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4.2 ANÁLISE DA SITUAÇÃO

4.2.4.2 Crescimento Econômico e Estabilidade

O Brasil vem atravessando um momento de crise financeira que se iniciou no final do ano de 2014. O problema começou com a elevação de taxas básicas de juros, seguidas da

elevação da taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia), juntamente à ascensão da inflação e do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). A crise teve seu início tanto por situações ocasionadas no mercado internacional, quanto no mercado doméstico. Em relação ao mercado internacional é possível atribuir a crise ao cessamento da compra de ativos pelo Banco Central Americano (Fed – Federal Reserve), que injetava unidades monetárias no Brasil como suporte econômico para melhor desenvolvimento do país, bem como maior aumento na taxa básica de juros, gerando, consequentemente, um declínio no consumo de bens e, além disso, com a crise internacional e as tensões geopolíticas, houve elevado declínio no preço de commodities. Em relação ao mercado doméstico, o problema se deu pelo declínio de injeção monetária interna, já que a população passou a poupar mais dinheiro ao invés de consumir bens, bem como pela desvalorização cambial e pela incerteza política gerada com as eleições presidenciais (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2015).

A taxa de desemprego nacional no segundo trimestre de 2015, que compreende os meses de abril, maio e junho, fechou em 8,3%, o que gera um aumento de 1,5% em relação à taxa de desemprego para o mesmo período no ano de 2014. Em relação ao primeiro trimestre de 2015, o aumento foi de 0,4%. O nível de ocupação dos brasileiros, que fechou em 56,2%, se manteve estável em relação ao primeiro trimestre de 2015 e reduziu em 0,7% em relação ao mesmo período no ano de 2014. A taxa de participação na força de trabalho do segundo trimestre de 2015 fechou em 61,3%, o que resulta em uma variação de 0,3% em relação ao semestre anterior e 0,2% em relação ao mesmo período no ano de 2014. O Estado de Santa Catarina contou com uma estimativa de menor taxa de desemprego do país, totalizando 3,9% de pessoas desempregadas no segundo trimestre de 2015. A variação de desemprego no estado catarinense se manteve estável em relação ao trimestre anterior e, em relação ao mesmo período no ano de 2014, teve um aumento de 1,1% (IBGE, 2015).

No período de janeiro de 2015 a setembro de 2015, o IPCA, responsável por demonstrar o grau de inflação sob os produtos de um país, atingiu 7,64%, sua taxa percentual mais alta para o supracitado período, desde o ano de 2003, quando fechou em 8,05%. Para o mês de setembro de 2015, em relação ao mês de agosto do mesmo ano, os fatores que mais tiveram aumento inflacionário foram os de cunho habitacional. Em relação a vestuário a alta foi maior aos calçados e, no total, aumentou 0,50%. (Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor – IBGE, 2015). É possível conferir a ascensão inflacionária de todos os índices calculados pelo IBGE ao observar a imagem a seguir.

Figura 16: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – Setembro de 2015.

Fonte: IBGE (p. 08, 2015).

No período de janeiro de 2015 a setembro do mesmo ano, o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), responsável pela medição do custo de vida do consumidor ao logo de um mês, fechou em 8,24%, que está 3,62% mais alto em relação ao ano de 2014, considerando o mesmo período. A pesquisa, realizada nas cidades de Brasília – Distrito Federal, Vitória – Espírito Santo, Goiânia- Goiás, São Paulo – São Paulo, Porto Alegre – Rio Grande do Sul, Fortaleza – Ceará, Curitiba – Paraná, Belo Horizonte – Minas Gerais, Rio de Janeiro – Rio de Janeiro, Recife – Pernambuco, Salvador – Bahia, Belém – Pará, Campo Grande – Mato Grosso do Sul, apontou que a região sudeste é detentora do maior peso regional, sendo a região de Brasília a que possuiu maior índice e, por fim, a região de Campo Grande a que apresentou o menor índice. As regiões de Porto Alegre e Curitiba, que representam o sul do país, já que Florianópolis não é apresentada, possuem uma média de variação acumulada de 11,56%. Com a imagem a seguir é possível compreender qual é a região com maior peso no INPC em relação ao país, a variação do INPC entre agosto de 2015 e setembro de 2015, a porcentagem acumulativa de INPC de janeiro de 2015 até setembro do mesmo ano e, por fim, a porcentagem acumulativa de setembro de 2014 a setembro de 2015 (IBGE, 2015).

Figura 17: Índice Nacional de Preços ao Consumidor – Setembro de 2015.

Fonte: IBGE (p. 12, 2015).

Em relação ao comparativo de volume de vendas no comércio varejista entre os meses de junho e julho de 2015, o mês de julho sofreu uma redução de 1,0%. Comparando os meses de julho de 2014 e de 2015, a queda do volume de vendas em redes varejistas ascendeu em 3,5% em relação ao ano passado. Em um comparativo entre os meses de junho e julho, 87,5% dos segmentos de varejo possuíram redução em volume de vendas no mês posterior. O segmento de varejo que mais teve queda de vendas no mês de julho de 2015 foi o de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, com decréscimo de 5,5%. O segmento de tecidos, vestuário e calçados sofreu queda de 1,0% em vendas. Em contrapartida, o segmento de veículos, motos, partes e peças cresceu em volume de vendas em 5,1% em comparação a junho de 2015. Em relação ao mesmo período do ano de 2014, o comércio varejista sofreu decréscimo de 12,8% em volume de vendas (IBGE, 2015).

O FMI (Fundo Monetário Internacional) (2015) previu um declínio considerável na economia brasileira para o ano de 2015 e, para o ano de 2016, a previsão é de queda econômica reduzida em relação á 2015, mas não extinta. Os reflexos negativos à economia brasileira serão observados a seguir.

Figura 18: Perspectiva Econômica para os Anos de 2015 e 2016.

Fonte: FMI (p. 34, 2015).

A imagem faz um comparativo econômico de países da América do Norte, América do Sul, América Central e Caribe, em relação ao Real GDP (Produto Interno Bruto - PIB Real), Consumer Prices (Preços ao Consumidor), Current Account Balance (Balanço de Pagamentos) e Unemployment (desemprego) no ano de 2014, comparado às previsões para os anos de 2015 e 2016. O FMI previu um decesso de produção econômica brasileira em 3% para o ano de 2015 e retração de 1% para 2016. Os preços ao consumidor, que medem despesas familiares, tenderão a aumentar em 2,6% no ano de 2015 em relação a 2014, e reduzir em 2,6% no ano de 2016. O Balanço de Pagamentos, que mede a relações econômicas entre um país e outro, aumentará no ano de 2015 em relação a 2014, mas terá baixa de 0,2% em 2016. Por fim, o FMI indica que as taxas de desemprego em 2015 terão alta de 1,8% em relação a 2014 e aumentarão ainda mais em 2016, com 2% em relação a 2015.

A situação econômica que envolve o país é um fator que determina atenção a todas as empresas. O varejo de boa é extremamente buscado pelo consumidor brasileiro por seu forte gosto em se vestir bem; contudo, em tempos de economia instável, o consumidor busca pela contenção de gastos. Outra questão a se considerar é a de que em 2016 a economia brasileira continuará em baixa. Os níveis de desemprego também elevam o consumidor a outras prioridades de compra e com a classe média voltando a ser classe baixa, o poder de compra e aplicação de dinheiro interno reduz consideravelmente. É importante que empresas de varejo variado, como de vestuário e utensílios para o lar, se valham de promoções bem pensadas e executadas para atingimento do público consumidor sem que haja prejuízos às lojas.

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