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23 2.1 – Abordagem prática a crianças com Necessidades Educativas Especiais

Das experiências profissionais por mim vivenciadas no Ensino Regular da Educação Física a alunos com NEE, pretendo destacar aquelas em que as intervenções realizadas na vertente da minha disciplina surtiram um maior impacto no processo de aprendizagem do aluno com NEE: O papel da Educação Física na aprendizagem de alunos com NEE.

De acordo com o tema abordado, especiais, são crianças que de alguma maneira apresentam uma disfunção motora, sensorial ou mental, dificuldades de linguagem, de audição e de visão. Neste meu trabalho vou-me alargar em classificar e conceituar os objetos de investigação, ou seja, crianças com Paralisia Cerebral (PC) e Síndrome de Down (SD) com ou sem distúrbios associados.

2.1.1 – Criança com Síndrome de Down

2.1.1.1 – Definição

Síndrome de Down (SD) ou Trissomia 21 (T21) é uma deficiência mental de origem genética, que representa a anomalia múltipla congénita mais comum nos humanos (Pinter et al., 2001).

O indivíduo portador de SD, apresenta uma série de problemas médicos associados à sua condição e que podem ter repercussões negativas no desenvolvimento da criança portadora de SD (Burns e Gunn, 1993).

De acordo com Oliveira (2006), em qualquer criança, será necessário analisar e potenciar as suas capacidades e habilidades, estando sempre presente que as crianças com SD não vão ter as mesmas capacidades comunicativas, de autonomia ou destreza.

Será, então, do senso comum, que quanto mais cedo for a intervenção precoce, maior será a qualidade e esperança de vida, atingindo-se um melhor estado de saúde, uma maior autonomia pessoal e uma melhor integração na comunidade dos indivíduos com este síndrome.

2.1.1.1.1 – Etiologia

Esta patologia resulta de uma alteração na organização genética e cromossómica do par 21, com presença total ou parcial de um cromossoma 21 extra nas células do organismo, ou de uma alteração dos cromossomas do par 21, por permuta de pares com outro par. (Oliveira, 2006).

Assim, e de acordo com a mutação genética ocorrida, o SD apresenta-se sob uma das três modalidades: T21 livre (95%), translocação (4%) e mosaicismo (1%).

Morato (1995), refere que em qualquer um dos casos, a alteração deve-se à divisão celular de forma irregular, cuja origem pode ser acidental, circunstancial ou predisposição genética.

24 Existe, assim, uma diversidade de situações que variam extraordinariamente de pessoa para pessoa, dependendo dos genes que estejam ativos e da interação estabelecida com os restantes do seu genoma (Florez, 1999).

2.1.1.1.2 – Características gerais

Como mencionado, anteriormente, os indivíduos portadores do SD, apresentam uma deficiência mental, que lhes permite aprender pequenas coisas, contando para tal com um número elevado de repetições.

A deficiência mental, não é mais do que uma ampla categoria de indivíduos, que têm em comum, um fraco resultado aquando da realização de testes de inteligência, nas aprendizagens escolares e na rotina diária, não revelando competências mínimas necessárias para a resolução dos seus próprios assuntos de forma autónoma. (Alonso e Bermejo, 2004; AAMR, 2002).

Tecklin (2002), evidencia três níveis de incapacidade cognitiva que variam entre o ligeiro, o moderado e o severo. Por sua vez, Pennington et al. (2003), considera que o quociente de inteligência (QI), nos portadores de SD, sofre influência de fatores genéticos e ambientais, estando patente um declínio progressivo do QI, contrariamente ao que acontece em indivíduos ditos normais. Dos vários traços que distinguem as pessoas com esta síndrome, salienta-se o aspeto físico. Revelam algumas características como o achatamento da parte posterior da cabeça, fontanelas frequentemente maiores (levando mais tempo a fecharem), contornos faciais mais achatados e nariz pequeno. Os olhos são caracteristicamente mais estreitos, o rosto é redondo e o pescoço curto e grosso. A estatura é reduzida, quando comparada com os seus pares, e existe um encurtamento ao nível dos membros superiores e inferiores, sendo que estas proporções devem ser tidas em conta pelos seus possíveis efeitos sobre a força, postura, locomoção e manipulação (Tecklin, 2002).

