O crente infiel é o que comete grandes e pequenos pecados e morre sem pedir perdão. A tais crentes, Allah poderá perdoar se quiser ou dar o seu justo
Aminuddin Mohammad
cas go, mas, finalmente, entrarão no paraíso. É tal como a criança que se põe a brincar na sujeira contra as ordens dos pais, à tarde quando chega a casa, antes de tudo é levada para um banho para ser purificada e só depois lhe é permi da entrar no quarto ou na sala.
O NIFAQ (Hipocrisia)
Nifaq é sinônimo de hipocrisia e quem possui esta qualidade chama-se munafiq. Munafiq, nos termos de Sharia, é aquele que declara a fé verbalmente, mas, no ín mo, oculta a descrença. Isto é, contradição do exterior com o ín mo; declara uma coisa enquanto no ín mo tem outra.
Os munafiqun vivem com os muçulmanos fingindo serem, também, mu- çulmanos, porém dis nguem-se logo no momento da verdade e de sacri cio. O Alcorão Sagrado diz que são munafiqun (hipócritas na prá ca) todos aqueles que fazem pouco caso das leis da Sharia, fomentam o mal e a imoralidade na sociedade, bloqueiam e dificultam as ações de bem, mentem e quando pra - cam boas ações (oração, caridade etc.) é só para se mostrarem. Juntam-se aos muçulmanos por causa de algum interesse material e, no entanto, ficam sempre a incomodar-lhes como os Kafirs. O Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Allah estejam sobre ele) disse:
As piores pessoas são as que têm duas faces, vêm ter a uns com uma face e a outros com outra. (Relatado por Al-Bukhari e Muslim)
Esses serão, também, ressuscitados com duas faces. O Profeta Muham- mad (que a Paz e Bênção de Allah estejam sobre ele) deu-nos, inclusive, mais alguns sinais da hipocrisia (na prá ca); que são: quando fala mente, quando pro- mete não cumpre, quando alguém lhe confia algo para guardar, trai-o. (não de- volve ao dono na íntegra ou parcialmente), e quando discute insulta.
Em todas as eras exis ram munafiqs, eram muitos os munafiqs que, em Madinah, entraram aparentemente no Islam e ocultavam no ín mo o ódio e a descrença. O seu líder era o Abdallah Bin Ubai bin Salul.
O Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Allah estejam sobre ele) foi informado por Allah sobre alguns hipócritas em Madinah.
Os Pilar
es da F
é O Alcorão Sagrado condena fortemente a hipocrisia e os hipócritas, confe- rindo-lhes um estatuto desprezível. Há muitas ayats (versículos) sobre os munafi- qs, havendo um Surat (capítulo) completo como nome de Al-Munafiqun, falando sobre os hipócritas e suas qualidades:
ْ
اﻮُﺑﺎَﺗ َﻦﻳِ َّﻟﺬا َّﻻِإ ﴾١٤٥﴿ اًﲑ ِﺼَﻧ ُْ َﻟ َﺪِﺠَﺗ ﻦَﻟ َو ِرﺎَّﻨﻟا َﻦِﻣ ِﻞَﻔْﺳَﻷا ِك ْرَّﻟﺪا ِﰲ َﲔِﻘِﻓﺎَﻨُﻤْﻟا َّ
نِإِت ْﺆُﻳ َف ْﻮ َﺳ َو َﲔِﻨِﻣْﺆُﻤْﻟا َﻊَﻣ َﻚِ َﻟْوُﺄَﻓ ِ ّ ِﷲ ْﻢُ َ ﻳِد اﻮ ُﺼَﻠْ
ْﺧَأَو ِ ّﷲﺎِﺑ ْاﻮُﻤ َﺼَﺘْﻋاَو ْاﻮُﺤَﻠ ْﺻَأ َو
﴾١٤٦﴿ ﺎًﻤﻴِﻈ َﻋ اًﺮْﺟَأ َﲔِﻨِﻣ ْﺆُﻤْﻟا ُ ّﷲا
Os hipócritas ocuparão o ínfimo piso do inferno e jamais lhes encontrarás socor- redor algum. Salvo aqueles que se arrependerem, se emendarem, se apegarem a Allah e consagrarem a sua religião a Ele; estes contar-se-ão, assim, entre os fiéis, e Allah lhes concederá uma magnífica recompensa. (4:145 e 146)
Assim perante Allah só há três tipos de pessoas: 1. Crente (Mu’min);
2. Descrente (Kafir); 3. Hipócrita (Munáfiq).
AL-BID’AH (Inovação Na Religião)
Bid’ah quer dizer inovação na Sharia. Portanto, inovar é adicionar no Din (religião) prá cas não referidas no Alcorão ou no Hadith; atos que não foram pra cados pelo Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Allah estejam sobre ele) nem pelos Sahabas (companheiros do Profeta).
