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CAPÍTULO III: CRIAÇÃO

Entre tantos, um dia me descubro, um dia serei eu mesmo, definitivamente. Como já foi dito: ouse conquistar a ti mesmo.

Friedrich Nietzsche10

Neste último capítulo descrevo o processo de criação da cena solo chamando “SOU TRÊS”, resultado prático deste trabalho de conclusão do curso. Divido este capítulo em duas partes: Na primeira parte, relato os encontros feitos no grupo de pesquisa da pedagogia das Ternas, coordenado pela minha orientadora, professora Dra. Renata Meira. Lugar onde foi colocada em prática as Ternas com os três “Corpus”: “Eu Corpus”, “Corpus Expressos” e “Corpus Vistos”. Para acessar os três “Corpus” são necessárias as Ternas com os seus 8 conjuntos de conhecimentos, 8 focos de atenção para o corpo: Rosto; Pele; Sonoridades; Alinhamento; Apoios e Projeções; Enraizamento; Articulações e Vísceras; Braços.

Descrevo nesta parte os meus sentimentos (Eu “Corpus”), estados, movimentos (“Corpus” Expressos”) feito através de partituras corporais num momento reservado no grupo de pesquisa para compartilhamento da Coreografia Expressiva (“Corpus Vistos”).

Na segunda parte, relato o momento que estava matriculado na disciplina Defesa do Trabalho de Conclusão do Curso – TCC II. Aqui, falo da parte técnica da cena: cenário, desenho de cena e iluminação. Faço também uma breve explicação da cena.

Preparação para a Cena

A partir dos encontros nas terças-feiras no segundo semestre de 2018 das 14h30 às 17h30 do grupo de pesquisa Expressividade e Percepção Corporal, foi desenvolvida um trabalho areado no qual pude trabalhar com as Ternas e os três “Corpus” afim de criar a composição da cena solo. Para que eu conseguisse acessar o máximo de expressão corporal que

10 Fonte: Pensador. Site citações de Friedrich Nietzsche. 2005. Disponível em:

represente minhas emoções, a profa. Renata Meira trabalhou comigo as Ternas no Rasaboxes de Richard Schechner

Rasaboxes é um método que permite o ator “brincar” com várias emoções, expressando-as através do corpo.

21 de agosto de 2018

Primeiro encontro no semestre. A professora Renata apresenta o planejamento do semestre para o grupo de pesquisa, num documento feito no GoogleSlides. O grupo tem como tema a ser trabalhado a “Performance e(m) Emoção”, título já exposto no primeiro slide junto ao nome do grupo de pesquisa, “Expressividade e Percepção Corporal”.

 Segundo Slide – Acordos Coletivos:

Preparação corporal em Ternas: Vivência e registro

 Trabalhar com os vídeos realizados no primeiro semestre (Vídeos pedagógicos feitos para ajudar artistas docentes na sua condução e realização das Ternas – Cada vídeo é sobre um dos focos das Ternas);

 Desenvolvimento de trabalhos criativos e formativo em diferentes contextos pelos integrantes do grupo (Como por exemplo no meu caso, a cena do meu TCC);

 Caderno de pesquisa individual (Registo ao qual coloquei a minha subjetividade a partir da prática);

 Produção de Textos (Minha contribuição nesta parte foi a escrita deste memorial);

 Leituras para fundamentar, contextualizar e estabelecer crítica;

 Coreografia Expressiva – pequenas sequencias de movimento criadas por meio de improvisações a partir das ternas que podem ser utilizadas em diferentes contextos dramatúrgicos.

 Terceiro Slide – Apresentação das Ternas:  Apoios e projeções;

 Alinhamento – Postura;  Enraizamentos;

 Sensibilização da Pele;  Braços;

 Articulações e Visceralidades;  Rosto e olhares;

 Sonoridades.

 Quarto Slide – Os procedimentos de educação somática.  Quinto Slide – Proposta de interação: Santai e Rasaboxes.

 Sexto Slide – Indicações das atividades práticas com “Terna Alinhamento”.

Depois desse momento, Renata partiu para a prática, começando com a Terna Alinhamento. O primeiro comando foi claro: Rolar o bastão que se encontrava no chão com o pé, um de cada vez, fazendo uma massagem para abrir os ossos dos pés, uma sensibilização. Senti uma dor nos arcos dos meus dois pés, o lado esquerdo doía mais do que o direito – Trabalhando o Eu “Corpus”. Seria uma dor causada pelo peso do corpo ou seria algo que não via ou percebia? O comando muda: pegar o bastão com os pés, o que provocou uma abertura dos dedos dos pés, uma dificuldade de segurar o bastão, parecia que não havia força suficiente nos dedos e que a mobilidade era insuficiente para tal ato – “Corpus” Expressos, reconhecer os seus limites.

