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Correção de erros de edição da rede viária

49 4.2.4 Localização dos principais equipamentos do concelho

Passo 2: Correção de erros de edição da rede viária

A shapefile retirada da plataforma Geofabrik apresentava erros de edição das linhas representativas da rede viária, assim como, falhas na representação da rede em diversos locais do concelho. Um dos erros mais comuns encontrados foi a identificação de linhas editadas da parte central do alinhamento para os extremos do mesmo, com continuação do alinhamento do início para a parte central, como se pode ver na figura 20. Tal veio igualmente a acontecer quando se dividiu a rede viária por freguesias, principalmente em linhas que atravessavam duas ou mais freguesias.

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Constatou-se que para corrigir estes erros era necessário movimentar, pelo menos, um dos vértices da linha (para o primeiro caso de erro descrito), ou cortar a linha onde se cruzava com o limite administrativo de cada freguesia (para o segundo caso de erro descrito). Foram realizadas em simultâneo as duas operações para toda a rede viária do concelho.

Passo3: Hierarquização das vias e atribuição de velocidades de circulação

Para a definição da hierarquia da rede viária adotou-se pela utilização de uma abordagem anglo-saxónica, como sugerido no Manual de Planeamento das Acessibilidades e de Gestão Viária (Seco, Antunes, Costa, Silva 2015), visto ser uma abordagem equilibrada porque não aumenta o número de zonas fronteiras entre classes, e por consequência não aumenta a dimensão das zonas onde o processo prático de classificação funcional das vias é mais difícil.

Segundo Seco, Antunes, Costa, Silva (2015), antes de se proceder à hierarquização viária é necessário salientar que existem dois tipos de funções rodoviárias motorizadas, que são razoavelmente incompatíveis entre si e têm níveis de compatibilidade muito diferentes face às restantes funções rodoviárias não motorizadas e não rodoviárias, sendo essa incompatibilidade tanto maior quanto maiores forem as velocidades e os fluxos de tráfego motorizado existente. Uma das funções rodoviárias é a função de “circulação”, que está associada ao período intermédio das viagens motorizadas, desde o ponto de partida até à chegada, onde o nível e serviço oferecido depende da garantia de condições fluídas, rápidas e seguras de deslocação, providenciadas por eixos viários com capacidade suficiente. A outra função é a de “acesso” aos espaços urbanos adjacentes ou aos espaços de estacionamento na via, que ocorre no início ou no fim da viagem, e onde a qualidade de serviço oferecida mede-se, nomeadamente, pelas condições oferecidas para uma circulação segura a velocidade reduzida e para a execução das manobras de acesso aos espaços adjacentes ou lugares de estacionamento. Assim, é necessário que qualquer rede rodoviária passe por uma estruturação fundamentada numa especialização funcional baseada em dois grandes conjuntos de vias: as vias estruturantes, viradas

Figura 20 - Representação de uma linha que foi editada do meio para fim (do ponto vermelho para o ponto verde mais à direita) e continuada do início para o meio (do ponto verde mais a esquerda até

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fundamentalmente para o serviço da função de circulação, e as vias locais, viradas principalmente para as funções de acesso e de vivência local.

Tendo em consideração o exposto, o manual sugere a subdivisão em 4 categorias (duas ligadas à função de circulação e as restantes ligadas à função de acesso) (Seco, Antunes, Costa, Silva 2015):

x Vias Coletoras (VC) – representam a classe mais exclusiva virada para os serviços das deslocações de média e longa dimensão de ligação entre zonas urbanas que representam os mais importantes polos de geração de tráfego, estando a função de acesso reduzida a uma expressão mínima. Destacam-se como vias coletoras as autoestradas e estradas de importância nacional ou regional.

x Vias Distribuidoras Principais (VDP) – representam a classe que tem como função principal fazer a ligação das vias coletores às redes locais ou, em eixos estruturantes onde não se justifica a existência de vias coletoras, a ligação entre espaços de importância média. Devem garantir bons níveis de segurança e razoáveis níveis de fluidez e rapidez que permitam velocidades adequadas.

x Vias Distribuidoras Locais (VDL) – têm como função principal canalizar e distribuir dentro dos espaços locais o tráfego com destino e origem na rede estruturante e garantir a acessibilidade aos espaços adjacentes, não pondo em causa a qualidade ambiental nem a capacidade de servir a normal vivência urbana. Têm de garantir bons níveis de segurança, particularmente para os peões, e razoáveis níveis de fluidez através de velocidades moderadas.

x Vias de Acesso Local (VAL) – destinam-se apenas a servir o acesso direto aos espaços adjacentes e os movimentos pedonais. Devem garantir muito bons níveis de segurança e conforto, particularmente para os peões, e condições mínimas de fluidez de tráfego através de velocidades muito moderadas.

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A Figura 22 apresenta uma representação da hierarquização das vias efetuada para a rede viária do concelho da Covilhã.

Figura 21 - Esquema representativo dos vários tipos de vias (Seco, Antunes, Costa, Silva 2015)

Avali a ç ã o das Aces sibi li d ades no conc elho da Covilhã com r ecurs o a um SIG Fig ura 22 - Hierarquiz a ç ã o das vias da rede

Avali a ç ã o das Aces sibi li d ades no conc elho da Covilhã com r ecurs o a um SIG

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A escolha da hierarquia para determinada via do concelho teve como critério de seleção a identificação da função principal da via (de circulação ou de acesso). Teve-se ainda em conta a velocidade de circulação permitida, o perfil transversal da estrada e a sua localização no território (zona urbana/interurbana).

As velocidades de circulação adotadas foram definidas atendendo ao conhecimento da rede e às velocidades indicadas no Manual de Planeamento das Acessibilidades e da Gestão Viária (Seco, Antunes, Costa, Silva 2015) para cada tipo de via: 80 km/h para VC; 50 km/h para VDP; 30/40 km/h para VDL; 20/30 km/h para VAL.

Com base nos aspetos referidos associou-se uma velocidade de circulação a cada via:

x Veículos particulares: 70 Km/h para VC; 50 Km/h para VDP; 40 Km/h para VDL; 30 Km/h para VAL.

Na tabela seguinte é possível visualizar a extensão de rede viária do concelho correspondente a cada tipologia da hierarquia, assim como, a percentagem que representa.

Tabela 5 - Extensão (km) e percentagem (%) para cada hierarquia da rede