A hipotonia muscular e a excessiva mobilidade articular, são outras das características persistentemente documentadas, na medida em que existe uma relação direta entre a hipotonia muscular e os atrasos nos desenvolvimentos motor, cognitivo e fala.

Os problemas de obesidade surgem aos três anos de idade e que é absolutamente necessário dar atenção à nutrição e fomentar a prática do exercício físico.

2.1.1.2 – O aluno

2.1.1.2.1 – Características específicas

O João é um rapaz atualmente com 11 anos e iniciou as aulas de natação individualizada com 9 anos, tendo em conta que quando iniciou as aulas de natação, o aluno nunca tinha tido contacto com o meio aquático nestes moldes. O aluno apresenta um défice cognitivo, excesso de peso não sendo considerado obeso, hipotonia definida por fraqueza muscular e associado à hipotonia e ao défice

25 mental uma mobilidade reduzida. Nas primeiras aulas o aluno apresentou um défice de atenção, quanto às atividades propostas e por consequência dificuldade na adaptação ao professor, situações estas que se vieram a atenuar com o decorrer das aulas.

2.1.1.2.2 – Objetivos pretendidos

O aluno tem 1 aula de 40 minutos por semana, na qual eu pretendo promover a autonomia do aluno no meio aquático, melhorar a condição física e psicomotora e a interação do aluno com os restantes elementos (outros professores e alunos) presentes no local no momento da aula de forma a promover a sociabilização do aluno. Estas aulas têm também como objetivo numa próxima fase fazer com que o aluno se desloque em decúbito ventral e dorsal sem recurso a material flutuador, ou seja, fazer com que aprenda a nadar.

2.1.1.2.3 – Metodologias aplicadas

A Síndrome de Down não exige nenhum pré-requisito básico relativamente à motricidade. Suscita uma estimulação diferenciada por meio de uma motricidade aquática dinâmica, essencial à sua evolução, no seu decurso desenvolvimentista.

Por experiência e partilhando da opinião de vários autores, a natação é a atividade motora mais indicada para o desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo-social da criança com Síndrome de Down.

Este tipo de natação não deve ser entendida no sentido literal da palavra, mas sim como atividade aquática que faculta ações motoras de exploração do ambiente aquático, através de movimentos fundamentais de locomoção, manipulação e equilíbrio na perspetiva do desenvolvimento.

A realização de atividades motoras deste aluno, além de exercerem um papel preponderante no seu desenvolvimento somático e funcional, estimulou e desenvolveu as suas funções psíquicas.

Não há discussão possível, quanto ao facto de os indivíduos com Síndrome de Down responderem positivamente aos programas de atividade motora. Esses benefícios envolvem a sua aptidão física e saúde e até a própria qualidade da execução motora.

Inicialmente, foi promovida a relação aluno/ professor, procurando a interação deste com outros alunos e deste com os objetivos propostos. Esta dupla interação permitiu de uma forma eficaz o interesse do aluno para as tarefas e instruções a seguir.

Foi incentivada a exploração do meio aquático e dos materiais didáticos a utilizar nas aulas, promovendo várias situações de deslocamentos e equilíbrios, permitindo desta forma um maior relacionamento do aluno com o meio aquático.

Nesta etapa, todas as tarefas propostas foram apresentadas de uma forma lúdica com o intuito de manter o aluno atento e interessado pela atividade.

26 De acordo com o esperado, e numa primeira fase, o aluno demonstrou dificuldades e desinteresse em imergir a cara. Este facto, tornou-se no meu principal objetivo, com o intuito de promover a adaptação ao meio aquático bem como a expiração dentro de água.

No decorrer das aulas e de acordo com as atividades propostas foi possível registar várias tentativas de colocar a cara dentro de água, tentando imitar os outros e o professor. Assim, alguns exercícios como o de empurrar uma bola com o sopro, com o nariz e de seguida com a testa, também o de tentar alcançar objetos no fundo da piscina, resultaram no alcance do objetivo pretendido: promover a habituação da água no rosto e de seguida o de colocar o rosto dentro de água.

Após a imersão do rosto, o aluno vivenciou a apneia, bloqueando a respiração e só expirando quando emergia. Ao longo das aulas essa ação foi diminuído demonstrando cada vez mais o domínio sobre o meio aquático. Considero que nesta etapa foram muito importantes os feedbacks positivos face às ações realizadas pelo aluno.

