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CRIMES CONTRA A ORDEM E TRANQUILIDADE PÚBLICAS Artigo 295.º

No documento PROPOSTA DE LEI N.º 2018 DE DE (páginas 129-133)

CAPÍTULO IV CRIMES SEXUAIS

CRIMES CONTRA A ORDEM E TRANQUILIDADE PÚBLICAS Artigo 295.º

(Instigação pública ao crime)

1- Quem, em reunião ou ajuntamento públicos ou através de meio de comunicação com o público, incitar directamente à prática de um crime determinado é punido com pena de prisão até 3 anos ou com a de multa até 360 dias.

2- Se da conduta descrita no número anterior resultar a prática do crime, o agente é punido como instigador do crime praticado.

3- A pena, em caso algum, pode ser superior à cominada para o crime objecto da instigação pública.

Artigo 296.º

(Apologia pública de crime)

1- Quem, em reunião ou ajuntamento públicos ou através de meio de comunicação com o público, enaltecer, louvar ou recompensar o agente de determinado crime, por forma a criar o perigo de que outro crime da mesma espécie seja praticado é punido com pena de prisão até 1 ano ou com a de multa até 120 dias.

2- Se da conduta descrita no número anterior resultar a prática de outro crime da mesma espécie, o agente é punido como instigador do crime praticado. 3- A pena, em caso algum, pode ser superior à prevista para o crime cometido

Artigo 297.º

(Impedimento ou perturbação de culto ou cerimónia fúnebre e ofensa por causa de crença ou função religiosa)

1- É punido com pena de prisão até 18 meses ou com a de multa até 180 dias quem, por meio de violência e por forma a alterar a ordem ou a tranquilidade públicas, impedir ou perturbar:

a) O exercício legítimo de acto de culto de uma religião ou publicamente o vilipendiar e dele escarnecer;

b) Cortejo ou cerimónia fúnebre,

2- Quem ofender publicamente uma pessoa ou dela escarnecer por causa da sua crença ou função religiosa e, por essa forma, perturbar a ordem e tranquilidade públicas, é punido com a pena de prisão até 1 ano ou com a de multa até 120 dias.

Artigo 298.º (Associação criminosa)

1- Quem participar na constituição de associação, organização ou grupo constituídos por duas ou mais pessoas que, agindo de forma concertada, tiverem por finalidade a prática de crimes é punido com pena de prisão de 1 a 8 anos.

2- Quem chefiar ou dirigir a associação, organização ou grupo criminoso, é punido com pena de prisão de 2 a 10 anos.

3- Quem aderir à associação, organização ou grupo referidos no número anterior, deles passando a ser membro, colaborar com associação, organização ou grupo que tenham por finalidade a prática de crimes ou lhes der apoio, nomeadamente, fornecendo-lhes armas, munições, instrumentos do crime ou locais de guarida ou de reunião ou auxiliando-os no recrutamento de novos membros é punido com pena de prisão de 1 a 6 anos.

4- Se os crimes praticados tiverem carácter internacional, os limites, mínimo e máximo, das penas estabelecidas nos n.ºs 1, 2 e 3 são elevados de um quarto da sua duração.

5- Para os efeitos do número anterior, o crime tem carácter internacional quando for cometido:

a) Em mais de um Estado;

b) Em um só Estado, mas uma parte significativa da sua preparação, planeamento, direcção e controlo tiver tido lugar em outro Estado; c) Em um só Estado, quando houver participação de associação,

organização ou grupo criminosos que actue em mais de um Estado; d) Em um só Estado, mas tiver produzido efeitos significativos em outro

Estado.

6- Pode não haver lugar à punição ou a pena ser especialmente atenuada, quando o agente impedir ou procurar seriamente impedir a continuação da associação, organização ou grupo criminosos ou comunicar às autoridades competentes a sua existência, por forma a poderem elas evitar a prática de crimes.

Artigo 299.º (Terrorismo)

1. Os actos criminosos que visam provocar um estado de terror no público em geral, num grupo de pessoas ou indivíduos com fins políticos são condenáveis em qualquer circunstância, independentemente das considerações de ordem política, filosófica, ideológica, racial, étnica, religiosa ou de qualquer outra natureza que possam ser invocadas.

2. Lei própria regula o regime jurídico de prevenção e combate ao terrorismo.

Artigo 300.º

(Participação em motim)

1- Considera-se motim o ajuntamento tumultuoso de um número indeterminado de pessoas susceptível de pôr em perigo a ordem e tranquilidade pública.

2- Quem participar em motim em que forem praticadas colectivamente violências contra pessoas ou bens é punido com pena de prisão até 2 anos ou com a de multa até 240 dias.

3- O agente que provocar, convocar ou dirigir o motim é punido com pena de prisão de 6 meses a 3 anos ou com a de multa de 60 a 360 dias.

4- O agente é isento de pena, afastando-se do motim voluntariamente ou por advertência ou ordem das autoridades.

Artigo 301.º

(Participação em motim armado)

1- As penas estabelecidas no artigo anterior são elevadas, a do n.º 2, para prisão de 6 meses a 3 anos, e a do n.º 3, para prisão de 1 a 5 anos, sempre que:

a) Um dos participantes, pelo menos, for portador e exibir arma de fogo ou explosivos;

b) Vários participantes forem portadores de armas de fogo ou explosivos ocultos;

c) Vários participantes forem portadores de objectos, ostensivos ou ocultos, susceptíveis de serem utilizados como armas.

2- O motim não se considera armado, quando o participante portador de armas for expulso do motim pelos outros participantes ou se afastar dele por iniciativa própria.

3- Quem levar para um motim arma, sem conhecimento dos outros participantes, é punido como participante em motim armado.

4- Aplica-se ao motim armado o disposto no n.º 4 do artigo anterior.

Artigo 302.º

(Desobediência à ordem de dispersão de ajuntamento)

1- Quem participar em ajuntamento ilegal, constituído por um número indeterminado de pessoas, realizado em lugar público ou de acesso livre ao público e não obedecer à ordem legítima de dispersar dada pela autoridade competente, com a advertência expressa de que o ajuntamento é ilegal e de que a desobediência à ordem constitui crime, é punido com pena de prisão até 1 ano ou com a de multa até 120 dias.

2- Se o agente do crime tiver promovido o ajuntamento, a pena é de prisão ate 2 anos ou de multa até 240 dias.

Artigo 303.º

(Alarme causado pela ameaça de prática de crime e abuso de sinal de alarme ou de pedido de auxílio)

1- Quem ameaçar com a prática de um crime ou fizer simuladamente crer que vai, ele ou outrem, cometer um crime e, desse modo, causar alarme entre a população é punido com a pena de prisão até 2 anos ou com a de multa até 240 dias.

2- Com a mesma pena é punido quem, abusivamente, accionar chamada ou sinal de alarme ou pedir, por qualquer outro modo, auxílio alheio, simulando, por qualquer outro meio que o auxílio é preciso, em virtude de acidente, perigo ou situação de necessidade colectivos, inexistentes.

CAPÍTULO III

CRIMES CONTRA A SEGURANÇA DOS

No documento PROPOSTA DE LEI N.º 2018 DE DE (páginas 129-133)