Bastão em mãos, coloquei ele na nuca e rolei-o até o couro cabeludo, chegando no topo da cabeça. Após esse momento, fui para o último exercício do dia com o bastão, que era sentar no bastão com os ísquios, rolando ele com as pernas para massagear e acordar os ossos. Agora sem o bastão, sentado sobre os ísquios no chão, penso em duas verticalidades, como dois vetores, um apontando para cima e outro apontando para baixo. Um dos vetores puxando o topo da cabeça para cima, sempre crescendo e o outro puxando os ísquios para baixo, sempre encontrando com o chão. Mantendo a coluna alinhada com o quadril e com a cabeça. Aqui, trabalhei o Eu “Corpus” e “Corpus” Expressos no foco da Terna Alinhamento.

Finalizado essa primeira parte da Terna Alinhamento, a profa. Renata entregou um pedaço grande de papel kraft que os participantes do grupo dividiram ele em 8 partes. Cada um dos participantes ficou responsável em escrever o nome de cada uma das rasas11 do Rasaboxes

nas partes divididas do papel kraft.

11 Rasa é uma palavra em Sânscrito que significa, literalmente, essência, suco, sabor e pode ser encontrada em

antigos textos indianos Ayurvédicos para descrever os seis sabores encontrados nos alimentos: salgado, doce, amargo, ácido, acre e adstringente. Essa propriedade da comida é então usada na combinação de alimentos para equilibrar os humores do corpo – fogo, água e ar – que por sua vez, refletem a composição material do universo. Rasa também se refere aos sabores que são percebidos na comida. No Natyasastra, rasa é descrita como a experiência transmitida através da performance, que, nas formas clássicas indianas que usam a teoria da rasa, é uma combinação inextricável de dança, teatro e música. MORAES, 2011, p. 6.

Nome das rasas:

 Bhayanaka – medo, terror, vergonha.  Raudra – raiva, desprezo.

 Karuna – tristeza, pena.  Bibhatsa – nojo, revolta.

 Adbhuta – maravilha, surpresa, admiração.  Hasya – riso, alegria, euforia.

 Sringara – prazer, amor, eros.  Vira – coragem, orgulho, virilidade.  Shata – paz, harmonia.

Com os nomes postos em cada um dos papeis, fizemos os grids12 com fita crepe

localizando-os a partir da metade para o fundo da sala nomeada como LAC – Laboratório de Ações Corporais e cada rasa recebeu uma folha conforme o desenho:

Bhayanaka (medo, terror, vergonha)

Karuna (tristeza, pena) Raudra (raiva, desprezo) Bibhatsa (nojo, revolta) Shata* (paz, harmonia) Adbhuta (maravilha, surpresa, admiração) Vira (coragem, orgulho, virilidade) Sringara (prazer, amor, eros)

Hasya

(riso, alegria, euforia)

12 Nós começamos fazendo uma grade no chão usando fita crepe ou giz, deixando espaço em torno para as pessoas

assistirem ao exercício. O perímetro da grade é de aproximadamente 6,5 m X 5,5 m, criando nove retângulos de lados iguais de aproximadamente 2,15 X 1,80 m. MORAES, 2011, p. 10.

*A rasa Shata (paz, harmonia) ficou sem papel. O espaço ficou em branco, pois ele é o lugar neutro, lugar de passagem, descanso e/ou onde tudo começa.

O comando agora era de andar nas rasas, entender o que era cada uma e escrever e/ou desenhar o que aquele espaço te lembrava. Devíamos fazer isso em todas rasas. Sinceramente eu não anotei o que escrevi ou desenhei em cada espaço, mas recordo-me de alguns. Em Vira (coragem, orgulho, virilidade), eu desenhei as patas do Hunter, o meu cachorro, um pastor alemão, em Sringara (prazer, amor, eros) escrevi “chuva”, em Bibhatsa (nojo, revolta) escrevi “macarrão molhado dentro da pia”, em Hasya (riso, alegria, euforia) escrevi “dançar” e em Karuna (tristeza, pena) escrevi “morte” e percebi que ali já estava escrito “depressão” e “melancolia”.

A segunda parte do comando era andar no grid e observar o que estava escrito ou desenhado em cada rasa, tento assim um repertório maior para quando entrássemos na rasa, de forma que já saberíamos o que aquela atmosfera tinha ou representava.

