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6.3 Análise para Projeto de Sistemas Distribuídos

6.3.1 Critérios de Avaliação

Para a escolha da configuração adequada a um determinado problema de distribuição é impor- tante que seja realizada uma avaliação das possíveis configurações segundo alguns critérios. São trazidos aqui os critérios que, após a realização da implementação distribuída do sistema de controle supervisório, tema desta dissertação, foram avaliados como sendo os de maior relevãncia para esta escolha. Cabe ressaltar, no entanto, que os critérios aqui levantando não são os únicos, e as possíbil- idades de avaliação segundo outros parâmetros não devem ser descartadas, ficando a adoção destes novos parâmetros de análise a critério do projetista. A importância de cada um desses critérios para a escolha de uma configuração em detrimento das demais é completamente dependente do problema tratado, ou seja, a relevãncia dos critérios está sujeita aos requisitos do projeto, recursos disponíveis, viabilidade técnica e financeira, disponibilidade de meios de comunicação, condições físicas e espa- ciais, dentre outras. Os critérios propostos para avaliação das configurações de distribuição são dados a seguir.

Simplicidade: a forma como se distribui o sistema de controle pode simplificar ou tornar mais

complexo o seu desenvolvimento. A simplicidade do projeto é dependente tanto do número de dispositivos de controle envolvidos quanto da distribuição dos módulos do sistema de controle em cada um deles. A concentração das estruturas de todos os supervisores no primeiro dis- positivo de controle da seqüência de processamento sincronizada, por exemplo, é uma decisão de projeto que implica em uma análise positiva do sistema em questão no quesito simplicidade. Pode-se afirmar também que quanto mais dispositivos de controle são utilizados no sistema de controle distribuído, menor a simplicidade de projeto do mesmo.

Custos com Equipamentos: este critério de avaliação diz respeito ao capital gasto com equipa-

mentos que o sistema de controle distribuído demanda se projetado de uma determinada forma. Normalmente os maiores gastos ficam por conta dos dispositivos de controle, normalmente CLPs, cujo custo médio gira em torno dos R$10.000,00, variando para mais ou para menos de acordo com o fabricante e as funcionalidades oferecidas por cada modelo. Portanto, deve-se sempre avaliar a viabilidade técnica e financeira da utilização de um CLP com mais recursos ao invés de dois ou mais CLPs com menos recursos. Esta análise deve sempre ser feita levando em consideração a questão dos impactos nos outros parâmetros de análise. Outros equipamentos,

como os dispositivos de rede, também devem ser analisados, não devendo ser relevados a se- gundo plano. Em alguns casos, a parcela gasta com esses dispositivos pode impactar de maneira significativa os custos do projeto. Questões como aproveitamento de redes pré-existentes, sub- stituição ou criação de novas redes devem sempre estar em pauta nesta análise.

Custos com Cabos: este é um critério que tem maior ou menor relevância dependendo do

processo no qual o sistema de controle distribuído será implementado. Em sistemas que ocu- pam uma região geográfica ampla este critério apresenta grande relevância, o que não ocorre em sistemas cuja área seja restrita. Verifica-se a tendência do aumento dos gastos com cabo quanto mais concentrado for o sistema de controle. Isto porque é necessário interligar os instru- mentos de campo (sensores e atuadores) com seus respectivos dispositivos de controle, o que será tanto menos custoso quanto mais próximo estiver localizado este dispositivo de controle destes instrumentos. Outras vezes, o distanciamento do dispositivo de controle dos instrumen- tos de campo pode impor a utilização de meios de interligação alternativos, como por exemplo comunicação sem fio, aumentando os custos. No caso deste critério, a adição de dispositivos de controle no sistema de controle distribuído normalmente induz uma redução dos gastos com cabos.

Funcionamento Parcial: em muitos casos, mesmo com a falha de um dispositivo de controle

o sistema de controle distribuído pode continuar funcionando parcialmente, sem infringir as condições impostas pelas especificações de funcionamento. Em outras situações pode ser de- sejável, ou necessário, a manutenção do funcionamento parcial do sistema mesmo que parte dele esteja inativada devido a algum procedimento de manutenção. Desta forma, é importante avaliar o quanto uma determinada configuração de distribuição possibilita este funcionamento parcial do sistema de controle. Neste caso, quanto mais distribuídos estiverem os módulos do sistema de controle maiores as possibilidades de funcionamento parcial do sistema. Con- sidere um CLP no qual esteja implementado apenas um módulo do sistema produto. No caso de uma manutenção, pode-se desabilitar este dispositivo de controle mantendo o estado deste módulo do sistema produto fixo, de modo que a parte do sistema que independe deste módulo do sistema produto poderá continuar evoluindo normalmente.

Fluxo de Dados: a implementação de um sistema de controle supervisório distribuído implica,

obrigatoriamente, na troca de informações entre os dispositivos de controle envolvidos. No entanto, o volume de dados a serem trocados é inteiramente dependente da configuração de distribuição escolhida. Para sistemas de médio e até grande porte, estes dados isoladamente não apresentam risco de congestionamento da rede, uma vez que a tecnologia atual permite a transmissão de até alguns gigabits por segundo. Porém, no caso desses dados terem que ser transmitidos por uma rede já saturada, tal critério de avaliação passa a ter importância crucial. Pode inclusive apontar para mudanças das soluções de rede inicialmente consideradas, por exemplo, induzindo a adoção de uma nova rede.