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Correlação Distribuição espacial de parâmetros agronómicos (fração cobertura do solo (fc) e

4.2 Distribuição espacial da Informação obtida com a Imagem de Satélite

4.2.2 Correlação Distribuição espacial de parâmetros agronómicos (fração cobertura do solo (fc) e

experimental – Água no Solo e Produção Total da Cultura:

Os parâmetros agronómicos estão relacionados entre si, traduzindo de forma geral o crescimento e desenvolvimento da cultura. Neste ponto apresenta-se a distribuição espacial do de dois parâmetros agronómicos, estimados a partir da informação de satélite – fração de cobertura do solo pela cultura (fc) e a fração da radiação fotossintética activa absorvida (fAPAR), em apenas duas unidades experimentais – Parcela 1 e 6 – uma vez que foi nestas parcelas que se monitorizou a produção total da cultura, tal como descreve o capítulo 3 dos procedimentos e metodologias.

Com a representação espacial dos parâmetros agronómicos estimados (fc e fAPAR) pretende-se avaliar o desenvolvimento da cultura dentro da parcela, identificar zonas com possíveis problemas de encharcamento, défice hídrico, pragas e doenças, etc.

Pretende-se com esta representação analisar se existe alguma correspondência entre os parâmetros estimados a partir do satélite e os valores da produção de matéria verde monitorizados por amostragem e posterior interpretação em SIG.

A Figura 4.37 representa a distribuição espacial da fração cobertura do solo pela cultura, na parcela experimental 6, nas 3 fases principais do desenvolvimento da cultura.

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Figura 4.37: Distribuição espacial da fração de cobertura do solo (fc), na parcela experimental 6, durante

as fases de desenvolvimento – 1. Desenvolvimento vegetativo (29 de Junho), 2. Floração e Formação do Grão (31 de Julho), 3. Maturação (1 de Setembro).

Os valores médios de fc na parcela experimental 6 são, em três estádios de desenvolvimento da cultura do milho: fase 1- 0.51, fase 2 – 0.52 e Fase 3 – 0.43.

É de notar um decréscimo rápido da fração de cobertura do solo (na fase de maturação), associado à senescência acelerada das folhas, induzido pelo défice hídrico ocorrido na parcela nas fases de maiores necessidades hídricas (fases 2 e 3), e também pelos problemas de infiltração verificados na parte norte da parcela.

A Figura 4.38, ilustra a representação espacial da fração da radiação fotossintética activa absorvida (fAPAR,), na parcela experimental 6.

Este cociente, fAPAR, representa a radiação absorvida pelo coberto vegetal, APAR e a radiação incidente, PARi (Asrar et.al., 1989). Este parâmetro está relacionado diretamente com o crescimento e desenvolvimento das plantas, pois indica a energia absorvida necessária para realizar o processo fotossintético (Gardner et al., 1990).

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Figura 4.33: Distribuição espacial da fração da radiação fotossintética activa absorvida (fAPAR), na

parcela experimental 6, durante as fases de desenvolvimento – 1. Desenvolvimento vegetativo, 2. Floração e Formação do Grão, 3. Maturação.

Figura 4.38: Distribuição espacial da fração da radiação fotossintética activa absorvida (fAPAR), na parcela experimental 6, nas fases de desenvolvimento – 1. Desenvolvimento vegetativo (29 de Junho), 2.

Floração e Formação do Grão (31 de Julho), 3. Maturação (1 de Setembro).

Os valores médios da distribuição espacial da fração da radiação fotossintética activa absorvida

pela cultura, nas 3 fases de desenvolvimento da cultura, em 3 datas de observação foram 0.53,

0.54 e 0.45, respetivamente. É de notar valores mais baixos de f

APAR

, na periferia da parcela,

associado aos problemas de infiltração verificados, os quais provocaram grandes perdas por

escoamento superficial na periferia da parcela.

A Figura 4.39 ilustra a representação espacial dos valores de fAPAR acumulados em 5 datas de

observação: 29 de Junho, 15 de Julho, 31 de Julho, 16 de Agosto e 1 de Setembro.

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Figura 4.39: Distribuição espacial da fração da radiação fotossintética activa absorvida (fAPAR) acumulada – obtida e 5 datas de observação: 29 de Junho, 15 de Julho, 31 de Julho, 16 de Agosto e 1 de

Setembro.

