É fixado como critério geral e abstracto de selecção do pessoal necessário à prossecução das atribuições transferidas nos termos do artigo anterior o desempenho de funções técnicas no Instituto da Droga e da Toxicodependência, I. P., no domínio das actividades regulares de fiscalização.
Artigo 14.º – Norma revogatória
É revogado o Decreto–Lei n.º 275/2007, de 30 de Julho. Artigo 15.º – Entrada em vigor
O presente decreto-lei entra em vigor no 1.º dia do mês seguinte ao da sua publicação.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 24 de Novembro de 2011. — Pedro Passos Coelho — Vítor Louçã Rabaça Gaspar — Paulo José de Ribeiro Moita de Macedo.
Promulgado em 3 de Fevereiro de 2012. Publique–se.
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. Referendado em 7 de Fevereiro de 2012.
INSPEÇÃO–GERALDASATIVIDADESCULTURAIS(IGAC)
Decreto Regulamentar n.º 43/2012, de 25 de maio (Aprova a orgânica da
Inspeção-Geral das Atividades Culturais)
No âmbito do Compromisso Eficiência, o XIX Governo Constitucional determinou as linhas gerais do Plano de Redução e Melhoria da Administração Central (PREMAC), afirmando que o pri- meiro e mais importante impulso do Plano deveria, desde logo, ser dado no processo de preparação das leis orgânicas dos ministérios e dos respetivos serviços.
Trata -se de algo absolutamente estruturante, por um lado, para o início de uma nova fase da reforma da Administração Pública, no sentido de a tornar eficiente e racional na utilização dos recur- sos públicos, e, por outro, para o cumprimento dos objetivos de redução da despesa pública a que o país está vinculado. Com efeito, mais do que nunca, a concretização simultânea dos objetivos de racionalização das estruturas do Estado e da melhor utilização dos seus recursos humanos é crucial no processo de modernização e de otimização do funcionamento da Administração Pública.
Importava decididamente repensar e reorganizar a estrutura do Estado, no sentido de lhe dar maior coerência e capacidade de resposta no desempenho de funções que deverá assegurar, elimi- nando redundâncias e reduzindo substancialmente os seus custos de funcionamento.
Neste contexto, e em consonância com o disposto na orgânica da Presidência do Conselho de Ministros, instituída pelo Decreto–Lei n.º 126-A/2011, de 29 de dezembro, o presente decreto regu- lamentar aprova a estrutura orgânica da Inspeção–Geral das Atividades Culturais (IGAC), mantendo no seu âmbito de atuação a responsabilidade pela actividade de inspeção dos serviços e organismos dependentes ou sob tutela e superintendência do membro do Governo responsável pela área da cultu- ra, e pela fiscalização e superintendência na proteção da propriedade intelectual e dos recintos e es- petáculos de natureza artística.
Embora mantendo uma estrutura mista, que se justifica pela necessidade de assegurar a flexibi- lidade orgânica, diminui–se significativamente o número de membros da comissão de classificação de conteúdos culturais, de entretenimento e de espetáculos de natureza artística, sendo o cargo de presidente exercido, por inerência, pelo inspetor–geral.
Assim:
Ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 24.º da Lei n.º 4/2004, de 15 de janeiro, e nos termos da alínea c) do artigo 199.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:
Artigo 1.º – Natureza
A Inspeção–Geral das Atividades Culturais, abreviadamente designada por IGAC, é um servi- ço da administração direta do Estado, dotado de autonomia administrativa.
Artigo 2.º – Missão e atribuições
1 — A IGAC tem por missão controlar e auditar os serviços e organismos dependentes ou
sob tutela e superintendência do membro do Governo responsável pela área da cultura e fiscalizar e superintender na proteção do direito de autor, dos direitos conexos e dos recintos e espectáculos de natureza artística.
a) Realizar auditoria técnica, financeira e de gestão aos serviços e organismos dependen- tes ou sob tutela e superintendência do membro do Governo responsável pela área da cultura;
b) Exercer a atividade de supervisão, fiscalização e monitorização na área do direito de autor, dos direitos conexos, dos espetáculos de natureza artística e dos recintos fixos destinados à sua realização;
c) Promover e assegurar, nos termos da lei, o registo, a classificação e a autenticação de obras e de conteúdos culturais;
d) Assegurar a certificação das atividades na área dos recintos fixos e espetáculos de na- tureza artística, bem como das entidades de gestão coletiva do direito de autor e dos direitos conexos, sem prejuízo das competências legalmente atribuídas a outras entida- des;
e) Efetuar inquéritos, sindicâncias, averiguações e peritagens, bem como assegurar a ins-
trução dos processos de contraordenação cuja competência lhe esteja legalmente atri- buída;
f) Colaborar com as autoridades judiciárias e os órgãos de polícia criminal nas áreas de
atividade integradas na missão da IGAC;
g) Promover a proteção da propriedade intelectual, através de ações de informação junto
das autoridades judiciárias e de outras autoridades administrativas ou policiais, bem como da comunidade escolar, académica, científica e empresarial;
h) Promover a criação de uma rede de intercâmbio de informação entre entidades que atuem no âmbito de matérias integradas na missão da IGAC;
i) Recolher, tratar e divulgar informação relevante na área do direito de autor e dos direi- tos conexos, bem como dos recintos fixos e espetáculos de natureza artística;
j) Propor ou prestar apoio técnico na formulação de medidas legislativas em matérias in-
tegradas na missão da IGAC;
k) Avaliar e controlar a qualidade dos serviços prestados ao cidadão por entidades de- pendentes ou sob a tutela do membro do Governo responsável pela área da cultura, através de inquéritos de satisfação;
l) Programar e coordenar a aplicação de medidas tendentes a promover de forma perma-
nente e sistemática políticas de qualidade e de inovação, através da criação e divulga- ção de instrumentos de planeamento, de avaliação e de controlo;
m) Promover a publicitação de atos, decisões e outros instrumentos relevantes relativos ao registo, classificação e autenticação de obras e conteúdos, bem como à certificação de atividades na área do direito de autor e dos direitos conexos e dos recintos fixos e es- petáculos de natureza artística.
Artigo 3.º – Órgãos
1 — A IGAC é dirigida por um inspetor–geral, coadjuvado por um subinspetor–geral, cargos
de direção superior de 1.º e 2.º graus, respetivamente. 2 — É ainda órgão da IGAC a comissão de classificação.
Artigo 4.º – Inspector–geral
1 — Sem prejuízo das competências que lhe forem conferidas por lei ou que nele sejam dele- gadas ou subdelegadas, compete ao inspetor–geral:
a) Dirigir e coordenar a atividade da IGAC e emitir as diretivas, ordens e instruções a que deve obedecer a atuação dos inspetores;
b) Determinar a realização de ações de fiscalização e a instauração e instrução de proces- sos de contraordenação cuja competência esteja no âmbito das atribuições da IGAC; c) Solicitar informações e propor a realização de inquéritos e sindicâncias, designada-
mente em resultado das ações inspetivas;
d) Propor os critérios de reconhecimento de pessoas singulares ou coletivas que possuam
experiência e conhecimentos técnicos especializados para a realização de perícias de- terminadas por autoridades judiciárias no âmbito das atribuições da IGAC.
2 — Os critérios a que se refere a alínea d) do número anterior, bem como a tabela de cus-
tos de exames periciais, são aprovados por portaria dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da cultura, das finanças e da justiça.
3 — O subinspetor-geral exerce as competências que lhe sejam delegadas ou subdelegadas pe- lo inspetor–geral, competindo-lhe substituí-lo nas suas faltas e impedimentos.