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Correlação entre condenações de carcaça em abatedouro frigorífico e as

Correlação entre condenações de carcaça em abatedouro frigorífico e as notificações de bovinos reagentes em exames oficiais de diagnóstico da Tuberculose

Correlação entre condenações de carcaça em abatedouro frigorífico e as notificações de bovinos reagentes em exames oficiais de diagnóstico da Tuberculose

Danilo Guedes Junqueira Junior¹; Anna Monteiro Correia Lima²

¹ Laboratório de Doenças Infecciosas, Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia/MG, 38..., Brazil. E-mail: dan_hp2002@yahoo.com.br

Resumo: Objetivou-se com este estudo analisar a correlação entre condenações em abatedouros frigoríficos e as notificações ao serviço veterinário oficial de bovinos reagentes aos testes intradérmicos de diagnóstico de tuberculose. Foram obtidos dados de três frigoríficos, sob diferentes regimes de inspeção, e do órgão de defesa sanitária agropecuária os quais foram analisados no período de 2011 a 2017. Neste período houve um maior número de condenações em fêmeas, e idade superior a 36 meses, enquanto o número de fêmeas testadas e notificadas como positivas reduziu. Logo, denota-se discrepância entre as variáveis analisadas. Por acreditar que as condenações de abate podem ser utilizadas como ferramentas de vigilância epidemiológica das fazendas produtoras de carne e leite, aconselha-se maior integração entre os sistemas de inspeção sanitária nos frigoríficos e defesa agropecuária. Essa postura garantirá produtos de origem animal, como os queijos artesanais produzidos com leite cru, seguros.

Palavras-chave: Mycobacterium bovis, séries temporais, intradérmico, queijo artesanal.

INTRODUÇÃO

Tuberculose (TB) bovina é uma doença crônica responsável por transtornos econômicos relevantes com redução da produção, abate de animais e condenação de carcaças,

diminui prestigio de propriedades. Agente infeccioso mais frequente é o Mycobacterium bovis que pode ser transmitido aos humanos sendo considerada uma zoonose negligenciada (WHO- FAO-OIE, 2017)

Estudos epidemiológicos demonstraram que TB bovina apresenta maior prevalência no Norte de São Paulo até sul de Goiás que compõe o cinturão da produção leiteira no Brasil. As regiões mineiras do Triangulo Mineiro e Alto Paranaíba apresentam o maior volume de produção leiteira do Brasil com mais de dois bilhões de litros/ano (IBGE, 2017).

Sendo listada como doença de notificação obrigatória na OIE (OIE, 2009) e com impacto desconhecido na população humana (WHO-FAO-OIE, 2017) foi lançado em 2001 e revisado em 2016 o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Tuberculose Bovina (PNCEBT) que tem como objetivo reduzir a incidência e prevalência da TB bovina por meio da execução de testes intradérmicos e abate sanitário dos animais positivos, além do controle de trânsito animal (BRASIL, 2017a).

Para execução dos testes e notificação dos casos foi necessário a habilitação de médicos veterinários do setor privado, visto que serviço oficial veterinário não seria suficiente para atender todo rebanho brasileiro que é o maior do mundo. Essa habilitação é realizada por meio de cursos autorizados pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento e atualmente conta com 167 habilitados na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (IMA, 2018).

É responsabilidade do profissional habilitado a execução, notificação dos casos positivos, identificação dos animais doentes por meio de marcação a ferro com letra P no lado direito da face do animal, orientar o produtor quanto ao isolamento de bovinos reagentes, seguido de abate ou eutanásia dos mesmos.

Com 17 anos de lançamento do PNCEBT, os impactos sobre a frequência de tuberculose bovina ainda são pequenos. Processo de certificação de propriedades livres não

despertou interesse em produtores, tão pouco na indústria de carne e leite. Apenas 38 propriedades das mais 300 mil no Estado de Minas Gerais foram certificadas e nenhum programa de educação em saúde foi implementado (FERREIRA NETO et al., 2016).

Nos abatedouros frigoríficos o médico veterinário do serviço de inspeção sanitária é responsável por avaliar toda e qualquer suspeita de lesão granulomatosa, e seguindo orientações do Regulamento de Inspeção Industrial de Produtos de Origem Animal decidirá pela condenação total ou parcial da carcaça (BRASIL, 2017b).

