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Equação 8 – Raio de Curvatura

4.5 CORRELAÇÃO ENTRE DEFLEXÃO E LEVANTAMENTO DOS DEFEITOS

Diante do exposto em capítulos anteriores, o presente estudo de caso se constitui em uma análise do pavimento através do ensaio não destrutivo, utilizando a viga Benkelman, que por sua vez é o instrumento mais empregado para tal finalidade.

Conforme Cardoso (1995, apud NOBREGA 2003; p. 11) “Geralmente, a avaliação estrutural de pavimentos é feita através de ensaios não destrutivos, por oferecer maior rapidez, segurança e acurácia na obtenção dos resultados”

Através dos ensaios realizados buscou-se reunir e correlacionar os pontos que se destacaram durante todo o processo. Sendo assim, o número da amostra foi determinado a partir de pequena série histórica com média e desvio padrão conhecidos. Foram delimitados, por análises estatísticas, a amostragem dos levantamentos de defeitos necessários, estando estes conforme a Tabela 7.

Tabela 7: Determinação da amostragem de trechos para levantamento dos defeitos

PARÂMETROS DADOS DE ENTRADA

α (Confiabilidade) 95% N (Amostras) 2400 S (Desvio padrão) 11,45 E (Média) 18,84 Erro Aceito 8% N.º Pontos 220 Fonte: Autores, 2018.

Conforme Tabela 7, foram realizados os levantamentos dos defeitos ao longo da via. Assim, delimitados segmentos, conforme as diretrizes da Norma DNIT 007/2003 – PRO. Os dados provenientes desta análise de campo são expressados na Figura 34:

Figura 34: Gráfico da contagem de defeitos

Fonte: Autores, 2018.

Realizando-se a análise da Figura 34, pôde-se constatar que nos ensaios de inspeções dos defeitos ao longo da via, 61,36% dos dados representam três categorias de defeitos, os quais seguem a seguinte ordem: trincas longitudinais, remendo de superfície e trilha de roda.

Os resultados oriundos do ensaio deflectométrico, diante dos 14 pontos distintos, observou-se através dos modelos matemáticos conhecidos como método de retroanálise, uma irregularidade de grande significância nas camadas subjacentes a capa asfáltica. Em conformidade com a tabela 5, é possível identificar que a maior deflexão atingiu 106mm x 0,01, valor este que deveria manter-se próximo ou inferior a 40mm x 0,01, demais valores seguem uma variância, porém utilizando de ferramentas estatísticas foi possível analisar que a correlação entre os dados mantém um nível de confiabilidade de 95%, podendo-se adotar a amostra como representação do todo, como representada pela Figura 35 e Figura 36.

30,45% 19,55% 11,36% 8,64% 6,82% 5,91% 4,09% 3,64% 3,18% 2,27%2,27% 0,91% 0,45% 0,45% TLL - FC2 RS ATP SEM DEFEITOS D ALP TLL - FC3 ALC JE FC3 JE - FC3 P TLC TRR FC-1

Figura 35: Teste de normalidade

Fonte: Autores, 2018.

Figura 36: Teste de Probabilidade Normal

Fonte: Autores, 2018.

Com base nestas informações, a correlação entre os dados do levantamento dos defeitos com o ensaio de deflectometria, se torna mais compreensível. Seguindo a analogia de PITTA e BALBO (1998), os defeitos como as trilhas de rodas, trinca longitudinais e os remendos de superfícies, no qual esses possuem 61,36%, ou seja, estão unanimemente mais presentes na avenida, se destacam por evidenciar fragilidade em camadas localizadas acima do subleito. Utilizando destes fatores como parâmetros, é possível identificar que o presente quadro da Avenida Pedro Zapelini se dá nesta relação.

Em casos como este, os defeitos desta categoria se caracterizam por algumas situações adversas que podem ser decorrentes da insuficiência de compactação e/ou elevada

espessura das camadas de base, processo de fadiga/envelhecimento e/ou processo de deformação plástica do revestimento.

5 CONCLUSÃO

Segundo o Manual de Pavimentação (IPR 719), os revestimentos asfálticos são considerados revestimentos flexíveis, em função do alto teor de fluência do material, além do elevado módulo de elasticidade da massa asfáltica. No entanto, apesar de revestimentos asfálticos absorverem muito bem as tensões provenientes dos carregamentos dinâmicos, o mesmo não acontece com tensões relacionadas à tração. As deformações longitudinais e transversais advindas do subleito, submetem o revestimento a grandes trações na superfície, resultando em defeitos diversos.

A metodologia proposta mostrou-se eficaz quanto a obtenção de dados de campo, permitindo o diagnóstico relativo a avaliação do pavimento. O tratamento dos dados, em nível de significância de 95%, aponta linearidade entre os defeitos e suas respectivas causas.

Os resultados obtidos demostraram indícios de que as deformações apresentadas na via, estão diretamente relacionadas a alta plasticidade do subleito existente. Logo, admite-se que a causa dos defeitos presentes atualmente na Avenida Pedro Zapelini tem sua fonte localizada nas camadas adjacentes à capa asfáltica.

Os parâmetros geotécnicos da região, demonstram que os solos constituintes do subleito, são compostos por um profundo banco de argila mole de sedimentos marinhos, conforme estudos realizados por Medeiros (2006), logo, o comportamento apresentado é previsível.

Durante a etapa de execução dos trabalhos de pavimentação na via, o tratamento adequado da camada de argila mole deveria ter sido realizado, substituindo esta por camada com espessura adequada de material constituinte da base. Assim garantindo a estabilidade do pavimento perante o subleito, evitando os esforços de tração que se verificam atualmente.

No processo de deterioração em que a via se encontra, uma possível solução seria o tratamento da capa asfáltica por intermédio de reforço estrutural. Tal procedimento seria executado a partir da fresagem da capa asfáltica, em aproximadamente 2cm de espessura, para assim realizar a implantação de geogrelha e executar o recapeamento. Deste modo garantindo que o pavimento suporte as tensões impostas pelo subleito.

O presente trabalho teve grande importância para a formação dos autores, e se apresenta de grande relevância social por apresentar resultados satisfatórios e conclusivos. Além disso, foi de grande crescimento intelectual acerca deste tema abrangente, que é a pavimentação.

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