Graça Proença  Vontade de saber: Português - Rosemeire Alves e Tatiane Brugnerotto encontrásse- mos os volumes destinados ao 6º e 9º anos, destinados ao professor saber: Português (6º e 9º anos)

Após selecionarmos o corpus de pesquisa, buscamos tomar conhecimento da formação e da produção bibliográfica de seus autores bem como da organização interna das coleções, incluindo a parte com orientações destinadas ao professor – tradicionalmente conhecida como “Manual do Professor”.

5.3 Formação acadêmica e produção bibliográfica dos autores

Neste subitem, trazemos informações sobre os autores, em especial sobre sua formação acadêmica e sua produção bibliográfica, mais especificamente, suas obras didáticas e a avaliação dessas no âmbito do PNLD.

Magda Becker Soares

Magda Soares, conforme texto de apresentação de seu currículo, disponível via Sistema de Currículos Lattes, possui Doutorado em Didática e graduação em Letras Neolatinas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), instituição da qual é professora emérita. Ela tem experiência na área de Educação, atuando especialmente em temas como alfabetização, letramento, escrita, ensino, leitura e formação de professores.

Além da coleção, cujos dois volumes fazem parte do corpus de pesquisa, destacamos outras obras didáticas de sua autoria:

1) A Coleção “Português: uma proposta para o letramento”, destinada aos anos finais do ensino fundamental, publicada em 2002 e aprovada nas edições do PNLD referentes aos anos de 2005, 2008 e 2011;

2) A Coleção “Comunicação em Língua Portuguesa”, também destinada aos anos finais do ensino fundamental, em co-autoria com Adílson Rodrigues Pereira, publicada em 1975.

Consideramos relevante mencionar também o envolvimento da autora em grupos para avaliação de livros didáticos, destacando sua participação como: a) Membro do Grupo de Trabalho instituído pelo Ministro de Estado da Educação para análise dos livros didáticos de primeiro grau distribuídos pelo Programa Nacional do Livro Didático FAE/MEC, em 1995; e, b) Coordenadora do Grupo de Especialistas da avaliação de cartilhas MEC/SEF/FAE, em 1997.

Ernani Terra; Floriana T. Cavallete

Ernani Terra, conforme texto de apresentação de seu currículo, disponível via Sistema de Currículos Lattes, possui Doutorado em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). É professor no curso de LP lato sensu da PUC-SP e pesquisador no Grupo de Pesquisa “Estudos de Linguagem para o Ensino de Português”, atuando na Linha de Pesquisa “Leitura, Escrita e Ensino de Língua Portuguesa”. Tem larga experiência no ensino de LP, Literatura e Produção de textos. É também professor da disciplina Metodologia do Trabalho Científico. É autor de obras didáticas e paradidáticas. Atua na área de leitura, com ênfase em leitura literária.

No decorrer de seu currículo, constam mais algumas informações relevantes, tais como a sua formação acadêmica como bacharel em Direito pela Universidade de São Paulo (USP) e a relação de obras publicadas. Destacamos entre a sua produção bibliográfica, algumas obras didáticas:

- A coleção Português: De olho no mundo do trabalho, em co-autoria com José de Nicola Neto, publicada em 2004 e republicada em 2008, destinada ao ensino médio. Essa coleção foi aprovada no âmbito do PNLD 200970.

- A coleção Português para Todos, em co-autoria com Floriana Toscano Cavallete, publicada em 2007, destinado aos anos finais do ensino fundamental. Essa coleção foi avaliada e aprovada no âmbito do PNLD 2008 (BRASIL, 2007).

70

- A coleção Práticas de Linguagem: Leitura e Produção de Textos, em co- autoria com José de Nicola Neto, também destinada aos anos finais do ensino fundamental.

- O livro Linguagem, língua e fala, publicado pelo autor em 1997 (TERRA, 1997), trata de conceitos básicos e introdutórios da ciência Linguística, tais como a diferença entre linguagem, língua e fala com base em Saussure e as noções de erro, de gramática, de uniformidade, de diversidade, de norma, entre outras.