A representação espacial acumulada dos valores de fAPAR observados em 5 datas distintas, traduzem de

uma forma indireta a capacidade que a cultura terá para produzir maior ou menor quantidade de matéria verde – produção total da cultura – consoante os valores de fAPAR verificados sejam maiores ou menores. Esta informação será relacionada com a informação obtida com a monitorização da produção da cultura, tal como ilustra a Figura 4.40.

Figura 4.40: Distribuição espacial da Produção total da Cultura, na parcela experimental 6

Com uma produção média de 51 607 Kg/ha, a parcela 6 apresenta alguma heterogeneidade nos valores da produção de matéria verde monitorizados. Verifica-se que existe alguma correspondência na distribuição espacial dos maiores valores de fAPAR e os locais com maior produção de matéria verde. No entanto, é importante salientar que as amostras da produção da cultura correspondem a uma área aproximada de 1 ha, e a dimensão do pixel da imagem de satélite que traduz os valores de fAPAR é 30 m, logo existiu

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Figura 4.42: Distribuição espacial da fração da radiação fotossintética activa absorvida (fAPAR), na parcela experimental 1, nas fases de desenvolvimento – 1. Desenvolvimento vegetativo (29 de Junho), 2.

Floração e Formação do Grão (31 de Julho), 3. Início da Maturação (1 de Setembro).

Os valores médios da distribuição espacial da fração da radiação fotossintética activa absorvida pela cultura, nas 3 fases de desenvolvimento da cultura, em 3 datas de observação foram 0.31, 0.55 e 0.55, respetivamente.

A Figura 4.43 ilustra a representação espacial dos valores de fAPAR acumulados em 5 datas de observação: 29 de Junho, 15 de Julho, 31 de Julho, 16 de Agosto e 1 de Setembro.

Figura 4.43: Distribuição espacial da fração da radiação fotossintética activa absorvida (fAPAR) acumulada – obtida em 5 datas de observação: 29 de Junho, 15 de Julho, 31 de Julho, 16 de Agosto e 1 de

Setembro.

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165 A representação espacial acumulada dos valores de fAPAR observados em 5 datas distintas, traduz de uma

forma indireta a produtividade da cultura. Esta informação é relacionada com a informação obtida com a monitorização da produção da cultura, tal como ilustra a Figura 4.44.

Figura 4.44: Distribuição espacial da Produção total da Cultura, na parcela experimental 1

Com uma produção média de 43 302 Kg/ha, verifica-se alguma heterogeneidade nos valores da produtividade da cultura. Este facto estará relacionado com vários aspetos: problemas na germinação devido à sua sementeira tardia (1 de Junho), problemas de infiltração, grandes perdas por escorrimento superficial e dotações de rega reduzidas, face às necessidades de rega da cultura, nas fases de maiores necessidades hídricas (fase 2 e 3). Tal como na Parcela 6, as amostras da produção da cultura correspondem a uma área aproximada de 1 ha, e a dimensão do pixel da imagem de satélite que traduz os valores de fAPAR é 30 m, logo existiu alguma agregação na informação representada, o que levou de certa forma a maiores divergências na informação.

A Figura 4.45 ilustra a correlação entre o valor médio da água disponível no solo (monitorizados com a sonda TDR) e os valores de NDVI (obtidos a partir da informação obtida com as imagens de 29 de Junho, 15 de Julho, 31 de Julho, 16 de Agosto e 1 de Setembro), nas parcelas 1 e 6.

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166 y = 247,3x - 62,23 R² = 0,875 0 20 40 60 80 100 120 140 160 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Á g u a n o S o lo NDVI P1 y = 63,30x + 59,94 R² = 0,710 0 20 40 60 80 100 120 140 160 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 Á gu a n o S o lo NDVI P6

Figura 4.45: Correlação entre os valores médios de água no solo, monitorizada com recurso à sonda TDR

e os valores de NDVI estimados a partir das imagens de satélite, nas parcelas 1 e 6.

Verifica-se uma correlação elevada em ambas as parcelas, 87% e 71%. Estes valores apresentados mostram bem a forte relação que existe entre o desenvolvimento da cultura (indiretamente traduzido pelos valores de NDVI) e a disponibilidade de água no solo.

4.2.3 Distribuição Espacial das Necessidades Hídricas da Cultura: Evapotranspiração