Na terceira parte do comando, todos no Shanta (paz, harmonia) em pé e neutros, a profa. Renata passa as regras do Rasaboxes:

 Primeira regra: Só pode andar nos grids para entrar ou sair das rasas;

 Segunda regra: Não interpretar, a ideia é acessar o estado/sentimentos e expressa-los pelo o corpo, para isso utilizar a Terna como meio de acessar esses estados/sentimentos;  Terceira regra: Devíamos pular de uma rasa para outra e nesse momento mudar o estado

instantaneamente;

 Quarta regra: A rasa Shanta (paz, harmonia) é o lugar onde começa o jogo, em estado neutro e ela é só de passagem, não podíamos ficar nela por muito tempo.

Dada as regras, o treinamento começa.

Eu preciso de um tempo para acessar os sentimentos que habita cada espaço. Algumas rasas eu evito, talvez elas sejam um desafio maior para mim, como por exemplo, as rasas Sringara (prazer, amor, eros), Hasya (riso, alegria, euforia), Bibhatsa (nojo, revolta) e Adbhuta (maravilha, surpresa, admiração). Diferente de outras rasas, como Karuna (tristeza, pena) e Raudra (raiva, desprezo), que me sinto como se estivesse em casa. O estado emanado pelas rasas Karuna (tristeza, pena) e Raudra (raiva, desprezo) preenchia cada espaço do meu corpo. As emoções que habitam essas rasas estavam ali, no ar e o meu corpo aspirava, atrai, rouba essas emoções e “monta a coreografia de sua traição” (SEQUEIRA, 2002, p. 14).

Tentei arriscar nas rasas das emoções que não chamavam a minha atenção, pode ser a minha timidez ou medo, mas me sentia muito mal nessas rasas. Parecia que tudo que faço nelas é forçado, encenado por mim ou pela marionete do meu corpo sem vida.

Aqui eu já sentia o cansaço do dia, não conseguia concentrar muito bem, meu corpo estava esgotado, dormi pouco na noite anterior, tive insônia causada pela ansiedade.

A profa. Renata continua com os comandos: Relação dois a dois – entrar nas rasas em duplas. Ela introduz uma frase de estimulo: “Eu sempre trago o esquecimento desse céu azul”13.

Os comandos fazem parte da pedagogia das Ternas.

Coreografia Expressiva

Para entrar no estado, eu rodopio o corpo e solto um grito ao parar que sai tímido e rasgando a garganta. A respiração ofegante, enquanto os braços e as mãos estão retorcidos, começa a tocar meu corpo que reluta e se sente invadido. O toque ser torna um carinho, um afeto, meu corpo não estava acostumado com isso, porém ele gostou do pequeno gesto. A respiração ofegante foi cessando, um sorriso surgiu no meio do caos.

Olhei para minhas mãos que criavam formas, fui agachando até ficar de joelhos no chão, continuei observando as minhas mãos tentando pegar algo que estava no ar, os meus olhos não conseguiam deixar de segui-las. Até um certo momento em que minha mão esquerda pousou no meu ouvido esquerdo e sussurrou algo, trazendo assim o estado da solidão. O meu braço direito acenou, mostrando que ali existia uma vida, a partir daquele momento, mergulhei no estado da solidão.

Trabalhando com torções do meu Alinhamento, eu contorcia todo o meu corpo, dobrando-o de várias formas que eu nem sabia que era capaz de fazer, parecia ser invertebrado. Minha boca mexia, mas a voz não saia. Num sopro saiu a palavra “eu”. As lagrimas vieram. O sofrimento que me habitava naquele sopro, naquela voz, era de partir o coração. No meio da respiração ofegante, consegui ouvir a frase completa: “eu aqui, ó!”. Seria um grito de socorro?!

28 de agosto de 2018

13 Uma proposta poética criada pelo Antropólogo, fotógrafo e designer Túlio Cunha para o trabalho com as palavras Ternas. Disponível em: https://sites.google.com/view/ternas-pedagogia-corporal/p%C3%A1gina-inicial

No encontro de 28 de agosto de 2018, trabalhamos com a Terna Articulações e Visceralidades. Elas foram desenvolvidas diretamente dentro das rasas. Começado com uma articulação e, ao longo do trabalho, outras articulações foram sendo acrescentadas, uma de cada vez, até que todas as articulações estivessem em uso.

Orientações para a criação nas rasas:

 Retomar intenção da coreografia expressiva – passando em diferentes rasas;  Buscar as relações;

 Entrar na sua pesquisa.