Após o domínio dos conteúdos anteriores, foi apresentada ao aluno a propulsão ventral com apoio de material flutuador, como forma de deslocamento. Neste ponto da adaptação ao meio aquático o aluno demonstrou algum medo em tirar os pés do chão. Como forma de superar este desafio, foram propostas ao aluno ações motoras que implicassem pequenos saltos para a frente sempre com o apoio de material flutuador. O aluno demonstrou vontade e alguma renitência em relação a esta atividade, mas utilizando uma vez mais uma componente lúdica, foi possível alcançar o objetivo pretendido: retirar os pés do chão e adquirir a posição horizontal ventral.

No seguimento deste trabalho, consegui levar o aluno para a parte mais funda do tanque de aprendizagem (120cm), e dar a conhecer ao aluno que na parte onde estava não poderia colocar os pés no chão sem colocar a cabeça dentro de água. Ao aperceber-se que perdera o apoio do chão, sugeri que realiza-se o batimento de pernas e que fosse orientando-se para a parte mais baixa do tanque. Após várias repetições desta ação motora a propulsão ficou cada vez mais presente e foi sendo executada com melhor coordenação motora.

Atualmente, o aluno consegue realizar pequenos deslizes sem o apoio do material flutuador, executa a pernada de crawl com apoio da placa, recupera objetos do fundo da piscina, coloca a cabeça dentro de água por livre vontade, em situação de apneia ou recorrendo à expiração, quando solicitada. Porém, o aluno com a ajuda de material flutuador ainda não consegue adquirir a posição horizontal dorsal sem o apoio do professor, e quando com a ajuda do professor mostra-se desconfortável apresentando uma tensão muscular e rápida vontade de colocar os pés no chão. É de salientar o horário da aula, sendo esta lecionada em simultâneo a uma aula de iniciação para crianças, permite a interação entre alunos e sempre que possível o aluno é incluído nos jogos da turma, procurando desta forma privilegiar o trabalho em equipa, visto que os jogos de grupo fornecem a oportunidade de realizar um trabalho cooperativo. Desta forma, o aluno aprendeu a

27 manter o respeito, a partilhar e a trabalhar de forma esforçada para chegar a uma conclusão ou resolver um problema. Adquiriu noções de entreajuda, partilha e solidariedade.

Foi evitada a monotonia, tendo sido propostas atividades diversificadas e lúdicas o que acabou por se traduzir numa maior motivação e envolvência do aluno, pois o prazer sentido durante a natação jamais será esquecido pelo aluno.

Desta forma, as emoções incitadas durante as aulas poderão ser transformadas em conhecimento.

2.1.1.2.4 – Resultados

Consegui atingir alguns dos meus objetivos, o aluno está muito mais sociável, consegue identificar e realizar os exercícios quando solicitados como, fazer imersões, recuperar objetos do fundo da piscina, deslocamentos em decúbito ventral com apoio de material flutuador e apresentação de pequenos deslizes também em decúbito ventral sem apoios. O aluno atualmente ainda demonstra alguma renitência quanto ao deslocamento em decúbito dorsal.

2.1.2. – Criança com Paralisia Cerebral

2.1.2.1. – Definição

Em 1964, Bax, usou o termo Paralisia Cerebral (P.C.), pela primeira vez ao referir-se a “uma desordem do movimento e postura em consequência de um defeito ou lesão num cérebro imaturo” (Montenegro, 2011).

De acordo com o comité de “American Academy for Cerebral Palsy and Development Medicine” P.C. é descrita como um “grupo de desordens do desenvolvimento do movimento e da postura causando limitação na atividade, que é atribuída aos distúrbios não progressivos que ocorrem no desenvolvimento fetal ou num cérebro imaturo”.

Segundo a Comissão Mundial de Paralisia Cerebral, 1988, a P.C. é um distúrbio de postura e movimento persistente, causado por lesão no sistema nervoso em desenvolvimento, antes, durante ou após o nascimento, nos primeiros meses de lactância. (Griffiths & Clegg,1998).

Martins (2008), considera a P.C. como um conjunto de desordens permanentes, mas não imutáveis, provocadas por uma lesão cerebral. É caracterizada por disfunções de carácter neurológico e muscular que afetam a mobilidade e o controlo motor, reportando o termo cerebral para as funções do cérebro e o termo paralisia para as desordens de movimento e de postura.