Deste modo, presente estudo objetivou analisar a correlação entre o número de condenações por suspeita de tuberculose em abatedouros frigoríficos, e as notificações ao serviço veterinário oficial de bovinos reagentes aos testes intradérmicos.

MATERIAIS E MÉTODOS

Desenho do estudo

Este estudo foi uma análise seccional de dados secundários obtidos por meio dos registros das condenações devido a lesões sugestivas de tuberculose em frigoríficos na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, e as notificações de bovinos reagentes para TB em exames oficiais registrados junto ao órgão de defesa agropecuária de Minas Gerais, Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).

Fonte de dados

Os dados selecionados de notificação de bovinos positivos aos exames oficiais foram obtidos para a mesorregião do Triângulo Mineiro (TM) e Alto Paranaíba (AP) do estado de

Minas Gerais. Composto por um total de 71 municípios, população estimada em 2.292.646 habitantes (Minas Gerais, 2016), produção leiteira anual de 2,4 bilhões de litros de leite. Tendo 12 dos 20 maiores municípios produtores de leite do Brasil (IBGE, 2017).

Para análise de características de condenação de abate os dados foram obtidos em abatedouro frigorifico localizado nos municípios de Uberlândia/MG, supervisionado pelo serviço de inspeção municipal (SIM) integrado ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA), Patrocínio/MG, serviço de inspeção estadual, e em Uberaba/MG, sob supervisão do serviço de inspeção federal. Optou-se por esses frigoríficos para que amostra contivesse diferentes níveis de inspeção.

Selecionou-se características do animal e da condenação a partir dos dados do Serviço de Inspeção no período de 1 de janeiro de 2011 a 31 de dezembro de 2017. Optou-se por esse período devido ao maior número de formulários com informações completas preenchidas e para controlar a variação demográfica da população em estudo.

Dados selecionados

A partir dos casos notificados na base do IMA foi disponibiliza planilha eletrônica contendo município de notificação, propriedades notificadas, total de animais analisados pelos testes intradérmicos, animais positivos, animais inconclusivos, sexo.

Para análise de associação das condenações por suspeita de tuberculose construiu-se um banco de dados com as informações sobre município de origem, ano de condenação, sexo, idade, local da lesão, destinação da carcaça, se animal previamente testado e notificado ao IMA. Foram excluídas da análise animais provenientes de outros estados ou de municípios de outras regiões de Minas Gerais.

Análise estatística

Ambos os dados, notificação e condenação, foram avaliados por meio de estatística descritiva e análise de tendência, através de regressão linear (ANTUNES e CARDOSO, 2015) para descrever o comportamento desta variável no longo prazo. Foram construídos gráficos para esta análise através do programa Microsoft Excel versão 2017.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram analisados os dados de condenação por suspeita de tuberculose de bovinos em abatedouros frigoríficos que receberam animais dos municípios estudados e observou-se 87,48% (1768/2021) eram fêmeas, das quais 68,26% (1207/1768) tinham idade superior a 36 meses. Frigorifico em Patrocínio não tinha detalhamento dos animais quanto a idade, sexo e origem.

Somente três animais chegaram aos frigoríficos com a notificação de positivo aos testes intradérmicos. Na Tabela 1 são apresentadas a distribuição de condenações e animais abatidos por ano, enquanto a figura 1 apresenta a série temporal e análise de tendência.

Tabela 1: Número de animais abatidos e fistribuição de carcaças condenadas por suspeita de tuberculose em três abatedouros frigoríficos do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, segundo o ano de abate, 2018 frigoríficos segundo ano de abate, 2018.

Ano Nº animais abatidos Nº animais com lesões tuberculose (%) Número notificações positivas (%) 2011 70.980 113 (0,16) 3906 171 (4,38) 2012 81.367 256 (0,31) 7908 534 (6,75) 2013 109.896 858 (0,78) 6130 354 (5,77) 2014 117.392 656 (0,55) 15474 351 (2,27) 2015 108.196 531 (0,49) 5558 194 (3,49) 2016 117.470 264 (0,22) 11407 160 (1,40) 2017 102.291 285 (0,27) 42608 97 (0,23) TOTAL 707.592 2963 (0,42) 92991 1861 (2,00)

Figura 1: Tendência temporal de número de carcaças bovinas condenadas por suspeita de tuberculose em três abatedouros frigoríficos, 2018.