O Bid’ah é rigorosamente repudiada a ponto do Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Allah estejam sobre ele) dizer:
Quem honrar o pra cante de Bid’ah está a ajudar na destruição dos fundamentos do Din. (Relatado por Al-Bai Haqui)
Aminuddin Mohammad
Allah não aceita o jejum, o Salat, a caridade, o Hajj, o ‘Umrah e os rituais obrigatórios e faculta vos, realizados pelo pra cante de Bid’ah, ele está fora do Islam. (Relatado por lbn Maja).
E diz:
Allah fechou a porta do Tawbah (perdão) para todo o pra cante de Bid’ah. (Pois esse, nunca se sente culpado). (Relatado por Al-Tabarani)
Depois do Shirk e Kufr, o Bid’ah é o maior pecado no Islam. Se o Bid’ah fos- se permi do, alteraria e desfiguraria o Din de tal modo que nem se reconheceria o verdadeiro Din deixado pelo Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Allah estejam sobre ele) e implicaria certamente um consen mento de que o Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Allah estejam sobre ele) não cumpriu a sua missão ou que há certos atos bons que ele não conhecia e nós é que os descobri- mos.
O Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Allah estejam sobre ele) disse:
Quem introduzir algo novo neste Din, será rejeitado. (Relatado por Al-Bukhari e Al-Muslim)
E disse:
Todo o ato de Bid’ah é desvio (erro) e todo o ato de desvio estará no fogo. (Rela- tado por Abu Daud e At-Tirmidhi)
O Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Allah estejam sobre ele) disse:
Eu deixo convosco duas coisas, se vocês assegurarem-nas bem, nunca vos extra- viareis: O Livro de Allah (Alcorão) e a minha Sunnah.
E Allah também diz no Alcorão Sagrado:
ُﻢُﻜَﻟ ُﺖﻴ ِﺿَر َو ﻲِﺘَﻤْﻌِﻧ ْﻢُﻜْﻴَﻠَﻋ ُﺖْﻤَﻤْﺗَأَو ْﻢُﻜَﻨﻳِد ْﻢُﻜَﻟ ُﺖْﻠ َﻤﻛَأ َمْ
ْﻮَﻴْﻟا
﴾٣﴿ ﺎًﻨﻳِد َمَﻼْﺳِﻹا
Hoje, completei a religião para vós; tenho-vos agraciado generosamente, e vos aponto o Islam por religião. (5:3)
Os Pilar
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é À luz deste ayat e hadith, ninguém tem o direito de introduzir seja o que for no Din, considerando-o sua parte integrante. Pois, o Din que nos deixou o Pro- feta Muhammad (que a Paz e Bênção de Allah estejam sobre ele) está completo e não precisa de adições nem de remendos.
Por exemplo: par cipar, realizar os tradicionais Mawlid, Niyaz (dedicar comida ao Santo), Urs (aniversário dos Santos) etc. são coisas que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Allah estejam sobre ele) não fez e nem recomendou que fizéssemos.
Este Mawlid tradicional não está referido em ponto nenhum do Alcorão Sagrado, Allah não ordenou a sua celebração, nem se encontra nos Hadiths e nem nas prá cas dos nobres companheiros do Profeta (que a Paz e a Bênção de Allah estejam sobre ele).
Ninguém pode recusar o grande e verdadeiro amor que residia nos co- rações dos Sahabas para com o Profeta (que a Paz e a Bênção de Allah estejam sobre ele).
Poderá alguém dizer que tem mais amor no Nabi (Profeta, em árabe) do que os Sahabas? Ou percebe melhor o Alcorão Sagrado e o Hadith que os Saha- bas?
Poderá alguém dizer que os Sahabas não sabiam manifestar o seu amor para com o Profeta (que a Paz e a Bênção de Allah estejam sobre ele) só os muçulmanos de hoje é que sabem?
É indiscu vel que os Sahabas vessem maiores mo vos de alegria para comemorar o nascimento de Nabi (que a Paz e a Bênção de Allah estejam sobre ele) e para manifestar o seu amor para com ele. Contudo, nenhum Sahabi em circunstância nenhuma pra cou o Mawlid; esse costume era estranho para eles e para os Tabeinis (os alunos dos Sahabas) e nunca os grandes juristas do Islam pra-
caram isso. De certo que, se tal costume vesse em si algum mérito, os grandes Sahabas não o teriam deixado, e da mesma forma se tal tradição vesse algum significado islâmico, de certeza que os grandes juristas (Fuqaha) e Muhaddethins não o teriam deixado do pra car.
Como foi, então, que surgiu este costume introduzido no Din seis séculos depois do Profeta S. A. W. e lhe fosse atribuído um estatuto islâmico e colocado ao nível de obrigatório e, em certos casos até mais obrigatório que o Salat (reza), quando o Din que o Profeta (que a Paz e a Bênção de Allah estejam sobre ele) deixou já era completo e perfeito?
Aminuddin Mohammad