Fonseca (1999, Silva, 2013), define P.C. como uma encefalopatia crónica infantil não-progressiva ou uma disfunção neuromotora, decorrente de lesões ocorridas num encéfalo em desenvolvimento, levando a distúrbios de motricidade, tónus e postura, podendo ou não ter comprometimento cognitivo.

28 2.1.2.1.1. – Etiologia

Ao conhecermos as causas originárias de uma lesão cerebral, podemos atuar precocemente sobre as sequelas destas resultantes e conseguiremos, de igual modo, estabelecer uma profilaxia correta, que poderá ajudar na prevenção da etiologia das lesões cerebrais.

Assim, Martins (2008), distingue três grandes fatores:

Fatores pré-natais (1%): predisposição familiar, infeções (rubéola, citomegalovirus, toxoplasmose), trauma físico, diabetes, toxemia, infeções da gravidez (intra-uterinas em especial as virais), anomalias da placenta, baixo peso para a idade de gestação, intoxicações (agentes tóxicos, medicamentosos),exposição a radiações;

Fatores perinatais (95%): anóxia ou hipóxia, hemorragia intracraniana, prematuridade, sofrimento fetal, parto prolongado ou distócico, icterícia grave, desequilíbrio hidra eletrolítico, hipoglicémia, convulsões, sépsis, traumatismos mecânicos de parto

Fatores pós-natais (4%): trauma físico, infeção (ex.: meningite), acidentes vasculares, anóxia, tumores, hidrocefalia, traumatismo cranioencefálico, meningoencefalite, abcesso cerebral, desequilíbrio hidroelectrolítico grave.

2.1.2.1.2. – Classificação

Apesar do quadro sintomatológico da P.C. ser uma entidade aberta, Shepherd,R (1996, Silva, 2013), classifica a sua tipologia em: espástica; atetósica; atáxica; rígida; mista; tremor; e coreica.

Forma Espástica: é a mais comum. Afeta a fala e os sons são emitidos de forma distorcida ou mal pronunciada. Os movimentos são involuntários, descoordenados e lentos.

Forma atetósica: presença de movimentos involuntários (atetose), distonia e alguns casos de rigidez muscular. Pode estar envolvido os quatro membros;

Forma hipotônica: apresenta grave depressão da função motora e fraqueza muscular. Algumas crianças hipotônicas evoluem para atetose ou espasticidade;

Forma atáxica: apresenta sinais de comprometimento do cerebelo, manifestando-se por ataxia (por exemplo, dismetria).

Forma mista: combinam-se as características das formas, espástica, atetósica e atáxica. Associado a esta classificação estão os distúrbios que normalmente acompanham a P.C., nomeadamente, a alteração da visão, da audição, sucção, deglutição, fala, comportamento e deficiência mental e, também, a epilepsia. Estas alterações delimitam as suas dificuldades no âmbito escolar e, por isso, será necessário adotar estratégias e apoios pedagógicos específicos, com vista ao sucesso do aluno.

29 2.1.2.2 – O aluno

2.1.2.2.1 – Características específicas

O Octávio é um rapaz atualmente com 15 anos e iniciou as aulas de natação individualizada com 6 anos, tendo em conta que quando iniciou as aulas de natação, o aluno nunca tinha tido contacto com o meio aquático. O Octávio apresenta uma forma espástica de Paralisia Cerebral, como característica, apresenta uma estabilidade postural reduzida que leva a menor força e habilidade nas atividades propostas. Este aluno quando iniciou apresentava flexão dos membros superiores e extensão dos membros inferiores e apresentava algumas deformidades articulares.

2.1.2.2.2 – Objetivos pretendidos

O aluno tem 2 aula de 40 minutos por semana, nas quais, eu numa primeira fase, como objetivo primário, pretendi promover a autonomia do aluno melhorando a condição física com recurso a exercícios de hidroterapia. Quando esse objetivo foi superado, prossegui para a adaptação ao meio aquático e por conseguinte o ensino das técnicas de nado, crawl e costas.