As notificações ao serviço veterinário oficial a partir dos testes intradérmicos foram analisados no período de 2011 a 2017 e tiveram menor valor em 2017 com 97 animais positivos e maior 534 em 2012. Foi ainda avaliado a tendência desta série temporal onde encontrou-se quadro decrescente conforme Figura 2.

Figura 2: Distribuição de notificação de bovinos positivos e inconclusivos para testes alérgicos intradérmicos empregados no diagnóstico de tuberculose, segundo ano de notificação, 2018.

Quanto ao perfil de animais positivos e inconclusivos durante o período analisado, o número de fêmeas testadas e notificadas apresentou redução, enquanto houve um aumento de testes em machos com mais de 40 mil exames realizados em 2017 nestes animais.

Os dados de notificação por testes intradérmicos e de condenação são discrepantes, enquanto as notificações apresentaram no período analisado tendência decrescente, para condenações de carcaças a tendência foi estacionária.

Exame post mortem (PM) para identificação de lesões associadas à tuberculose durante a inspeção sanitária em frigoríficos é uma importante ferramenta de vigilância em países com a doença endêmica em bovinos, caso do Brasil. Sendo empregado para identificação de focos a partir da notificação da condenação por suspeita de TB. Apresenta sensibilidade diagnóstica baixa a moderada, porém alta especificidade (ALVAREZ et al, 2012).

Não existe previsão na legislação brasileira para investigação a presença de novos casos entre os animais comunicantes com os respectivos animais que tiveram a carcaça

condenada na linha de inspeção em frigoríficos. Os produtores, na maioria das vezes, são comunicados da condenação e não recebe qualquer valor, pois a carcaça é desviada para graxaria.

Deste modo, os dados de cada frigorifico tem permanecido oculto a inspeção sanitária animal, o que pode enviesar a percepção do controle da tuberculose bovina quando se observa a tendência decrescente nos casos notificados por médicos veterinários habilitados.

Em estudo realizado na Irlanda do Norte, com 5698 bovinos reagentes positivos ao teste de tuberculinização intradérmica comparativo, foi evidenciado que o aumento na reação de hipersensibilidade ao teste cervical comparativo estava associado ao aumento do número e do tamanho das lesões observados no exame macroscópico (BYRNE et al., 2017). Não foi possível estabelecer a mesma correlação no presente estudo, pois das carcaças identificadas com lesões sugestivas de tuberculose, somente três haviam sido examinados em provas oficiais.

Idade e origem dos animais condenados por suspeita de tuberculose foram características importantes neste estudo. Fêmeas com características de produção de leite são animais descartados do plantel após os 36 meses, permanecendo longo período na mesma propriedade ou movimentadas entre propriedades produtoras. Pascual-Linaza et al. (2016) indicaram que cada ano mais velho aumenta em 1,06 vezes a chance de condenação por TB em exames PM. Elevada frequência de fêmeas com idade superior a 36 meses observada no estudo corrobora com esses dados.

Quanto à origem, foi observado um número maior, até um terço dos animais condenados, de bovinos condenados provenientes de produtores caracterizados como marchantes ou negociadores de gado. De modo geral, esses personagens adquirem animais em diversas propriedades em seus municípios, e municípios vizinhos, para completar uma carga de bovinos para o abate ou para repassar a outro produtor. Não sendo obrigatório a realização

de exames para bovinos destinados ao abate.

Como a tuberculose é uma doença crônica, uma parcela significativa dos animais permanece assintomáticos, transmitindo a doença aos comunicantes, e através das provas intradérmicas ou da inspeção é possível identificação desses animais.

Por se tratar de uma movimentação intraestadual, sem que haja aglomeração de animais como caso de leilões, não há qualquer controle sanitário, exigência de exames de diagnóstico de tuberculose seja na compra ou revenda do bovino, podendo funcionar como forma de descarte de bovinos sabidamente positivos, porém não notificados.

Demonstra-se assim uma lacuna no processo de controle da tuberculose na região de Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba tradicionalmente marcada pela negociação informal de gado, uma comercialização de animais alheio aos programas sanitários e cuidados preventivos na introdução de animais. Barbieri et al. (2016) demonstraram que a aquisição de animais a partir deste tipo de fornecedor aumenta o risco para tuberculose em 2,57 vezes.

