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296 Cf. Contrato de representação de vítimas e mandato judicial especial com representação celebrado na

cidade da Guatemala em 15 de dezembro de 2008 a favor da licenciada Astrid Odete Escobedo Barrondo (anexos à demanda, anexo 10, fs. 352 e 353).

por unanimidade,

1. Declarar parcialmente admitida a exceção preliminar de falta de esgotamento dos recursos internos interposta pelo Estado, de acordo com os parágrafos 26 a 34 da presente Sentença.

2. Declarar improcedente a alegada exceção reliminar e “objeção a convocar uma solução ami to a”, interposta pelo Estado, de acordo com os parágrafos 38 e 39 da presente Sentença.

DECLARA,

por unanimidade, que,

3. Aceita o reconhecimento parcial de responsabilidade internacional efetuado pelo Estado, nos termos dos parágrafos 19 a 21 da presente Sentença.

4. O Estado é responsável pelo desaparecimento forçado de Florencio Chitay Nech e, em consequência, violou os direitos à liberdade pessoal, à integridade pessoal, à vida, ao reconhecimento da personalidade jurídica e os direitos políticos, consagrados nos artigos 7.1, 5.1, 5.2, 4.1, 3 e 23.1 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, em relação à obrigação de respeito e de garantia, estabelecida no artigo 1.1 da Convenção, assim como em relação ao artigo I.a) da Convenção Interamericana sobre Desaparecimento Forçado de Pessoas, em detrimento de Florencio Chitay Nech, nos termos dos parágrafos 80 a 121 da presente Sentença.

5. O Estado é responsável pelas violações dos direitos de circulação e de residência e à proteção à família, reconhecidos nos artigos 22 e 17 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, em relação ao artigo 1.1 da Convenção, em detrimento de Encarnación e Pedro, de sobrenome Chitay Rodríguez, nos termos dos parágrafos 138 a 163 e 171 da presente Sentença.

6. O Estado é responsável pelas violações dos direitos de circulação e de residência, à proteção à família, e aos direitos da criança, consagrados nos artigos 22, 17, e 19 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, em relação ao artigo 1.1 deste instrumento, em detrimento de Eliseo, Estermerio e María Rosaura, todos de sobrenome Chitay Rodríguez, nos termos dos parágrafos 138 a 171 da presente Sentença.

7. O Estado é responsável pela violação dos direitos às garantias judiciais e à proteção judicial, reconhecidos nos artigos 8.1 e 25.1 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, em relação ao artigo 1.1 da mesma, em detrimento de Encarnación, Pedro, Eliseo, Estermerio e María Rosaura, todos de sobrenome Chitay Rodríguez, assim como pelo descumprimento da obrigação consagrada no artigo I. b) da Convenção Interamericana sobre Desaparecimento Forçado de Pessoas, nos termos dos parágrafos 117, 191 a 209 da presente Sentença.

8. O Estado é responsável pela violação do direito à integridade pessoal, reconhecido no artigo 5.1 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, em relação ao artigo 1.1 da Convenção, em detrimento de Encarnación, Pedro, Eliseo, Estermerio e María Rosaura, todos de sobrenome Chitay Rodríguez, nos termos dos parágrafos 220 a 226 da presente Sentença.

9. Não foi comprovada a violação, por parte do Estado, do dever de adotar disposições de direito interno, consagrado no artigo 2 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, nem o descumprimento dos artigos II e III da Convenção Interamericana sobre Desaparecimento Forçado de Pessoas, de acordo com os parágrafos 120, 214 e 215 da presente Sentença.

10. A Corte não considera necessário emitir um pronunciamento sobre a alegada violação do direito à propriedade, consagrado no artigo 21 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, de acordo com os parágrafos 26 a 30 da presente Sentença.

E DISPÕE,

por unanimidade, que,

11. Esta sentença constitui, per se, uma forma de reparação.

12. O Estado deve conduzir, efetivamente, com a devida diligência e dentro de um prazo razoável, a investigação e, se for o caso, os processos penais que tramitem em relação à detenção e o posterior desaparecimento forçado de Florencio Chitay Nech, para determinar as correspondentes responsabilidades penais e aplicar, efetivamente, as sanções e consequências previstas na lei, nos termos dos parágrafos 232 a 237 da presente Sentença.