Operando com todas articulações, expressa-se assim, o que cada uma das rasas trazem. Desafio-me novamente a entrar em todas rasas, mas não me sinto confortável nem naquelas que já eram familiares, e nem nas que não chamavam a minha atenção. Parecia que as rasas não eram suficientes para mim, eu não conseguia me achar.

Será que é por causa do short que vesti hoje? Foi uma tentativa de desconstrução que, pelo visto, não foi uma boa ideia. Não me sentia confortável usando essa roupa na frente de pessoas que não faziam parte do meu ciclo de amizade.

Coreografia Expressiva

Um ser que se arrasta no chão, que passa a boca, a língua e o nariz sentindo o gosto e o cheiro daquele lugar, busca algo que falta nele, algo que nunca teve. Certamente, desconhece afetos, porém, ele está disposto a cruzar o mundo, se preciso for, para encontrar um carinho, um gesto de amor e o amor próprio que nunca lhe foi ensinado.

O Parasita voltou, o estado veio com toda força e intensidade na rasa Raudra (raiva, desprezo) onde deixei o meu corpo ser tomado por esse estado. Senti-me muito bem, algo familiar estava sendo manifestado ali. O chão era como um ímã que me atraia, o parasita tentava desgrudar do chão, mas não conseguia. Ele não conseguia ficar de pé em dois apoios, mas isso não era impedimento para ele tentar ficar de pé. Ele é maleável, dobrável, articulado.

Evolução: Tem algo diferente com o Parasita, um sentimento diferente cresce nele, um sentimento ensurdecedor, uma bola de fogo crescia dentro do parasita, uma raiva que o consumia. A raiva é a sua força, o seu combustível para evoluir, ir para outro estado. Nesse outro estado, um novo ser surgiu de forma que utilizava 4 apoios para se locomover no espaço, como uma mistura de um primata com um lobo. Esse movimento veio a partir das minhas

lembranças do caminhar do Hunter na rasa Vira (coragem, orgulho, virilidade). Utilizo o Tronco, as escapulas, pés e mãos para locomover-me no espaço.

04 de setembro de 2018

No presente encontro, a profa. Renata pediu para nomear os movimentos feitos nas partituras construídas até aqui nas coreografias expressivas. Renata: Como chama aquele movimento? Que estado você se encontra? Registre no seu caderno de pesquisa.

Após esse momento de registro, Renata retoma as Ternas trabalhadas nos encontros passados (Ternas Alinhamento, Articulações e Visceralidades junto com a respiração), agora com foco em assonar o trabalho corporal do baixo ventre.

Coreografia Expressiva

Estado Paralisado: Não consigo mexer o meu corpo, os meus olhos se movimentam, lanço um impulso no espaço, porém o meu corpo não obedece e continua parado no mesmo lugar. Cada musculo do meu corpo está tensionado e a respiração está ofegante.

O Grito abafado: Som que sai, que rasga. O som da dor, da alma deficiente que não sabe acusar aquilo que a perturba. O som desse grito me assombrou e ressoou em mim, o meu corpo pulsava, sentia o meu rosto esquentar. Mais tarde, sozinho, desmoronei e reduzi à minha insignificância.

Aberto demais, vulnerável para qualquer vírus ou bactéria. Será que essa exposição nesse tempo árido faz bem? Quando somos expostos à algum tipo de vírus/bactéria ou qualquer outra substancia que possa nos adoecer, nosso sistema imunológico precisa estar forte suficiente para combater esse mal. Mas, quando nosso corpo não está preparado e somos expostos a esse mal? Como criar anticorpos já sendo contaminado?

Estado da Expurgação: Após o grito, senti-me expurgado, leve e livre naquele momento. Não consigo desvincular o eco que esse grito deixou em mim. Como podem ainda existirem acúmulos escondidos no mais íntimo da alma?

Isso incomodou o silêncio que habita em mim! Não conseguia falar, parecia que a minha boca foi selada, um escudo de espinhos formou em volta do meu ser, afastando assim, todos a

minha volta. Será que é uma ferramenta de proteção? É um escudo ao qual me refúgio sempre quando estou tratando algo particular para não me machucar mais. Fui me perdendo no meu próprio universo, como um grão de área esquecido no fundo do mar.

A solidão me abraçou carinhosamente, senti a sua forma rígida e fria me envolver cada vez mais, me levando a mais profunda escuridão. Um lugar familiar, cheio de lembranças espalhadas, desfocadas, deformadas. Criando assim um ambiente a favor da miséria humana.