2.1.2.2.3 – Metodologias aplicadas

No decorrer das primeiras aulas, quando em contacto com o meio aquático, foi registado um relaxamento muscular e melhorias da amplitude de movimentos. Inicialmente essas mesmas aulas consistiram em aplicar exercícios de mobilização articular, reforço muscular com exercícios de puxar, agarrar, alcançar, empurrar e também pequenos deslocamentos sempre com o apoio do professor. Permitiram, também, explorar e experienciar vários materiais com várias texturas e diferentes pesos. O aluno, demonstrou sempre, uma grande vontade de realizar as tarefas propostas. Ao longo dos primeiros anos, com a apresentação de novos desafios de uma forma gradual, o aluno começou a apresentar tentativas de promover a sua autonomia, tomando sentido da sua coordenação geral, coordenação fina e óculo manual, equilíbrio estacionário, equilíbrio dinâmico, coordenação, esquema corporal, lateralidade, orientação espacial e temporal. O período de adaptação ao meio aquático, em nada diferiu comparativamente ao de uma criança “dita normal”. Consciente das suas limitações a nível de motricidade, tentou sempre ultrapassar essas mesmas. A maior evolução do aluno registou-se na fase de experienciar o meio subaquático (recuperação de objetos e deslocamentos com diferentes percursos e distâncias), demonstrando progressivamente um completo domínio do meio aquático.

Com a adaptação ao meio aquático alcançada, de uma forma lúdica, procedeu-se à apresentação dos estilos de Crawl e posteriormente Costas. O aluno, nesta fase, apresentou algumas dificuldades na pernada, exagerando na força e na velocidade. Assim, impus algumas limitações de movimento com

30 o objetivo de melhorar a coordenação motora, passando a verificar-se uma propulsão. De seguida, foi apresentada a pernada de costas com apoio de material flutuador. Esta foi bem-sucedida e o aluno alcançou o deslocamento horizontal.

No seguimento da planificação elaborada foi apresentado ao aluno o estilo de crawl, a descoordenação motora manteve-se evidente, principalmente no ensino da braçada, embora tenham sido verificadas melhorias na execução global desta técnica de nado.

Demonstrando o aluno cada vez mais interesse pela forma lúdica, e começando a ignorar as aprendizagens anteriores foi proposto o uso de material flutuador. A presença do professor na água e a experimentação na piscina grande, acabaram por ser fatores determinantes para que o aluno realizasse as atividades propostas.

Procurei sempre motivar, incentivar e presentear a autonomia do aluno para a realização das tarefas propostas.

2.1.2.2.4 – Resultados

Consegui atingir os meus objetivos, o Octávio é um aluno autónomo e encontra-se a frequentar a piscina grande desde os seus 10 anos, conseguindo alcançar objetos nas várias profundidades da piscina grande (1,80M e 2M). No que respeita às técnicas de nado, já consegue nadar Crawl de uma forma autónoma sem apoios e realiza, sempre que solicitada, a respiração ao longo do nado. Conseguiu aprender a nadar o estilo de costas sem apoio de material flutuador, embora apresente grande dificuldade na coordenação e manutenção da posição de decúbito dorsal.

Considero ser relevante o facto de o aluno já ter participado em algumas provas de natação adaptada, todas estas realizadas no complexo das piscinas municipais de Lousada, demonstrando sempre um carácter competitivo e responsável, procurando alcançar sempre os seus objetivos propostos.

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3 – Conclusão

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Conclusão

Como foi apresentado neste trabalho, o meio aquático é capaz de promover o bem-estar físico, psíquico e social, essencialmente nas crianças. A natação é um desporto constituído por movimentos específicos considerados habilidades motoras que permitem ao indivíduo deslocar-se na água. O desenvolvimento motor é um processo de mudança nas ações motoras de maneira contínua e permanente, sendo influenciado por fatores extrínsecos e intrínsecos à atividade desenvolvida.

Como em qualquer outro desporto, a natação, é constituída por habilidades motoras, não inibindo a criatividade. Isto permite à criança a exploração e manuseamento do meio, contribuindo para a estruturação do seu esquema corporal e desenvolvimento motor.

Dado o crescimento repentino, em jovens com idades compreendidas entre os 11 e os 15 anos, estes encontram na natação o benefício para o desenvolvimento motor, uma vez que, este desporto atua como o fator auxiliador do reequilíbrio e também para o aumento de movimentos ao seu acervo motor. As duas crianças continuam a frequentar as atividades aquáticas como alunos da escola de natação, continuando desta forma a promover o seu desenvolvimento das habilidades aquáticas.

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Bibliografia

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Abrantes, J. (1979). Biomecânica e natação. Ludens.

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