13. O Estado deve continuar com a busca efetiva e a localização de Florencio Chitay Nech, nos termos dos parágrafos 239 a 241 da presente Sentença.

14. O Estado deve publicar, por uma única vez, no Diário Oficial: o Capítulo I; os parágrafos 19, 20 e 21 do Capítulo III; os parágrafos 64, 67, 68, 70 a 72, 74 a 76, 79, 88, 89, 91, 93, 99 a 103, 108, 110, 113, 116, 117 e 121 do Capítulo VIII; os parágrafos 126 a 129, 133, 134, 138, 140, 141, 143, 144, 146 a 148, 150, 151, 161 a 163, 166, 167, 170 e 171 do Capítulo IX; os parágrafos 177, 186, 194, 195, 197 a 200, 204, 207, 209 do Capítulo X; os parágrafos 225 e 226 do Capítulo XI; os parágrafos 229, 235, 237, 240, 241, 244, 245, 248, 251, 256 do Capítulo XII; todos eles incluindo os nomes de cada capítulo e a seção respectiva – sem as notas de rodapé -, assim como a parte dispositiva da presente Sentença e, em outro diário de ampla circulação nacional, o resumo oficial da Sentença emitido pela Corte. O Estado deve realizar uma transmissão por meio de radiodifusão deste resumo oficial a cada primeiro domingo do mês, em ao menos 4 ocasiões. O anterior deverá ser realizado em espanhol e em maya kaqchikel. Ademais, o Estado deve publicar integralmente a presente Sentença no sítio web oficial do Estado, nos termos dos parágrafos 244 e 245 desta Decisão.

15. O Estado deve realizar um ato público de reconhecimento de responsabilidade em relação aos fatos do presente caso e em desagravo à memória de Florencio Chitay Nech, no qual deverá fazer referência às violações de direitos humanos declaradas na presente Sentença, em presença de altos funcionários do Estado e dos familiares do senhor Chitay Nech. Este ato deverá realizar-se em espanhol e em maya kaqchikel, nos termos do parágrafo 248 da presente Sentença.

16. O Estado deve colocar em San Martín Jilotepeque, Chimaltenango, uma placa comemorativa com o nome de Florencio Chitay Nech, na qual se faça alusão a suas atividades, nos termos dos parágrafos 250 e 251 da presente Sentença.

17. O Estado deve oferecer atenção médica e psicológica gratuita e de forma imediata, adequada e efetiva, na Guatemala e pelo tempo que seja necessário, através de suas instituições públicas de saúde especializadas, às vítimas declaradas na presente Decisão que assim o solicitem, nos termos dos parágrafos 255 e 256 do mesmo.

18. O Estado deve pagar as quantias fixadas nos parágrafos 266, 272, 278 e 289 da presente Sentença, a título de indenização por danos material e imaterial, e a restituição de gastos, conforme corresponda, dentro do prazo de um ano, contado a partir da notificação da presente Decisão, nos termos dos parágrafos 265 e 266, 269 a 272, 275 a 278 e 284 a 289 do mesmo.

19. Dentro do prazo de um ano, contado a partir da notificação desta Sentença, e com o fito de supervisão, o Estado deve apresentar ao Tribunal um relatório sobre as medidas adotadas para cumprí-la. A Corte dará por concluído o presente caso uma vez que o Estado tenha dado cabal cumprimento ao disposto na mesma.

Redigida em espanhol e inglês, fazendo fé o texto em espanhol, em San José, Costa Rica, em 25 de maio de 2010.

Diego García-Sayán Presidente

Leonardo A. Franco Manuel E. Ventura Robles

Margarette May Macaulay Rhadys Abreu Blondet

Alberto Pérez Pérez Eduardo Vio Grossi

María Eugenia Solís García Juíza ad hoc

Pablo Saavedra Alesandri Secretário

Comunique-se e execute-se,

Diego García-Sayán Presidente Pablo Saavedra Alessandri