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Critérios para seleção dos casos e sujeitos de pesquisa

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.2 Critérios para seleção dos casos e sujeitos de pesquisa

Os casos investigados nesta dissertação foram escolhidos a partir de uma amostra não probabilística intencional por julgamento, ou seja, na qual o pesquisador seleciona casos de acordo com as características exigidas por ele para melhor adequação ao estudo (ZKIMUND, 2006). Assim sendo, foram selecionados, inicialmente, quatro hospitais localizados na região nordeste (geograficamente acessível) por serem os únicos a já terem alcançado o terceiro e último nível de acreditação hospitalar da Organização Nacional de Acreditação: São Rafael (Salvador - BA), Jorge Valente (Salvador - BA), Esperança (Recife - PE) e São Lucas (Aracaju - SE). Conforme exposto anteriormente, cada nível possui requisitos distintos, porém acumulativos a serem atendidos, sendo possível, portanto, que tenha havido transformação das capacidades entre níveis de acreditação e mudanças organizacionais, tornando provável que se observe o fenômeno pretendido. A informação sobre a acreditação nível três destes hospitais foi obtida através do site oficial da ONA, que disponibiliza informações sobre todas as acreditações concedidas e canceladas.

Após contato inicial com os hospitais supracitados, os hospitais Esperança (HES) e São Lucas (HSL) foram os únicos que responderam positivamente, em tempo hábil, ao convite de participação desta pesquisa. Os indivíduos entrevistados foram aqueles diretamente relacionados com o processo de acreditação, da decisão à implementação e obtenção da certificação e que participaram do processo de acreditação nos três níveis. Foram eles: Diretora Operacional, Coordenadora da Qualidade, farmacêutica e enfermeira no HSL; Coordenadora da Qualidade, auditora da qualidade, assistente do setor de qualidade, gerente da distribuição e enfermeira no HES. Os funcionários entrevistados nas organizações estão listados no quadro 6.

QUADRO 6: Relação de Entrevistados

HSL HES

Entrevistado 1 Diretoria Comercial Entrevistado 1 Coordenadora da Qualidade Entrevistado 2 Coordenadora da

Qualidade Entrevistado 2 Assistente da Qualidade Entrevistado 3 Farmacêutica Entrevistado 3 Analista da Qualidade Entrevistado 4 Enfermeira Entrevistado 4 Enfermeira da Auditoria

Clínica

- - Entrevistado 5 Gerente do Almoxarifado

O número de entrevistados justifica-se pelo fato de que as entrevistas foram encerradas quando as respostas para responder aos objetivos da pesquisa foram consideradas suficientes, de acordo com o sugerido por Paiva Júnior, Leão e Mello (2011).

3.3 Definições constitutivas e operacionais

Com vistas a situar o constructo exata e precisamente dentro da teoria, deixando claros e compreensíveis termos chaves que foram abordados na coleta de dados, delimitando a pesquisa e detalhando o método de modo a aumentar a confiabilidade de sua replicação, foi elaborado um quadro (QUADRO 7) com a discriminação das definições constitutivas e operacionais.

QUADRO 7: Definições Constitutivas e Operacionais (continua)

Constructo Definição Constitutiva Definição Operacional

Mudança Organizacional

Qualquer alteração, planejada ou não, ocorrida na organização, decorrente de fatores internos e/ ou externos à organização que traz algum impacto nos resultados e/ ou nas relações entre as pessoas no trabalho (BRUNO-FARIA, 2003, p. 128).

A mudança foi investigada por meio do relato dos entrevistados acerca das alterações que foram feitas nos hospitais especificamente por causa da acreditação. Foram investigados os fatores internos e externos que impactaram.

Contexto, conteúdo e processo

Perspectivas de mudança: a) conteúdo (o que será mudado), b) processo (como isso mudará), c) contexto (por que a mudança é necessária). (PETTIGREW, 1987)

Após a compreensão do que mudou e os fatores que influenciaram, foram feitos questionamentos específicos sobre o que foi mudado, como e por que razão, tratando de estratégia, estrutura, sistemas de controle e sistemas que influenciam o desempenho.

Equilíbrio

Pontuado Progresso organizacional através de períodos convergentes pontuados por reorientações que influenciam o próximo período de Convergência (TUSHMAN; ROMMANELI, 1985).

Sem mencionar a que correntes distintas as características das mudanças pertenciam, foram feitas perguntas sobre como o fenômeno ocorreu, a fim de identificar qual se aproximava mais da mudança nos hospitais.

Capacidades

Dinâmicas Capacidade propositalmente da criar, expandir organização e modificar sua base de recursos (HELFAT ET AL, 2007, p. 1).

As capacidades foram identificadas por meio do questionamento acerca do conjunto de rotinas necessárias para cada nível de acreditação e pela observação direta e documentação comprobatória, tal como fluxogramas, mapeamentos de processos, cartilhas educativas. A dinamicidade das capacidades foi comprovada pelo relato e observação de evidências de que as capacidades sofreram alterações ao longo do tempo. Fontes de

Capacidades Dinâmicas

Elementos pelos quais é possível criar e desenvolver capacidades dinâmicas (GUEDES, 2011).

Considerando as fontes pré-definidas para este estudo, foi perguntado aos entrevistados se e como o hospital utiliza cada uma delas, quais são os membros

internos ou externos ao hospital envolvidos e o porquê do uso de cada fonte.

aprendizagem

deliberada Aprendizagem que ocorre por meio dos mecanismos de acumulação de experiência, articulação e codificação do conhecimento (ZOLLO; WINTER, 2002).

Como uma das fontes de capacidades, a aprendizagem deliberada foi investigada por meio de evidências de seus três mecanismos, como atas de treinamentos, material didático e fotos.

Relacionamento Relações estratégicas com outras organizações que pode ser dar por meio de alianças, terceirização, patentes, licenças (DYER; SINGH, 1998).

Os tipos de relacionamento utilizados pelos hospitais foram investigados por meio da descrição das partes envolvidas e razões para uso e evidências, como contratos de alianças, terceirizações e documentos de licenciamento.

Aquisições Fonte de capacidades dinâmicas por meio da compra de outras organizações (CAPRON, 2013).

Os entrevistados foram questionados sobre a ocorrência de aquisições e razões para tal.

Ciclo de Vida das capacidades

Conjunto de trajetórias possíveis que caracterizam sua evolução através de estágios específicos: fundação, desenvolvimento e maturidade (KEIL; GRATH; TUKIAINEN, 2009).

O Ciclo de Vida foi caracterizado por questionamentos acerca da evolução das capacidades ao longo do tempo, de sua fundação, decisões de desenvolvimento e identificação do momento de maturidade. Uma vez definida a maturidade, os entrevistados foram questionados sobre a trajetória seguida pela capacidade e seus relatos foram comprovados por documentos e observação direta das novas capacidades inseridas na rotina organizacional. Fonte: Elaboração Própria (2013)

As definições constitutivas são os conceitos dos principais termos trabalhados nesta dissertação, tal como são encontrados na literatura; enquanto que as definições operacionais relatam as atividades realizadas por pesquisadores a fim analisar apropriadamente os fenômenos, relacionando o conceito à prática encontrada (MARTINS, 2005).

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