Fui reduzindo, voltando a um casulo. Voltei ao início, onde tudo começou. O sentimento do abandono pairava em mim. Arrastando-me no chão e levando o resto do corpo, finalizo a coreografia expressiva de hoje.

11 de setembro de 2018

Terna Sonoridade:  Bolinhas nos pés;

 Pesquisar sons dos pés no chão;  Ouvir os sons do grupo;

 A chuva – batidas com as mãos no corpo – acordar o corpo – Fazer três tempestades;  Soltar a coluna para frente, para um lado, para atrás e para o outro lado, para as quatros

direções soltando gemidos suaves – dando sonoridade na respiração;

 Rolamento da coluna – sons agudos quando expandir e sons graves quando recolher. No Rasaboxes em trio, duas pessoas e eu. Eu não consigo sair da rasa Hasya (riso, alegria, euforia), o estado da felicidade tinha invadido o meu ser e eu cantei uma música da minha infância, a qual nunca soube o nome dela, que sempre me soou como uma opera e eu a cantarolei. Cantarolei em todas as rasas com sentimentos que pertencem a cada uma das rasas, mas, quando cheguei na Hasya (riso, alegria, euforia), senti como se ela fosse o meu lar naquele dia.

Coreografia Expressiva

Parasita: incomodado, relutante e persistente, vivi mesmo que seja rastejando com a cara no pó da terra. A esperança, que nunca morre, que com mãos e braços longos concentra a sua

vitalidade ou algo parecido, sustenta todo aquele corpo articulado e traz um certo animo para seguir em frente, na possibilidade de conseguir realizar o sonho de ser amado.

Expelir: Algo no meu ventre. O Parasita tem ventre? Um ser quer sair de lá. Algo que corroer de dentro para fora. Uma ânsia me invade. Nascerá aqui mesmo. As minhas vísceras se remexem por inteira. Tenho que expelir algo!

Um novo estado surge, um estado familiar, particular. Um ser duro na queda, com uma casca dura que o protege. Formado pelo o acumulo de não falar verbalmente, ele se torna antissocial, agressivo, sem amor e com o coração em pedaços, ele se perde em si mesmo, negando qualquer semelhança que ainda resta de um ser humano, ele se identifica como fera. Nasce ou renasce o estado Voador.

18 de setembro de 2018

 Explorando todas as rasas;  Sendo moldado por outra pessoa;

 Encontrando formas diferente para esse corpo.  O estado do Voador está de volta.

Rasa Raudra (raiva, desprezo): Corpo moldado por Fabiana Neves, a mesma tirou a foto.

Figura 22

Figura 23

Rasa Adbhuta (maravilha, surpresa, admiração): Corpo moldado por um participante do grupo de pesquisa, porém não lembro quem foi e o mesmo tirou a foto.

Figura 24

Figura 25

Rasa Bibhatsa (nojo, revolta): Corpo moldado por um participante do grupo de pesquisa, porém não lembro quem foi e o mesmo tirou a foto.

Rasa Vira (coragem, orgulho, virilidade): Corpo moldado por um participante do grupo de pesquisa, porém não lembro quem foi e o mesmo tirou a foto.

25 de setembro de 2018

Terna Visceralidades – orientação da Renata:  Indicação de retrabalhar o repertório acumulado;

 Apresentação de duas fotografias com expressão de duas emoções registadas em posturas, realizada no encontro anterior;

 Comando para incorporar as posturas em movimento na coreografia expressiva. Experimentação fora das rasas:

Coreografia Expressiva

Entro no espaço correndo, uma caraterística do Voador, ele procura uma saída nos muros da sua volta, ele quer parar de sentir, ele está enlouquecendo nesse ambiente tóxico. Mas, cada vez que sobe os muros, mais ele cai e volta para o fundo do poço onde é o seu lar que lhe foi imposto. É uma fera que não se comunica verbalmente.

No fundo do poço, me retorço por inteiro. Angustia, pânico, medo, terror. Lugar horrível, cheio de memorias que luto e reluto para esquecê-las, é uma guerra que acontece dentro de mim. O desejo da minha alma é apagar o passado, mas é o passado que me define hoje, o que eu sou!

Um estado de loucura aparece, risos involuntários surgem, não sei muito bem o porquê, mas eles estão ali. Não consigo controla-los e deixo esse estado dominar o meu corpo, o meu ser.

Cena Solo

Nas férias, fui convidado pelo ator e amigo, Lucas Mali, para apresentar para ele a minha cena ou o que tinha criando dela até aquele momento. A apresentação aconteceu no dia 19 de

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