No que se refere à Floriana Toscano Cavalette, co-autora da coleção “Projeto

Radix: Português”, não encontramos seu currículo no Sistema de Currículos Lattes.

Assim, expomos informações sobre a mesma conforme consta nos volumes da própria coleção. Floriana Toscano é licenciada em Letras (Português e Francês) pela Universidade de São Paulo. Foi professora da rede oficial de ensino do estado de São Paulo no Ensino Fundamental.

Rosemeire Aparecida Alves Tavares; Tatiane Brugnerotto Conselvan

Conforme as informações contidas na própria coleção71, ambas as autoras, Rosemeire e Tatiane, são graduadas em Letras pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), especialistas em LP pela mesma instituição e atuam como professora de LP na rede particular de ensino. Tatiane também é especialista em Literatura Brasileira.

Apesar de não termos conhecimento da produção bibliográfica das autoras, a partir de levantamento que realizamos sobre as coleções aprovadas no âmbito do PNLD desde 1999, exceto no ano de 2002 – Guia que não conseguimos obter –, observamos que é a primeira vez que as autoras têm coleção aprovada no PNLD, não sendo possível saber se é a primeira vez que inscrevem coleção para participar do processo de avaliação.

Na sequência, dedicamo-nos a apresentar breve comentário sobre as coleções em questão e uma sistematização da organização interna dos volumes selecionados como corpus.

71

5.4 Breves comentários sobre as coleções didáticas

Traçamos aqui breves comentários sobre as coleções, cujos volumes analisamos, conforme a ordem cronológica de publicação das mesmas.

Coleção “Português através de textos” (SOARES, 1990a; 1990b)

Em relação à coleção “Português através de textos”, publicada pela editora Moderna, encontramos em Batista (2004) menção a algumas obras com mesmo título e publicadas em data anterior (décadas de 1960, 1970 e 1980) a da que estamos analisando (década de 1990). As obras são: “Português através de textos: manual do professor”, 1ª série, 2ª edição publicada em 1966 e sua 12ª edição em 197172 e “Novo Português através de textos”, 2ª edição publicada em 1984. Podemos, a partir disso, inferir que se trata de uma coleção que já foi reformulada.

Coleção “Projeto Radix” (TERRA; CAVALLETE, 2009a; 2009b)

Conforme constava no site da coleção Projeto Radix73, o termo radix é uma palavra latina que significa raiz, base, fundamento. Sendo assim, a editora Scipione concebeu o Projeto Radix como raiz do conhecimento. Trata-se de um projeto multidisciplinar, composto por cinco coleções referentes às principais matérias do Ensino Fundamental, do 6º ao 9º ano. São elas: Artes, Ciências, Geografia, História, Português. Elas apresentam variação de autoria, conforme a área de conhecimento em questão.

A coleção “Projeto Radix - Português”, de Ernani Terra e Floriana Toscano Cavallete, que estamos analisando, foi publicada em 2009, sendo uma segunda versão da obra. A primeira versão data de 2006 e há uma terceira versão publicada em 201374. Na terceira versão, houve o acréscimo de Maria Sílvia Gonçalves como co-autora.

72Nas décadas de 1960 e 1970, a autora assinava “Magda Soares Guimarães”. Após, a autora passou a assinar “Magda Becker Soares” ou “Magda Soares” (BATISTA, 2004).

73

Disponível em: <www.portalradix.com.br>. Acesso em: 10 out. 2013. Ao acessarmos novamente o site em maio de 2014, não estavam mais disponíveis essas informações.

74

Essa terceira versão é apresentada no site Portal Radix (<www.portalradix.com.br>) como uma versão reformulada e mais moderna por incluir o uso de tecnologias ao longo dos quatro volumes. Ela encontra-se disponível para aquisição, mas ela não consta entre as coleções aprovadas no âmbito do PNLD 2014.

Coleção “Vontade de saber: Português” (TAVARES; CONSELVAN, 2012a;

Documentos relacionados