Esta lacuna no processo de controle da tuberculose existe, mesmo com os esforços do serviço de defesa agropecuária estadual apoiado pelo Ministério Público Estadual que por meio de um termo de ajustamento de conduta obrigou a realização de exames nos bovinos leiteiros, para cumprir com a legislação vigente (MPMG, 2009).

Os dados de condenação por suspeita de tuberculose em frigorífico apontam para um cenário de endemia da doença na região, já observado em estudos de prevalência em anos distintos 2000 e 2016, apresentados na Tabela 2.

Tabela 2: Prevalência aparente de rebanho e animais positivos para tuberculose por meio do teste cervical comparativo, publicados em estudos anteriores, no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, 2018.

Região Belchior, 2000 Barbieri et al., 2016

Rebanho Animal Rebanho Animal

TM 2,08 (0,28–3,89) 0,41 (0,01–0,80) 4,45 (2,08–6,81) 0,21 (0,10–0,33) AP 9,66 (5,29–14,02) 0,50 (0,20–0,80) 4,24 (1,78–6,70) 0,47 (0,18–0,77)

A execução e a notificação dos exames de TB bovina reduziram drasticamente, podendo resultar em falsa percepção de que a doença está controlada no campo. A estabilidade nos índices de condenações de abate chama a atenção do grave risco a saúde pública, pois os mesmos recebem animais oriundos de fazenda de produção de leite e gado de corte indicando a possibilidade de manutenção da TB nas propriedades.

Silva et al. (2018) apresentaram primeiro estudo sobre fatores de risco para TB humana por M. bovis desenvolvido em Juiz de Fora, Minas Gerais, onde consumo de leite cru e derivados e contato direto ou indireto com animais são riscos para TB, fatores estes já descritos em outros países (TORRES-GONZALEZ et al, 2013).

As regiões de TM e AP juntas totalizam 25% da produção leiteira de Minas Gerais e 23% do efetivo de animais. Minas Gerais é reconhecido como estado mais importante na produção de leite, possui queijos tombados como patrimônio histórico e cultural. Todos os queijos artesanais são produzidos com leite cru, não pasteurizado.

Patrimônio imaterial brasileiro, os queijos dessa região são peculiares devido ao tipo de pastagem utilizada na alimentação animal, local de produção, fungos e bactérias presentes em sua maturação. Buscando preservar as características e a proteção da saúde do consumidor todo rebanho utilizado para produção desses queijos com identificação regional deve ser submetido anualmente a pelo menos um teste de diagnóstico para tuberculose, em animais com idade igual ou superior a seis semanas (IMA, 2002).

Em 2009 houve grande engajamento para melhorias na produção dos queijos e garantia de segurança alimentar, onde Ministério Público Estadual, produtores e IMA assinaram um termo de ajustamento de conduta traçando metas a serem cumpridas (MPMG, 2009). Apesar deste empenho inicial o presente estudo mostrou queda abrupta no número de fêmeas bovinas examinadas nos testes intradérmicos.

Por fim, denota-se a necessidade da cadeia produtiva também exija para aquisição de sua matéria-prima atestados negativos para tuberculose, preferencialmente executados por médicos veterinários habilitados vinculados aos laticínios e frigoríficos minimizando conflitos de interesse. E, que extensionistas que trabalhem junto aos produtores de queijos artesanais orientem sobre a execução dos exames, sua importância para o cumprimento da legislação vigente com objetivo de proteger o consumidor.

REFERENCIAS

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A tuberculose é uma das doenças mais antigas da humanidade e a de maior impacto para saúde humana. É crescente os estudos sobre a diferenciação das espécies do complexo

Mycobacterium tuberculosis com objetivo de melhorar as ações para controle da doença.

Os resultados apresentados demonstraram um descaso com a tuberculose humana por

M. bovis, pois não há metodologias claras para diagnóstico diferencial ou mesmo a definição

de conduta para investigação epidemiológica em grupos de risco como trabalhadores da área rural, consumidores de leite cru e derivados.

Ainda que haja no Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Bovina a obrigatoriedade de comunicação dos focos de tuberculose as autoridades de saúde humana, esse processo não ocorre. Soma-se a uma situação estacionária das condenações por suspeita de tuberculose em animais que sequer foram analisados pelas provas oficiais intradérmicas.

Os resultados encontrados no presente estudo mostram a necessidade de definição de uma nova política pública voltada para integração entre os sistemas de vigilância epidemiológica humana e animal, criação de estratégias de investigação para grupos de risco e

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